Em análise preliminar, cientistas fizeram caminho inverso do óleo e estimaram que mancha começou a cerca de 700 quilômetros do litoral de Sergipe e Alagoas.
Por G1 e TV Globo
Postado em 17 de outubro de 2019 às 23h00m


Cientistas da UFRJ determinam área mais provável de origem do óleo no Nordeste
Postado em 17 de outubro de 2019 às 23h00m

Cientistas da UFRJ determinam área mais provável de origem do óleo no Nordeste
A origem do óleo que já poluiu mais de 170 localidades na costa do Nordeste pode estar em uma área a cerca de 700 km do litoral brasileiro, entre Sergipe e Alagoas. O local foi apontado por pesquisadores do Instituto de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) a partir de um modelo matemático.
O engenheiro Luiz Landau e o oceanógrafo Luiz Paulo Assad fizeram um modelo reverso que parte dos locais onde as manchas foram encontradas para rastrear a possível origem do óleo. Com a ajuda desse registro reverso, eles conseguiram estimar a atuação de correntes marinhas no Atlântico e chegaram ao possível ponto de origem.

Estudo ainda é preliminar
Assad ressalta este é um estudo preliminar e que novas análises ainda podem determinar a origem exata do vazamento.
"A gente ainda tem alguns desenvolvimentos para realizar de forma a chegar a chegar a uma conclusão mais efetiva, mas já dá para perceber que foi a 700 km da costa brasileira, na altura de Sergipe e Alagoas. Esse seria o posicionamento com maior probabilidade de acontecer o início da mancha", afirmou ele.
O estudo foi feito a pedido da Marinha com a ajuda de modelos físicos-matemáticos em que são simuladas as condições hidrodinâmicas (ou seja, a ação das correntes marinhas e dos ventos) e o transporte que elas efetuam das manchas de óleo.
"O que a gente faz é reproduzir as condições hidrodinâmicas passadas de forma que a gente consiga fazer o caminho inverso da mancha de óleo. Dessa forma, a gente consegue simular a circulação oceânica e, consequentemente, a deriva do óleo", disse Assad.
Monitoramento do Ibama
Uma análise de imagens de satélite feita pelo Ibama para investigar a origem do desastre ambiental no Nordeste não localizou manchas de óleo na superfície do oceano. O resultado reforça a teoria de que o óleo não veio boiando pelo oceano até atingir as praias, mas que estava submerso, o que dificulta a localização da origem do vazamento.
A informação foi obtida pelo G1 em entrevistas com servidores do setor de emergências ambientais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Em nota, o instituto confirmou apenas que "monitora as áreas atingidas utilizando imagens de satélite disponíveis e com sobrevoos" e que "não foram detectadas manchas de óleo visíveis".
Nesta semana, o óleo voltou a aparecer em locais onde as manchas já haviam sumido, como praias de Sergipe, Pernambuco e Alagoas.
Até a noite de quarta-feira (16), o balanço do Ibama registrava avistamentos do óleo em 178 localidades de mais de 70 municípios nordestinos.