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terça-feira, 27 de outubro de 2020

Por que alguns pensadores acreditam que vivemos 'momento decisivo' da história humana

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De um lado, domínio surpreendente da tecnologia e do conhecimento, do outro, ameaças sem precedentes para futuro do planeta e da espécie; combinação forma um momento ímpar na história. 
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TOPO
Por Richard Fisher, BBC  
27/10/2020 16h49 Atualizado há 42 minutos
Postado em 27 de outubro de 2020 às 17h35m



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Parabéns! Você possivelmente faz parte de um momento essencial para a história da humanidade e do planeta — Foto: Getty Images via BBC
Parabéns! Você possivelmente faz parte de um momento essencial para a história da humanidade e do planeta — Foto: Getty Images via BBC

Se você está lendo estas palavras, saiba: você possivelmente está vivendo a época mais influente e decisiva para a humanidade de todos os tempos.

E a importância desse período já havia sido anunciada, acredite, antes da pandemia de coronavírus e de toda a crise política que se vê em vários cantos do mundo.

Quem diz isso são alguns filósofos e pesquisadores que têm se unido em torno da ideia de que vivemos o período da "dobradiça da história".

O termo vem do livro "On what matters" ("Sobre o que importa", em tradução livre) do filósofo britânico Derek Parfit.

"Dadas as descobertas científicas e tecnológicas dos últimos dois séculos, o mundo nunca se transformou tão rapidamente. Pode ser que logo tenhamos maiores poderes para transformar não apenas nosso entorno, mas a nós mesmos e a nossos sucessores", escreveu o pensador, em 2011.

"Vivemos o momento 'dobradiça' da história."

A essa ideia se somou, no ano passado, uma publicação do filósofo escocês Will MacAskill, da Universidade de Oxford, defendendo o chamado altruísmo eficaz, um movimento com o propósito de aplicar a razão e as evidências em prol do bem comum.

Sua publicação em um fórum gerou mais de 100 comentários de outros especialistas, sem contar os podcasts e outros artigos repercutindo-a.

Como escreveu Kelsey Piper, editora no site Vox, o debate sobre este momento decisivo na história é mais do que uma discussão filosófica abstrata: trata-se de identificar o que nossa sociedade deve priorizar para garantir o futuro da nossa espécie a longo prazo.

Para entender por que, vamos começar examinando os argumentos que sustentam a ideia de que o nosso momento é assim crucial.

Acredite: o momento 'dobradiça' já havia sido anunciado antes da pandemia do coronavírus — Foto: Getty Images via BBC
Acredite: o momento 'dobradiça' já havia sido anunciado antes da pandemia do coronavírus — Foto: Getty Images via BBC

Somos os mais influentes da história?

Nos últimos anos, cresceu a sustentação à ideia de que vivemos em um período de alto e incomum risco de autoaniquilação.

Como afirmou o astrônomo britânico Martin Rees: "Nossa Terra existe há 45 milhões de anos, mas este século é especial. É a primeira vez que uma espécie, a nossa, tem o futuro do planeta em suas mãos."

Pela primeira vez, temos nas mãos ações que podem destruir de forma irreversível a biosfera, ou também tecnologias cujo uso equivocado podem causar um revés catastrófico à civilização, acrescenta Rees, cofundador do Centro para o Estudo de Riscos Existenciais da Universidade de Cambridge.

Esses poderes destrutivos estão além de nossa sabedoria, de acordo com o filósofo autraliano Toby Ord, também de Oxford.

Ord escreveu um livro chamado "The Precipice" ("O Precipício") como uma alegoria de onde estamos: a um passo de um desastre.

Para ele, as chances de o mundo terminar este século são muito altas. Em sua opinião, o que torna nosso tempo particularmente decisivo é que criamos ameaças que nossos ancestrais nunca tiveram que enfrentar, como guerras nucleares e biológicas. E, além disso, não estamos fazendo o suficiente para conter essas ameaças.

A Convenção das Nações Unidas de Armas Biológicas, um compromisso global para conter o desenvolvimento de armas biológicas como um super coronavírus, tem um orçamento menor do que uma lanchonete corriqueira da rede McDonald's.

Superinteligência

A ideia de que estamos em um ponto de inflexão perigoso também dá munição ao segundo argumento daqueles que apoiam a hipótese da dobradiça.

De acordo com diversos pesquisadores renomados, existe a possibilidade de que no século 21 a inteligência artificial logo se transforme em superinteligência. E mais: a forma como lidamos com essa transição pode determinar todo o futuro da civilização.

Por si só, uma inteligência todo-poderosa pode marcar o destino da humanidade com base nos objetivos e necessidades que possui.

Assim, o futuro da civilização poderia ser moldado pelo primeiro a controlar a inteligência artificial. E isso pode fazer com que uma única força busque o bem de todos, ou que o poder seja usado de forma repressora.

Não há unanimidade sobre os efeitos a longo prazo da inteligência artificial (IA).

Mas mesmo entre aqueles que consideram pequenas as chances de um cenário catastrófico com IA, muitos reconhecem o enorme potencial de sua influência pode tornar as próximas décadas mais importantes do que qualquer outra da história da humanidade.

Por isso, muitos pesquisadores e organizações têm se dedicado a estudar a ética e a segurança envolvidas na inteligência artificial.

Clima

O astrônomo Martin Rees alerta que neste século 21 temos o futuro do planeta em nossas mãos — Foto: Getty Images via BBC
O astrônomo Martin Rees alerta que neste século 21 temos o futuro do planeta em nossas mãos — Foto: Getty Images via BBC

Luke Kemp, professor da Universidade de Cambridge, aponta que as mudanças climáticas causadas pela ação humana e pela degradação ambiental neste século podem ter implicações significativas no futuro.

"A transformação mais fundamental até agora na história humana foi a chegada do Holoceno, que permitiu a revolução agrícola."

Kemp aponta que as sociedades humanas parecem ter se adaptado para viver em um subconjunto surpreendentemente restrito de climas disponíveis na Terra — com temperaturas médias anuais em torno de 13 graus.

"Este é o século em que faremos um experimento geológico perigoso e sem precedentes e talvez nos empurremos para fora do nicho climático ou, pelo contrário, nos afastemos do abismo."

Também poderia ser argumentado que a relativa pouca idade da civilização nos torna particularmente influentes.

Temos apenas cerca de 10 mil anos de história humana, e pode-se dizer que as primeiras gerações têm a capacidade de mobilizar mudanças e valores que persistirão nas gerações futuras.

Podemos pensar na civilização de hoje como uma criança que carregará cicatrizes e traços formativos pelo resto da vida.

Mas nossa relativa juventude também poderia ser usada para argumentar o oposto, o que leva a uma pergunta óbvia: os primeiros humanos não viveram na época mais influente?

Afinal, bastavam alguns erros no Paleoceno ou o fim da revolução agrícola e nossa civilização nunca teria existido.

No entanto, MacAskill diz que, embora muitos momentos da história tenham sido cruciais, isso não significa necessariamente que tenham sido influentes.

Os caçadores-coletores, por exemplo, não estavam em posição de participar de um momento decisivo porque não tinham o conhecimento para saber que podiam mudar o futuro ou os recursos para seguir um curso diferente.

Ser influente, na definição de MacAskill, envolve a consciência e a possibilidade de seguir um caminho ou outro.

Por que isso importa

A definição de influência nos leva aos motivos pelos quais MacAskill e outros estão tão interessados neste estudo dos nossos tempos.

Encontrar respostas indicará a quantidade de recursos e tempo que a civilização deve dedicar aos problemas de curto prazo versus problemas de longo prazo.

Fazendo uma comparação a nível pessoal, se você acreditar que amanhã será o dia mais influente de sua vida — por exemplo, a data de um exame muito importante ou do seu casamento —, então você colocará muito tempo e esforço nisso imediatamente.

Mas se você acha que o dia mais influente de sua vida está a décadas de distância, ou você não sabe que dia será, você se concentrará em outras prioridades primeiro.

Onde investir

MacAskill é um dos fundadores do altruísmo eficaz e passou sua carreira buscando maneiras de alcançar o bem maior a longo prazo.

Se esta filosofia pressupõe que estamos agora em um ponto de inflexão, é preciso gastar bastante tempo e recursos para reduzir urgentemente os riscos existenciais de longo prazo.

Se, ao contrário, as pessoas acreditam que o momento dobradiça aconteceu há séculos, então elas se empenharão em outros problemas imediatos, como investir dinheiro em seus descendentes.

Alguns podem questionar os benefícios a longo prazo de se investir dinheiro, uma vez que vários colapsos sociais na história destruíram poupanças e fundos. Outros provavelmente sugerirão que o dinheiro deve ser investido na erradicação dos grandes problemas atuais, como a pobreza.

O principal objetivo dos altruístas eficazes é determinar o verdadeiro ponto de inflexão na história a fim de maximizar o bem-estar da espécie e garantir o florescimento futuro.

Outras visões

Um passo em falso na revolução agrícola e o futuro de nossa civilização teria sido muito diferente — Foto: Getty Images via BBC
Um passo em falso na revolução agrícola e o futuro de nossa civilização teria sido muito diferente — Foto: Getty Images via BBC

O argumento mais simples contra a hipótese do momento dobradiça é uma questão de probabilidade.

Se conseguirmos sobreviver a este século e atingir a média de vida de um mamífero, estaremos falando de uma humanidade que durará cerca de um milhão de anos. Um período em que poderíamos potencialmente nos expandir para outras estrelas e nos estabelecer em outros planetas.

Além disso, ainda há, em teoria, um grande número de pessoas que nascerão no futuro. Mesmo se olharmos apenas 50 mil anos à frente, a escala das gerações futuras pode ser enorme.

Dado o número astronômico de pessoas que ainda deverão existir, diz MacAskill, seria surpreendente se nossa pequena fração de população atual fosse justamente a mais influente.

É provável que essas pessoas do futuro, com sorte, venham a ser também mais moral e cientificamente iluminadas do que nós. Assim, elas poderiam fazer ainda mais para influenciar o futuro de maneiras que ainda não conseguimos conceber.

Aqueles que acreditam que estamos vivendo um momento dobradiça também poderiam estar desenvolvendo raciocínios incompletos e falhos.

Talvez aspectos cognitivos estejam fazendo com que os eventos visíveis e contemporâneos pareçam mais importantes do que realmente são.

Vivendo na década de 1980, por exemplo, poderia se pensar que o maior risco para a humanidade seria a nanotecnologia.

Além disso, existe a possibilidade do viés de confirmação. Em outras palavras, se você realmente acha que os riscos existenciais merecem mais atenção, é provável que desenvolva inconscientemente os argumentos que sustentam essa conclusão.

Por essas e outras razões, MacAskill acha que provavelmente não estamos vivendo na época mais influente.

Pode haver argumentos convincentes para pensar que estamos vivendo em uma época especialmente complicada em comparação com outros períodos, mas dado o futuro potencialmente longo que aguarda nossa civilização, esse tempo provavelmente ainda está por vir.

Vantagens se o momento dobradiça não existir

Embora possa parecer decepcionante concluir que não somos as pessoas mais importantes de todos os tempos, na verdade, isso pode ser positivo.

Se você acredita que existe uma "época de perigos", então o próximo século será especialmente arriscado para se viver, possivelmente exigindo sacrifícios significativos para garantir a sobrevivência da nossa espécie. E como Kemp aponta, a história ensina que quando há muitos medo de que uma utopia futura esteja em jogo, coisas desagradáveis são feitas em nome dela.

"Os estados têm uma longa história de medidas draconianas para responder às ameaças percebidas, e quanto maiores as ameaças, mais severo é o uso desse poder emergencial", diz Kemp.

Por exemplo, alguns pesquisadores que buscam formas de prevenir cenários desastrosos decorrentes da inteligência artificial acreditam que possamos precisar de um sistema de vigilância global onipresente que monitore cada pessoa viva o tempo todo.

Mas se a vida em um momento decisivo exige sacrifícios, isso não significa que uma época que não tenha essa característica possa ser vivida com total desleixo.

Neste século, podemos infligir danos significativos a nós mesmos, e não necessariamente catastróficos ou aniquiladores de espécies.

No século passado, descobrimos inúmeras maneiras de deixar heranças malignas para nossos descendentes, desde o carbono na atmosfera até o plástico no oceano e o lixo nuclear no subsolo.

Portanto, embora não saibamos se o nosso tempo será o mais influente ou não, podemos dizer com mais certeza que temos um poder crescente para moldar a vida e o bem-estar de bilhões de pessoas que viverão amanhã, para melhor ou para pior.

Caberá aos historiadores do futuro julgar se usamos bem essa influência.

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Mudança climática causa desertificação nas terras do povo Navajo, nos EUA

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Areia já cobre cerca de 1/3 da reserva, de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos.
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TOPO
Por Reuters  
06/10/2020 11h27 Atualizado há 3 semanas
Postado em 27 de outubro de 2020 às 15h00m



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Mudança climática causa desertificação nas terras do povo Navajo, nos EUA
Stephanie Keith/Reuters

Com duas décadas de seca severa na reserva Navajo, a área aberta ao redor da fazenda de ovelhas de Maybelle Sloan se estende em uma extensão de terra marrom e arbustos.

Um vento seco sopra poeira no planalto do alto deserto e fumaça de incêndios florestais no Arizona e na Califórnia envolvem a borda próxima do Grand Canyon.

As chuvas das monções de verão não aconteceram novamente, e as lagoas destinadas a coletar água da chuva para os meses quentes de verão estão secas.

Maybelle e Leonard Sloan dão água ao gado — Foto: Stephanie Keith/Reuters
Maybelle e Leonard Sloan dão água ao gado — Foto: Stephanie Keith/Reuters

Sem água subterrânea para seus animais, Sloan, de 59 anos, enche o cocho do gado com água de um tanque de plástico de 4500 litros. Ela e o marido, Leonard, precisam pagar até US$ 300 para que o tanque seja abastecido, pois sua caminhonete quebrou. Quando está funcionando, ela mesma pega água a cada dois dias, gastando US$ 80 por semana em combustível.

O custo do transporte de água tornou seu rancho não lucrativo.

Uma casa é vista em meio a uma paisagem desértica da Nação Navajo — Foto: Stephanie Keith/Reuters
Uma casa é vista em meio a uma paisagem desértica da Nação Navajo — Foto: Stephanie Keith/Reuters 

O povo Navajo — ocupando uma área de 70 mil quilômetros quadrados que abrange os estados americanos do Arizona, Novo México e Utah — compete com cidades em crescimento, incluindo Phoenix e Los Angeles, pelo abastecimento de água.

E à medida que a mudança climática seca o oeste dos EUA, esse fornecimento está se tornando cada vez mais precário.

Maybelle e Leonard caminham vindo de seu curral de gado — Foto: Stephanie Keith/Reuters
Maybelle e Leonard caminham vindo de seu curral de gado — Foto: Stephanie Keith/Reuters

Nas décadas passadas, chovia todos os anos por volta de junho, julho, agosto, disse Leonard Sloan. O fazendeiro de 64 anos apontou para os lagos secos no solo perto de um monte local chamado Missing Tooth Rock.

Se tivéssemos aquela tempestade, haveria água e eles estariam cheios. E agora, devido ao aquecimento global, não temos chuva, só um pouco".

Para manter seu rancho vivo, os Sloans precisam obter água, que é gratuita, do único poço de gado na área a cerca de 24 km para o leste.

Eles gastam entre 3 e 4 mil dólares por ano em feno para complementar a alimentação de seus animais, já que a área aberta não produz mais grama suficiente para sustentá-los.

As ovelhas do curral de Maybelle são soltas pela manhã — Foto: Stephanie Keith/Reuters
As ovelhas do curral de Maybelle são soltas pela manhã — Foto: Stephanie Keith/Reuters

Maybelle reduziu seu rebanho de ovelhas para 24 cabeças, e Leonard diz para ela se livrar delas e de suas 18 cabras para se concentrar nos 42 bovinos, que dão mais dinheiro no mercado.

Mas Maybelle se irrita com a ideia de desistir do pastoreio de ovelhas que aprendeu com sua mãe e sua avó antes dela. A mãe, o pai e a irmã de Maybelle morreram de coronavírus em abril deste ano.

"Estou fazendo isso pelos meus pais", disse Maybelle, enxugando as lágrimas enquanto se sentava na grade de metal de um curral e via seu gado lamber blocos de sal e beber água.

A Represa Glen Canyon, que cria o Lago Powell a partir do Rio Colorado, é vista em Page, no Arizona — Foto: Stephanie Keith/Reuters
A Represa Glen Canyon, que cria o Lago Powell a partir do Rio Colorado, é vista em Page, no Arizona — Foto: Stephanie Keith/Reuters

Desastre gradual

Os Sloans se lembram que a grama crescia tão alta quanto a altura da barriga de um cavalo até os anos 1980.

Mas as condições de seca na reserva se tornaram implacáveis a partir de meados da década de 1990.

Sarah Begay, de 85 anos, caminha na propriedade de sua família em uma área remota do Bodaway Chapter — Foto: Stephanie Keith/Reuters
Sarah Begay, de 85 anos, caminha na propriedade de sua família em uma área remota do Bodaway Chapter — Foto: Stephanie Keith/Reuters

As temperaturas médias anuais aumentaram 1,4 graus Fahrenheit (0,8 ºC) na área da reserva de Navajo County ao longo dos últimos 100 anos até 2019, de acordo com dados da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA).

Os meses de junho a agosto deste ano foram os mais secos já registrados na área para o período de três meses, de acordo com dados de monitoramento de secas estudados pelo cientista climático David Simeral, do Desert Research Institute, em Nevada. Três das cinco estações chuvosas (de julho a agosto) mais secas na área ocorreram desde o final dos anos 1990.

A tendência de aquecimento levou à desertificação, com dunas de areia cobrindo agora cerca de um terço da reserva, de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS).

Eugene Boonie, de 55 anos, enche seu tanque de água em uma torneira de água para gado no Bodaway Chapter, na reserva Navajo. 'Temos que vir aqui para buscar água dia sim, dia não', disse ele. 'Costumávamos conseguir água da chuva, mas não tem chovido neste verão ou mesmo nos últimos anos.' — Foto: Stephanie Keith/Reuters
Eugene Boonie, de 55 anos, enche seu tanque de água em uma torneira de água para gado no Bodaway Chapter, na reserva Navajo. 'Temos que vir aqui para buscar água dia sim, dia não', disse ele. 'Costumávamos conseguir água da chuva, mas não tem chovido neste verão ou mesmo nos últimos anos.' — Foto: Stephanie Keith/Reuters

Todos os rios da reserva, exceto um, pararam de correr o ano todo, disse Margaret Redsteer, cientista da Universidade de Washington em Bothell.

Essa é a coisa realmente complicada sobre as secas, e as mudanças climáticas são assim também, disse Redsteer. É um desastre gradual.

Summer Weeks, de 23 anos, dá banho em sua filha Ravynn, de dois anos. 'Não me importo de viver sem água corrente e eletricidade. Cresci assim, estou acostumada. Vim para cá porque queria que meus filhos tivessem o mesmo tipo de educação que eu tive', disse ela. — Foto: Stephanie Keith/Reuters
Summer Weeks, de 23 anos, dá banho em sua filha Ravynn, de dois anos. 'Não me importo de viver sem água corrente e eletricidade. Cresci assim, estou acostumada. Vim para cá porque queria que meus filhos tivessem o mesmo tipo de educação que eu tive', disse ela. — Foto: Stephanie Keith/Reuters

Pessoas Determinadas

No papel, a Nação Navajo tem extensos direitos à água com base na doutrina federal de direitos reservados, que afirma que as nações nativas americanas têm direitos à terra e aos recursos em tratados que assinaram com os Estados Unidos.

Na prática, os Navajos e outras tribos foram deixados de fora de muitas negociações do século 20 para dividir as águas do Oeste americano.

Tyson Boone, de 16 anos, pisa da traseira de uma caminhonete em uma cerca entre dois contêineres de água em Bodaway Chapter — Foto: Stephanie Keith/Reuters
Tyson Boone, de 16 anos, pisa da traseira de uma caminhonete em uma cerca entre dois contêineres de água em Bodaway Chapter — Foto: Stephanie Keith/Reuters

Há sinais de que alguns membros da próxima geração estão mantendo as tradições do rancho.

Alguns jovens ajudam os avós a retirar água todos os dias do único poço para o gado na área de Bodaway-Gap. Outros ainda, incluindo os filhos de Maybelle, enviam dinheiro de seu trabalho fora da reserva para ajudar a financiar as fazendas de suas famílias.

Nós, índios, não desistimos muito facilmente, disse Maybelle. Somos pessoas realmente determinadas. 
Veja mais fotos:
Ravynn Weeks, de 2 anos, pula em contêineres de água na frente de sua casa na Bodaway Chapter — Foto: Stephanie Keith/Reuters
Ravynn Weeks, de 2 anos, pula em contêineres de água na frente de sua casa na Bodaway Chapter — Foto: Stephanie Keith/Reuters


Summer Weeks, de 23 anos, que está grávida, protege seus olhos do sol da propriedade de sua família uma área remota da Bodaway Chapter, na reserva Navajo — Foto: Stephanie Keith/Reuters
Summer Weeks, de 23 anos, que está grávida, protege seus olhos do sol da propriedade de sua família uma área remota da Bodaway Chapter, na reserva Navajo — Foto: Stephanie Keith/Reuters


Uma cesta de basquete é vista ao lado de um galpão de madeira em um complexo em Hidden Springs, no Arizona — Foto: Stephanie Keith/Reuters
Uma cesta de basquete é vista ao lado de um galpão de madeira em um complexo em Hidden Springs, no Arizona — Foto: Stephanie Keith/Reuters


Maybelle Sloan, de 59 anos, que é da Nação Navajo, dá uma mamadeira para seu bezerro em sua casa em Bodaway Chapter, no território da Nação Navajo em Cedar Ridge, Arizona — Foto: Stephanie Keith/Reuters
Maybelle Sloan, de 59 anos, que é da Nação Navajo, dá uma mamadeira para seu bezerro em sua casa em Bodaway Chapter, no território da Nação Navajo em Cedar Ridge, Arizona — Foto: Stephanie Keith/Reuters


Leonard Sloan, de 64 anos, segura um sapo com chifres (também conhecido como sapo 'com tesão') contra o peito enquanto reza pela chuva em Bodaway Chapter, no território da Nação Navajo no Arizona — Foto: Stephanie Keith/Reuters
Leonard Sloan, de 64 anos, segura um sapo com chifres (também conhecido como sapo 'com tesão') contra o peito enquanto reza pela chuva em Bodaway Chapter, no território da Nação Navajo no Arizona — Foto: Stephanie Keith/Reuters


Leonard brinca com um cachorro no quintal de sua casa — Foto: Stephanie Keith/Reuters
Leonard brinca com um cachorro no quintal de sua casa — Foto: Stephanie Keith/Reuters


Joshua Manuelito, de 10 anos, rega plantas no quintal de sua casa na reserva Navajo, no Arizona — Foto: Stephanie Keith/Reuters
Joshua Manuelito, de 10 anos, rega plantas no quintal de sua casa na reserva Navajo, no Arizona — Foto: Stephanie Keith/Reuters


Glen John, de 65 anos, pega água em uma fonte natural em Bodaway Chapter, no território do povo Navajo — Foto: Stephanie Keith/Reuters
Glen John, de 65 anos, pega água em uma fonte natural em Bodaway Chapter, no território do povo Navajo — Foto: Stephanie Keith/Reuters


Evans John, de 87 anos, é visto com seus três netos Calais Chee, de 5, Aveya Chee, de 4, e Makaia Chee, de 8 anos, do lado de fora de sua casa no Bodaway Chapter perto de Gap, no Arizona, EUA — Foto: Stephanie Keith/Reuters
Evans John, de 87 anos, é visto com seus três netos Calais Chee, de 5, Aveya Chee, de 4, e Makaia Chee, de 8 anos, do lado de fora de sua casa no Bodaway Chapter perto de Gap, no Arizona, EUA — Foto: Stephanie Keith/Reuters


Pessoas se reúnem em uma igreja no Bodaway Chapter em Hidden Springs, Arizona, no território do povo Navajo. A reunião foi convocada para discutir a realização de avaliações domiciliares para que as pessoas necessitadas pudessem obter melhorias como um banheiro e água corrente ou eletricidade, dependendo de sua necessidade — Foto: Stephanie Keith/Reuters
Pessoas se reúnem em uma igreja no Bodaway Chapter em Hidden Springs, Arizona, no território do povo Navajo. A reunião foi convocada para discutir a realização de avaliações domiciliares para que as pessoas necessitadas pudessem obter melhorias como um banheiro e água corrente ou eletricidade, dependendo de sua necessidade — Foto: Stephanie Keith/Reuters


Estrelas e a Via Láctea são vistas no território da nação Navajo em Hidden Springs, Arizona, nos EUA — Foto: Stephanie Keith/Reuters
Estrelas e a Via Láctea são vistas no território da nação Navajo em Hidden Springs, Arizona, nos EUA — Foto: Stephanie Keith/Reuters

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