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quinta-feira, 30 de junho de 2022

20 anos sem Chico Xavier: relembre o caso da 'luz misteriosa' que entrou no quarto em que o médium estava internado em MG

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Morte de Chico completa 20 anos nesta quinta-feira (30). Líder espírita revelou pouco antes de morrer quem o teria visitado no hospital em Uberaba.
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Por TV Integração — Uberaba

Postado em 30 de junho de 2022 às 10h50m

 #.*Post. - N.\ 10.380*.#

Veja luz misteriosa que entrou pela janela do quarto onde Chico Xavier esteve internadoVeja luz misteriosa que entrou pela janela do quarto onde Chico Xavier esteve internado

A morte de Chico Xavier, um dos maiores líderes espíritas e filantropos do Brasil e do mundo, completa 20 anos nesta quinta-feira (30). Nascido em Pedro Leopoldo (MG), mas radicado em Uberaba, Chico viveu importantes – e intrigantes – histórias na cidade do Triângulo Mineiro.

Um desses acontecimentos ainda não foi desvendado pela ciência e segue como um grande mistério ligado à figura de Xavier: o momento em que uma luz foi flagrada pela câmera do cinegrafista da TV Integração entrando pela janela do quarto do hospital em que o médium estava internado.

Em entrevista concedida pouco tempo antes de falecer, Chico revelou quem o teria visitado naquele dia por meio da luz.

Veja detalhes sobre essa história e sobre a vida de Chico Xavier abaixo:

Memória MG relembra trajetória de Chico Xavier; veja a terceira reportagemMemória MG relembra trajetória de Chico Xavier; veja a terceira reportagem

Em junho de 2001, Chico Xavier foi internado no Hospital Doutor Hélio Angotti, em Uberaba, para tratar de um quadro grave de pneumonia nos dois pulmões. Ele estava na enfermaria, mas foi transferido para uma suíte no 2º andar da unidade dias depois.

Durante a recuperação do médium, uma câmera posicionada na frente do hospital pelo repórter cinematográfico Emerson Gondim flagrou uma situação inusitada. Um objeto luminoso aparece descendo e entrando pela janela do quarto em que Chico estava. No caminho, ele parece se dividir em dois feixes de luz, mas volta a ser um só ao passar pela janela.

Médium Chico Xavier morreu em Uberaba em 2002 — Foto: Reprodução
Médium Chico Xavier morreu em Uberaba em 2002 — Foto: Reprodução

Quem percebeu primeiro o fenômeno misterioso foi o então operador de câmera de estúdio da TV Integração, Dângeles Chandre. Ele e o editor da época viram a cena várias vezes para tentar entender o que aquela luz poderia ser.

"No processo de colar as imagens, eu vi aquela luz. Pedi para ele [o editor] voltar o frame e ele também percebeu a luz. Foi algo surreal pra gente na época", relata Dângeles.

Segundo o profissional, a equipe da TV foi até o local da gravação e pensou em diversas teorias para tentar explicar o ocorrido, mas nenhuma delas parecia plausível.

"Não poderia ser a luz de um carro, por exemplo, porque ele teria que estar andando na contramão para poder ser captado pelo ângulo de gravação da câmera. E também não poderia ser um raio solar, porque, no nascer do dia, eles não batiam na lente", explica.

O pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em mídias eletrônicas Régis Alves também refutou a teoria de que houve um defeito na câmera e não soube apontar o que seria a luz.

"Um objeto com uma massa apreciável iria apresentar uma trajetória parabólica, e não é o que acontece, já que houve uma trajetória retilínea", afirmou o pesquisador, que também estimou que o raio tinha cerca de 30 centímetros e deveria ser transparente, já que não deixou sombra na parede.

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2. Explicações

Após a história da luz misteriosa circular pelo país, diversas hipóteses surgiram para tentar justificar o fenômeno. Para a comunidade espírita, Chico Xavier havia recebido ajuda mediúnica para se recuperar da doença.

"Quando o espírito é muito evoluído, ele passa a não ter a sua forma física e se manifesta em forma de luz. Então, essa força que veio do plano espiritual superior certamente é uma equipe de espíritos ou um único espírito altamente iluminado que visita o Chico Xavier para sustentá-lo nas suas forças físicas", disse, na época, a médium Shirlene Campos.

O filho adotivo de Chico, Eurípedes Humberto Higino Reis, também defendeu a visão de que o pai estava sendo visitado por espíritos que o ajudariam na melhora dele.

"Não tenho nenhuma dúvida de que houve, do mundo espiritual, uma nova etapa, um novo tempo de vida para nosso querido Chico", afirmou Eurípedes em entrevista em 2001.

Fachada do Hospital Hélio Angotti, em Uberaba, em imagem de 2021 — Foto: Hospital Hélio Angotti/Divulgação
Fachada do Hospital Hélio Angotti, em Uberaba, em imagem de 2021 — Foto: Hospital Hélio Angotti/Divulgação

Curiosamente, segundo o médico que tratava Chico, o médium, de fato, teve uma evolução no quadro logo após a 'visita'.

"Eu resolvi olhar o prontuário para ver se alguma coisa havia acontecido. Dali para frente, ele começou a melhorar", disse o médico Eurípedes Tahan.

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3. Revelação

Depois de se recuperar da doença, Chico viveu por mais um ano em Uberaba até falecer, em 30 de junho de 2002. Antes de morrer, ele concedeu uma entrevista em que revelou de quem teria sido a visita que recebeu quando estava internado: a mãe dele, Maria José, e Emmanuel, espírito a quem Xavier atribuía grande parte das psicografias que fez.

"Disseram que eu tivesse paciência", afirmou o médium, cercado de amigos e familiares.
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segunda-feira, 27 de junho de 2022

Por que o Departamento de Defesa dos EUA está monitorando sons produzidos por camarões

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Os sonares militares podem causar efeitos sérios sobre algumas criaturas do oceano. Será que os ruídos naturais produzidos pelos animais marinhos poderão ser utilizados para localizar ameaças subaquáticas?
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TOPO
Por BBC, David Hambling

Postado em 27 de junho de 2022 às 16h15m

 #.*Post. - N.\ 10.379*.#

Quando camarão-pistola estala suas garras, pode criar o som mais alto produzido por qualquer criatura da Terra — Foto: BBC/GETTY IMAGES
Quando camarão-pistola estala suas garras, pode criar o som mais alto produzido por qualquer criatura da Terra — Foto: BBC/GETTY IMAGES

Esqueletos de baleias repousam ao longo do litoral de Fuerteventura, nas ilhas Canárias (Espanha), como um lembrete brutal dos efeitos prejudiciais dos sonares militares. Acredita-se que o sonar dos navios e submarinos seja um dos fatores que contribuem para o encalhe das baleias, confundindo o próprio sonar dos animais e fazendo com que elas se dirijam às praias.

Mas essa tecnologia prejudicial para as baleias pode ter um concorrente em breve.

Lori Adornato, gerente de projetos da agência de pesquisa militar americana Darpa, acredita que poderemos detectar submarinos se prestarmos mais atenção aos sons naturais, em vez de permanecer disparando pulsos de sonar.

"Atualmente, tratamos todos esses sons naturais como ruído de fundo ou interferência, e estamos tentando mudar isso", diz Adornato. "Por que não fazer uso desses sons e ver se conseguimos encontrar um sinal?"

Seu projeto, batizado de Sensores Aquáticos Vivos Persistentes (Pals, na sigla em inglês), "escuta" animais marinhos como uma forma de detectar ameaças subaquáticas.

As boias de sonar atuais, lançadas do ar — desenvolvidas pelos militares para detectar atividade subaquática dos inimigos — funcionam apenas por algumas horas em uma área pequena, devido à vida limitada da bateria. Já o sistema Pals poderá cobrir uma região ampla por meses.

Ele poderá fornecer monitoramento quase constante das linhas costeiras e dos canais subaquáticos. Adornato afirma que as espécies que habitam recifes e permanecem sem sair do lugar de forma confiável provavelmente serão as melhores sentinelas. "Você precisa ter certeza de que o seu organismo estará sempre ali", afirma a especialista.

O projeto Pals está financiando diversas equipes para investigar diferentes linhas de pesquisa, utilizando espécies muito diferentes que vivem nos recifes.

Acredita-se que sonar militar seja um dos fatores que fazem com que algumas espécies de baleias se dirijam às praias e acabem morrendo — Foto: BBC/GETTY IMAGES
Acredita-se que sonar militar seja um dos fatores que fazem com que algumas espécies de baleias se dirijam às praias e acabem morrendo — Foto: BBC/GETTY IMAGES

Garoupa-preta

Laurent Cherubin, da Universidade Atlântica da Flórida, nos Estados Unidos, coordena uma equipe que pesquisa a garoupa-preta, um peixe comum nas águas americanas, que pode pesar até 300 kg e é conhecido por emitir sons altos.

"É um som alto, porém em baixa frequência", explica Cherubin. "As garoupas-pretas são territoriais e costumam emitir esses sons quando flagram um intruso em seu território."

Os sons produzidos por esse peixe podem ser detectados a 800 metros de distância, mas nem sempre o objetivo é afastar intrusos e predadores. As garoupas-pretas também emitem sons para acasalar, delimitar território e outros fins, que ainda permanecem um mistério.

A equipe está agora focada nos chamados de alerta, algo como tentar ouvir o latido de um cão de guarda contra intrusos, segundo Cherubin. Diferenciar esses chamados dos demais não é fácil e, por isso, a equipe criou algoritmos de aprendizado de máquina para essa tarefa. Foram necessárias milhares de gravações até que os algoritmos conseguissem distinguir e classificar diferentes chamados das garoupas.

O algoritmo pode ser então transformado em software, que é conduzido em um processador pequeno, mas poderoso, instalado em um microfone subaquático, ou hidrofone. Um conjunto de hidrofones pode cobrir um recife, ouvindo chamados das garoupas e acompanhando-as, à medida que a causa para os chamados se move de um território de garoupas para outro.

Chamados territoriais crescentes das garoupas-pretas podem agir como "latido de um cão" debaixo d'água, alertando sobre presença de invasores — Foto: BBC/GETTY IMAGES
Chamados territoriais crescentes das garoupas-pretas podem agir como "latido de um cão" debaixo d'água, alertando sobre presença de invasores — Foto: BBC/GETTY IMAGES

Camarão-pistola

Analisar as conversas entre os peixes pode parecer bizarro, mas o trabalho do projeto Pals no provedor de sistemas de defesa Raytheon é muito mais parecido com o sonar antissubmarinos tradicional — na verdade, com uma diferença importante.

"Estamos tentando detectar os ecos criados quando os ruídos dos camarões são refletidos pelos veículos", afirma a cientista Alison Laferriere, da Raytheon. "É bastante parecido com um sistema de sonar tradicional que detecta ecos do som gerado pela sua fonte."

Em outras palavras, o sistema funciona como outro sonar normal, mas utiliza ruídos produzidos por camarões, em vez dos artificiais.

O camarão-pistola, também chamado de camarão-estalo, é conhecido por emitir o som mais alto produzido por qualquer criatura viva na Terra — 210 decibéis (a título de comparação, a decolagem de um avião a jato gera 120 decibéis).

Esse invertebrado produz seu estalo característico fechando suas pinças com tanta rapidez que gera energia sônica suficiente para atordoar a presa.

O camarão-pistola também se comunica entre si. Um grupo de camarões-pistola emite um rugido constante que Laferriere compara com o barulho de fritar bacon.

"O sinal criado por um camarão-pistola possui duração muito curta e amplitude incrivelmente ampla", afirma Laferriere. "Um único estalo é muito mais silencioso que uma fonte de sonar tradicional, mas pode haver milhares de estalos sendo disparados por minuto."

Laferriere explica que o som varia com a hora do dia e a temperatura da água, mas uma colônia de camarões nunca fica em silêncio.

"Um dos maiores desafios que enfrentamos é lidar com a enorme quantidade de ruído criada pelos camarões-pistola e os reflexos de todos esses sons para fora da área circunvizinha", afirma Laferriere.

Interpretar esses reflexos é um grande desafio, pois, ao contrário do sonar tradicional, a localização da fonte do som é desconhecida. Novamente, a solução é usar o software moderno.

A equipe de Laferriere desenvolveu algoritmos inteligentes para analisar o som e selecionar um único estalo, calculando em primeiro lugar a localização do camarão e depois o trajeto percorrido pelo som refletido, deduzindo, por fim, onde ele foi refletido.

Para compreender o som de retorno, a equipe de Laferriere precisou criar modelos computadorizados para determinar quais ecos vieram de objetos de fundo e poderiam ser ignorados. A eliminação desses ecos evidencia os objetos em movimento pelo ambiente — que podem ser peixes, submarinos ou veículos subaquáticos não tripulados.

Novamente, a solução finalizada será um conjunto de hidrofones inteligentes com computação a bordo, capazes de processar os sons dos camarões e determinar a localização de eventuais alvos de interesse na região.

Outras equipes do projeto Pals vêm realizando estudos semelhantes. Pesquisadores da empresa Northrop Grumman estão trabalhando em outro sistema de sonar utilizando camarões e uma equipe da Marinha americana está pesquisando os sons gerais dos recifes e como eventuais intrusos os afetam.

Todos prometem uma imensa rede de sensores que cobrirá amplas regiões por extensos períodos, com a maior parte do hardware convenientemente fornecido pela natureza. Apenas os hidrofones precisarão de reparos ou substituições.

Nudanças tecnológicas, se bem-sucedidas, poderão pôr fim a encalhe de baleias — Foto: BBC/GETTY IMAGES
Nudanças tecnológicas, se bem-sucedidas, poderão pôr fim a encalhe de baleias — Foto: BBC/GETTY IMAGES

Vai funcionar?

"O estudo da Darpa será realmente uma importante inovação, se for bem-sucedido", afirma Sidharth Kaushal, especialista em equipamento militar naval do think tank (centro de pesquisa e debates) britânico RUSI. "Um ecossistema de sensores vivos dispersos em flutuação permanente, em princípio, é algo tentador."

Em princípio, mas não necessariamente na prática. Kaushal tem suas dúvidas porque projetos anteriores usando a vida marinha para detectar submarinos não tiveram sucesso.

Submarinos alemães chegaram a ser identificados devido ao efeito causado sobre o plâncton bioluminescente, que emite uma luz brilhante quando perturbado — e um desses submarinos supostamente chegou a ser afundado graças a esse efeito na Primeira Guerra Mundial. Mas tentativas posteriores de usar esse fenômeno de forma mais ampla, com sensores especiais buscando as fontes de luz em uma área maior, tiveram pouco sucesso.

"Os esforços soviéticos e americanos durante a Guerra Fria para usá-los de forma sistemática não resultaram em nada", afirma Kaushal. "Em parte, porque eles não tinham como diferenciar os falsos positivos, como a reação de uma baleia que passava, do objeto real."

Ainda não se sabe qual será a qualidade da distinção que o Pals poderá fazer entre um submarino e um tubarão, por exemplo. Lori Adornato acredita que a combinação entre os organismos marinhos e os algoritmos inteligentes modernos fornecerá um "aviso de trajeto" confiável, para orientar os caçadores de submarinos mais tradicionais a verificar um possível intruso.

Adornato afirma que as tecnologias desenvolvidas para o projeto Pals poderão também ser empregadas para pesquisas científicas, monitorando os recifes e outros ambientes subaquáticos com um conjunto de sensores.

"Esses sistemas de observação de baixo impacto podem ser desenvolvidos em muitos ambientes diferentes, sem prejudicar o ecossistema estabelecido pela natureza", diz ela.

Sintonizar os sons produzidos pela vida marinha normal e aprender como eles se alteram ofereceria aos pesquisadores uma forma barata e ecológica de rastrear o impacto das atividades humanas debaixo d'água. Isso seria útil para projetos como geradores eólicos, extração de petróleo e mineração subaquática em alto mar, pois tudo o que precisaríamos fazer é ouvir a natureza.

O projeto concentra-se em espécies comuns nas águas territoriais americanas, de forma que sua replicação em outras regiões não seria necessariamente fácil. Mas a tecnologia, de forma geral, pode ser aplicada de forma mais ampla.

O projeto Pals completou sua primeira fase, que foi um estudo de viabilidade para duas abordagens diferentes, de monitoramento das reações a intrusos das espécies que vivem nos recifes e do sonar do camarão-pistola. Os desenvolvedores agora estão trabalhando em uma segunda etapa, para demonstrar como suas soluções funcionam em testes controlados, no verão do hemisfério norte de 2022.

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domingo, 26 de junho de 2022

Cientistas descobrem bactéria gigante visível a olho nu

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A espécie, que é 4,5 mil vezes maior do que outros micróbios, foi encontrada nos mangues de Guadalupe, arquipélago localizado no Caribe, e desafia a noção de que esses seres só podem ser vistos em microscópios.
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TOPO
Por André Biernath, BBC — Londres

Postado em 26 de junho de 2022 às 13h00m

 #.*Post. - N.\ 10.378*.#

Na imagem, é possível ver a bactéria Thiomargarita magnifica (filamentos brancos) em comparação com uma moeda de 10 centavos de dólar — Foto: BBC/LAWRENCE BERKELEY NATIONAL LABORATORY
Na imagem, é possível ver a bactéria Thiomargarita magnifica (filamentos brancos) em comparação com uma moeda de 10 centavos de dólar — Foto: BBC/LAWRENCE BERKELEY NATIONAL LABORATORY

Um grupo de cientistas acaba de anunciar os detalhes da maior bactéria já encontrada na natureza. Ela é tão grande que pode ser vista a olho nu, sem a necessidade de um microscópio.

Com o sugestivo nome de Thiomargarita magnifica, ela se assemelha a fiapos brancos e habita os mangues de Guadalupe, arquipélago localizado no sul do Caribe.

Para ter ideia do tamanho, essa bactéria tem mais de 9 mil micrômetros de comprimento (um micrômetro é a unidade de medida que equivale à milésima parte de um milímetro), ou supera 0,9 centímetro.

"A princípio, isso nos faz questionar até o uso de 'micro' para descrever essas bactérias, já que a microbiologia lida com coisas que a gente não vê a olho nu", comenta a bióloga Sylvia Maria Affonso Silva, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

As maiores bactérias conhecidas chegam, no máximo, a 750 micrômetros. Na média, esses seres têm cerca de 2 micrômetros.

Isso significa, portanto, que a T. magnifica tem um tamanho doze vezes superior em comparação com as maiores bactérias — e chega a ser 4,5 mil vezes mais comprida do que um micróbio "típico".

Seria possível, portanto, enfileirar 625 mil unidades de Escherichia coli, um dos micro-organismos causadores de infecções intestinais, na superfície de uma única T. magnifica.

Esses achados "desafiam o conhecimento tradicional sobre as células bacterianas", escrevem os autores.

A descoberta, que contou com a participação de pesquisadores de diversas instituições, como o Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, nos Estados Unidos, e a Universidade das Antilhas, em Guadalupe, foi publicada na mais recente edição do periódico especializado Science.

Vale lembrar aqui as bactérias fazem parte da natureza e nem todas fazem mal à nossa saúde — a T. magnifica mesmo não parece representar nenhuma ameaça e parece estar em equilíbrio no ambiente em que ela é encontrada.

Um micróbio nem tão 'micro' assim

A T. magnifica foi encontrada perto de folhas que caem de árvores localizadas em mangues das ilhas de Guadalupe.

T. magnifica vista mais de perto — Foto: BBC/LAWRENCE BERKELEY NATIONAL LABORATORY
T. magnifica vista mais de perto — Foto: BBC/LAWRENCE BERKELEY NATIONAL LABORATORY

Os cientistas usaram várias técnicas e equipamentos para desvendar a estrutura e o metabolismo da nova espécie.

Pelo que foi observado, ela integra um grupo conhecido como bactérias sulfurosas.

Em linhas gerais, isso significa que esses seres utilizam o enxofre, um elemento químico presente em abundância naquelas águas, para viver e se multiplicar.

"As bactérias são seres unicelulares, compostos de uma única célula, que possuem o material genético disperso em seu interior", explica Silva.

Em organismos mais complexos, o DNA fica guardado dentro do núcleo da célula.

Já a T. magnifica parece ficar "no meio do caminho" entre esses dois cenários. Os mais de 11 mil genes dela — número três vezes superior ao código genético de outras bactérias — são encapsulados dentro de estruturas membranosas.

"Essa organização genética diferenciada é algo muito interessante e que chama a atenção, porque ela parece ficar na transição entres seres procarióticos, como outras bactérias, e os eucarióticos, que são mais complexos", analisa Silva.

De acordo com os cientistas responsáveis pelo achado, essa configuração diferente representa uma "inovação característica de células mais complexas".

"É possível que essa organização espacial única indique um ganho de complexidade que pode ter permitido à T. magnifica superar limitações de tamanho e de volume tipicamente associadas às bactérias", analisam os autores, em comunicado divulgado à imprensa.

No entanto, não se sabe ainda porque essa nova espécie ficou tão grande em relação a suas primas-irmãs.

"Por que esses organismos precisam ser tão compridos é outra [questão] intrigante e desafiadora", considera a microbiologista Petra Anne Levin, da Universidade Washington em St. Louis, nos Estados Unidos.

A especialista assina uma breve análise sobre a descoberta, também publicada na Science.

T. magnifica chega até a 2 centímetros de comprimento — Foto: LAWRENCE BERKELEY NATIONAL LABORATORY/BBC
T. magnifica chega até a 2 centímetros de comprimento — Foto: LAWRENCE BERKELEY NATIONAL LABORATORY/BBC

"Outra pergunta mais filosófica é se a T. magnifica representa o limite máximo do tamanho de uma bactéria", continua.

"Isso parece improvável e, como o próprio estudo ilustra, as bactérias são infinitamente adaptáveis e surpreendentes — e nunca devem ser subestimadas", conclui a pesquisadora.

- Este texto foi publicado na BBC News Brasil.

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sábado, 25 de junho de 2022

Navio naufragado da Segunda Guerra Mundial é encontrado nas Filipinas em profundidade recorde

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Tripulação do Sammy B ficou à deriva por quase três dias aguardando resgate; dos 224 tripulantes, 89 morreram.
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TOPO
Por France Presse

Postado em 25 de junho de 2022 às 13h55m

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Navio de guerra encontrado nas Filipinas — Foto: Reprodução/Twitter/Victor Vescoso
Navio de guerra encontrado nas Filipinas — Foto: Reprodução/Twitter/Victor Vescoso

Um destróier (navio de guerra) da Marinha dos Estados Unidos que naufragou durante a Segunda Guerra Mundial foi encontrado na costa das Filipinas em uma profundidade recorde de quase 7.000 metros, anunciou uma equipe de exploração dos EUA.

Um submersível tripulado filmou, fotografou e inspecionou o casco danificado do "USS Samuel B Roberts" em vários mergulhos ao longo de oito dias, informou a empresa texana Caladan Oceanic, especializada em tecnologia submarina.

O "Sammy B" naufragou durante uma batalha na ilha de Samar em 25 de outubro de 1944, quando as forças dos EUA tentavam libertar as Filipinas, então uma colônia americana ocupada pelo Japão. Imagens fornecidas pela empresa mostram os três tubos de um lançador de torpedos e o suporte da arma do navio.

"A 6.895 metros [de profundidade], este é o naufrágio mais profundo já localizado e estudado", tuitou o fundador da Caladan Oceanic, Victor Vescovo, que pilotou o submersível.

Navio de guerra encontrado nas Filipinas — Foto: Reprodução/Twitter/Victor Vescoso
Navio de guerra encontrado nas Filipinas — Foto: Reprodução/Twitter/Victor Vescoso

"Este pequeno navio enfrentou os melhores elementos da Marinha japonesa, lutando contra eles até o fim", acrescentou.

De acordo com os arquivos da Marinha dos EUA, a tripulação do "Sammy B" "ficou à deriva por quase três dias aguardando resgate, muitos morreram por ferimentos e ataques de tubarão". Dos 224 tripulantes, 89 morreram.

O naufrágio ocorreu durante a Batalha de Leyte, que durou vários dias, entre forças japonesas e americanas. O "Sammy B" foi um dos quatro navios americanos que afundaram em 25 de outubro de 1944.

A equipe do Vescovo encontrou em 2021 o "USS Johnston", que a quase 6.500 metros era até hoje o naufrágio mais profundo já encontrado. Para comparação, os restos do "Titanic" repousam a uma profundidade de cerca de 4.000 metros.

Navio de guerra encontrado a 7 mil metros de profundidade nas Filipinas — Foto: Reprodução/Twitter/Victor Vescoso
Navio de guerra encontrado a 7 mil metros de profundidade nas Filipinas — Foto: Reprodução/Twitter/Victor Vescoso

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