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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Centro nacional de pesquisas que abriga superlaboratório Sirius sofre ataque hacker em Campinas

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Computadores e servidores do CNPEM foram afetados. Sequestro de dados não comprometeu as atividades do acelerador de partículas, informou o centro.
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Por Arthur Menicucci, g1 Campinas e Região

Postado em 21 de fevereiro de 2022 às 20h45m

Post.- N.\ 10.217

CNPEM abriga superlaboratório Sirius — Foto: CNPEM/Divulgação
CNPEM abriga superlaboratório Sirius — Foto: CNPEM/Divulgação

O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), que fica em Campinas (SP), sofreu um ataque hacker na noite de sábado (19) e teve parte dos arquivos sequestrados. O centro abriga o superlaboratório de luz síncrotron de 4ª geração Sirius, que é o acelerador de partículas do Brasil. Parte dos sistemas voltou a operar nesta segunda (21), mas ainda há serviços fora do ar, informou o centro.

O CNPEM confirmou que o ataque cibernético foi do tipo ransomware, que impede o acesso às informações armazenadas em um dispositivo. Com isso, os cibercriminosos pretendem forçar a vítima a pagar para recuperarem o acesso ao sistema. Entenda o crime nesta reportagem e no vídeo abaixo.

Um comunicado interno do CNPEM informou que o incidente de segurança foi parcialmente contido pela equipe de TI do centro, mas vários computadores e servidores acabaram corrompidos.

De acordo com a assessoria de imprensa do centro, as atividades de pesquisa e desenvolvimento dos laboratórios foram afetadas, mas não "criticamente". A extensão do incidente ainda não foi mensurada.

"Alguns computadores ligados a equipamentos laboratoriais, que dependem de sistemas legados, foram comprometidos e estão sendo recuperados", informou.

"O time de Tecnologia da Informação segue atuante para recuperar sistemas ainda comprometidos, identificar as causas e mensurar a extensão do incidente. O CNPEM está tomando todas as providências técnicas e legais em resposta ao ocorrido".

VÍDEO: Ransomware - entenda como vírus é usado em extorsões
VÍDEO: Ransomware - entenda como vírus é usado em extorsões

O CNPEM informou que, até esta publicação, não houve contato de cibercriminosos para cobrança de valores em troca da devolução dos dados.

Em nota, o CNPEM informou que o Sirius não foi afetado. "A operação e os dados do Sirius foram preservados, devido aos rígidos padrões de segurança adotados pelo Projeto. Dados do Sirius são armazenados na nuvem e seus aceleradores de elétrons e estações de pesquisa utilizam sistemas customizados, desenvolvidos pela equipe do CNPEM e sem acesso à rede".

O CNPEM é uma organização social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). O g1 questionou o ministério sobre o caso e aguardava um posicionamento até esta publicação. A reportagem será atualizada quando houver retorno.

Outros ataques hackers

Em 10 de dezembro, um ataque hacker afetou o sistema do Ministério da Saúde e derrubou a Rede Nacional de Dados em Saúde, conhecida por ser a plataforma-mãeque reúne todas as informações registradas por estados e municípios, na ponta do Sistema Único de Saúde (SUS).

O mesmo ataque aos sistemas do Ministério da Saúde afetou a Controladoria Geral da União (CGU), à Polícia Rodoviária Federal (PRF) e ao Instituto Federal do Paraná (IFPR).

Sirius, laboratório de luz síncrotron de 4ª geração — Foto: Nelson Kon
Sirius, laboratório de luz síncrotron de 4ª geração — Foto: Nelson Kon

O CNPEM

O centro possui quatro laboratórios que são referências mundiais. Um deles, o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), opera o Sirius, o acelerador de partículas brasileiro. Superlaboratório funciona como um microscópio de alta performance que analisa os mais diversos tipos de materiais, orgânicos e inorgânicos.

O CNPEM também abriga o Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), que desenvolve pesquisas em áreas de fronteira da Biociência; o Laboratório Nacional de Biorrenováveis (LNBR), responsável pela pesquisa para o desenvolvimento de biocombustíveis; e o Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano), que pesquisa materiais avançados.

"Os quatro Laboratórios têm, ainda, projetos próprios de pesquisa e participam da agenda transversal de investigação coordenada pelo CNPEM, que articula instalações e competências científicas em torno de temas estratégicos", informa o site do centro.

A partir de 2022, com o apoio do Ministério da Educação (MEC), o CNPEM abriu a Ilum Escola de Ciência.

"O curso superior interdisciplinar em Ciência, Tecnologia e Inovação adota propostas inovadoras com o objetivo de oferecer formação de excelência, gratuita, em período integral e com imersão no ambiente de pesquisa do CNPEM", completou o CNPEM.

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Como a ciência explica por que é tão difícil resistir a comidas doces e gordurosas

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Experimentos mostram que certos alimentos ativam mecanismos de recompensa do cérebro.
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TOPO
Por BBC

Postado em 21 de fevereiro de 2022 às 11h05m

Post.- N.\ 10.216

Experimentos científicos nos oferecem algumas pistas sobre o que acontece em nossos cérebros quando optamos por certos alimentos. — Foto: Pexels
Experimentos científicos nos oferecem algumas pistas sobre o que acontece em nossos cérebros quando optamos por certos alimentos. — Foto: Pexels

Por que é tão mais fácil escolher comer um donut em vez de uma porção de brócolis cozido no vapor?

Não há dúvida de que algumas comidas despertam mais a nossa vontade do que outras — sobretudo aquelas ricas em açúcar e gordura.

Mas por que são tão irresistíveis?

Experimentos científicos nos oferecem algumas pistas sobre o que acontece em nossos cérebros quando optamos por certos alimentos.

Segundo o neurocientista Fabian Grabenhorst, se você entrasse em uma máquina de ressonância magnética e te oferecessem um milk-shake de chocolate, poderíamos ver o sistema de recompensas do seu cérebro se iluminar como um parque de diversões.

Alimentos como milk-shake ativam mecanismos de recompensa do cérebro — Foto: Pexels
Alimentos como milk-shake ativam mecanismos de recompensa do cérebro — Foto: Pexels

Logo acima dos olhos está localizado o córtex orbitofrontal, uma parte do cérebro que é especialmente desenvolvida em humanos e primatas.

Nela, grupos de neurônios respondem a diferentes sensações e nutrientes — sabor, cheiro, quão cremoso e encorpado o milk-shake é — e quanto mais seus neurônios se iluminam, mais apetitosa a comida em questão parece.

Duas coisas que alegram particularmente estes neurônios de recompensa são a gordura e o açúcar.

E combinações de gordura e açúcar podem ser ainda mais atraentes, como no caso do milkshake, de um donut ou de uma fatia de torta.

Combinações de gordura e açúcar podem ser ainda mais atraentes, como no caso do milkshake, de um donut ou de uma fatia de torta. — Foto: Pexels
Combinações de gordura e açúcar podem ser ainda mais atraentes, como no caso do milkshake, de um donut ou de uma fatia de torta. — Foto: Pexels

Mas nossos neurônios não respondem apenas a essas sensações, eles também são ativados quando você está planejando o que comer — em uma espécie de competição entre si para serem "escolhidos".

E uma vez que você decide, os mesmos neurônios acompanham seu progresso — à medida que você come, eles vão ficando cada vez menos ativos, conforme você se aproxima da saciedade.

Mas não estamos totalmente à mercê das demandas de nosso córtex orbitofrontal. Ter informações sobre os alimentos pode fazer uma grande diferença.

Vamos voltar àquela máquina de ressonância magnética, e tomar agora um pouco de sopa. Tem dois tipos — uma sopa é identificada como de 'sabor rico e delicioso', e a outra como 'água de legume cozido'.

Seus neurônios se iluminam mais ao tomar a sopa de 'sabor rico e delicioso', e menos com a 'água de legume cozido'.

Mas tem uma pegadinha: é a mesma sopa. A única diferença é o nome, e isso é suficiente para mudar completamente sua experiência, conforme mostram estudos.

É a mesma sopa, mas os neurônios se iluminam mais ao tomar a sopa de 'sabor rico e delicioso', e menos com a 'água de legume cozido' — Foto: Pexels
É a mesma sopa, mas os neurônios se iluminam mais ao tomar a sopa de 'sabor rico e delicioso', e menos com a 'água de legume cozido' — Foto: Pexels

Este experimento também foi feito com vinho — dizer às pessoas que determinado vinho era mais caro aumentava a atividade dos neurônios e deixava o vinho com um sabor melhor.

Outra parte do cérebro envolvida na escolha dos alimentos é a amígdala — estrutura localizada no lobo temporal (lateral), que processa nossas emoções.

Ela também tem um papel quando você decide onde ir comer com outra pessoa.

Se você já viu no passado o que esta pessoa prefere, sua amígdala terá desenvolvido os chamados neurônios de simulação — que permitem a você prever as intenções do outro e incluir assim em suas próprias sugestões do que comer juntos.

As diferenças em nossos genes também são um fator que explica quão suscetíveis somos ao canto da sereia dos nossos neurônios de recompensa — algumas pessoas são naturalmente mais responsivas à recompensa que sentimos ao comer açúcar e gordura do que outras.

Aspecto social

Experimentos científicos nos oferecem pistas sobre como nossos cérebros computam nossas escolhas sobre o que comer, mas a maneira como lidamos com essas escolhas em nossas vidas e na sociedade também é complexa.

De acordo com Emily Contois, professora assistente de Estudos de Mídia da Universidade de Tulsa, nos EUA, vários fatores influenciam nossa escolha do que comer.

"O que está disponível no supermercado? O que é conveniente? O que é acessível financeiramente? O que traz boas lembranças? O que é gostoso para nós? O que achamos saudável? Qual é o nosso estado de saúde atual? O que define nossas ideias sobre quem somos?", enumera ela para a BBC Ideas.

E as redes sociais, segundo ela, ganharam um papel importante neste processo.

"O Instagram, e o desejo de que as pessoas sejam capazes de tirar belas fotos de comida, transformaram a ideia de que 'você é o que você come', em 'você é o que você posta'", avalia.

Redes sociais ganharam um papel importante na hora de escolher o que comer — Foto: Pexels
Redes sociais ganharam um papel importante na hora de escolher o que comer — Foto: Pexels

Contois afirma que buscamos uma série de coisas diferentes a partir dos alimentos que consumimos — como conforto, conexão com nossa família ou nossa herança ancestral e até mesmo um senso de controle.

"Quando vivemos em momentos repletos de conflitos econômicos, políticos e sociais, às vezes buscamos na comida aquela sensação de segurança e proteção. Então, nesses momentos, às vezes vemos as pessoas se interessarem muito por ideias relacionadas à simplicidade, saúde e pureza, como uma maneira de nos protegermos de contextos fora do nosso controle", explica.

Desta forma, a comida fala um pouco também sobre quem somos.

"(Sobre) Toda a complexidade da nossa identidade. O que comemos conta histórias sobre nosso gênero e nossa sexualidade, nossa raça e nossa etnia, nossa classe social ou nossas aspirações em relação à nossa classe social, a região onde vivemos, seja uma área urbana ou rural. O que comemos conta essas histórias contraditórias e complexas sobre quem somos", diz ela.

No futuro, podemos usar nosso conhecimento sobre o que acontece em nossos cérebros para criar alimentos atraentes com poucas calorias e saudáveis.

E podemos nos ajudar entendendo como nossos neurônios de recompensa tramam para conseguir o que querem.

Podemos ficar atentos a momentos em que tendemos a fazer escolhas erradas, como quando optamos por determinado alimento por causa de um rótulo que consideramos atraente, e não pelo teor em si.

No fim das contas, pelo menos não estamos totalmente à mercê de nossos neurônios de recompensa. Podemos usar nossa compreensão para ajudar a pensar em alimentos saudáveis ​​e fazer escolhas saudáveis.

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