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domingo, 12 de abril de 2020

Banco Mundial prevê retração de 5% no PIB do Brasil em 2020

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Relatório foi divulgado neste domingo (12). Já o PIB da região da América Latina e Caribe deve encolher 4,6% neste ano.
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 Por G1  

 Postado em 12 de abril de 2020 às 20h05m  

      Post.N.\9.215  
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Banco Mundial prevê retração de 5% na economia brasileira
Banco Mundial prevê retração de 5% na economia brasileira
O Banco Mundial divulgou neste domingo (12) um relatório em que estima uma retração de 5% no PIB do Brasil em 2020. Já a previsão para o PIB do Brasil em 2021 e 2022 é de 1,5% e 2,3%, respectivamente. Essas estimativas estão no relatório "A economia nos tempos da Covid-19", publicado neste domingo. As informações são da France Presse.

Ainda de acordo com o documento, o PIB da região da América Latina e Caribe deve encolher 4,6% neste ano – o cálculo não considera a Venezuela.

O documento prevê ainda que uma crise mergulhará todos os países da região em recessão – exceto a Guiana, que crescerá, e a República Dominicana, que permanecerá estável. A crise provocada pelos efeitos da pandemia da Covid-19 será seguida por uma recuperação com crescimento de 2,6% tanto em 2021 quanto em 2022.

O economista-chefe do Banco Mundial para América Latina e Caribe, Martín Rama, disse neste domingo que as perspectivas para a região "não são boas" e que a situação econômica é bastante difícil.
Os governos da América Latina e do Caribe enfrentam o enorme desafio de proteger vidas e ao mesmo tempo limitar o impacto das consequências econômicas, afirmou. "Isso exigirá políticas coerentes e direcionadas em uma escala raramente vista antes."
Martín Rama, economista-chefe do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe, diz que as perspectivas para a região "não são boas" e que é "pessimista" com o momento — Foto: Reprodução/Site do Banco Mundial
Martín Rama, economista-chefe do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe, diz que as perspectivas para a região "não são boas" e que é "pessimista" com o momento — Foto: Reprodução/Site do Banco Mundial

O relatório também aponta que o momento exige "respostas de políticas em diversas frentes para apoiar os mais vulneráveis, evitar uma crise financeira e proteger os empregos".

Segundo o documento, os programas atuais de proteção e assistência social devem ser rapidamente ampliados. Para o Banco Mundial, isso é importante para ajudar os vulneráveis a enfrentar a perda de renda.

O documento aponta ainda que os governos também devem considerar apoiar as instituições do setor financeiro e as principais fontes de emprego.

O Banco Mundial lembra ainda que os países da região apresentam mais informalidade no mercado de trabalho e que, por isso, é "mais difícil que os sistemas de proteção social atinjam todas as famílias e se protejam todas as fontes de emprego".
Coluna "2020f" na tabela acima mostra estimativa do PIB em 2020 em países da região da América Latina e Caribe — Foto: Reprodução/Página do relatório "A economia nos tempos da Covid-19", do Banco MundialColuna "2020f" na tabela acima mostra estimativa do PIB em 2020 em países da região da América Latina e Caribe — Foto: Reprodução/Página do relatório "A economia nos tempos da Covid-19", do Banco Mundial

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Eliminar e não achatar a curva: Nova Zelândia tem resultados com estratégia mais agressiva contra o coronavírus

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Em março, a primeira-ministra Jacinda Ardern anunciou 'a restrição mais dura à movimentação na história moderna da Nova Zelândia'. Agora, desaceleração de novos casos é vista como sinal de sucesso da estratégia.
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 Por BBC  

 Postado em 12 de abril de 2020 às 15h10m  


      Post.N.\9.214  
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Contra o coronavírus, a primeira-ministra Jacinda Ardern colocou em marcha o que classificou como 'a restrição mais dura à movimentação na história moderna da Nova Zelândia' — Foto: Getty Images via BBC
Contra o coronavírus, a primeira-ministra Jacinda Ardern colocou em marcha o que classificou como 'a restrição mais dura à movimentação na história moderna da Nova Zelândia' — Foto: Getty Images via BBC

O volume de casos de infecção pelo novo coronavírus não tem sido muito diferente na Nova Zelândia do que em outros países do mundo.

Mas surpreende uma desaceleração recente no aparecimento de novos casos da Covid-19 e, principalmente, o número de mortes desde o início da pandemia: apenas uma.
Uma explicação pode ser que o governo, liderado pela primeira-ministra Jacinda Ardern, tomou decisões consideradas mais agressivas do que outros países desenvolvidos, como o confinamento de toda a sua população por um mês e o fechamento total de fronteiras.
Também foi um diferencial o fato destas medidas terem sido tomadas desde o início dos casos e a noção de que se buscava não a "mitigação" da doença, mas sim sua "eliminação" na medida do possível.
O que significa o objetivo não de achatar a curva, mas de destruí-la.

"Se for bem-sucedido, o plano aponta para uma rota de saída clara, com um retorno cuidadoso às atividades normais", diz um artigo científico sobre a estratégia da Nova Zelândia publicado por um grupo liderado pelo epidemiologista Michael Baker.

No entanto, especialistas da Universidade de Otago são cautelosos em comemorar vitória, já que ainda não há tempo nem dados para consolidar os resultados.

Uma única morte
Os primeiros dias de abril indicam que o país está no caminho certo.
Na quinta-feira (9), havia 992 casos confirmados de Covid-19 na Nova Zelândia. Era 28 de fevereiro quando o primeiro foi detectado.

A única morte no país, a de uma mulher idosa que contraiu o vírus no exterior, aconteceu em 29 de março.

Mas o total de casos, por outro lado, registrou um aumento notável nas últimas duas semanas, passando de 189 casos em 25 de março para quase 1 mil em 9 de abril, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Além da recuperação de quase 300 pacientes e do registro de apenas uma morte, o que gera esperanças de que a estratégia de "eliminação" da doença esteja funcionando é a diminuição do aparecimento de novos casos.

Na comparação com as 76 novas infecções registradas em 2 de abril, por exemplo, houve queda constante até se chegar aos 23 nesta quinta-feira.

Qual é a estratégia pela 'eliminação'?
Restrição de circulação foi reforçada por linha direta com a polícia para denúncia contra quem burlou regras — Foto: Getty Images via BBC
Restrição de circulação foi reforçada por linha direta com a polícia para denúncia contra quem burlou regras — Foto: Getty Images via BBC

Na estratégia de mitigação, aplicada em países como os Estados Unidos, as medidas e restrições aumentam conforme a epidemia progride, buscando "achatar a curva".

Por outro lado, a estratégia de "eliminar" a curva "inverte esta ordem, em parte introduzindo medidas mais agressivas no início", diz o artigo publicado pela equipe de Baker.

"Essa abordagem mira no controle de fronteiras (...) e enfatiza o isolamento de casos e a quarentena de contatos para 'eliminar' cadeias de transmissão", destacam.
Embora algumas destas medidas tenham sido seguidas por outros países, os especialistas apontam cinco chaves indispensáveis para se obter bons resultados:
  • Controles de fronteira com isolamento efetivo dos passageiros;
  • Detecção rápida através de testes generalizados;
  • Isolamento e rastreamento de contatos;
  • Intensa promoção da higiene e rígido cumprimento do distanciamento social;
  • Estratégia de comunicação eficaz para a população.
Mas o que exatamente fez a Nova Zelândia?
Ainda que o país dependa fortemente do turismo, a Nova Zelândia fechou suas fronteiras em meados de março — Foto: Getty Images via BBC
Ainda que o país dependa fortemente do turismo, a Nova Zelândia fechou suas fronteiras em meados de março — Foto: Getty Images via BBC

O país começou a aplicar a quarentena de todos os viajantes vindos do exterior em 15 de março. Apenas quatro dias depois, a política cresceu para o fechamento de fronteiras.

Em 23 de março, a primeira-ministra anunciou "a restrição mais dura à movimentação na história moderna da Nova Zelândia", avançando para o nível 4 do seu plano de contingência com duração de quatro semanas.

Ninguém pode sair de casa, exceto para comprar comida ou remédios, ou para se exercitar nos arredores da casa. O contato é permitido apenas no círculo doméstico e as autoridades informam constantemente como sair com segurança.

Os profissionais de serviços considerados essenciais são os únicos que podem estar nas ruas.

"Ter uma postura forte e dentro do prazo deu ao governo e ao setor de saúde tempo para se preparar para o pior, incluindo a instalação de estações de teste e ampliação da capacidade hospitalar", disse à BBC News Mundo (serviço em espanhol da BBC) a professora Ella Henry, da Universidade de Tecnologia de Auckland.

"Em geral, os neozelandeses cumpriram as regras e os casos isolados de mau comportamento, como reuniões ilegais e a quebra de confinamento foram expostos e colocados sobre um constrangimento público", explica Henry, em isolamento há três semanas.
Uma linha direta da polícia recebeu centenas de queixas de vizinhos apontando para quem estava violando as regras.

O próprio ministro da Saúde, David Clark, foi rebaixado de cargo após ser descoberto que ele foi à praia com a família dias após o confinamento já ter sido ordenado.

"Em condições normais, eu teria demitido o ministro. O que ele fez está errado e ele não tem desculpas. Mas agora minha prioridade é nossa luta coletiva contra a covid-19", disse a primeiro-ministra em comunicado.

Um modelo a ser seguido?
A geografia da Nova Zelândia também é parte do aparente sucesso do país em conter a doença.

Sendo uma nação composta por duas grandes ilhas, já havia um bom controle das fronteiras estabelecidas.

Além disso, ter uma população de 4,8 milhões de habitantes significa que as autoridades têm maior controle e que as pessoas também exercem uma vigilância uma sobre as outras.

Um país com características semelhantes poderia buscar também a estratégia de "eliminação", mas as medidas teriam que ser tomadas antes do aparecimento de transmissões comunitárias (aquelas não relacionadas à importação da doença por viajantes).

"O bloqueio tem grandes custos sociais e econômicos e provavelmente será particularmente difícil para aqueles com menos recursos", diz Baker e sua equipe.

O governo lançou programas de apoio financeiro a empresas e trabalhadores autônomos, os pagamentos de hipotecas foram suspensos e até as famílias de baixa renda receberam dispositivos para acessar a Internet.

Em outros países com outras condições, este tipo de auxílio pode ser difícil de ser sustentado, mas "ilhas" de estabilidade podem ser criadas, diz Henry.

E enquanto alguns neozelandeses já comemoram a resposta rápida de seu país, a equipe de Baker alerta que o país não está a salvo de uma piora.

"O êxito da estratégia de eliminação está longe de ser certeiro na Nova Zelândia."
Austrália e Nova Zelândia registraram o menor número de casos em quase três semanas
Austrália e Nova Zelândia registraram o menor número de casos em quase três semanas


CORONAVÍRUS


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Ignacio López-Goñi, o cientista que ousou dar 10 boas notícias sobre o coronavírus (e continua otimista)

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O pesquisador espanhol nunca pensou que seu artigo seria traduzido para vários idiomas e compartilhado no mundo todo.
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 Por Margarita Rodríguez, BBC  

 Postado em 12 de abril de 2020 às 11h00m  

      Post.N.\9.213  
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Ignacio López-Goñi é professor de microbiologia da Universidade de Navarra, na Espanha — Foto: Digulgação via BBC
Ignacio López-Goñi é professor de microbiologia da Universidade de Navarra, na Espanha — Foto: Digulgação via BBC


Em 29 de fevereiro, um sábado, o microbiologista espanhol Ignacio López-Goñi assumiu três desafios, embora só fosse ter conhecimento do terceiro dias depois.
O primeiro era conseguir informações "animadoras" sobre um vírus emergente que estava causando dor e morte na China.
O segundo era escrever um texto que, com evidências científicas, convidasse as pessoas a não sentir medo desse coronavírus altamente contagioso, que já estava chegando a vários continentes.

E o terceiro, do qual ainda não tinha conhecimento, era conseguir que um artigo com boas notícias viralizasse.
É que vários estudos mostram que, como leitores, tendemos a escolher e nos lembrar mais das más notícias.

O professor da Universidade de Navarra intitulou seu artigo "Dez boas notícias sobre o coronavírus". O texto foi publicado na plataforma The Conversation em 1º de março.
Segundo o espanhol, seu artigo foi lido por mais de 21 milhões de pessoas e foi traduzido para idiomas como inglês, francês, português, espanhol, italiano, coreano e indonésio.

"A primeira coisa que isso causa é um pouco de vertigem (...) nunca pensei que algo que eu fosse escrever fosse dar a volta ao mundo", diz ele.

'Meu defeito é ser otimista'
A princípio, López-Goñi não tinha muita clareza sobre o conteúdo de seu artigo. Mas sabia que seria uma lista e que teria o número 10.
O artigo foi lido por mais de 21 milhões de pessoas e foi traduzido a diferentes idiomas — Foto: Getty images via BBC
O artigo foi lido por mais de 21 milhões de pessoas e foi traduzido a diferentes idiomas — Foto: Getty images via BBC

Naquele sábado, ele estava em casa quando escreveu o título com uma caneta.
Assim, começou o processo de eliminar uma a uma as razões pelas quais o panorama contra o coronavírus não era tão sombrio quanto muitos o percebiam.

"Eu estava preocupado com todas as notícias que estavam chegando sobre o coronavírus. Eram todas ruins, e talvez por causa do meu defeito de ser otimista, naquele fim de semana eu disse para mim mesmo: 'Vou ver se sou capaz de colocar no papel dez notícias animadoras sobre esse problema do coronavírus."

"É que você pode ver o copo meio cheio ou meio vazio. Tratava-se de vê-lo meio cheio. Houve pessoas que me disseram que isso era banalizar o assunto, mas não era a intenção, longe disso", diz ele.

Sua motivação, ele insiste, é que em tempos de crise "todos nós precisamos ver a luz no fim do túnel".

"Precisamos de um motivo para ter esperança e pensar: 'daqui conseguimos sair.' É por isso que o artigo foi tão bem-sucedido e é por isso que tantas pessoas o leram."
"As boas notícias às vezes podem se tornar virais."

Nuances
Refletindo sobre outras pandemias, o pesquisador garante que a comunidade científica reagiu a esta com "uma velocidade extremamente alta" e que só isso segue sendo "uma boa notícia".

"Tudo isso está mudando tão rapidamente que a leitura desse artigo dois meses depois de ter sido escrito pode ter nuances diferentes."
"É verdade que, quando escrevi, a situação na Espanha não era como a de agora e praticamente 98% dos casos estavam ocorrendo na China."

E embora tenha apontado no texto que os casos no país asiático estavam desacelerando, ele reconhece que mais tarde a doença se espalhou "por todo o planeta com uma força inusitada".
"É muito mais sério do que pensávamos quando escrevi o artigo", reflete.

O coronavírus está deixando dor em muitos dos lugares por onde passou. Mais de 95 mil pessoas morreram e já existem mais de 1,5 milhão de infectados.

O primeiro texto que López-Goñi escreveu sobre esse assunto foi em 10 de janeiro. O artigo foi publicado na revista científica Investigación y Ciencia, a versão espanhola da Scientific American.

"Naquela época, eu não sabia de tudo que nos aconteceria", diz ele.
A maioria das informações que a comunidade internacional tinha, naquele momento, vinha da China.

"A China adotou medidas draconianas, e pensávamos que o vírus nunca chegaria a nossos países. Eu realmente pensei que seria um problema contido na China, como havia acontecido com outros vírus, como do SARS e MERS no Oriente Médio."
"Acho que todos, eu em primeiro lugar, éramos um pouco incrédulos e pecamos sendo incrédulos, admito."
No entanto, "as boas notícias seguem sendo tão necessárias ou inclusive até mais do que eram há um mês, quando eu as escrevi".

O segredo: a perspectiva
"Não foi difícil de escrever", diz. "O número de artigos científicos que tinham sido escritos [até 29 de fevereiro] sobre o assunto era 164, e isso já tinha me impressionado. Hoje existem mais de 2.800."
O cientista diz que 'as boas notícias também podem viralizar' e, em épocas de crises, são muito necessárias — Foto: Getty Images via BBC
O cientista diz que 'as boas notícias também podem viralizar' e, em épocas de crises, são muito necessárias — Foto: Getty Images via BBC

Um dos primeiros aspectos que o pesquisador esclarecia no texto é que uma pandemia "não é sinônimo de morte" e que, independente da classificação atribuída ao novo vírus, o assunto era sério e tinha que ser contemplado com importância.

Poucos dias depois, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a pandemia da covid-19, a doença causada pelo coronavírus.

"Poderíamos dizer: 'Quão pouco sabemos sobre o coronavírus!'. Mas se colocarmos em perspectiva, temos que pensar que, sim, é um vírus que não conhecíamos, mas aprendemos muitíssimo mais sobre ele em dois, três meses do que sabíamos sobre a AIDS em não sei quantos anos."

Por exemplo, já temos o genoma do vírus e métodos de diagnóstico.

'Vamos vencer esta partida'
O acadêmico escreveu outros textos nos quais se aprofundou em três das boas notícias sobre o coronavírus: o aumento substancial de artigos científicos sobre o assunto, o desenvolvimento de protótipos de vacinas e ensaios clínicos com antivirais e outras combinações de terapias que estão sendo empregadas para tratar os casos mais graves.

"A ciência nunca esteve tão bem preparada quanto agora para combater um problema como este", opina.

López-Goñi tem muita clareza sobre em que se deve ter fé: "A ciência vai nos tirar disso".

De todos os esforços internacionais em andamento, algo que é histórico, o professor está convencido de que "algo positivo virá", não apenas em termos de tratamento, mas também de prevenção.
"Vamos vencer esta partida", diz ele com entusiasmo.

Consertar o avião em pleno voo
A emergência internacional desencadeada pelo coronavírus mostrou que muitas vezes "a sociedade pede à ciência certezas, e a ciência não as possui", reflete López-Goñi.
"A ciência avança com as incertezas, com as perguntas."

Algumas das perguntas que "a sociedade fez à ciência durante esses meses não fomos capazes de responder simplesmente porque não sabíamos [as respostas]".
Com todos os esforços internacionais, algo histórico, o professor está convencido de que 'algo positivo sairá', não só em relação a tratamento, mas também a prevenção — Foto: Getty Images via BBC
Com todos os esforços internacionais, algo histórico, o professor está convencido de que 'algo positivo sairá', não só em relação a tratamento, mas também a prevenção — Foto: Getty Images via BBC

Para ilustrar esse ponto, o professor dá um exemplo: imagine que você está no comando de um avião e lhe dizem: o avião quebrou e você deve consertá-lo enquanto voa, porque não pode pousar.

"Estamos em uma situação muito semelhante."
Os cientistas não podem "parar", diz ele, e precisam continuar processando os dados que chegam de diferentes partes do mundo.
O que estamos fazendo é uma "ciência express."

E é importante lembrar, segundo o pesquisador, que a ciência exige "um pouco de descanso, a ciência tem seu tempo, ela precisa que cientistas avaliem o trabalho de cientistas, repita os experimentos e os confirme".

O medo paralisa
López-Goñi reflete sobre quanto dano as informações falsas que circularam sobre o coronavírus nas redes sociais e na internet causaram.

Soma-se a isso uma superexposição de informações que está gerando uma "enorme ansiedade" em muitas pessoas.
"A única coisa que o medo faz é nos paralisar", diz ele.

"É importante que se preste atenção nas boas notícias" e nas expressões de solidariedade que estão ocorrendo em todo o mundo.
"Isso está trazendo o melhor de muita gente", ele reflete.

"Tudo isso vai gerar uma mudança de paradigma no nosso modelo global."
E, na opinião dele, será para "melhor".
"O medo só nos paralisa", diz López-Goñi, que faz um alerta sobre as informações falsas que circulam na internet — Foto: Getty Images via BBC
"O medo só nos paralisa", diz López-Goñi, que faz um alerta sobre as informações falsas que circulam na internet — Foto: Getty Images via BBC

'A vacina é você'
O cientista espanhol insiste que "a solução está nas mãos de todos" e que "a vacina é você".

Ele explica que em nosso confronto contra esse novo vírus — para o qual as pessoas não são imunizadas e, portanto, somos todos suscetíveis —, a única maneira de reduzir a transmissão é através de medidas de distanciamento social e de higiene.

Isso ajudará a proteger as pessoas mais vulneráveis: os idosos e aqueles que sofrem de certas patologias.

Segundo o especialista, é essencial evitar o colapso dos sistemas de saúde, mas "é isso que está acontecendo em muitos países".

O que vem por aí
Segundo o especialista, "as epidemias se expandem, diminuem e terminam". "Não é como uma guerra que não sabemos quando começará ou quando terminará".

No entanto, o impacto da pandemia nos níveis social e econômico é o que lhe causa "a maior vertigem".

As consequências já começaram a ser sentidas em muitos setores da economia mundial.
Apesar disso, ele quer continuar apelando para o otimismo e para a importância de se pensar na ciência não como um gasto, mas como um investimento.

"Aqui na Espanha nós sofremos com isso. Agora olhamos para a ciência, mas há mais de uma década nós a estamos estrangulando economicamente."
E volta a usar um exemplo muito ilustrativo:
"Imagine que há quatro meses perguntassem aos cidadãos: 'Você deseja que com o dinheiro de seus impostos se pague, subsidie, uma pesquisa de umas pessoas que estão buscando vírus em morcegos?'. Pois as pessoas teriam dito que não, que não havia interesse em direcionar dinheiro a buscar vírus em morcegos. Mas não nos damos conta da importância desse tipo de pesquisa, muitas vezes básica."
A origem do SARS Cov-2 foi associada a vírus encontrado em morcegos.
Essa mudança de paradigma sobre a qual López-Goñi fala também deve incluir investimentos em saúde e educação, diz ele.

"Não podemos baixar a guarda."
E, se tivermos sucesso, certamente haverá mais boas notícias para contar.

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