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quarta-feira, 27 de maio de 2020

Desmatamento na Mata Atlântica cresceu 27% entre 2018 e 2019, aponta relatório

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Documento da Fundação SOS Mata Atlântica aponta que Minas Gerais, Bahia e Paraná tiveram as maiores áreas desmatadas; já Alagoas e Rio Grande do Norte conseguiram zerar o desmatamento. Bioma tem lei específica de proteção. 
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Por Lara Pinheiro, G1    
27/05/2020 05h00  Atualizado há 3 horas  
Postado em 27 de maio de 2020 às 14h50m  

      Post.N.\9.304  
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Mata Atlântica no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, em Petrópolis, no Rio de Janeiro. — Foto: Patrícia Figueiredo/G1
Mata Atlântica no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, em Petrópolis, no Rio de Janeiro. — Foto: Patrícia Figueiredo/G1

O desmatamento das áreas de Mata Atlântica do Brasil cresceu 27% entre 2018 e 2019, aponta o relatório "Atlas da Mata Atlântica" divulgado pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) nesta quarta-feira (27), data que marca o dia do bioma.

14.502 hectares foram desmatados entre 1º de outubro de 2018 e 30 de setembro de 2019, comparados a 11.399 no mesmo período entre 2017 e 2018 (1 hectare equivale a 10 mil m²). Os números vinham caindo desde 2016.

Desmatamento na Mata Atlântica
Depois de queda por três anos consecutivos, índice voltou a subir
Fonte: Atlas da Mata Atlântica

A maior área abatida foi em Minas Gerais, com 4.972 hectares destruídos, seguido da Bahia, com 3.532; depois vêm Paraná (2.767) e Piauí (1.558). Os estados também ocupavam os primeiros postos no ano passado.

Alagoas e Rio Grande do Norte conseguiram zerar o desmatamento, conforme os parâmetros da ONG. (O "Atlas da Mata Atlântica" consegue mapear desmatamentos acima de 3 hectares, o equivalente a 30 mil m²).

Estados com mais desmatamento de Mata Atlântica
Só Alagoas e Rio Grande do Norte conseguiram alcançar zero desmatamento
Fonte: SOS Mata Atlântica

Mario Mantovani, geógrafo e diretor de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica, explica que os estados com os piores índices já eram, historicamente, aqueles onde o desmatamento criminoso era mais comum.
"Em Minas Gerais, é a queima de árvores para carvão vegetal. Na Bahia, é a soja. No Paraná, há a pressão dos grandes agricultores em relação aos pequenos", explica. Ele credita a continuidade da situação à eleição do presidente Jair Bolsonaro, em novembro de 2018.
Parque Trianon, em São Paulo, tem 125 anos e preserva remanescente de Mata Atlântica — Foto: Marcelo Brandt/G1
Parque Trianon, em São Paulo, tem 125 anos e preserva remanescente de Mata Atlântica — Foto: Marcelo Brandt/G1

Ainda na época da campanha, Bolsonaro afirmou, entre outras declarações, que "não aceitava" as multas ambientais. "Ele sinalizou um vale-tudo. E esse pessoal [que já desmatava antes] se sentiu inspirado", avalia Mantovani.
"E, agora, o despacho do ministro [Ricardo Salles] comprovou: o que ele falava na campanha lá atrás, o ministro não entrou para cuidar do meio ambiente do Brasil. Ele entrou com o plano de acabar com o meio ambiente. Esse Atlas já sinalizou que a situação é ruim", afirma Mantovani.
O despacho, emitido pelo Ministério do Meio Ambiente em abril, recomendou a órgãos ambientais do país que não levassem em consideração a Lei da Mata Atlântica, de 2006, e aplicassem no lugar dela o Código Florestal. O Ministério Público Federal disse ao Ibama para descumprir o documento do governo, considerando que ele fere a lei de proteção do bioma.
Com a pandemia, Mantovani acredita que o próximo relatório da ONG também não será favorável. "A prova maior foi a autodenúncia do ministro [Salles] naquela reunião", afirma.

Na reunião com outros ministros e o próprio presidente, no dia 22 de abril, Ricardo Salles defendeu "passar a boiada" e "mudar" regras de proteção ambiental enquanto a atenção da imprensa está concentrada na cobertura da Covid-19 (veja vídeo). Várias entidades ligadas ao meio ambiente criticaram a fala, e procuradores do MPF enviaram à PGR, nesta quarta, representações contra o ministro.
Salles defende mudar regras de proteção ambiental enquanto imprensa se concentra na Covid
Salles defende mudar regras de proteção ambiental enquanto imprensa se concentra na Covid

Legislação
A Mata Atlântica é o bioma brasileiro mais desmatado, segundo a SOS Mata Atlântica: apenas 12,4% da área de floresta original ainda sobrevive – cerca de 16,3 milhões de hectares.

Do ponto de vista da conservação de biodiversidade, explica Mario Mantovani, um percentual abaixo de 20% já coloca as espécies ali praticamente em extinção. E, se o bioma se extinguir por completo, pode haver consequências como falta de água nas cidades, assoreamento de rios e piora na qualidade do ar.

Para tentar reforçar a proteção do bioma é que foi aprovada a Lei da Mata Atlântica, em 2006, explica explica Pedro Avzaradel, professor adjunto de direito ambiental da Universidade Federal Fluminense em Volta Redonda (RJ). O texto acrescentou à lei de crimes ambientais brasileira, de 1998, o artigo sobre crimes contra o bioma da Mata Atlântica, com pena de até 3 anos de detenção. Mas a aplicação é complexa.
"Pelo fato de a pena ser de detenção menor que 4 anos, muitas vezes essas são substituídas por outra coisa – penas restritivas de direitos, como o pagamento de uma determinada quantia", explica Avzaradel.
Ele acrescenta que há uma série de dificuldades em processos penais ambientais, inclusive do ponto de vista técnico. "Por exemplo: quando você analisa um furto, um roubo, vai pegar uma pessoa, ou um grupo de pessoas que atuam juntas. Os crimes ambientais, muitas vezes, estão sendo praticados por corporações enormes – uma cadeia enorme de pessoas, que às vezes nem se conhecem", lembra Avzaradel.
No caso da aplicação de multas ainda há a diferença entre as multas administrativas (aplicadas, por exemplo, pelo Ibama) e as que são determinadas por um juiz. "A multa aplicada pelo Poder Judiciário é a que decorre de um crime. E o critério não é o mesmo [da multa administrativa]", explica.

Avdarazel pontua que seria melhor se as sanções e a fiscalização administrativa para prevenir os crimes funcionassem de forma eficiente: a grande maioria das multas não é paga nem executada. Precisamos investir nas estruturas e pessoas que trabalham na fiscalização ambiental, aumentar o efetivo e melhorar as condições em que trabalham, argumenta.

17 estados
A maior parte da Mata Atlântica do Brasil está em Minas Gerais, que tem 17% do bioma (cerca de 2,8 milhões de hectares). Em seguida vêm São Paulo e Paraná (com cerca de 2,3 milhões cada), Santa Catarina (2,2 milhões), Bahia (2 milhões) e Rio Grande do Sul, com 1 milhão de hectares.

Outros 11 estados têm Mata Atlântica em sua área: Alagoas, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Sergipe.

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Com pandemia do coronavírus, Brasil fecha 1,1 milhão de vagas de trabalho entre março e abril

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Apenas em abril, foram fechados 860,5 mil postos de trabalho, o pior resultado para um único mês em 29 anos, segundo dados do Caged divulgados pelo Ministério da Economia. 
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Por Alexandro Martello, G1 — Brasília  
27/05/2020 11h03  Atualizado há 2 horas 
Postado em 27 de maio de 2020 às 13h15m  


      Post.N.\9.303  
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Brasil fechou 860,5 mil vagas de emprego formal em abril
Brasil fechou 860,5 mil vagas de emprego formal em abril

A economia brasileira fechou 1,1 milhão de vagas de trabalho com carteira assinada entre os meses de março e abril, informou nesta quarta-feira (27) o Ministério da Economia.

Os números, do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), são os primeiros a trazer o retrato do impacto da pandemia do novo coronavírus no mercado de trabalho brasileiro. A pandemia foi decretada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no dia 11 de março. O Brasil registrou a primeira morte pelo vírus no dia 17 de março.

A pandemia levou governos a adotarem medidas de restrição e isolamento social para reduzir a velocidade do avanço da doença. Essas medidas exigiram o fechamento de grande parte do comércio no país - no início, apenas setores considerados essenciais foram autorizados a permanecer funcionando, como supermercados e farmácias - e também de fábricas, o que provocou a suspensão de contratos de trabalho e também a demissão de trabalhadores.

Os reflexos da pandemia do novo coronavírus estão empurrando a economia mundial para uma forte recessão. No Brasil, estimativa mais recente dos economistas dos bancos é de uma queda de quase 6% para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.
Miriam Leitão: ‘PIB de 4,7% é a maior recessão da história brasileira em 120 anos'
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De acordo com o Caged, em março, quando os efeitos da crise do coronavírus começaram a ser sentidos, foram fechadas 240.702 vagas formais no país.

Já no mês de abril, a eliminação de vagas de trabalho formais se acelerou: foram 860.503 postos fechados, o pior resultado da série histórica da Secretaria Especial de Trabalho e Previdência do Ministério da Economia, que tem início em 1992.

Com isso, foi a maior demissão registrada em um único mês em 29 anos.
O resultado de abril vem da diferença entre as contratações (598.596) e as de demissões (1.459.099) registradas no mês.

O setor de serviços foi o que mais demitiu.
Foram fechadas -362.378 vagas neste setor apenas no mês de abril (leia mais abaixo).

Resultado do Caged - meses de abril
Fonte: Ministério da Economia

Em janeiro e fevereiro deste ano, respectivamente, o governo contabilizou a abertura de 113.155 e de 224.818 vagas com carteira assinada na economia brasileira.

No fim de março, o Ministério da Economia havia suspendido a divulgação do Caged porque empresas haviam deixado de enviar informações, principalmente referentes às demissões de trabalhadores formais, o que poderia comprometer a qualidade dos dados. E pediu que as empresas retificassem e reenviassem as informações.

O secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Bianco, avaliou que o Caged revelou "números duros" e que "reflete a realidade de pandemia que vivemos."

Entretanto, ele avaliou que o impacto do coronavírus no mercado de trabalho brasileiro foi, até momento, menor do que o visto em outros países, como os EUA, onde o número de pedidos de seguro desemprego já passava de 38 milhões na semana passada.

Bianco citou o programa de manutenção do emprego adotado pelo governo brasileiro que, informou, contou com a adesão de mais de 1 milhão de empresas e beneficiou 8 milhões de trabalhadores (veja detalhes mais abaixo).

A preservação [dos empregos] é algo para se comemorar. Temos de olhar o copo meio cheio e não o copo meio vazio. Estamos preservado empregos e renda, afirmou ele.

Parcial do ano
Os números oficiais do governo mostram também que, nos quatro primeiros meses deste ano, foram fechados 763.232 empregos com carteira assinada.

No acumulado deste ano, ainda de acordo com a área econômica, foram contratados, com carteira assinada, 4.999.981 trabalhadores, e foram fechadas 5.763.213 vagas formais.

Esse é o pior resultado, para esse período, desde o início da série histórica disponibilizada pelo Ministério da Economia - que começa em 2010. Deste modo, é o maior número de demissões para o período de janeiro a abril, ao menos, em 11 anos.

Por setores
Os números do governo revelam que, em abril, houve fechamento de vagas em todos os cinco setores da economia. Mas, no acumulado do ano, houve abertura de vagas no setor de agricultura.

No mês de abril, o setor que mais demitiu foi o de serviços. Já na parcial deste ano, o comércio registrou o maior número de desligamento de trabalhadores.
  • Indústria: -195.968 vagas em abril; e -127.886 empregos na parcial do ano
  • Serviços: -362.378 empregos em abril; e -280.716 vagas no acumulado do ano
  • Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura: -4.999 vagas em abril; e +10.032 empregos no ano
  • Construção: -66.942 empregos em abril; e -21.837 vagas no acumulado do ano
Comércio: -230.209 vagas em abril; e -342.748 empregos formais de janeiro a abril
Com lojas fechadas, vendas pela internet crescem 30% em três semanas
Com lojas fechadas, vendas pela internet crescem 30% em três semanas

Dados regionais
Segundo o governo, houve fechamento de vagas formais, ou seja, com carteira assinada, em todas as regiões do país de janeiro a abril deste ano.
  • Sudeste: -448.603 vagas
  • Sul: -106.838 empregos formais
  • Centro-Oeste: -20.464 vagas
  • Norte: -20.771 empregos
  • Nordeste: -190.081 vagas formais
Programa de Manutenção do Emprego
Para tentar evitar uma perda maior de empregos, o governo federal baixou, no começo de abril, uma Medida Provisória que autorizou a redução da jornada de trabalho com corte de salário de até 70% num período de até três meses.

A medida tem força de lei e já recebeu o aval do Supremo Tribunal Federal, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional em até 120 dias para se tornar uma lei em definitivo.

O Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda prevê que o trabalhador permanecerá empregado durante o tempo de vigência dos acordos e pelo mesmo tempo depois que o acordo acabar. Os números do Ministério da Economia mostram que, até esta quarta-feira (27), mais de 8,1 milhões de trabalhadores aderiram ao programa.

Quando lançou o programa no dia 1º de abril, o governo estimou atender atender 24,5 milhões de trabalhadores formais. Ou seja, três vezes mais do que o número de acordos fechados até o momento.

Procurada pelo G1 na semana retrasada , a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho informou, naquele momento, que as previsões estavam mantidas e avaliou, em nota, que "o desempenho do programa é bastante satisfatório".

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