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quarta-feira, 28 de julho de 2021

Sonda da Nasa revela como é Marte 'por dentro'

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A InSight detecta movimentos sísmicos no planeta vermelho desde o início de 2019. Seus dados mostraram espessura da crosta e tamanho do núcleo.
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TOPO
Por BBC

Postado em 28 de julho de 2021 às 13h00m


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O sismômetro da InSight detectou mais de 700 eventos sísmicos desde o início de 2019 — Foto: Nasa/JPL-Caltech
O sismômetro da InSight detectou mais de 700 eventos sísmicos desde o início de 2019 — Foto: Nasa/JPL-Caltech

Cientistas dizem que agora podem descrever com números absolutos a estrutura rochosa interna de Marte.

Os dados foram obtidos a partir da sonda InSight, que detecta movimentos sísmicos no planeta vermelho desde o início de 2019.

A missão liderada pela Nasa, agência espacial americana, revelou que a espessura média da crosta de Marte tem entre 24km e 72km — um pouco mais fina do que se esperava.

Mas a principal descoberta foi o tamanho do núcleo do planeta — seu raio de 1.830 km está no topo das estimativas anteriores.

Esta é a primeira vez que cientistas conseguem mapear diretamente as camadas internas de um planeta (sem contar a Terra). Isso também foi feito na Lua, mas Marte (raio total: 3.390 km) está em uma escala muito maior.

Ter essas informações permite que os pesquisadores entendam melhor a formação e a evolução dos diferentes corpos planetários.
As camadas do interior de Marte — Foto: BBC
As camadas do interior de Marte — Foto: BBC

A Insight chegou a estes resultados da mesma maneira que os sismólogos estudam as camadas internas da Terra — rastreando os sinais de abalos sísmicos.

Esses eventos liberam ondas de energia. Mudanças no trajeto e na velocidade das ondas revelam a natureza dos materiais rochosos pelos quais estão passando.

O sistema de sismômetro instalado pela sonda da Nasa observou centenas de tremores, sendo que alguns detectados nos últimos dois anos tinham as propriedades certas para "imaginar" o interior de Marte.

A equipe de instrumentação, liderada a partir da França e do Reino Unido, determinou que a parte externa rígida, a crosta, de Marte tem 20 km ou 39 km de espessura diretamente abaixo da sonda (dependendo da subcamada que exista).

Extrapolando os dados para a geologia de superfície conhecida do resto do planeta, isso sugere uma espessura média entre 24km e 72km. Para efeito de comparação, a espessura média da crosta terrestre é de 15-20km. Somente em uma região continental como a dos Himalaias pode chegar a 70km.

O número realmente interessante, no entanto, se refere ao núcleo. Os sinais de "martemotos" que reverberam neste elemento metálico indicam que começa quase na metade do caminho para baixo da superfície, a uma profundidade de cerca de 1.560 km — e que está em estado líquido.

A maioria das estimativas anteriores previa um núcleo menor.

A sonda InSight foi lançada em 2018, pousando em Marte em novembro do mesmo ano — Foto: Nasa/JPL-Caltech
A sonda InSight foi lançada em 2018, pousando em Marte em novembro do mesmo ano — Foto: Nasa/JPL-Caltech

A equipe da missão diz que duas consequências fascinantes derivam das novas observações diretas.

A primeira é que a massa e o momento de inércia conhecidos de Marte indicam que o núcleo é muito menos denso do que se pensava anteriormente, e que a liga de ferro-níquel que domina sua composição deve ser fortemente enriquecida com elementos mais leves, como enxofre.

A segunda consequência está relacionada à camada entre o núcleo e a crosta — o manto, que é mais fino do que se pensava inicialmente.

Mais uma vez, com base no tamanho conhecido de Marte, é altamente improvável que este manto possa atingir as pressões em que o mineral bridgmanita se torna estável.

Na Terra, esse mineral rígido cobre o núcleo, desacelerando a convecção e a perda de calor. No início de Marte, sua ausência teria levado a um resfriamento rápido.

Isso inicialmente teria permitido uma forte convecção no núcleo metálico e um efeito dínamo que gerou um campo magnético global. Mas isso, é claro, agora foi desativado. Hoje, nenhum campo magnético global pode ser detectado no planeta.

Se estivesse lá, forneceria alguma blindagem para proteger sua superfície da radiação prejudicial que é lançada constantemente do espaço e torna o mundo extremamente inóspito.

A superfície de Marte é fria e seca, além de ser bombardeada com radiação — Foto: Nasa/JPL-Caltech
A superfície de Marte é fria e seca, além de ser bombardeada com radiação — Foto: Nasa/JPL-Caltech

Tom Pike, professor da Universidade Imperial College London, no Reino Unido, é um dos principais pesquisadores do sistema de sismômetro da Insight.

"Fomos capazes, pela primeira vez, de olhar dentro de outro planeta usando a sismologia, e o que vimos em Marte é que temos um núcleo maior e mais leve do que era esperado. E isso diz um pouco sobre como o planeta evoluiu ao longo do tempo geológico", afirma ele à BBC News.

Sanne Cottaar, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, que não faz parte da equipe da missão, descreveu os resultados da Insight como um "feito", dada a dificuldade de estudar os abalos sísmicos de pequena magnitude que ocorrem em Marte.

Eles nunca ficam acima de magnitude 4, o que os humanos só notariam a vários quilômetros do epicentro de um tremor. "Os martemotos são muito, muito fracos", explica.

"É muito mais desafiador do que fazer sismologia na Terra. Os cientistas da missão também tiveram que desenvolver métodos para trabalhar com apenas um sismômetro representado pela sonda InSight. Então, ver esses dados surgirem, e eles realmente serem capazes de olhar para dentro do planeta com esses dados é realmente impressionante."

G1 no Youtube

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A disputa legal por tanque da 2ª Guerra que aposentado guardava no porão

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O homem de 84 anos mantinha o veículo de guerra junto com uma arma antiaérea e um torpedo.
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TOPO
Por BBC

Postado em 28 de 2028 às 09h45m


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Veja o tanque da 2ª Guerra que foi encontrado em porão de idoso na Alemanha
Veja o tanque da 2ª Guerra que foi encontrado em porão de idoso na Alemanha

Advogados e promotores na Alemanha estão tendo dificuldades para definir o que fazer com um idoso aposentado que armazenou um tanque da 2ª Guerra Mundial, uma arma antiaérea e um torpedo no porão de casa.

Tanque ficava no subsolo de casa de colecionador — Foto: Carsten Rehder/dpa via AP
Tanque ficava no subsolo de casa de colecionador — Foto: Carsten Rehder/dpa via AP

Os itens foram removidos da residência dele, na cidade de Keikendorf, no norte do país, em julho de 2015, com auxilio do Exército. Promotores e advogados de defesa estão agora negociando possíveis penalidades, incluindo uma multa que pode chegar a 500 mil euros, o equivalente a mais de R$ 3 milhões.

O idoso de 84 anos também precisará encontrar novos lares para os itens de tamanho monumental. De acordo com o advogado dele, um museu nos Estados Unidos está interessado em comprar o tanque Panther. Vários historiadores argumentam que esse era o mais eficiente veículo usado pelas tropas alemãs na 2ª Guerra Mundial.


Beatrix von Storch: quem é a líder da extrema-direita alemã que se reuniu com Bolsonaro
Tanque Panther, de 45 toneladas, deu trabalho aos homens do exército que tiveram de apreendê-lo — Foto: Carsten Rehder/DPA via AP
Tanque Panther, de 45 toneladas, deu trabalho aos homens do exército que tiveram de apreendê-lo — Foto: Carsten Rehder/DPA via AP


Arma antiaérea era outra 'lembrancinha' que o colecionador guardava da 2ª Guerra — Foto: Carsten Rehder/DPA via AP
Arma antiaérea era outra 'lembrancinha' que o colecionador guardava da 2ª Guerra — Foto: Carsten Rehder/DPA via AP

O advogado também disse que vários colecionadores alemães abordaram seu cliente, interessados em comprar rifles, pistolas e outros itens que ele mantém, segundo a imprensa local.

Em uma audiência judicial na segunda-feira (26), na cidade de Kiel, a cerca de 100 km de Hamburgo, advogados tentavam decidir se a coleção militar do idoso violava a Lei Alemã de Controle de Armas de Guerra. A legislação regula a fabricação, venda e transporte de armas militares.

A defesa do homem de 84 anos argumenta que várias das armas não funcionam mais e que o tanque Panther foi comprado por ele como sucata. Eles estão considerando aceitar uma multa mais baixa, de € 50 mil (cerca de R$ 300 mil), segundo o jornal "Die Welt".

Promotores afirmam que parte das armas mantidas pelo idoso ainda podem ser usadas.

Em julho de 2015, foram necessários 20 soldados e quase nove horas para retirar o tanque Panther do porão do idoso e colocá-lo em um veículo de carregamento para que fosse transportado. O tanque estava sem os pneus.
Registro histórico de um tanque alemão Panther abandonado na Itália em 1944 — Foto: Getty Images via BBC
Registro histórico de um tanque alemão Panther abandonado na Itália em 1944 — Foto: Getty Images via BBC

Autoridades locais teriam recebido a dica sobre a existência desses armamentos militares de colegas que atuavam em Berlim e que haviam vistoriado a casa do idoso antes em busca de arte roubada pelos nazistas.

Uma decisão final sobre o caso deve ocorrer em agosto de 2021.

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Mudanças climáticas: os preocupantes sinais que unem frio recorde no Brasil a enchentes e calor pelo mundo

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Segundo climatologista, o aquecimento da temperatura média do planeta acelera a circulação de ar entre a América do Sul e a Antártida, favorecendo eventos como o frio extremo que atinge o Brasil nesta semana.
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TOPO
Por João Fellet, BBC

Postado em 28 de julho de 2021 às 08h30m


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A onda deve derrubar as temperaturas nos estados do Sul, Sudeste e de parte do Centro-Oeste até o próximo domingo (1º/8).

Nas serras catarinense e gaúcha, as mínimas previstas são de -10ºC, com sensação térmica de até -25ºC, enquanto Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, Campo Grande, São Paulo, Belo Horizonte e Vitória devem registrar as menores temperaturas do ano.

Será a segunda onda de frio intenso a atingir a região em menos de um mês. Em 30 de junho, várias cidades do Sul e Sudeste tiveram as menores temperaturas dos últimos anos — marcas que agora poderão ser batidas pela nova onda.

O frio extremo atinge o sul do Brasil enquanto, no Hemisfério Norte, vários países registram recordes de calor e de volume de chuvas.

No Canadá, os termômetros na cidade de Lytton mediram 49,6ºC no fim de junho — marca que superou em 4,6ºC a temperatura mais alta registrada no país até então.
Praia do Canadá com moluscos mortos após onda de calor no fim de junho de 2021 — Foto: Chek News/Reuters
Praia do Canadá com moluscos mortos após onda de calor no fim de junho de 2021 — Foto: Chek News/Reuters

Poucas semanas depois, chuvas muito acima dos padrões inundaram cidades na Alemanha e na China. Os eventos extremos nos três países provocaram centenas de mortes.
Danos e destroços de enchentes perto do rio Ahr, na cidade de Bad Neuenahr, em foto de 18 de julho de 2021 na Alemanha — Foto: Thomas Frey/DPA via AP
Danos e destroços de enchentes perto do rio Ahr, na cidade de Bad Neuenahr, em foto de 18 de julho de 2021 na Alemanha — Foto: Thomas Frey/DPA via AP

É mais fácil entender como as mudanças climáticas favorecem recordes de calor e de chuva.

Intensificados nas últimas décadas, a queima de combustíveis fósseis (como o petróleo e o carvão) e o desmatamento ampliam a quantidade na atmosfera de gases causadores do chamado efeito estufa.

Esses gases dificultam a dispersão do calor dos raios solares que atingem o planeta, o que tende a aumentar a temperatura no globo como um todo.

Temperaturas mais altas, por sua vez, aceleram a evaporação da água, o que facilita a ocorrência de temporais.
Carros tentam cruzar via inundada em frente a centro comercial de Zhengzhou, na China, em 20 de julho de 2021 — Foto: Chinatopix/AP
Carros tentam cruzar via inundada em frente a centro comercial de Zhengzhou, na China, em 20 de julho de 2021 — Foto: Chinatopix/AP

A temperatura da Terra já subiu cerca de 1,2ºC desde o início da era industrial, e as temperaturas devem continuar aumentando a menos que os governos ao redor do mundo tomem medidas para reduzir as emissões. Porém, o aumento das temperaturas médias não quer dizer que ondas de frio não continuarão a ocorrer — nem mesmo que elas não possam se intensificar em situações específicas.

É o caso da massa polar que chega ao Brasil nesta semana, diz à BBC News Brasil o geógrafo e climatologista Francisco Eliseu Aquino, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Aquino foi um dos primeiros pesquisadores a estudar as conexões climáticas entre o sul do Brasil e Península Antártica — tema de sua tese de doutorado, em 2012.

Ele diz que, ao longo do ano, massas de ar circulam em sentido horário entre as duas regiões: o sul do Brasil envia à Antártida massas de ar quente e recebe dela massas de ar frio.

Segundo Aquino, a velocidade dessa circulação se acelera conforme a mudança climática eleva a temperatura no Brasil no inverno, época do ano em que a Antártida está bem gelada por não receber qualquer insolação.

Além disso, o calor acima do habitual no sul do Brasil "perturba" o sistema de trocas, induzindo o ar quente a entrar na Antártida e abrindo o caminho para a chegada de ar frio.

Não por acaso, diz ele, exceto pelas ondas pontuais de frio de 2021, o centro-sul do Brasil tem tido um inverno mais quente que a média — o que também tem ocorrido nos últimos anos.

Na véspera da chegada desta massa polar, os termômetros em cidades como Porto Alegre e São Paulo beiravam os 30ºC. Em pleno inverno.

Outro ponto que tende a ampliar o impacto desta onda de frio, diz Aquino, é que a massa que chega ao país se resfriou ainda mais ao passar pelo mar de Weddell — uma das regiões mais geladas da Antártida.

As condições são tão propícias ao avanço da massa, diz ele, que a onda deve derrubar as temperaturas até o sul da Amazônia.

Aquino afirma que especialistas já previam há cerca de 15 anos a ocorrência dos eventos que hoje observamos no centro-sul do Brasil — incluindo ondas de frio extremo em meio a invernos quentes e secos.

"Caminhamos para um cenário de estiagens mais longas e secas no Brasil, com o desmatamento e as queimadas intensificando esses processos", ele diz.

Aquino afirma que o planeta caminha rumo aos "limiares mais perigosos possíveis" dos cenários projetados para 2030 ou 2050.

Embora o Acordo de Paris tenha estabelecido a meta de limitar o aquecimento global a 1,5ºC em relação aos padrões pré-industriais, ele diz que os esforços foram comprometidos pelos anos em que Donald Trump exerceu a presidência nos EUA.

Trump retirou os EUA do acordo e estimulou setores poluentes, o que atrasou a implantação das metas mundo afora.

"O que a comunidade científica entende hoje é que com certeza vamos ultrapassar os 1,5 ou 2 graus."

Para Aquino, os eventos extremos em curso "já dão sinais de que as mudanças podem ser mais intensas do que as previstas pelos cenários mais ruins".

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