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quinta-feira, 29 de abril de 2021

Ranking da Covid: como o Brasil se compara a outros países em mortes, casos e vacinas aplicadas

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País tem 2,7% da população mundial, aplicou 3,7% das doses de vacinas contra a Covid do planeta e concentra 9,7% de todos os infectados e 12,6% de todos os óbitos.
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Por Lucas Sampaio, G1

Postado em 29 de abril de 2021 às 13h35m


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O Brasil chegou à marca de 400.021 vítimas do novo coronavírus nesta quinta-feira (29), mostram dados do consórcio de veículos de imprensa.

Como o país, um dos mais afetados pela pandemia, está em relação às outras nações? Indo direto ao ponto, o Brasil atualmente é:

  • o 2º país em número de mortes e o 13º em óbitos proporcionais à população
  • o 3º país em casos confirmados e o 35º em infectados em relação à população
  • o 5º país em vacinas aplicadas e o 57º em doses aplicadas a cada 100 habitantes

Resumindo: o Brasil tem 2,7% da população mundial, aplicou 3,8% das doses de vacinas contra a Covid-19 do planeta e concentra 9,7% de todos os casos e 12,6% de todas as mortes.

Brasil e a Covid-19

Mortes Casos confirmados Vacinas aplicadas População
Mundo 3,1 milhões 149 milhões 1,06 bilhão 7,79 bilhões
Brasil 400 mil 14,5 milhões 40,2 milhões 212 milhões
% do total 12,6% 9,7% 3,8% 2,7%

Veja, abaixo, as informações detalhadas. Os dados são do projeto "Our World in Data", ligado à universidade de Oxford.

Mortes por Covid

O Brasil é o 2º país em número absoluto de mortes e o 13º em óbitos proporcionais à população. O país tem apenas 2,7% da população mundial e 12,6% de todos os óbitos causados pela Covid-19:

Os 10 países com mais mortes por Covid

Mortes por Covid % total de óbitos % população mundial
1. EUA 573 mil 18,3% 4,2%
2. Brasil 400 mil 12,6% 2,7%
3. México 215 mil 6,9% 1,7%
4. Índia 201 mil 6,4% 17,7%
5. Reino Unido 127 mil 4,1% 0,9%
6. Itália 119 mil 3,8% 0,8%
7. Rússia 107 mil 3,4% 1,9%
8. França 103 mil 3,3% 0,9%
9. Alemanha 82 mil 2,6% 1,1%
10. Espanha 77 mil 2,5% 0,6%

O Brasil foi, entre 9 de março e 25 de abril, o país com a maior média diária de mortes por Covid-19 do mundo.

Mas foi ultrapassado na segunda-feira (26) pela Índia, que sofre com uma agressiva segunda onda (veja no gráfico abaixo).

Média diária de mortes por Covid-19 — Foto: Anderson Cattai/Editoria de Arte

O Brasil atingiu seu pico de óbitos até o momento em 12 de abril deste ano, com uma média de mais de 3,1 mil vítimas por dia.

Tal patamar só foi superado até agora pelos Estados Unidos (3,4 mil em janeiro). A média atual da Índia está em 2,6 mil.

O Brasil já havia sido o líder mundial de óbitos entre junho e julho do ano passado, mas na ocasião a média de vítimas era de menos de 1,1 mil por dia (cerca de 1/3 do pico atual).

Média diária de mortes por Covid-19 — Foto: Anderson Cattai/Editoria de Arte
Média diária de mortes por Covid-19 — Foto: Anderson Cattai/Editoria de Arte

Em número de óbitos proporcionais à população, o Brasil é 13º país mais afetado do mundo (1.858 mortes a cada 1 milhão de habitantes). A média mundial é 402.

Somos a nação com mais vítimas da Covid-19 por milhão de habitantes das Américas e só estamos atrás de países europeus no ranking mundial:

Países com mais mortes por Covid a cada 1 milhão de habitantes

1. Hungria 2.793
2. República Tcheca 2.715
3. San Marino 2.651
4. Bósnia e Herzegovina 2.565
5. Montenegro 2.353
6. Bulgária 2.328
7. Macedônia do Norte 2.276
8. Eslováquia 2.119
9. Bélgica 2.079
10. Eslovênia 2.030
11. Itália 1.983
12. Reino Unido 1.881
13. Brasil 1.858
14. Peru 1.820
15. Polônia 1.741
16. EUA 1.732
17. Croácia 1.694
18. México 1.671
19. Espanha 1.665
20. Portugal 1.664

Na média diária de mortes em relação à população, o Brasil é o 8º pior atualmente (com 11,44 novos óbitos a 1 milhão de habitantes). A média mundial é 1,66.

Neste ranking, só estamos atrás de Hungria (20), Uruguai (17), Bósnia e Herzegovina (17), Macedônia do Norte (15), Bulgária (13), Paraguai (12) e Polônia (11,94).

Média diária de mortes a cada 1 milhão de habitantes — Foto: Anderson Cattai/Editoria de Arte
Média diária de mortes a cada 1 milhão de habitantes — Foto: Anderson Cattai/Editoria de Arte

Casos confirmados

O Brasil é o 3º país com mais casos confirmados e o 35º em número de infectados proporcionais à população. O país tem apenas 2,7% da população mundial e 9,7% de todos os infectados pelo novo coronavírus:

Os 10 países com mais casos de Covid

Casos confirmados % do total de infectados % população mundial
1. EUA 32,1 milhões 21,6% 4,2%
2. Índia 18 milhões 12,1% 17,7%
3. Brasil 14,5 milhões 9,7% 2,7%
4. França 5,6 milhões 3,8% 0,9%
5. Rússia 4,73 milhões 3,2% 1,9%
6. Turquia 4,71 milhões 3,2% 1,1%
7. Reino Unido 4,4 milhões 3,0% 0,9%
8. Itália 4 milhões 2,7% 0,8%
9. Espanha 3,5 milhões 2,4% 0,6%
10. Alemanha 3,4 milhões 2,2% 1,1%

O Brasil tem atualmente a 2ª pior média diária de novos casos de Covid-19 do mundo (56 mil), quase empatado com os EUA (53 mil).

A Índia, que bateu o recorde mundial de infectados em 7 dos últimos 8 dias, lidera disparada o ranking, com uma média diária de 340 mil novos casos (veja no gráfico abaixo).

Média diária de casos confirmados de Covid-19 — Foto: Anderson Cattai/Editoria de Arte
Média diária de casos confirmados de Covid-19 — Foto: Anderson Cattai/Editoria de Arte

O Brasil é o 35º do ranking em número de casos confirmados a cada 1 milhão de habitantes (veja na tabela abaixo).

Estamos atrás de países como EUA (9º), França (17º) e Suíça (24º), mas com números piores do que Itália (36º), Reino Unido (37º) e Argentina (38º):

Países com mais casos confirmados a cada 1 milhão de habitantes

1. Andorra 169 mil
2. Montenegro 154 mil
3. República Tcheca 151 mil
4. San Marino 149 mil
5. Eslovênia 114 mil
6. Luxemburgo 106 mil
7. Bahrein 101 mil
8. Sérvia 100 mil
9. EUA 97 mil
10. Israel 96 mil
11. Suécia 94 mil
12. Estônia 90 mil
13. Lituânia 89 mil
14. Holanda 87 mil
15. Bélgica 84 mil
20. Croácia 79 mil
25. Espanha 74 mil
30. Catar 70 mil
35. Brasil 67 mil
40. Mônaco 62 mil

Na média diária de casos confirmados a cada 1 milhão de habitantes, o Brasil ainda está à frente da Índia, que é o segundo país mais populoso do mundo e tem mais de 1,3 bilhão de pessoas.

Sexto país mais populoso do mundo, com 212 milhões de habitantes, o Brasil tem uma média de 267 novos casos proporcionais, número similar ao da Hungria (264). A Índia tem 246.

Chipre (929), Uruguai (854), Bahrein (620), Turquia (552) e Suécia (515) lideram esse ranking. Entre os países melhores que o Brasil também estão Itália (213), EUA (162) e Cuba (96).

A média mundial é de 105 novos casos a cada 1 milhão de habitantes.

Média diária de casos a cada 1 milhão de habitantes — Foto: Anderson Cattai/Editoria de Arte
Média diária de casos a cada 1 milhão de habitantes — Foto: Anderson Cattai/Editoria de Arte

Vacinas aplicadas

O Brasil é o 5º país que mais aplicou vacinas contra a Covid-19 e apenas o 58º em número de doses administradas em relação à população. O país tem 2,7% da população mundial e é responsável por 3,8% de todas vacinas aplicadas até o momento:

Os 10 países com mais vacinas contra Covid aplicadas

Vacinas aplicadas % total de doses % população mundial
1. China 235 milhões 22,3% 18,5%
2. EUA 232 milhões 21,9% 4,2%
3. Índia 147 milhões 14,0% 17,7%
4. Reino Unido 47 milhões 4,4% 0,9%
5. Brasil 40 milhões 3,8% 2,7%
6. Alemanha 25 milhões 2,4% 1,1%
7. Turquia 21 milhões 2,0% 1,1%
8. França 20 milhões 1,9% 0,9%
9. Indonésia 19 milhões 1,8% 3,5%
10. Rússia 18 milhões 1,8% 1,1%

O Brasil tem a 4ª maior média de doses aplicadas por dia (908 mil), atrás apenas de China (5,29 milhões), EUA (2,72 milhões) e Índia (2,36 milhões).

Nações europeias e o México completam o top 10: Reino Unido (512 mil), Alemanha (491 mil), França (357 mil), Itália (355 mil), Espanha (305 mil) e México (302 mil).

O melhor ritmo de imunização do país foi atingido no dia 13 de abril (1,14 milhão de doses aplicadas por dia), mas houve uma forte queda posterior devido à falta de imunizantes em diversas cidades.

Com os problemas na entrega e distribuição de doses, a vacinação no Brasil caiu para apenas 336 mil no dia 21, quando chegamos a ser ultrapassados por Alemanha, Reino Unido, México e França.

Mas a imunização contra a Covid-19 voltou a ganhar tração desde então e retomamos o 4º lugar.

Média de vacinas contra Covid-19 aplicadas por dia — Foto: Anderson Cattai/Editoria de Arte
Média de vacinas contra Covid-19 aplicadas por dia — Foto: Anderson Cattai/Editoria de Arte

No ranking em número de doses aplicadas a cada 100 habitantes, o Brasil é o 57º (veja na tabela abaixo).

Estamos atrás de praticamente todos os países da Europa e também de Mongólia (31º), Turquia (48º), Arábia Saudita (51º) e Marrocos (52º), entre outros, na vacinação proporcional ao tamanho da população.

Mas estamos logo à frente de China (59º) e Argentina (60º) e, com 18 doses aplicadas a cada 100 habitantes, ficamos bem à frente da média mundial (13) e de México (12), Rússia (12) e Índia (10).

Vacinas contra Covid aplicadas a cada 100 habitantes

1. Ilhas Seychelles 125
2. Israel 120
3. Emirados Árabes Unidos 104
4. San Marino 79
5. Chile 74
6. Malta 72
7. Bahrein 70
8. EUA 69
9. Reino Unido 69
10. Butão 62
15. Uruguai 48
20. Islândia 33
25. Dinamarca 31
30. Finlândia 30
35. Liechtenstein 30
40. Irlanda 28
45. República Tcheca 27
50. Romênia 25
55. Kuwait 20
57. Brasil 18
60. Argentina 16

Por fim, na média diária de vacinas aplicadas a cada 100 habitantes, o Brasil tem um ritmo similar ao da China (0,43 a 0,37), que tem uma população quase 7 vezes maior.

O ritmo proporcional à população dos dois países é também próximo ao de nações como Dinamarca (0,45), Jamaica (0,44), Noruega (0,41) e Sérvia (0,38).

Entre os países com maior ritmo de vacinação proporcional estão países pequenos como San Marino (média de 1,81 vacinas aplicadas por dia a cada 100 habitantes), Mongólia (1,51) e Maldivas (1,24).

Mas também se destacam no top 20, com uma velocidade muito maior que a do Brasil (0,43), nações com Hungria (1,12), Uruguai (1,07), EUA (0,81), Canadá (0,79), Reino Unido (0,75) e Chile (0,71).

Média de vacinas aplicadas por dia a cada 100 habitantes — Foto: Anderson Cattai/Editoria de Arte
Média de vacinas aplicadas por dia a cada 100 habitantes — Foto: Anderson Cattai/Editoria de Arte

Comparações adequadas?

É importante fazer uma ressalva sobre os diferentes rankings da pandemia: não é recomendável analisar os desempenhos dos países no combate à Covid-19 apenas por um ou outro indicador, sobretudo de forma isolada, pois cada nação tem as suas especificidades.

Os mais ricos têm populações mais velhas, então podem apresentar uma maior proporção de mortes. Já os mais pobres geralmente enfrentam maior dificuldade para comprar vacinas.

Além disso, as estatísticas de cada país têm graus diferentes de confiabilidade. Há países que testam muito, como o Uruguai e as nações europeias, e outros que testam muito pouco, como o México e as nações africanas.

Há também casos específicos: na Índia, há fortes indícios de subnotificação, principalmente no número de mortes; na Rússia, não são contabilizadas vítimas de complicações da Covid-19; na China, casos assintomáticos não entram para a estatística oficial (mesmo se o teste for positivo).

Mas um conjunto de indicadores, se analisados em profundidade, pode revelar se um país está lidando de forma adequada (ou não) com a pandemia. E também serve para perceber os principais destaques positivos e negativos do mundo.

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O polêmico experimento com células humanas cultivadas em embriões de macaco

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Embriões de macaco com células humanas são agora uma realidade de laboratório. E isso voltou a gerar um forte debate.
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TOPO
Por Helen Briggs, BBC

Postado em 29 de abril de 2021 às 12h35m


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Células humanas foram cultivadas em um embrião de macaco — Foto: WEIZHI JI/KUNMING UNIV OF SCIENCE AND TECHNOLOGY
Células humanas foram cultivadas em um embrião de macaco — Foto: WEIZHI JI/KUNMING UNIV OF SCIENCE AND TECHNOLOGY

Embriões de macaco contendo células humanas foram feitos em um laboratório. A pesquisa, feita por uma equipe de pesquisadores dos Estados Unidos e da China, gerou um novo debate sobre a ética de tais experimentos.

Os cientistas injetaram células-tronco humanas (células que têm a capacidade de se desenvolver em muitos tecidos diferentes do corpo) em embriões de macacos.

Os embriões em desenvolvimento foram estudados por até 20 dias.

Outros chamados embriões de espécies mistas, ou quimeras, foram produzidos no passado, com células humanas implantadas em embriões de ovelhas e porcos.

A equipe de cientistas foi liderada pelo professor Juan Carlos Izpisua Belmonte, do Salk Institute, dos Estados Unidos, que, em 2017, ajudou a fazer o primeiro híbrido humano-porco.

O trabalho pode abrir caminho para lidar com a grave escassez de órgãos transplantáveis, além de ajudar a entender mais sobre o desenvolvimento humano inicial, a progressão de doenças e o envelhecimento, disse ele.

"Essas abordagens quiméricas podem ser realmente muito úteis para o avanço da pesquisa biomédica não apenas nos primeiros estágios da vida, mas também no último estágio."

Ele afirmou que o estudo, publicado na revista Cell, atendeu às normas éticas e legais vigentes.

"Em última análise, conduzimos esses estudos para compreender e melhorar a saúde humana", disse ele.

'Desafios éticos'

Alguns cientistas, no entanto, levantaram preocupações sobre o experimento, argumentando que embora os embriões neste caso tenham sido destruídos em 20 dias, outros poderiam tentar levar o trabalho adiante.

Eles estão pedindo um debate público sobre as implicações da criação de quimeras com parte humana e parte não humana.

Anna Smajdor, palestrante e pesquisadora em ética biomédica na Escola de Medicina de Norwich da Universidade de East Anglia, disse, comentando sobre a pesquisa, que ela apresenta "desafios éticos e legais significativos".

Ela acrescentou: "Os cientistas responsáveis por esta pesquisa afirmam que esses embriões quiméricos oferecem novas oportunidades, porque 'não somos capazes de conduzir certos tipos de experimentos em humanos'. Mas se esses embriões são humanos ou não é uma questão em aberto."

Julian Savulescu, da Universidade de Oxford, disse que a pesquisa "abre a caixa de Pandora para quimeras humanas e não-humanas".

"Esses embriões foram destruídos em 20 dias de desenvolvimento, mas é apenas uma questão de tempo antes que as quimeras humano e não humanas sejam desenvolvidas com sucesso, talvez como uma fonte de órgãos para os humanos. Esse é um dos objetivos de longo prazo desta pesquisa", acrescentou Savulescu.

Sarah Norcross, diretora do Progress Educational Trust, disse que "avanços substanciais" estão sendo feitos na pesquisa de embriões e células-tronco, que podem trazer benefícios igualmente substanciais, mas aponta que "há uma clara necessidade de discussão pública e debate sobre as questões éticas e desafios regulatórios levantados".

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