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André Rodrigues começou coleção ainda na infância e não parou mais.
Itens são organizados por continentes e temas esportivos, como futebol.
Coleção com mais de 2 mil latas de cerveja na casa de André, em Sorocaba (Foto: Carlos Dias/G1)E não foi por causa do placar. Naquele 5 de setembro, as atenções de Rodrigues, com então 11 anos, se voltaram para o que hoje se tornou uma coleção preciosa com mais de 2 mil itens: uma lata de cerveja.
"Estávamos em um churrasco na casa do meu tio e o pessoal estava falando de colecionadores. Foi quando eu vi as latas de cerveja que o pessoal bebia. Achei tão diferentes e bonitas que guardei e não parei mais. Eu não me desfaço delas de jeito nenhum", brinca.
Os itens, organizados por continentes e temas esportivos, são obtidos por meio de leilões virtuais e barganhas, como explica o colecionador.
Lata de ferro histórica da cerveja argentina Bieckert
(Foto: Carlos Dias/G1)
Até o irmão dele, o engenheiro eletricista Rafael Rodrigues Fernandes, 30 anos, aprendeu que o presente ideal para o colecionador é fabricado com aço e ferro, dependendo do ano, modelo e da fabricação da lata de cerveja.
"Às vezes me bate uma dúvida se ele [André] já tem uma determinada lata. Então, tiro foto e mando para ele. Na hora ele já responde. E nem precisa vir com cerveja. Fui para a Alemanha e voltei com uma mala a mais cheia de presentes para o André: várias latas vazias", diverte-se.
Não é apenas Rafael que "sofre" com o vício de Rodrigues: sobrou até para o cãozinho dos irmãos, um Boston Terrier de 3 anos, batizado com o nome de uma das marcas de bebida favoritas do colecionador. "Quando vi, falei: ele vai se chamar Guinness. Ele tem cara de Guinness, não tem?", brinca.
Guinness, um Boston Terrier de 3 anos, foi
'homenageado' (Foto: Carlos Dias/G1)
Por causa do trabalho, o engenheiro viaja para vários países e cidades, o que facilita a compra dos objetos. Geralmente, antes de conhecer um local novo, ele pesquisa sobre os rótulos mais vendidos e as bebidas artesanais mais gostosas. Foi assim no Chile, Colômbia, México, Peru, Panamá e Coreia do Sul. Mas é no Brasil que ele encontra o sabor que mais agrada seu paladar.
"Na minha opinião, a melhor de todas é a holandesa Heineken. A mexicana Tecate também é muito gostosa. Os sabores são fortes e encorpados, do jeito que eu gosto", diz. Questionado sobre a pior, ele não titubeou: "As cervejas fabricadas na Ásia são muito aguadas, até meio doces. Não gostei. São horríveis."
Mas nem sempre o sabor é levado em consideração quando o engenheiro vai adquirir a bebida. Segundo ele, as formas, cores e temas da lata são prioridades. "Às vezes eu sou obrigado a esvaziar as latas sem tomar uma gota, só para abrir espaço na mala e trazer para a minha coleção. O sabor é o menos importante", afirma.
Latas de cerveja de André têm diversos temas, entre eles, o futebol (Foto: Carlos Dias/G1)Entre os itens, uma se destaca pela cor e descrição: a Okhotsk Blue, uma cerveja azul fabricada pela empresa japonesa Abashiri Beer. Segundo descrição da marca, a tonalidade é resultado da mistura de algas, flores do oeste japonês e da água de icebergs derretidos do mar de Okhotsk, utilizados na fabricação.
Rodrigues diz ter adquirido a lata pela internet e afirma ser um dos rótulos mais exóticos - e menos saborosos - da coleção.
Há latas de várias partes do mundo, como Japão
e Panamá (Foto: Carlos Dias/G1)
Há ainda latas inspiradas em ídolos do rock, como Ozzy Osbourne, e dezenas que homenageiam a National Football League (NFL), dos Estados Unidos.
Algumas delas ele conserva com a cerveja dentro. Outras ele precisou esvaziar. "Várias vazaram ao longo dos anos por causa das rachaduras nas embaladens. Deu uma grande dor de cabeça", lembra.
Sobre o futuro da coleção, Rodrigues diz que não deve parar de adquirir as latas tão cedo. Mas afirma que uma coisa é certa: nunca se livrará delas. "A meta é aumentar o número. Eu confesso que é quase um vício", disse.
André recebe latas de presente de amigos e também do irmão, Rafael (Foto: Carlos Dias/G1)
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