Total de visualizações de página

sexta-feira, 7 de outubro de 2022

Nobel da Paz vai para ativista de Belarus preso Ales Bialiatski, organização russa Memorial e organização ucraniana Centro para as Liberdades Civis

<<<===+===.=.=.= =---____--------   ----------____---------____::____   ____= =..= = =..= =..= = =____   ____::____-----------_  ___----------   ----------____---.=.=.=.= +====>>>


Vencedores foram reconhecidos pela 'co-existência pacífica nos países vizinhos Belarus, Rússia e Ucrânia', diz comitê norueguês. Bialiatski está preso atualmente em Belarus.
<<<===+===.=.=.= =---____--------   ----------____---------____::____   ____= =..= = =..= =..= = =____   ____::____-----------_  ___----------   ----------____---.=.=.=.= +====>>>
Por g1

Postado em 07 de outubro de 2022 às 08h45m

 #.*Post. - N.\ 10.497*.#

Nobel da Paz 2022 vai para Ales Bialiatski, Memorial e Center for Civil LibertiesNobel da Paz 2022 vai para Ales Bialiatski, Memorial e Center for Civil Liberties

O ativista de Belarus Ales Bialiatski, a organização internacional russa pelos Direitos Humanos Memorial e a organização ucraniana Centro para as Liberdades Civis venceram o Nobel da Paz de 2022, anunciado nesta sexta-feira (7).

Segundo os organizadores, os vencedores "representam a sociedade civil em seus países de origem".

"O comitê do Prêmio Nobel quis honrar três campeões dos Direitos Humanos, da democracia e da co-existência pacífica nos países vizinhos Belarus, Rússia e Ucrânia. Eles honram a visão de Alfred Nobel (criador do prêmio) sobre paz e convivência, uma visão tão necessária no mundo hoje", declarou o comitê.

O prêmio chega para os três países vizinhos em um dos momentos de maior escalada de tensões desde o começo da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro (leia mais abaixo).

Vencedores do Prêmio Nobel da Paz de 2022.  — Foto: Divulgação
Vencedores do Prêmio Nobel da Paz de 2022. — Foto: Divulgação

O anúncio do Nobel da Paz também foi feito no dia do aniversário de Vladimir Putin, mas a organização negou que a premiação tenha sido um recado ao líder russo. "Este prêmio não é endereçado ao presidente Putin, nem pelo seu aniversário nem em qualquer outro sentido, exceto pelo de que seu governo, assim como o de Belarus, representa um governo autoritário que suprime ativistas de Direitos Humanos", declarou

Um dos vencedores, Ales Bialiatski está atualmente preso em Belarus. Fundador do centro para os Direitos Humanos Viasna (que significa primavera), ele é um dos principais nomes da oposição ao atual presidente do país, Aleksandr Lukashenko, aliado de Vladimir Putin e frequentemente acusado de perseguir e prender opositores e de violar direitos humanos no país.

Bialiatski, que se dedica a promover a democracia e o desenvolvimento pacífico na Bielorrússia , foi também um dos fundadores do movimento democrático que surgiu no país em meados da década de 1980. Em 1996, ele criou a Viasna em resposta às polêmicas emendas constitucionais que deram a Lukashenko poderes ditatoriais e que desencadearam manifestações generalizadas.

Após o anúncio, os organizadores do Nobel pediram que as autoridades do país soltem o ativista.

Logo após a premiação, a porta-voz da oposição de Belarus afirmou que Bialiatski está atualmente preso "em condições desumanas". O líder da oposição no país, Pavel Latushko, disse que o Nobel reconheceu "todos os presos políticos em Belarus".

O bielorussi Ales Bialiatski, vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2022. — Foto: Reuters
O bielorussi Ales Bialiatski, vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2022. — Foto: Reuters

"(O prêmio) não é apenas para ele (Bialiatski), mas para todos os prisioneiros políticos que temos atualmente em Belarus", declarou a integrante do comitê do Nobel Berit Reiss-Andersen, que anunciou os vencedores.

Já o Centro para as Liberdades Civis da Ucrânia declarou estar "orgulhoso" de ser um dos laureados do Nobel da Paz deste ano. "Manhã com boas notícias. Estamos orgulhosos", declarou o centro, em sua conta em uma rede social.

O escritório da Alemanha da organização russa Memorial também falou sobre a premiação, que chamou de "um reconhecimento do nosso trabalho com os Direitos Humanos e especialmente dos nossos colegas na Rússia, que sofreram e sofrem ataques e repressões inomináveis".

Fachada da organização de Direitos Humanos da Rússia Memorial, uma das vencedores do Nobel da Paz 2022, em Moscou.  — Foto: Reuters
Fachada da organização de Direitos Humanos da Rússia Memorial, uma das vencedores do Nobel da Paz 2022, em Moscou. — Foto: Reuters

Premiação

O Prêmio Nobel da Paz, no valor de 10 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 4,7 milhões) será entregue em Oslo em 10 de dezembro, que é a data do aniversário da morte do sueco Alfred Nobel, que fundou os prêmios em seu testamento de 1895.

Repercussões

Líderes mundiais já começaram a comentar a premiação deste ano.

Veja alguns deles abaixo.

Emmanuel Macron, presidente francês. "O Nobel da Paz rende homenagem aos defensores indefectíveis dos Direitos Humanos na Europa. Artesãos da paz, eles sabem que podem contar com o apoio da França", declarou.

Jens Stoltenberg, secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). "O direito de falar a verdade sobre o poder é fundamental para sociedades livres e abertas".

Escalada da guerra

'Isso não é um blefe', diz Vladimir Putin durante pronunciamento'Isso não é um blefe', diz Vladimir Putin durante pronunciamento

A guerra na Ucrânia vive uma forte escalada nas últimas semanas, após Kiev anunciar um ambicioso plano de retomada de diversas regiões em território ucraniano invadidas por Moscou. Com a ajuda militar e estratégica de países do Ocidente, o governo ucraniano afirmou ter reconquistado cerca de 10% das áreas ocupadas por tropas russas.

Em resposta, o presidente russo, Vladimir Putin, fez um pronunciamento à nação pela TV anunciando a convocação de cerca de 300 mil reservistas no país inteiro, o que gerou uma grande onda de fuga de jovens russos. Dias depois, quatro regiões da Ucrânia - Kherson, Zaporizhzhia, Luhansk e Donetsk - foram submetidas a um referendo organizado e realizado por Moscou sobre se os cidadãos locais queriam se separar da Ucrânia e se anexar à Rússia.

Putin anunciou vitória na consulta pública e, na semana passada, assinou a anexação dos quatro territórios em uma cerimônia transmitida por telões em Moscou. A ONU e a comunidade internacional não reconhecem a anexação.

------++-====-----------------------------------------------------------------------=======;;==========--------------------------------------------------------------------------------====-++-----

Annie Ernaux, escritora francesa, ganha Prêmio Nobel de Literatura 2022

<<<===+===.=.=.= =---____--------   ----------____---------____::____   ____= =..= = =..= =..= = =____   ____::____-----------_  ___----------   ----------____---.=.=.=.= +====>>>


Anúncio foi feito nesta quinta-feira (6) pela Academia Sueca, em Estocolmo. A escritora, que escreveu sobre o aborto que fez nos anos 1960, é uma das convidadas para a Flip deste ano.
<<<===+===.=.=.= =---____--------   ----------____---------____::____   ____= =..= = =..= =..= = =____   ____::____-----------_  ___----------   ----------____---.=.=.=.= +====>>>
Por g1

Postado em 07 de outubro de 2022 às 08h20m

 #.*Post. - N.\ 10.496*.#

Nobel de Literatura 2022 vai para Annie ErnauxNobel de Literatura 2022 vai para Annie Ernaux

Annie Ernaux, escritora francesa, ganhou o Prêmio Nobel de Literatura 2022. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (6), pela Academia Sueca, em Estocolmo.

Segundo a Academia, o prêmio foi concedido "pela coragem e acuidade clínica com que desvenda as raízes, os estranhamentos e os constrangimentos coletivos da memória pessoal."

Annie Ernaux — Foto: Reprodução/Twitter
Annie Ernaux — Foto: Reprodução/Twitter

Uma das mais importantes autoras da França, Annie escreve romances sobre a vida cotidiana em seu país. Segundo o jornal "The Guardian", ela era uma das favoritas para ganhar o prêmio. Durante o anúncio, a Academia informou que ainda não tinha conseguido o contato com ela pelo telefone.

Professora universitária de Literatura, Annie Ernaux escreveu quase 20 livros, nos quais aborda o peso da dominação das classes sociais e a paixão do amor, dois temas que marcaram sua trajetória. Sua obra, essencialmente autobiográfica, constitui uma radiografia da intimidade de uma mulher que evolui na esteira das grandes mudanças na sociedade francesa do pós-guerra.

Entre seus livros está "O Acontecimento", de 2000, em que relata um aborto clandestino que fez nos anos 1960. A Academia afirmou que sua "narrativa clinicamente contida" sobre o aborto ilegal de uma narradora de 23 anos no livro continua sendo uma obra-prima entre seus trabalhos.

"É um texto implacavelmente honesto, onde entre parênteses ela acrescenta reflexões em uma voz vitalmente lúcida, dirigindo-se a si mesma e ao leitor em um único e mesmo fluxo", disse a Academia.

A estreia da autora foi em 1974, com o romance "Les Armoires Vides", que não foi lançado no Brasil. Ela só obteve reconhecimento internacional após a publicação de "Os Anos", em 2008, com o qual ganhou o prêmio Renaudot. Sobre este livro, a Academia disse que "é seu projeto mais ambicioso, que lhe deu uma reputação internacional e uma série de seguidores e discípulos."

Annie Ernaux — Foto: Julie Sebadelha/AFP
Annie Ernaux — Foto: Julie Sebadelha/AFP

Primeira francesa a receber prêmio

Annie é a primeira mulher francesa a ganhar o Prêmio Nobel de Literatura. Segundo a agência de notícias Reuters, a escritora disse que vencer era "uma responsabilidade".

"Fiquei surpresa. É uma grande responsabilidade testemunhar, não necessariamente em termos de escrita, mas testemunhar com precisão e justiça em relação ao mundo", disse a escritora em entrevista à emissora sueca SVT.

Ainda segundo a agência de notícias, a autora já tinha dito anteriormente que escrever é um ato político, abrindo os olhos para a desigualdade social. "E para isso ela usa a linguagem como 'uma faca', como ela chama, para rasgar os véus da imaginação", disse a Academia.

A escritora é uma das convidadas da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) deste ano. Ela participará da mesa Diamanto Rubro, ao lado de Veronica Stigger, no dia 26 de novembro. A Flip começa em 23 de novembro.

Mulheres no Nobel de Literatura

Entre a centena de homens, o Prêmio Nobel de Literatura foi concedido a dezessete mulheres desde 1901. A primeira delas foi Selma Lagerlöf, em 1909.

Veja abaixo a lista das mulheres premiadas:

Vencedoras do Nobel em Literatura: (acima) Selma Lagerlöf, Grazia Deledda, Sigrid Undset, Pearl Buck. Abaixo: Gabriela Mistral, Nelly Sachs, Nadine Gordimer, Toni Morrison  — Foto: Fotos: Fundação Nobel. | Arte: G1
Vencedoras do Nobel em Literatura: (acima) Selma Lagerlöf, Grazia Deledda, Sigrid Undset, Pearl Buck. Abaixo: Gabriela Mistral, Nelly Sachs, Nadine Gordimer, Toni Morrison — Foto: Fotos: Fundação Nobel. | Arte: G1

  • 1909 – Selma Lagerlöf
  • 1926 – Grazia Deledda
  • 1928 – Sigrid Undset
  • 1938 – Pearl Buck
  • 1945 – Gabriela Mistral
  • 1966 – Nelly Sachs
  • 1991 – Nadine Gordimer
  • 1993 – Toni Morrison
Vencedoras do Nobel de Literatura: Wislawa Szymborska, Elfriede Jelinek, Doris Lessing, Herta Müller, Alice Munro, Svetlana Alexievich — Foto: Fotos (na ordem): Fundação Nobel (Wislawa Szymborska, Elfriede Jelinek, Doris Lessing, Herta Müller); J Munro - Fundação Nobel (Alice Munro), A. Mahmoud - Fundação Nobel (S. Alexievich)
Vencedoras do Nobel de Literatura: Wislawa Szymborska, Elfriede Jelinek, Doris Lessing, Herta Müller, Alice Munro, Svetlana Alexievich — Foto: Fotos (na ordem): Fundação Nobel (Wislawa Szymborska, Elfriede Jelinek, Doris Lessing, Herta Müller); J Munro - Fundação Nobel (Alice Munro), A. Mahmoud - Fundação Nobel (S. Alexievich)

  • 1996 – Wislawa Szymborska
  • 2004 – Elfriede Jelinek
  • 2007 – Doris Lessing
  • 2009 – Herta Müller
  • 2013 – Alice Munro
  • 2015 – Svetlana Alexievich
  • 2018 – Olga Tokarczuk
  • 2020 - Louise Glück
  • 2022 - Annie Ernaux

Após o escândalo #Metoo, que levou à suspensão do prêmio em 2018, e as críticas recorrentes pela presença de laureados masculinos e eurocêntricos, a Academia Sueca informou que renovou seus critérios para que o prêmio seja mais global e feminino.

Nobel em 2022

A medalha do Prêmio Nobel — Foto: The Nobel Prize Foundation
A medalha do Prêmio Nobel — Foto: The Nobel Prize Foundation

O prêmio para cada uma das categorias do Nobel é de 10 milhões de coroas suecas (na conversão direta atual, cerca de R$ 4,8 milhões).

A láurea de medicina foi a primeira a ser anunciada nesta segunda-feira (3). O prêmio foi para Svante Pääbo, por suas descobertas sobre os genomas de hominídeos extintos e a evolução humana. Em 1982, o pai do cientista, Sune Bergstrom, também ganhou o Nobel de Medicina.

O prêmio de Física, anunciado na terça-feira (4), foi para três cientistas, o francês Alain Aspect, o americano John F. Clauser e o austríaco Anton Zeilinger. Eles levaram o Nobel por estudos sobre a mecânica quântica, um campo da física que investiga o comportamento de partículas muito minúsculas como átomos, elétrons e fótons.

Carolyn Bertozzi, uma das ganhadoras do Nobel de Química de 2022. — Foto: Stanford Media Relations via AP
Carolyn Bertozzi, uma das ganhadoras do Nobel de Química de 2022. — Foto: Stanford Media Relations via AP

O prêmio de Química também foi dividido entre três cientistas. Carolyn R. Bertozzi, Morten Meldal e K. Barry Sharpless receberam o Nobel pela criação de uma ferramenta criativa para a construção de moléculas como desenvolvimento da química do clique e da bioquímica bioortogonal."Entre muitas outras aplicações práticas, o trabalho do trio permitiu que tratamentos contra o câncer possam ser mais direcionados", afirmou o comitê do Nobel.

Os prêmios Nobel da Paz e de Economia serão anunciados respectivamente nesta sexta (7) e na segunda-feira (10).

O que é o Prêmio Nobel

A láurea foi criada pelo químico e empresário Alfred Nobel. Inventor da dinamite em 1867, o sueco doou a maior parte de sua fortuna em testamento para a criação de prêmios de física, química, medicina, literatura e paz (o prêmio de economia foi criado anos mais tarde).

Um busto do fundador do Prêmio Nobel, Alfred Nobel, em exibição durante cerimônia de entrega da láurea em 2018, em Estocolmo. — Foto: Henrik Montgomery/TT News Agency via AP, File
Um busto do fundador do Prêmio Nobel, Alfred Nobel, em exibição durante cerimônia de entrega da láurea em 2018, em Estocolmo. — Foto: Henrik Montgomery/TT News Agency via AP, File

O documento dizia que os prêmios deveriam ser concedidos "àqueles que, durante o ano anterior, tenham conferido o maior benefício à humanidade".

Contudo, hoje em dia, conforme explica Juleen Zierath, membro do Instituto Karolinska - o júri do Nobel de Medicina-, essa regra não é mais tão levada à risca.

"Você pode ter feito essa descoberta em um estágio muito inicial de sua carreira de pesquisa, ou pode ter feito essa descoberta em um estágio muito avançado de sua carreira de pesquisador", ressalta a pesquisadora.

------++-====-----------------------------------------------------------------------=======;;==========--------------------------------------------------------------------------------====-++-----