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domingo, 30 de outubro de 2022

A comunicação secreta das tartarugas marinhas e outros animais

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Gabriel Jorgewich-Cohen diz que suas gravações de 53 espécies marinhas mudam o que sabemos sobre a evolução dos sons.
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TOPO
Por BBC

Postado em 30 de outubro de 2022 às 08h10m

 #.*Post. - N.\ 10.532*.#

As tartarugas conseguem comunicar-se, mas só agora os seres humanos se dispuseram a ouvi-las — Foto: GETTY IMAGES
As tartarugas conseguem comunicar-se, mas só agora os seres humanos se dispuseram a ouvi-las — Foto: GETTY IMAGES

Um cientista estudou 53 criaturas aquáticas que, segundo se acreditava, não emitiam sons. E ele descobriu que, na verdade, elas conseguem se comunicar.

Gabriel Jorgewich-Cohen indica que essas criaturas sempre emitiram suas mensagens, mas os seres humanos nunca haviam pensado em ouvi-las.

Ele usou microfones para gravar as espécies, incluindo tartarugas, comunicando que queriam acasalar-se ou que estavam saindo dos seus ovos. E suas descobertas reescrevem parte do que sabemos sobre a evolução.

Elas indicam que todos os vertebrados que respiram pelo nariz e usam o som para comunicar-se descendem de um ancestral comum, que viveu 400 milhões de anos atrás.

Existe forte debate na biologia evolutiva para descobrir se as coisas vivas descendem de um único ancestral ou de diversas origens diferentes.

Jorgewich-Cohen é estudante de PhD da Universidade de Zurique, na Suíça, e começou a trabalhar com a hipótese de que os animais marinhos poderiam comunicar-se usando o som. Ele empregou equipamento de som e vídeo para gravar 53 espécies em cativeiro em todo o mundo, incluindo o zoológico de Chester, na Inglaterra. Elas incluíram 50 tartarugas, um tuatara, um peixe-pulmonado e uma cobra-cega.

Acreditava-se que esses animais não emitissem sons, mas Jorgewich-Cohen sugere que eles só não foram ouvidos porque é difícil detectá-los.

"Conhecemos o canto de um pássaro. Você não precisa de ninguém para saber o que é. Mas alguns desses animais são muito silenciosos ou emitem um som a cada dois dias", explicou ele à BBC News.

Jorgewich-Cohen também sugere que os seres humanos têm preferência pelas criaturas que vivem em terra e, por isso, ignoram as espécies aquáticas.

Vídeos dos animais gravados quando eles emitem ruídos permitiram a ele associar os sons a determinados comportamentos, diferenciando-os de sons acidentais que não transmitem mensagens.

"As tartarugas marinhas cantam de dentro dos ovos para sincronizar a eclosão", ele conta. "Se elas chamarem de dentro [dos ovos], todas elas saem juntas e é mais fácil evitar que sejam comidas."

Os tuataras fazem ruídos para impedir que outros animais invadam seu território — Foto: GETTY IMAGES
Os tuataras fazem ruídos para impedir que outros animais invadam seu território — Foto: GETTY IMAGES

O pesquisador afirma que as tartarugas também fazem ruídos para indicar que querem acasalar-se. Ele indica vídeos de sons de acasalamento das tartarugas que são populares nas redes sociais.

Jorgewich-Cohen também gravou ruídos emitidos por tuataras — uma espécie de réptil da Nova Zelândia — para proteger seu território. Ele então começou a analisar o que a descoberta revela sobre a evolução dos animais que emitem sons.

Os fósseis, muitas vezes, não "contam" o suficiente aos cientistas sobre animais que viveram milhões de anos atrás. Por isso, eles comparam o comportamento dos animais vivos.

Usando uma técnica conhecida como análise filogenética, Jorgewich-Cohen rastreou a relação entre os animais que produzem sons.

A técnica compara o comportamento de uma espécie, mapeando-a como em uma árvore genealógica. Se, por exemplo, um ser humano e um chimpanzé se comportarem fazendo ruídos, isso sugere que o ancestral comum às duas espécies também produzia sons.

O pesquisador concluiu que toda a comunicação acústica dos vertebrados descende de um ancestral comum, 400 milhões de anos atrás - no período devoniano, quando a maioria das espécies vivia embaixo d'água.

Esta conclusão contradiz pesquisas recentes que rastrearam a comunicação por som a diversas espécies diferentes, 200 milhões de anos atrás.

A bióloga Catherine Hobaiter, que não fez parte da pesquisa, afirmou à BBC News que as gravações dessas 53 espécies foram bem recebidas e aumentam nosso conhecimento sobre a comunicação acústica.

"Comparar espécies como chimpanzés e seres humanos só nos leva até poucos milhões de anos atrás", explica ela. "Precisamos observar como as características comuns entre parentes muito mais distantes ampliam nossa compreensão até centenas de milhões de anos atrás."

A pesquisa foi publicada na revista científica Nature Communications.

Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/geral-63410505

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A descoberta sobre 'matéria escura' que pode mudar o tratamento do câncer

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TOPO
Por BBC

Postado em 30 de outubro de 2022 às 06h05m

 #.*Post. - N.\ 10.531*.#

A imagem mostra o DNA enrolado em histonas (na cor laranja). O epigenoma é governado por mudanças na estrutura tridimensional do DNA, que pode ser pensada como um pedaço de barbante com nós. — Foto: Phospho Biomecial Animation
A imagem mostra o DNA enrolado em histonas (na cor laranja). O epigenoma é governado por mudanças na estrutura tridimensional do DNA, que pode ser pensada como um pedaço de barbante com nós. — Foto: Phospho Biomecial Animation

Cientistas desvendaram mais detalhes sobre o misterioso papel da epigenética — o estudo de como os genes mudam e são influenciados pelo ambiente — na forma como o câncer se desenvolve.

Muitas vezes chamada de "matéria escura", essa área do conhecimento genômico pode alterar a maneira como os tumores são detectados e tratados, aponta um novo artigo do Instituto de Pesquisa do Câncer, no Reino Unido.

A epigenética poderia levar a novos testes para diagnosticar a doença ou até a personalizar os tratamentos que serão oferecidos a cada paciente.

Tudo isso está, entretanto, ainda distante do dia a dia da Medicina, já que as pesquisas estão em estágio inicial.

Quando a maioria das pessoas pensam em genética, o que vem à mente são as mudanças estruturais no código do DNA, que são transmitidas de geração em geração.

Como resultado, o grande foco das pesquisas tem sido entender como essas mutações genéticas impulsionam o crescimento dos tumores.

Nos últimos anos, porém, os cientistas descobriram outro fenômeno cuja influência é mais indireta — a epigenética.

A epigenética é a investigação de como o nosso comportamento e o ambiente ao redor de um indivíduo podem causar alterações que afetam a maneira como os genes funcionam.

Ela não altera o código genético por completo, mas pode controlar o acesso aos genes e é cada vez mais vista como algo importante no desenvolvimento de um câncer.

"Descobrimos um nível extra de controle sobre como os tumores se comportam — algo que pode ser comparado à 'matéria escura' do câncer", afirmou o professor Trevor Graham, diretor do Instituto de Pesquisa do Câncer.

Ele disse à BBC que podem existir "emaranhados nas linhas de DNA" à medida que as sequências genéticas se dobram em cada célula — e isso pode mudar quais genes são ativados.

A posição desses tais emaranhados pode ser muito importante para determinar como os cânceres aparecem e se comportam, acrescentou.

"Isso não vai mudar o atendimento dos pacientes amanhã, mas pode ser um caminho para o desenvolvimento de novas terapias", ponderou.

Testes genéticos para mutações relacionadas ao câncer, como o BRCA, que aumenta o risco de tumor de mama, por exemplo, oferecem apenas uma parcial do quadro sobre a doença de alguém.

"Ao testar as mudanças genéticas e epigenéticas, poderíamos potencialmente prever com muito mais precisão quais tratamentos funcionarão melhor para cada pessoa", sugeriu Graham.

As recentes descobertas foram publicadas em dois artigos no periódico científico Nature — o primeiro analisou mais de 1,3 mil amostras de 30 tumores intestinais e mostrou que as alterações epigenéticas eram muito comuns em células cancerosas e as ajudavam a crescer mais em comparação com as células saudáveis.

O segundo trabalho investigou diversas amostras retiradas de diferentes partes de um mesmo tumor. A partir daí, foi possível descobrir que a forma como as células tumorais se desenvolvem é muitas vezes governada por outros fatores além das mutações do DNA.

Os pesquisadores ponderam que as descobertas ainda não provam que as mudanças epigenéticas levam diretamente a alterações na forma como o câncer se comporta e mais pesquisas precisam ser feitas para entender como isso acontece.

Este texto foi originalmente publicado em https://www.bbc.com/portuguese/geral-63425540

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