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quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Dólar e ouro lideram ranking de investimentos em 2020

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Evolução da pandemia de coronavírus e risco fiscal do Brasil dificultaram a vida do investidor brasileiro neste ano.  
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Por Luiz Guilherme Gerbelli, G1  
31/12/2020 07h25 Atualizado há uma hora
Postado em 31 de dezembro de 2020 às 09h30m


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Dólar liderou ranking de investimentos — Foto: pasja1000/Creative Commons
Dólar liderou ranking de investimentos — Foto: pasja1000/Creative Commons

Num ano marcado pela forte turbulência dos mercados financeiros globais, o dólar e o ouro foram os melhores investimentos de 2020. A moeda norte-americana avançou 28,9%, enquanto o metal registrou alta de 24,4%.

O levantamento foi realizado pelo professor do Insper Michael Viriato com base em dados da Economatica. Dólar e ouro costumam ser procurados em momentos de grandes incertezas.

Ranking dos investimentos — Foto: Economia G1
Ranking dos investimentos — Foto: Economia G1

A incerteza deste ano se explica por fatores externos e domésticos:

  • Inesperada, a pandemia de coronavírus provocou uma recessão global e, agora, coloca uma grande dúvida sobre qual será o ritmo de recuperação da atividade econômica;
  • Internamente, a falta de clareza com o rumo das contas públicas do Brasil adiciona ainda mais incerteza no cenário local.

A lanterna do ranking foi ocupada pelos fundos imobiliários (-10,7%) e pela poupança (2,1%).

A Bovespa acumulou alta de 3% em 2020, num ano de bastante volatilidade. O principal índice da bolsa de valores do Brasil, B3, chegou a recuar para o patamar de 60 mil pontos no auge da crise provocada pelo coronavírus, mas conseguiu se recuperar ao longo do ano. No último pregão do ano, por exemplo, operou em patamar recorde e superou os 120 mil pontos pela primeira vez.

"O ano de 2020 foi muito difícil, e o investidor que teve um desempenho melhor foi aquele que diversificou a carteira", afirma Viriato. "Mas o resultado final foi mais positivo do que se esperava em abril (no auge da crise)."

Para o brasileiro, o ano de 2020 foi um teste de nervos, até nos investimentos mais conservadores. Com a taxa básica de juros (Selic) num nível historicamente baixo - em 2% ao ano -, as aplicações de baixo risco tiveram dificuldade para superar a inflação.

Copom mantém taxa básica de juros em 2% ao ano
Copom mantém taxa básica de juros em 2% ao ano

Em 2020, o Certificado de Depósito Interbancário (CDI) acumulou alta de 2,7% e ficou bem abaixo da variação do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), conhecido por reajustar o aluguel.

Também deve perder para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Os analistas consultados pelo relatório Focus, do Banco Central, por exemplo, projetam uma alta de 4,39% para o índice em 2020.

O CDI acompanha a taxa básica de juros e serve de referência para várias aplicações de baixo risco.

"Dado tudo o que aconteceu, foi um ano ok. Pareceu um ano monótono, mas foi longe disso", diz o CEO da Garde Asset Management, Marcelo Giufrida. "Foi basicamente uma montanha russa, mas no final do ano todo mundo está chegando no mesmo ponto."

Incerteza prossegue em 2021

Em 2021, o quadro não será muito diferente. A incerteza com os rumos da pandemia deve prosseguir, assim com a dúvida se o Brasil vai ajustar as contas públicas e manter em vigor o teto de gastos, medida que limita o crescimento das despesas em relação ao ano anterior.

Se o governo não mostrar comprometimento com a credibilidade fiscal, pode haver uma piora da percepção de risco com a economia brasileira, o que levaria a uma fuga de investidores e piora nos ativos de maior risco, como dólar, por exemplo.

"O teto acabou virando o grande lastro (da política fiscal). Ele acaba amarrando a mão dos dirigentes, de que eles não podem gastar mais do que está escrito lá", afirma Giufrida.

Especialistas apontam os principais problemas para a recuperação econômica
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Na política fiscal, o mercado monitora, por exemplo, quais serão os próximos passos com a área social. Com o fim do Auxílio Emergencial, o governo chegou a ensaiar a criação do Renda Cidadã, que também iria substituir o Bolsa Família, mas a proposta esbarra no limite fiscal do país.

"O ano de 2021 vai ser difícil. O Brasil tem fragilidades, e não haverá vento a favor da economia global", afirma Viriato.

Há ainda uma dúvida com relação ao comportamento da pandemia e o ritmo de vacinação no mundo contra a Covid-19. Uma imunização mais rápida pode garantir uma volta mais acelerada da economia.

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