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- Analistas levaram em conta alta do dólar, avanço da inflação e eleições presidenciais
Desde janeiro, a perda é de 11,70%, até esta terça, o que significa que quem aplicou R$ 10 mil em janeiro num fundo de ações que replica o desempenho do índice sacaria hoje R$ 8.830, sem contar o pagamento da taxa de administração e do Imposto de Renda.
Um estratégia indicada pelos especialistas para quem, ainda assim, pensa em aplicar uma parte de seu dinheiro no mercado de ações é montar uma carteira diferenciada. Essa carteira pode inclusive ter ações que integrem o Ibovespa, mas são ativos que apresentam potencial de valorização mais interessante quando analisadas separadamente.
Os analistas André Carvalho e Francisco Machado, do banco HSBC, fizeram esse trabalho.
Eles selecionaram 11 ações no mercado brasileiro, levando em consideração o MSCI Brasil, um índice elaborado pelo banco Morgan Stanley, em que os principais fundos de investimentos se baseiam para tomar decisões de investimento em renda variável no Brasil.
As ações selecionadas podem apresentar um bom desempenho nos próximos 12 meses, na visão do time de análise do HSBC. Para chegar a elas, os especialistas destacaram cinco temas de investimento. Dentro do contexto de cada um desses temas, foram selecionadas as ações que mais podem ser beneficiadas. Algumas se repetiram.
Real desvalorizado - Desde 2011, o real se desvalorizou até 35% frente ao dólar. A expectativa é que a moeda brasileira continue desvalorizada nos próximos anos.
A equipe de câmbio do HSBC projeta uma taxa de câmbio de R$ 2,30 este ano; R$ 2,40 em 2014 e R$ 2,48 ao final de 2015. A deterioração dos fundamentos da economia brasileira, a incerteza da eleição presidencial apertada no próximo ano e a mudança da política monetária nos EUA poderão afetar o real por mais tempo.
- A receita de exportações provavelmente será impulsionada com o real desvalorizado, assim como a substituição de importados. E as preocupações com o crescimento da China diminuíram. Algumas empresas podem conquistar participação no mercado - escrevem os analistas.
Nesse cenário, ações de empresas como Vale, Fibria, Suzano e Hypermarcas podem ser beneficiadas.
Consumo das famílias - Depois de uma desaceleração no primeiro semestre deste ano, a pior fase no consumo já passou e está acelerando. Estão na pauta de compras dos brasileiros itens como bens não duráveis e de tíquete baixo, embora o contexto ainda seja de restrição de crédito e baixa confiança do consumidor.
- Os economistas do HSBC esperam que os salários melhorem no segundo semestre de 2013 e estimulem as vendas de bens de consumo não duráveis - diz o relatório do HSBC.
Esse contexto pode beneficiar ações como AmBev, Hypermarcas, Itaú Unibanco, Bradesco e Cielo.
Recessão é improvável em 2013/2014, mas riscos aumentam - Para o HSBC, o Brasil está entrando numa fase de desaceleração do crescimento, com riscos crescentes de recessão. O HSBC não acredita em recessão, mas em baixo crescimento.
Nesse ambiente, produtos de consumo básico, instituições financeiras e empresas de serviços públicos tendem ter desempenho acima de outros setores. Por isso, foram selecionadas as ações do Itaú Unibanco, Bradesco, AmBev e Hypermarcas, que podem ganhar nesse cenário.
Alta da inflação deve surpreender - A tendência de queda dos preços é puxada por alimentos e aperto monetário. A equipe do HSBC, entretanto, projeta inflação de 6,3% este ano, acima da média do mercado, que é de 5,8% para este ano. Nesse cenário, os analistas do HSBC preveem que pode acontecer reduções de impostos, cortes em tarifas de importação e uma possível segunda rodada de aperto monetário.
- Empresas em melhor posição têm poder de colocações de preços e não são tão sensíveis a uma segunda rodada de aumento de juros. Os receios de intervencionismo do governo podem aumentar - diz o relatório do HSBC.
Assim papéis, como Ultrapar, AmBev, Cielo, Hypermarcas e Telefônica Brasil podem ser beneficiados.
Eleição presidencial - Será uma disputa apertada em 2014. Se esse cenário prevalecer, a probabilidade de recessão em 2015 será alta e o governo pode continuar a usar empresas e bancos estatais para implementar sua política.
Mas também haverá espaço para que o consumo continue crescendo.Um aumento dos combustíveis será pequeno, com os subsídios ao consumo sendo mantido. Um corte de impostos sobre os medicamentos pode acontecer. Esse cenário, pode beneficiar as ações da Ultrapar, Hypermarcas, Cielo e Ambev.
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