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terça-feira, 11 de maio de 2021

Maior estrutura científica do Brasil, Sirius 'abre as portas' ao público com visita virtual guiada

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Evento está programado para a próxima segunda-feira (17), a partir das 10h, e celebra o Dia Internacional da Luz. Superlaboratório instalado em Campinas (SP) usa luz síncrotron para desvendar a estrutura dos mais diversos materiais em escala de átomos e moléculas.
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Por G1 Campinas e região

Postado em 11 de maio de 2021 às 15h25m


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Sirius, laboratório de luz síncrotron de 4ª geração, reforça a ciência no enfrentamento do novo coronavírus — Foto: Nelson Kon
Sirius, laboratório de luz síncrotron de 4ª geração, reforça a ciência no enfrentamento do novo coronavírus — Foto: Nelson Kon

O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), que abriga Sirius, superlaboratório de luz síncrotron de 4ª geração, em Campinas (SP), realiza na próxima segunda-feira (17) uma visita virtual guiada por dentro do maior investimento da ciência brasileira. O evento celebra o Dia Internacional da Luz, comemorado em 16 de maio.

Os visitantes virtuais poderão conhecer o projeto e ver detalhes das primeiras estações experimentais do Sirius, que usam diferentes tipos de técnicas para desvendar a estrutura dos mais diversos materiais em escala de átomos e moléculas.

A transmissão ao vivo está programada para começar às 10h, pelo canal do YouTube do CNPEM.

Imagem em 3D de proteína do novo coronavírus obtida no Sirius, superlaboratório instalado em Campinas (SP) — Foto: Sirius/CNPEM/Divulgação
Imagem em 3D de proteína do novo coronavírus obtida no Sirius, superlaboratório instalado em Campinas (SP) — Foto: Sirius/CNPEM/Divulgação

Sirius em operação

Maior projeto científico brasileiro, o Sirius realizou em julho de 2020 os primeiros experimentos ao obter imagens em 3D de estruturas de uma proteína imprescindível para o ciclo de vida do novo coronavírus.

Em setembro de 2020, um grupo do Instituto de Física da USP de São Carlos utilizou o acelerador na busca por uma "chave" para desativar o novo coronavírus. Foi o primeiro experimento de pesquisadores externos no Sirius.

Em outubro, a linha de luz batizada de Manacá, a primeira das 14 previstas na primeira fase, passou a operar oficialmente e a aceitar propostas de outros objetos de estudo que não a Covid-19.

Sirius: maior estrutura científica do país, instalada em Campinas (SP). — Foto: CNPEM/Sirius/Divulgação
Sirius: maior estrutura científica do país, instalada em Campinas (SP). — Foto: CNPEM/Sirius/Divulgação

O que é o Sirius?

Principal projeto científico do governo federal, o Sirius é um laboratório de luz síncrotron de 4ª geração, que atua como uma espécie de "raio X superpotente" que analisa diversos tipos de materiais em escalas de átomos e moléculas.

Além do Sirius, há apenas outro laboratório de 4ª geração de luz síncrotron operando no mundo: o MAX-IV, na Suécia.

Para observar as estruturas, os cientistas aceleram os elétrons quase na velocidade da luz, fazendo com que percorram o túnel de 500 metros de comprimento 600 mil vezes por segundo. Depois, os elétrons são desviados para uma das estações de pesquisa, ou linhas de luz, para realizar os experimentos.

Esse desvio é realizado com a ajuda de imãs superpotentes, e eles são responsáveis por gerar a luz síncrotron. Apesar de extremamente brilhante, ela é invisível a olho nu. Segundo os cientistas, o feixe é 30 vezes mais fino que o diâmetro de um fio de cabelo.
Entenda como funciona o Sirius, o Laboratório de Luz Síncrotron — Foto: Infográfico: Juliane Monteiro, Igor Estrella e Rodrigo Cunha/G1
Entenda como funciona o Sirius, o Laboratório de Luz Síncrotron — Foto: Infográfico: Juliane Monteiro, Igor Estrella e Rodrigo Cunha/G1

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Como balão dirigido por inteligência artificial surpreendeu criadores

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Algoritmos que usam inteligência artificial estão descobrindo truques inesperados para resolver problemas que surpreendem seus desenvolvedores — mas também levantam preocupações sobre nossa capacidade de controlá-los.
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TOPO
Por BBC

Posado em 11 de maio de 2021 às 13h05m


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Os balões de hélio do Projeto Loon, do Google, tinham como objetivo levar acesso à internet a partes remotas do mundo — Foto: Loon via BBC
Os balões de hélio do Projeto Loon, do Google, tinham como objetivo levar acesso à internet a partes remotas do mundo — Foto: Loon via BBC

A equipe do Google olhava perplexa para as telas de seus computadores.

Eles haviam passado vários meses aperfeiçoando um algoritmo desenvolvido para conduzir um balão de hélio não tripulado de Porto Rico ao Peru. Mas algo estava errado.

O balão, controlado por inteligência artificial (IA)continuava desviando da rota.

Salvatore Candido, do agora extinto Projeto Loon, do Google, que tinha como objetivo levar acesso à internet a áreas remotas do planeta por meio de balões, não conseguia explicar a trajetória da aeronave.

Seus colegas assumiram manualmente o controle do sistema e o colocaram de volta na rota.

Só mais tarde eles perceberam o que estava acontecendo. Inesperadamente, a inteligência artificial a bordo do balão havia aprendido a recriar uma antiga técnica de navegação desenvolvida por humanos há séculos, senão milhares de anos.

A técnica envolve conduzir a embarcação em ziguezague contra o vento, de modo que seja possível avançar mais ou menos na direção desejada.

Sob condições climáticas desfavoráveis, os balões autônomos aprenderam a se virar sozinhos. O fato de terem feito isso, de forma espontânea, surpreendeu a todos, inclusive aos pesquisadores que trabalhavam no projeto.

"Rapidamente percebemos que tinham sido mais espertos que a gente, quando o primeiro balão autorizado a executar totalmente essa técnica bateu um recorde de tempo de voo de Porto Rico ao Peru", escreveu Candido em um blog sobre o projeto.

"Nunca me senti tão inteligente e tão burro ao mesmo tempo."

Este é exatamente o tipo de coisa que pode acontecer quando a inteligência artificial é deixada à sua própria sorte.

Diferentemente dos programas de computador tradicionais, as IAs são projetadas para explorar e desenvolver novas abordagens para tarefas sobre as quais seus engenheiros humanos não lhes falaram explicitamente.

Mas enquanto aprendem como fazer essas tarefas, as IAs às vezes apresentam uma abordagem tão inovadora que pode surpreender até mesmo as pessoas que trabalham com esses sistemas o tempo todo.

Isso pode ser algo bom, mas também pode tornar as coisas controladas por inteligência artificial perigosamente imprevisíveis — robôs e carros autônomos podem acabar tomando decisões que colocam os humanos em perigo.

Como é possível para um sistema de inteligência artificial "superar" seus mestres humanos? E será que poderíamos controlar as mentes das máquinas de alguma forma, para garantir que não aconteça nenhum desastre imprevisto?

Na comunidade de IA, há um caso de criatividade que parece ser mais citado do que qualquer outro.

O momento que realmente empolgou as pessoas sobre o que a inteligência artificial pode fazer, diz Mark Riedl, do Instituto de Tecnologia da Geórgia, nos EUA, foi quando o DeepMind, laboratório de IA do Google, mostrou como um sistema de machine learning (aprendizagem automática) dominou o antigo jogo de tabuleiro Go — e depois derrotou um dos melhores jogadores humanos do mundo.


Balão satélite Loon, da Alphabet. — Foto: Loon/Divulgação
Balão satélite Loon, da Alphabet. — Foto: Loon/Divulgação

"Isso acabou demonstrando que havia novas estratégias ou táticas para contra-atacar um jogador que ninguém realmente havia usado antes — ou pelo menos muitas pessoas não sabiam a respeito", explica Riedl.

E ainda assim, um inocente jogo de Go desperta sentimentos diferentes entre as pessoas.

Riscos

Por um lado, o DeepMind descreveu orgulhosamente as maneiras pelas quais seu sistema, o AlphaGo, foi capaz de "inovar" e revelar novas abordagens para um jogo que os humanos vêm jogando há milênios.

Por outro lado, alguns questionaram se uma inteligência artificial tão inovadora poderia um dia representar um sério risco para os humanos.

"É ridículo pensar que seremos capazes de prever ou gerenciar o pior comportamento das inteligências artificiais quando não podemos, na verdade, imaginar seu possível comportamento", escreveu Jonathan Tapson, da Universidade de Western Sydney, na Austrália, após a vitória histórica do AlphaGo.

É importante lembrar, diz Riedl, que as inteligências artificiais não pensam realmente como os humanos. Suas redes neurais são, de fato, vagamente inspiradas em cérebros de animais, mas podem ser melhor descritas como "dispositivos de exploração".

Quando tentam resolver uma tarefa ou problema, elas não trazem consigo muitas, se é que alguma, ideia preconcebida sobre o mundo em geral. Simplesmente tentam — às vezes, milhões de vezes — encontrar uma solução.

"Nós, humanos, trazemos conosco muita bagagem mental, pensamos nas regras", explica Riedl.

"Os sistemas de inteligência artificial nem sequer entendem as regras, então eles mexem nas coisas de maneira muito aleatória."

Dessa forma, as IAs poderiam ser descritas como o equivalente em silício de pessoas com Síndrome do Sábio (ou de Savant), acrescenta Riedl, citando a condição em que um indivíduo tem uma deficiência mental grave, mas também possui uma habilidade extraordinária, geralmente relacionada à memória.

Uma maneira pela qual as IAs podem nos surpreender envolve sua capacidade de lidar com problemas radicalmente diferentes, mas usando o mesmo sistema básico.

Recentemente, uma ferramenta de machine learning desenvolvida para gerar parágrafos de texto foi requisitada a executar uma função muito diferente: jogar uma partida de xadrez.

O sistema em questão se chama GPT-2 e foi criado pela OpenAI. Treinado por meio de milhões de artigos de notícias online e páginas da web, o GPT-2 é capaz de prever a próxima palavra em uma frase com base nas palavras anteriores.

Uma vez que os movimentos de xadrez podem ser representados em caracteres alfanuméricos, "Be5" para mover um bispo, por exemplo, o desenvolvedor Shawn Presser pensou que se ele treinasse o algoritmo por meio de registros de partidas de xadrez, a ferramenta poderia aprender como jogar ao descobrir sequências desejáveis de movimentos.

Presser treinou o sistema com 2,4 milhões de jogos de xadrez.

"Foi muito bacana ver o mecanismo de xadrez ganhando vida", diz ele.

"Eu não tinha certeza se iria funcionar."

Mas deu certo. Não é tão bom quanto computadores especialmente projetados para xadrez — mas é capaz de jogar partidas difíceis com sucesso.

Segundo Presser, o experimento mostra que o sistema GPT-2 tem muitos recursos inexplorados. Um "sábio" com dom para o xadrez.

Uma versão posterior do mesmo software surpreendeu os web designers quando um desenvolvedor o treinou brevemente para produzir códigos para exibir itens em uma página, como textos e botões.

A inteligência artificial gerou o código apropriado, embora tudo o que tinha para seguir adiante eram descrições simples como "texto em vermelho que diz 'eu te amo' e um botão com 'ok' nele".

Claramente, ela adquiriu a essência básica de web design, mas após um treinamento surpreendentemente curto.

Uma área em que as IAs há muito tempo impressionam é na de videogames.

Há inúmeros casos na comunidade de inteligência artificial sobre coisas surpreendentes que os algoritmos têm feito em ambientes virtuais.

Os algoritmos costumam ser testados e aperfeiçoados, para ver o quão capazes eles realmente são, em espaços semelhantes aos de videogames.

Em 2019, a OpenAI ganhou as manchetes com um vídeo sobre um jogo de pique-esconde jogado por personagens controlados por machine learning.

Para a surpresa dos pesquisadores, aqueles que estavam "procurando" acabaram aprendendo que podiam pular em cima dos itens e "surfá-los" para ter acesso aos recintos onde havia personagens escondidos. Em outras palavras, aprenderam a burlar as regras do jogo a seu favor.

Uma estratégia de tentativa e erro pode resultar em todos os tipos de comportamentos interessantes. Mas nem sempre levam ao sucesso.

Dois anos atrás, Victoria Krakovna, pesquisadora da DeepMind, pediu aos leitores de seu blog que compartilhassem histórias em que as IAs resolveram problemas complicados — mas de maneiras imprevisivelmente inaceitáveis.

A longa lista de exemplos que ela reuniu é fascinante. Entre eles, está um algoritmo de jogo que aprendeu a se matar no final da primeira fase — para evitar morrer na segunda fase. O objetivo de não morrer na segunda fase foi alcançado, mas não de uma forma particularmente impressionante.

Outro algoritmo descobriu que poderia pular de um penhasco em um jogo e levar um oponente consigo para a morte. Isso deu à IA pontos suficientes para ganhar uma vida extra e continuar repetindo essa tática suicida em um loop infinito.

O pesquisador de inteligência artificial de videogame Julian Togelius, da Escola de Engenharia Tandon da Universidade de Nova York, nos EUA, pode explicar o que está acontecendo.

Ele diz que esses são exemplos clássicos de erros de "alocação de recompensa". Quando uma inteligência artificial é solicitada a realizar algo, ela pode descobrir métodos estranhos e inesperados de atingir seu objetivo, onde o fim sempre justifica os meios.

Nós, humanos, raramente adotamos tal postura. Os meios e as regras que preveem como devemos jogar são importantes.

Togelius e seus colegas descobriram que esse viés voltado a objetivos pode ser exposto em sistemas de inteligência artificial quando eles são colocados à prova em condições especiais.

Em experimentos recentes, sua equipe descobriu que uma IA solicitada a investir dinheiro em um banco, correria para um canto próximo do saguão do banco virtual e esperaria para receber um retorno sobre o investimento.

Togelius diz que o algoritmo aprendeu a associar correr para o canto com a obtenção de uma recompensa financeira, embora não houvesse nenhuma relação real entre seu movimento e o quanto era pago.

Isso, segundo ele, é mais ou menos como se a inteligência artificial desenvolvesse uma superstição: "Você recebeu uma recompensa ou punição por algo — mas por que você recebeu?"

Essa é uma das armadilhas do "aprendizado por reforço", em que uma inteligência artificial acaba planejando uma estratégia equivocada com base no que encontra em seu ambiente.

A inteligência artificial não sabe por que teve sucesso, ela só pode basear suas ações em associações aprendidas. Um pouco como as primeiras culturas humanas que começaram a associar rituais a mudanças no clima, por exemplo. Ou os pombos.

Em 1948, um psicólogo americano publicou um artigo descrevendo um experimento incomum em que colocava pombos em gaiolas e os recompensava com comida de forma intermitente.

Os pombos começaram a associar a comida a o que quer que estivessem fazendo na ocasião — seja batendo as asas ou executando movimentos semelhantes a uma dança. Eles então repetiam esses comportamentos, aparentemente na expectativa de que viria uma recompensa a seguir.

Os pombos podem aprender a associar a comida a certos comportamentos, e as IAs podem exibir postura semelhante. — Foto: Divulgação CMS
Os pombos podem aprender a associar a comida a certos comportamentos, e as IAs podem exibir postura semelhante. — Foto: Divulgação CMS 

Há uma grande diferença entre as IAs dos jogos testados por Togelius e os animais vivos usados ​​pelo psicólogo, mas Togelius sugere que o mesmo fenômeno parece estar em ação: a recompensa se torna erroneamente associada a um comportamento particular.

Embora os pesquisadores de inteligência artificial possam se surpreender com os caminhos trilhados pelos sistemas de machine learning, isso não significa necessariamente que tenham admiração por eles.

"Nunca tive a sensação de que esses agentes pensem por si só", afirma Raia Hadsell, do DeepMind.

Hadsell fez experiências com muitas IAs que encontraram soluções interessantes e inovadoras para problemas não previstos por ela ou seus colegas.

Ela destaca que é exatamente por isso que os pesquisadores procuram aperfeiçoar as IAs em primeiro lugar — para que possam alcançar coisas que os humanos não conseguem por conta própria.

E ela argumenta que os produtos que usam inteligência artificial, como carros autônomos, podem ser rigorosamente testados para garantir que qualquer imprevisibilidade esteja dentro de certos limites aceitáveis.

"Você pode dar garantias razoáveis ​​sobre o comportamento com base em evidências empíricas", diz ela.

O tempo dirá se todas as empresas que vendem produtos construídos com inteligência artificial são escrupulosas nesse aspecto.

Mas, ao mesmo tempo, é importante observar que as IAs que demonstram comportamentos inesperados não estão de forma alguma confinadas a ambientes de pesquisa. Elas já estão atuando em produtos comerciais.

No ano passado, um braço robótico que trabalhava em uma fábrica em Berlim, desenvolvido pela empresa americana Covariant, apresentou maneiras inesperadas de classificar os itens à medida que eles passavam em uma esteira rolante.

Apesar de não ter sido especialmente programada para isso, a inteligência artificial que controla o braço aprendeu a mirar no centro dos itens em embalagens transparentes para ajudar a garantir que os pegaria com sucesso todas as vezes.

Como esses objetos podem se confundir quando se sobrepõem, devido ao material transparente, mirar com menos precisão significa que o robô pode não conseguir pegar o item.

"Isso evita a sobreposição de objetos nos cantos e, em vez disso, mira na superfície mais fácil de agarrar", afirma Peter Chen, cofundador e presidente-executivo da Covariant.

"Isso realmente nos surpreendeu."

Em paralelo, Hadsell diz que sua equipe testou recentemente um braço robótico que passa diferentes blocos por meio de orifícios de formatos variados.

A mão do robô era bastante desajeitada, então a inteligência artificial que o controlava aprendeu que, pegando e soltando repetidamente o bloco, poderia colocá-lo na posição certa para então agarrá-lo e passá-lo facilmente pelo orifício apropriado — em vez de tentar manobrá-lo usando a garra.

Tudo isso ilustra uma questão levantada por Jeff Clune, da OpenAI, que recentemente colaborou com pesquisadores do mundo todo para coletar exemplos de IAs que desenvolveram soluções inteligentes para problemas.

Clune diz que a natureza exploratória da inteligência artificial ​​é fundamental para seu sucesso futuro.

"Conforme estamos ampliando esses sistemas de inteligência artificial, o que estamos vendo é que as coisas que eles fazem de maneira criativa e impressionante não são mais curiosidades acadêmicas", afirma.

Como as IAs encontram formas melhores de diagnosticar doenças ou entregar suprimentos de emergência, elas até salvam vidas graças à sua capacidade de encontrar novas maneiras de resolver velhos problemas, acrescenta Clune.

Mas ele acredita que aqueles que desenvolvem tais sistemas precisam ser abertos e honestos sobre sua natureza imprevisível, para ajudar a população a entender como a inteligência artificial funciona.

Afinal, é uma faca de dois gumes — a promessa e a ameaça da inteligência artificial fazem parte do mesmo pacote. O que será que elas vão inventar a seguir?

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IPCA: inflação desacelera em abril, mas atinge 6,76% em 12 meses e segue acima do teto da meta

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Taxa ficou em 0,31% no mês passado, ante 0,93% em março. Principal pressão em abril veio da alta nos preços dos remédios. Carnes acumulam alta de 35% em 12 meses. Já a gasolina teve 1ª queda depois de 10 meses seguidos de alta.
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Por Darlan Alvarenga e Daniel Silveira, G1 — São Paulo e Rio de Janeiro

Postado em 11 de maio de 2021 às 10h25m


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Inflação de abril fica em 0,31%, diz IBGE
Inflação de abril fica em 0,31%, diz IBGE

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, ficou em 0,31% em abril, abaixo da taxa de 0,93% registrada em março, conforme divulgado nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar de ter perdido força, no acumulado em 12 meses o IPCA subiu para 6,76%, chegando ao nível mais alto em quase quatro anos e meio e permanecendo acima do teto da meta do governo para a inflação no ano – o centro da meta é de 3,75%, podendo variar entre 2,25% e 5,25%.

"No ano, o índice acumula alta de 2,37% e, em 12 meses, de 6,76%, acima dos 6,10% observados nos 12 meses imediatamente anteriores", informou o IBGE.

Inflação oficial fica em 0,31% em abril — Foto: Economia/G1
Inflação oficial fica em 0,31% em abril — Foto: Economia/G1

Em 12 meses, IPCA atinge máxima em 4 anos e meio

taxa acumulada em 12 meses é mais alta desde novembro de 2016, quando ficou em 6,99%. Naquele ano, porém, o teto da meta de inflação era de 6,5%.

resultado de abril veio dentro do esperado. Pesquisa da Reuters apontou que a expectativa de analistas era de alta de 0,30%.

Indicador acumulado em 12 meses segue acima do teto da meta do Banco Central — Foto: Economia/G1
Indicador acumulado em 12 meses segue acima do teto da meta do Banco Central — Foto: Economia/G1

Veja o resultado para cada um dos grupos pesquisados

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta de preços em abril. O maior avanço foi em Saúde e cuidados pessoais (1,19%). Já a inflação de alimentos e bebidas (0,40%) teve o segundo maior impacto no índice e acelerou em relação ao mês anterior (0,13%). Confira abaixo:

  • Alimentação e bebidas: 0,40%
  • Habitação: 0,22%
  • Artigos de residência: 0,57%
  • Vestuário: 0,47%
  • Transportes: -0,08%
  • Saúde e cuidados pessoais: 1,19%
  • Despesas pessoais: 0,01%
  • Educação: 0,04%
  • Comunicação: 0,08%
Remédios mais caros

principal pressão em abril, segundo o IBGE, veio da alta nos preços dos produtos farmacêuticos, com alta de 2,69% e impacto de 0,09 ponto percentual no IPCA de abril.

No dia 1º de abril, o governo autorizou o reajuste de até 10,08% no preço dos medicamentos, dependendo da classe terapêutica.

A maior variação nos produtos farmacêuticos veio dos remédios anti-infecciosos e antibióticos (5,20%). Houve alta também em produtos como perfumes (3,67%), artigos de maquiagem (3,07%), papel higiênico (2,90%) e produtos para cabelo (1,21%).

Carnes acumulam alta de 35% em 12 meses

Já nos alimentos, os principais impactos em abril partiram das proteínas, em especial carnes (1,01%), leite longa vida (2,40%), frango em pedaços (1,95%). Em 12 meses, as carnes acumulam alta de 35%.

Isso tem a ver com os custos de produção, sobretudo por causa da ração animal, produzida com milho e soja, que são commodities que estão com os preços em alta, explicou o gerente da pesquisa.

Outra alta relevante no mês foi do preço médio do tomate (5,46%).

No lado das quedas, as frutas (-5,21%) foram o principal destaque. Já a alimentação fora do domicílio desacelerou (0,23%), após subir 0,89% no mês anterior.

Preço das carnes dispara mais uma vez e consumidor diminui compra
Preço das carnes dispara mais uma vez e consumidor diminui compra

Combustíveis têm deflação

Apenas o grupo transportes (-0,08%) registrou queda de preços em abril, favorecido pela deflação nos combustíveis (-0,94%). O gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, lembrou que foi justamente este grupo que, nos dois meses anteriores, havia puxado a inflação no país.

Após 10 meses consecutivos de alta, a gasolina recuou 0,44% em abril. Mas a queda mais intensa no grupo veio do etanol (-4,93%).

"Nós tivemos, em abril, uma queda de quase 5% no preço do etanol e de 0,44% da gasolina, que é o item de maior peso no IPCA", apontou o pesquisador. Ele lembrou, ainda, que o preço médio da gasolina havia aumentado em 11% em março.

Em 12 meses, gasolina e etanol ainda acumulam avanço de 35,57% e 37,61%, respectivamente.

Já o gás de botijão (1,15%) registrou, em abril, a 11ª alta consecutiva, acumulando avanço de 21,11% em 12 meses.

Inflação de serviços desacelera

A inflação de serviços também desacelerou na passagem de março para abril – de 0,12% para 0,05%. Dentre os principais serviços investigados pelo IBGE, transporte por aplicativo foi o que apresentou o maior recuo (-11,12%).

Já os maiores aumentos de preços foram observados nas passagens aéreas e aluguel de veículos – respectivamente de 6,41% e 6,20%. Apesar da alta em abril, as passagens aéreas ainda acumulam queda de quase 20% (19,37%) em 12 meses.

Inflação por regiões do país

Todas as áreas investigadas pelo IBGE apresentaram variação positiva no mês. O menor índice foi observado em Brasília (0,11%). Já o maior resultado ocorreu em Rio Branco (1,06%). Em São Paulo, o indicador ficou em 0,75% e no Rio de Janeiro, em 0,63%.

INPC tem alta de 0,38% em abril

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), usado como referência para reajustes salariais e benefícios do INSS, ficou em 0,38% em abril, ante 0,86% em março.

No ano, o indicador acumula alta de 2,35% e, nos últimos doze meses, de 7,59%, acima dos 6,94% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Meta de inflação e estimativas do mercado

A meta central do governo para a inflação em 2021 é de 3,75%, e o intervalo de tolerância varia de 2,25% a 5,25%. Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic), que agora está em 3,50% ao ano.

Na semana passada, o Banco Central elevou a taxa básica de juros Selic em 0,75 ponto percentual e indicou a intenção de fazer novo aperto da mesma magnitude em sua próxima reunião, marcada para junho.

Metas para a inflação estabelecidas pelo Banco Central — Foto: Aparecido Gonçalves/Arte G1
Metas para a inflação estabelecidas pelo Banco Central — Foto: Aparecido Gonçalves/Arte G1

Por ora, os analistas das instituições financeiras projetam para o ano uma inflação de 5,06%, portanto abaixo do teto, conforme aponta a última pesquisa Focus do Banco Central. O mercado mantém a expectativa para a taxa Selic em 5,5% ao ano, o que pressupõe novas altas do juro básico.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central avaliou nesta terça-feira, na ata da sua última reunião, que a despeito da intensidade da segunda onda da pandemia ter sido maior que a esperada, o segundo semestre do ano deve mostrar uma "retomada robusta da atividade, na medida em que os efeitos da vacinação sejam sentidos de forma mais abrangente".

Na avaliação do economista da Necton, André Perfeito, a inflação no momento atual é eminentemente de custos e dificilmente a política monetária poderá, sozinha, dar conta dos desafios. " A aposta do BCB, reiterada na ata divulgada hoje pela instituição, é que a alta recentemente observada é transitória. Vemos com mais ceticismo este fenômeno uma vez que com as principais economias em alta o choque em commodities deve continuar", avaliou.

Em 2020, a inflação fechou em 4,52%, acima do centro da meta do governo, que era de 4%. Foi a maior inflação anual desde 2016.

Mercado eleva previsão de inflação para 5,06% em 2021
Mercado eleva previsão de inflação para 5,06% em 2021

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