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sábado, 4 de junho de 2022

São Francisco perdeu 50% da superfície de água nas últimas três décadas, aponta pesquisa

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Estudo mostra como quatro grandes reservatórios apresentam tendência de queda na superfície de água nos últimos 36 anos.
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Por g1 BA

Postado em 04 de junho de 2022 às 17h30m

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São Francisco perdeu 50% da superfície de água nas últimas três décadas — Foto: Dirceu Costa/ Arquivo pessoal
São Francisco perdeu 50% da superfície de água nas últimas três décadas — Foto: Dirceu Costa/

Uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira (3) pela iniciativa MapBiomas apontou que a Bacia do São Francisco perdeu 50% da superfície de água natural entre 1985 e 2020.

De acordo com o levantamento, se considerar que as ações humanas que por exemplo trouxeram um aumento artificial de 13% da superfície de água de reservatórios, a redução foi de 4%, com as maiores perdas observadas no Alto e no Baixo São Francisco, 19% e 21% respectivamente.

O estudo da MapBiomas teve o objetivo de marcar o Dia Nacional de Defesa do Rio São Francisco, a pedido do Plano Nordeste Potência, iniciativa de um conjunto de organizações brasileiras que trabalham pelo desenvolvimento verde e inclusivo da região.

De acordo com o coordenador do MapBiomas Água, Carlos Souza Jr., somente a ação humana pode ser insuficiente para manter o recurso na região, especialmente se considerar os cenários de redução de chuva previstos para os próximos anos.

A criação de reservatórios aumenta a superfície de água, no entanto temos observado uma tendência de perda de água nos principais reservatórios, além da perda de superfície de água natural significativa na bacia do Rio São Francisco, isso favorece um cenário de crise hídrica, afirmou.

Queda nos últimos 36 anos

O estudo mostra como quatro grandes reservatórios apresentam tendência de queda na superfície de água nos últimos 36 anos. A maior delas foi registrada na hidrelétrica Luiz Gonzaga (antes Itaparica), entre Pernambuco e Bahia, seguida por Sobradinho, Três Marias e Xingó.

Esses números refletem o que nós podemos ver na prática. A Bacia do São Francisco sofre com o uso intenso e sem planejamento, seja dos recursos hídricos quanto do seu solo. Hoje existem populações que vivem nessa região e que já sofrem com essas variações", explicou o coordenador executivo do Grupo Ambientalista da Bahia (Gambá), Renato Cunha.

"Precisamos implementar soluções como a recuperação das áreas degradadas o mais rápido possível, além de promover uma boa gestão dos recursos, completou.

A Bacia do São Francisco é a terceira maior do país e corresponde a cerca de 8% do território nacional. A pesquisa aponta que ainda que haja grandes variações entre os anos, a tendência de queda é clara e soma-se a análises anteriores, inclusive do governo federal.

Um estudo feito em 2013 pela extinta Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência, por exemplo, indicava que poderia haver uma perda de até 65% da vazão até 2040, com base no registro de 2005.

O coordenador do Projeto HidroSinergia, do Centro Brasil no Clima (CBC), Sérgio Xavier, diz que indicadores do MapBiomas mostram que é urgente a implantação de um profundo programa de revitalização, previsto desde o início do projeto de transposição e nunca realizado.

"Além das ações de reflorestamento, recomposição de áreas degradadas e obras de saneamento em centenas de municípios, é fundamental um plano de elevação e estabilização da vazão média do rio e incentivos a um modelo de economia que impulsione a regeneração da bacia hidrográfica, analisou.

Alterações na paisagem

Poluição do Rio São Francisco no norte da Bahia prejudica o meio ambiente e a economiaPoluição do Rio São Francisco no norte da Bahia prejudica o meio ambiente e a economia

Outros dados do MapBiomas mostram que o uso da terra na bacia se intensificou no período. Atualmente, a cobertura de vegetação nativa nessa área é de 57%, mas chega a somente 30% no Baixo e 37% no Alto São Francisco.

Apesar de haver áreas consolidadas de agricultura e pastagem, a região hidrográfica perdeu 7 milhões de hectares de vegetação nativa nas últimas três décadas para a agropecuária, restando 36,2 milhões de hectares – desses, somente 17% estão em áreas protegidas.

As pastagens ocupam 14,8 milhões de hectares e a agricultura, 3,4 milhões. A formação savânica foi a mais atingida, perdendo 4,6 milhões de hectares (14%). Além de Cerrado, outros dois biomas compõem a bacia, Mata Atlântica e Caatinga.

As regiões do Baixo e Submédio São Francisco apresentam as maiores taxas de aumento de áreas de pastagem, 50% e 85% respectivamente. No Médio São Francisco, o destaque é para o aumento de 650% da agricultura, principalmente para a expansão da soja nos últimos anos. Já na região do Alto São Francisco, a silvicultura cresceu 400%.

Esse avanço das atividades agrícolas se manifesta em outros indicadores. O Médio São Francisco registrou quase 2 mil alertas de desmatamento em 2019 e 2020, totalizando aproximadamente 99 mil hectares derrubados.

A mesma sub-região mostrou o maior crescimento no número de sistemas de irrigação desde 1985, 1.870%, seguido pelo Alto São Francisco, com 1.586%.

A bacia do São Francisco está sob pressão, tanto pela agricultura quanto pela geração de energia, que coloca em risco milhares de pessoas que vivem na região, contou o coordenador da equipe Caatinga no MapBiomas, Washington Rocha.

Veja mais notícias do estado no g1 Bahia.

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A razão por trás do misterioso desaparecimento do megalodonte, o maior tubarão que já existiu

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A luta pelos alimentos na pré-história pode ter significado a extinção do maior tubarão que já viveu no planeta.
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TOPO
Por Helen Briggs, BBC

Postado em 04 de junho de 2022 às 15h40m

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O megalodonte, ou megalodon, perambulava pelos oceanos cerca de 3 até 22 milhões de anos atrás — Foto: Getty Images via BBC
O megalodonte, ou megalodon, perambulava pelos oceanos cerca de 3 até 22 milhões de anos atrás — Foto: Getty Images via BBC

A luta pelos alimentos na pré-história pode ter significado a extinção do megalodonte, o maior tubarão que já viveu no planeta.

Um estudo dos dentes de fósseis desse gigante dos oceanos indica que ele precisava competir por alimentos com outro predador feroz, o grande tubarão-branco. E a batalha pela redução da quantidade de baleias e outras presas pode ter levado o megalodonte à extinção, três milhões de anos atrás.

Mas pressões ambientais, como mudanças dos níveis dos mares, também fizeram sua parte.

A extinção do megalodonte é um mistério que persiste há muito tempo. Vários fatores diferentes foram propostos, desde a perda do habitat devido a mudanças dos níveis dos mares até a redução da quantidade de presas.
Dentes de megalodonte (à esquerda) e do grande tubarão-branco (à direita) — Foto: Getty Images via BBC
Dentes de megalodonte (à esquerda) e do grande tubarão-branco (à direita) — Foto: Getty Images via BBC

No estudo mais recente, pesquisadores internacionais usaram isótopos de zinco nos dentes de tubarões vivos e extintos como ferramenta para entender a alimentação de animais mortos há muito tempo.

Vestígios de substâncias nos dentes de tubarões vivos e em 13 fósseis de dentes de megalodonte indicam que o grande tubarão-branco e o megalodonte um dia ocuparam posições similares na cadeia alimentícia e podem ter competido pelos mesmos alimentos, incluindo baleias, golfinhos e botos. E este pode ter sido um fator para a extinção dos megalodontes, além de mudanças climáticas e outros fatores ambientais, segundo os cientistas.

"Esta é uma peça do quebra-cabeças de evidências de que houve concorrência entre o grande tubarão-branco moderno e o megalodonte por recursos alimentícios aquáticos nos oceanos, quando os dois ainda vivam", segundo Thomas Tutken, professor da Universidade Johannes Gutenberg, de Mainz, na Alemanha, que chefiou o estudo.
O número de grandes tubarões-brancos está diminuindo — Foto: Getty Images via BBC
O número de grandes tubarões-brancos está diminuindo — Foto: Getty Images via BBC

Ao comentar sobre a pesquisa, publicada na revista Nature Communications, Catalina Pimiento, da Universidade de Swansea, no País de Gales, afirmou que mais trabalho era necessário para resolver o mistério do que aconteceu com o megalodonte. Segundo ela, a extinção foi estudada de muitos ângulos diferentes ao longo da última década e estudos indicam diversos fatores.

"O mistério sobre o que comia o megalodonte e até onde ele competia com os outros tubarões permanece", afirma Pimiento.

Qual era o tamanho do megalodonte?

O megalodonte (Otodus megalodon) era um tubarão com dentes enormes, que perambulava pelos oceanos entre 3 e 22 milhões de anos atrás. Seu nome significa "dente grande".

Três vezes maior que o grande tubarão-branco, o megalodonte podia crescer até 18 metros de comprimento e pesar até 60 toneladas.

O megalodonte chegou ao noticiário recentemente, quando um menino de seis anos de idade encontrou um dente de tubarão que pertencia a um gigante megalodonte pré-histórico em Suffolk, no leste da Inglaterra. Sammy Shelton encontrou o dente de 10 cm de comprimento na praia de Bawdsey, em Suffolk, durante um feriado prolongado.

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