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terça-feira, 7 de setembro de 2021

Inflação no Brasil é a terceira maior da América Latina, atrás somente de Argentina e Haiti

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Com câmbio desvalorizado e crise da energia elétrica, economia brasileira sofre mais com a alta dos preços; analistas já veem inflação espalhada por várias áreas.
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Por Bianca Lima e Luiz Guilherme Gerbelli, GloboNews e G1

Postado em 07 de setembro de 2021 às 10h30m


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Inflação do Brasil é a terceira maior da América Latina
Inflação do Brasil é a terceira maior da América Latina

A disparada de preços colocou o Brasil em terceiro lugar no ranking de inflação da América Latina, atrás somente da Argentina e do Haiti, países que enfrentam, respectivamente, uma dura e persistente crise econômica e uma ebulição política e social, marcada por desastres naturais.

No acumulado em 12 meses até julho, a inflação do Brasil chegou a 9%, enquanto a da Argentina somou 51,8% e a do Haiti, 17,9%. Os dados integram um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas.

O estudo não leva em conta o desempenho da Venezuela. O país vive um colapso econômico e apresenta indicadores distorcidos, que inviabilizam a comparação com outras economias.

Ranking da inflação — Foto: Economia G1
Ranking da inflação — Foto: Economia G1 

"Nós tivemos uma desvalorização cambial maior (do que os outros países) por causa do ambiente de incerteza num momento de juro baixo", diz André Braz, pesquisador do Ibre/FGV.

"Com a incerteza crescendo e os juros em 2% - lá no início do ano -, ninguém queria ficar aqui. O investidor foi para mercados mais seguros e isso ajudou a desvalorizar a nossa moeda", acrescenta.

Economista diz que inflação é motivo de preocupação: 'Falta zelo com as contas públicas'
Economista diz que inflação é motivo de preocupação: 'Falta zelo com as contas públicas'

Os dados do levantamento deixam evidente que o quadro inflacionário brasileiro piorou mais do que em outros países. No fim do ano passado, o Brasil ocupava a sexta posição entre as economias da região com mais inflação.

Alta de preços na região — Foto: Economia G1
Alta de preços na região — Foto: Economia G1

Depois de superada a fase mais crítica da pandemia, a inflação se tornou um problema em todo o mundo. A alta dos preços das commodities se somou ao desarranjo nas cadeias de produção – a crise sanitária paralisou ou reduziu a produção em muitos setores industriais. E essa interrupção provocou uma escassez de produtos, pressionando os custos de produção.

"Havia uma expectativa – não só no Brasil, mas no mundo inteiro – de que essas cadeias voltariam neste ano, mas isso não está ocorrendo", afirma Solange Srour, economista-chefe do banco Credit Suisse. "Tem o impacto da nova variante (Delta), mas há uma dificuldade também de retomar a produção rapidamente em diversos países ao mesmo tempo."

O ponto central é que o ritmo da inflação no Brasil tem surpreendido e preocupado os analistas. Hoje, a análise deles é a de que a alta de preços se espalhou por boa parte da economia.

No relatório Focus, os analistas consultados pelo Banco Central têm piorado semanalmente as previsões para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)Eles projetam que a inflação vai encerrar este ano em 7,58%, bem acima do centro da meta estipulada pelo governo, de 3,75%.

Por que no Brasil é pior?

Desde o ano passado, a inflação brasileira passou a ser pressionada pela alta dos preços dos alimentos, resultado da valorização das commodities.

O aumento de itens básicos – como soja e milho – no mercado internacional e a perda de valor do real provocaram um aumento da exportação, o que levou a um desabastecimento do mercado local e, consequentemente, ao aumento dos preços.

"Em 2020, vivemos uma tempestade perfeita. Houve quebra de safra e houve ainda um aumento das exportações por causa da desvalorização do real, o que tornou o nosso país competitivo internacionalmente", afirma Braz, da FGV. "O lado ruim é que a exportação desabastece o mercado interno, e os preços sobem."

No cenário dos analistas, a expectativa era de que o real iria se valorizar ao longo de 2021 e, portanto, a inflação poderia ceder – no primeiro relatório Focus deste ano, os economistas trabalhavam com uma previsão de 3,35% para o IPCA.

Mas as incertezas fiscais e, recentemente, a crise institucional provocada pelo presidente Jair Bolsonaro impediram uma queda do valor do dólar. A combinação desses cenários provoca uma fuga de capitais do Brasil, afetando o real.

"Desde o final do ano passado, a incerteza está relacionada em como nós vamos sair da pandemia, se vamos manter as regras fiscais. Isso impacta muito o câmbio", afirma Solange.

Na área, fiscal, por exemplo, o governo ainda não indicou como vai fazer caber no teto de gastos a despesa bilionária com precatórios e o novo programa social, o Auxílio Brasil, uma versão ampliada do Bolsa Família.

VÍDEO: Veja as diferenças entre o Bolsa Família e o Auxílio Brasil
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O quadro inflacionário se agravou ainda mais porque o Brasil passou a enfrentar um aumento do preço dos combustíveis e uma severa crise hídrica, que vem sendo enfrentada de forma tardia e tímida pelo governo federal, segundo especialistas.

Já são vários aumentos seguidos na conta de luz dos brasileiros. Na semana passada, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) criou a bandeira tarifária de escassez hídrica e reajustou ainda mais o valor da energia.

Crise energética: risco de racionamento é crescente
Crise energética: risco de racionamento é crescente

Em setembro, a nova alta nas contas de luz deve ser de quase 7%.

"A inflação está muito disseminada. Não é só mais uma inflação de alimentos. É uma inflação de preços administrados, tem gasolina, energia elétrica. É uma inflação também de preços industrializados, vestuários, bens duráveis. E agora de serviços", afirma Solange.

O Credit Suisse projeta que o IPCA deve encerrar este ano em 7,7%.

E o que esperar para o futuro?

Com a alta de preços disseminada por praticamente toda a economia, o Brasil também começa a enfrentar uma retomada da inércia inflacionária.

A alta dos preços em 2021 deve balizar reajustes de contratos – como de escolas e planos de saúde, por exemplo – para o próximo ano. Tudo isso, portanto, deve impactar os preços em 2022.

"Em setembro, a inflação vai bater em 9,6% em 12 meses. Esse número é um dos fatores que vai balizar os reajustes salariais no segundo semestre e vários preços da economia, como contratos de aluguel e escolas", diz Solange.

Para 2022, o banco espera uma alta de 5% no IPCA, também acima do centro da meta do governo, que é de 3,5%.

Mas as previsões para o próximo ano podem piorar ainda mais. Isso porque os economistas ainda não conseguem calcular todo o efeito do novo aumento da conta de luz. Segundo a Aneel, a nova bandeira tarifária deve vigorar até abril do ano que vem.

"A parte indireta (do aumento do custo de energiaa gente não consegue antecipar. O que a alta da energia vai provocar de aumento nos outros produtos e serviços que a gente consome? É uma parte que a gente tem de pagar para ver", afirma Braz.

Governo anuncia bandeira tarifária 'escassez hídrica'; custo será de R$ 14,20 a cada 100 kWh
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Dessa forma, mesmo com uma forte alta da taxa básica de juros, o BC deve ter dificuldade para conter o avanço dos preços. Isso porque, com o aumento do preço de bens materiais, combustíveis e energia elétrica, o país enfrenta uma pressão inflacionária via custo, não por demanda.

Na prática, quando o BC sobe os juros, ele quer esfriar a economia, retardando o consumo das famílias, com o objetivo de conter a escalada dos preços. Agora, a história parece outra.

"Essa pressão inflacionária vai ser mais difícil de ser contida. Quando o BC sobe os juros, ele passa a seguinte mensagem para as famílias: junte dinheiro agora porque a remuneração pelo investimento vai aumentar com a alta dos juros. Então, se você adiar o consumo, o seu prêmio vai ser uma rentabilidade maior", afirma Braz.

"Com isso, a expectativa é tirar o dinheiro de circulação, enxugar a base monetária, para poder ter uma inflação mais baixa", acrescenta.

A evolução da taxa Selic
Desde 2017, em % ao ano

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O carro futurista que 'come' poluição

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Automóvel tem aparência radicalmente diferente, mas os críticos não estão convencidos de que seja capaz realmente de ajudar o meio ambiente.
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TOPO
Por BBC

Postado em 07 de setembro de 2021 às 09h00m


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O carro futurista que 'come' poluição
Getty Images via BBC 

Um carro que foi projetado para eliminar a poluição do ar enquanto é dirigido foi exibido no Festival de Velocidade de Goodwood, no Reino Unido.

Criado pelo designer britânico Thomas Heatherwick, o Airo deve entrar em produção na China em 2023 — e a ideia é fabricar um milhão deles.

O design radical pretende abordar não apenas a questão da poluição, mas também ajudar a resolver a "crise espacial" evidenciada pela pandemia de covid-19.

Os críticos não estão convencidos, no entanto, de que o automóvel possa ser mais do que um carro-conceito.

Apesar de ter desenhado a nova versão do icônico ônibus Routemaster de Londres, Heatherwick é mais conhecido por projetos arquitetônicos, como a sede do Google na Califórnia e em Londres.

Ele disse à BBC que embora nunca tivesse projetado um carro antes, ficou intrigado com o briefing do projeto.

"Quando eu cresci, os valores do design eram manifestados por meio dos carros, fosse o [Ford] Sierra dos anos 1980, o [Fiat] Panda, algumas ideias importantes estavam surgindo por meio dos carros."

"Quando fomos abordados pela IM Motors na China, dissemos que não éramos designers de automóveis, e eles falaram: 'É por isso que queremos vocês'."

O carro — que foi apresentado pela primeira vez no salão de Xangai em abril — tem um grande teto de vidro, e seu interior foi projetado para se parecer com uma sala, com cadeiras ajustáveis ​​que podem ser transformadas em camas e uma mesa de centro destinada a reuniões ou refeições.

O interior do Airo pretende ser mais uma sala do que um carro — Foto: Getty Images via BBC
O interior do Airo pretende ser mais uma sala do que um carro — Foto: Getty Images via BBC

O volante está escondido no painel, e o exterior do veículo é texturizado, com uma série de ondulações ou saliências.

"Os fabricantes de automóveis estão se atropelando para fazer carros elétricos, mas um carro elétrico novo não deve ser apenas outro com um visual diferente", diz Heatherwick.

Além de querer refletir o fluxo de ar sobre o carro com seu exterior ondulado, a grade frontal será equipada com um filtro de ar que "coletará o equivalente a uma bola de tênis de material particulado por ano", acrescenta ele à BBC.

"Pode não parecer muito, mas pense em uma bola de tênis em seus pulmões. Isso contribui para limpar o ar, e com um milhão de veículos só na China, faz diferença."

Incorporar esta tecnologia é "o próximo estágio de desenvolvimento", segundo ele.

Está previsto que tenha tanto um modo autônomo quanto controlado pelo motorista.

"Não consigo ver como este carro pode dar uma contribuição significativa para resolver os vários problemas associados à posse e uso de automóveis", diz à BBC Peter Wells, professor de negócios e sustentabilidade no centro de pesquisa da indústria automotiva da Cardiff Business School, no País de Gales.

"A contribuição desse carro para a limpeza do ar de nossos poluídos centros urbanos seria tão pequena que seria impossível medir."

"Isso fica logo evidente se você comparar o volume de ar que provavelmente passará pelo sistema de filtragem do carro com o volume total de ar."

Nova sala?

A segunda grande ideia por trás do design do carro é como um espaço alternativo para uso dos proprietários.

"A covid levantou a questão da crise de espaço. Muitos de nós vivemos em apartamentos e casas e precisamos de mais espaço, de um escritório ou espaço para estudo", diz Heatherwick.

Com um bilhão de carros no mundo que são usados ​​por cerca de apenas 10% do tempo, há espaço para eles se tornarem "imóveis valiosos", completa.

Ele se inspirou nos assentos de primeira classe dos aviões, que são usados ​​"para dormir, comer, se divertir e trabalhar".

"O carro se torna um espaço comum quando não se está dirigindo."

O veículo deve ser vendido por cerca de 40 mil libras (aproximadamente R$ 287 mil) — algo que Heatherwick descreveu como "um luxo nada louco".

Wells não acredita que o carro possa ser produzido em sua forma atual.

"A indústria automobilística tem um longo histórico de empolgação em torno dos carros-conceito, mas a transição para a produção — se é que acontece — geralmente significa que os recursos empolgantes são substituídos por algo mais mundano, capaz de ser fabricado, prático no uso e econômico."

"Não é uma fantasia", defende Heatherwick.

"A ideia toda era que não fosse um carro-conceito, por isso estamos trabalhando com um fabricante e nos concentramos nas ideias que podem acontecer."

Ele admite, no entanto, que o design "pode ​​simplificar um pouco" quando entrar em produção.

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