Segundo pesquisadores do projeto Coral Vivo, os corais estão sofrendo com estresse e processo de branqueamento.
Por Bahia Rural/G1 BA
Postado em 08 de setembro de 2019 às 16h20m


Aumento da temperatura dos oceanos já destruiu 90% de espécie de coral na Bahia
Postado em 08 de setembro de 2019 às 16h20m

Aumento da temperatura dos oceanos já destruiu 90% de espécie de coral na Bahia
O aumento da temperatura dos oceanos já destruiu 90% da espécie do coral de fogo na Costa do Descobrimento, região de Porto Seguro, no sul da Bahia. Segundo pesquisadores do projeto Coral Vivo, os corais estão sofrendo com estresse e processo de branqueamento.
Segundo os pesquisadores, 90% dos corais de fogo já estão mortos nos dois parques marinhos da Costa. A temperatura subiu por causa do fenômeno meteorológico "El Niño".
"O el niño é um fenômeno natural que começa geralmente com o aquecimento das águas no Oceano Pacífico. Isso muda todo o padrão de circulação de ventos e das outras águas do oceano. Então, por exemplo, um lugar que era para ter uma circulação de água e mudar de temperatura, essa água pode ficar parada e acabar aquecendo um pouco mais. Isso muda todo o regime de vento e de chuva. Esse aquecimento do pacifico influencia todo o resto do globo", disse Leonardo Santos, biólogo do projeto.
Os pesquisadores medem a temperatura com sensores que também avaliam a incidência de luz dentro do recife. Neste ano, constataram que a temperatura chegou a 31º C e o máximo registrado foi de 29º C.
"O que aconteceu esse ano é que foi um evento mais prolongado, então durou mais tempo. Enquanto no outro evento, no mês de abril e maio, a espécies já estavam se recuperando do branqueamento. Neste ano, a gente teve o aumento um pouco mais de 31º C e foi só no mês de junho que iniciou o branqueamento. As espécies passaram mais de 6 meses com essa temperatura alta, em especial o coral de fogo que foi mais sensível", comentou Flávia.
De acordo com a coordenadora, a espécie do coral de fogo foi a mais atingida porque fica mais perto da superfície e recebe mais incidência solar. Por ser uma espécie galhada, vários organismos vão buscar proteção e alimentação, mas com a morte do recife, toda uma cadeia de animais marinhos pode ficar comprometida.
Ainda segundo os pesquisadores, o coral de fogo é uma espécie que tem uma grande capacidade de se regenerar. Caso as condições climáticas se tornem favoráveis, o coral pode voltar a crescer e dominar as regiões do recife onde ele habitava.
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Pesquisadores medem temperatura com sensores que também avaliam a incidência de luz — Foto: Reprodução/Bahia Rural