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quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Imunidade contra a Covid-19 por histórico de resfriados ainda é especulação, diz estudo na 'Science'

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Cientistas imaginam que o histórico pode influenciar na intensidade da doença, mas ainda não podem provar. Pesquisa identifica partes do novo coronavírus que podem ser reconhecidas pelo sistema de defesa do corpo mesmo que ele nunca tenha tido contato com a infecção, pela semelhança com vírus que causam resfriados.  
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Por Lara Pinheiro, G1  
05/08/2020 16h17 Atualizado há 4 horas
Postado em 05 de agosto de 2020 às 20h25m

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Homem passa por cartaz colado em caminhão que diz, em inglês, "por favor, vá para casa e fique em casa", em Melbourne, na Austrália, nesta quarta-feira (5). — Foto: William West / AFPHomem passa por cartaz colado em caminhão que diz, em inglês, "por favor, vá para casa e fique em casa", em Melbourne, na Austrália, nesta quarta-feira (5). — Foto: William West / AFP

Uma pesquisa publicada na terça-feira (4) na revista científica "Science", uma das mais importantes do mundo, identificou partes do novo coronavírus (Sars-CoV-2) que podem ser reconhecidas pelo sistema de defesa do corpo mesmo que ele nunca tenha tido contato com a infecção, pela semelhança com alguns vírus que causam resfriados.

Essa semelhança, entretanto, não significa que ter tido resfriados no passado dê alguma proteção contra a Covid-19. No estudo, os pesquisadores destacam que essa possibilidade é uma especulação que ainda precisa ser provada com ensaios clínicos.
"A hipótese de imunidade cruzada entre Sars-CoV-2 e [vírus] HCoVs para resfriado comum ainda aguarda ensaios experimentais", afirmam os pesquisadores, de três universidades nos Estados Unidos e uma na Austrália.

Eles já sabiam, de estudos anteriores feitos em vários países, que uma parte da população (entre 20% e 50%) era capaz de "reconhecer" pedaços do novo coronavírus mesmo sem ter tido contato com ele. Esse reconhecimento é feito com as células T, um tipo de célula de defesa do corpo que é responsável por, além de outras atividades, destruir células infectadas com vários tipos de vírus (não só o Sars-CoV-2).

O que os cientistas não sabiam, entretanto, é como essas células T eram capazes de reconhecer o novo coronavírus sem nunca ter sido expostas a ele.
Para tentar desvendar esse mecanismo, eles mapearam 142 partes do novo coronavírus que, em indivíduos infectados, eram "reconhecidas" pelas células T.

Depois, testaram, em laboratório, esses pedaços de vírus contra outras células T, retiradas de amostras de sangue colhidas antes do surgimento do novo coronavírus. Dessa forma, teriam certeza de que as células de defesa nunca teriam tido contato com o Sars-CoV-2.

Nos testes, viram que houve reação dessas células a algumas partes do novo coronavírus. Com isso, demonstraram que as células tinham uma "memória cruzada", que conseguia identificar partes do vírus da Covid-19 que eram semelhantes às de vários outros vírus da família corona, causadores de resfriados. Por isso é que as células das amostras eram capazes de identificar esses pedaços, de outros vírus, no Sars-CoV-2.
Foto microscópica mostra célula humana sendo infectada pelo Sars Cov-2, o novo coronavírus — Foto: NIAID via NasaFoto microscópica mostra célula humana sendo infectada pelo Sars Cov-2, o novo coronavírus — Foto: NIAID via Nasa
"Eles mostraram o mecanismo: você vê a célula reconhecendo ou não", explica Natália Machado Tavares, pesquisadora de imunologia e patologia da Fiocruz Bahia. "Isso não quer dizer que quem teve um resfriado comum causado por um coronavírus está imune", esclarece.

No estudo, os cientistas levantam essa hipótese: de que essa "memória" das células T pode ter relação com a gravidade com que uma pessoa desenvolve a Covid-19. Ou seja: poderia explicar por que algumas pessoas morrem enquanto outras têm apenas sintomas leves, ou nem sequer os apresentam. Mas isso não tem comprovação, frisam os autores.
"Com base nesses dados, é plausível supor que a memória das células T que têm reação cruzada preexistente em alguns doadores possa ser um fator contribuinte para variações nos resultados da doença do paciente com Covid-19, mas, no momento, é altamente especulativo", frisam.
Exposição

A professora e pesquisadora de imunologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Daniela Santoro Rosa explica que o estudo, apesar de trazer várias possibilidades, não consegue dizer se essa exposição anterior a outros tipos de coronavírus vai influenciar na gravidade clínica da Covid-19.
"O que a gente precisa saber é: o que isso causa para o indivíduo? Quem teve essa infecção com [outro] coronavírus, fez essa célula de memória e depois entrou em contato com o Sars-CoV-2, como foi a infecção pela Covid? Foi mais leve?", questiona a cientista.

Por fim, ela lembra que nem todos os resfriados são causados por coronavírus (vírus da família corona), e, na maioria das vezes, as pessoas não sabem qual tipo de vírus é o causador.

"Quando eles [cientistas] falam 'vírus do resfriado', eles falam do resfriado causado por coronavírus, porque existem outros vírus que causam resfriados: rinovírus, adenovírus", pondera Rosa.
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CORONAVÍRUS

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Próxima epidemia ‘já está a caminho’, alerta médico sobre desmatamento na Amazônia

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Em entrevista à GloboNews, o médico sanitarista e ex-presidente da Anvisa Gonçalo Vecina alertou para o desmatamento na floresta, onde a quantidade de vírus existentes pode levar a outras epidemias. 
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Por GloboNews 
05/08/2020 08h45 Atualizado há 2 horas
Postado em 05 de agosto de 2020 às 10h50m

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Próxima epidemia ‘já está a caminho’, alerta médico sobre desmatamento na AmazôniaPróxima epidemia ‘já está a caminho’, alerta médico sobre desmatamento na Amazônia

O médico sanitarista e ex-presidente da Anvisa Gonçalo Vecina afirmou, em entrevista à GloboNews nesta quarta-feira (5), que o desmatamento na Amazônia pode levar a outras epidemias, como a da Covid-19, pelo fato de a floresta abrigar muitos outros vírus.
"Nós estamos agredindo a Amazônia. Na Amazônia, tem uma quantidade de vírus imensa. A próxima epidemia, com o nível de agressão que nós estamos fazendo ao meio ambiente, já está a caminho", afirmou Vecina.

"Nós temos que estar cuidando disso desde agora. E cuidar disso significa identificar esses agentes o mais cedo possível e desenvolver remédios e vacinas o mais cedo possível", acrescentou o médico.

"Portanto, investimento em ciência continuamente – ciência básica e ciência aplicada – será fundamental. Espero que os nossos próximos governantes – porque desse já não falo mais – tenham essa consciência e façam esse investimento, para que nós estejamos preparados para a próxima crise, que virá", completou Vecina.

As declarações do médico foram feitas depois que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, recuou da proposta de diminuir a meta de preservação da Amazônia.

Em maio, o ministro defendeu "passar a boiada" e "aproveitar o momento" em que o foco da sociedade e da mídia está voltado para o coronavírus para mudar regras de proteção ambiental.

Febre hemorrágica brasileira

Febre hemorrágica reaparece no Brasil após 20 anos
Febre hemorrágica reaparece no Brasil após 20 anos

"Alguns [vírus] nós já conhecemos", lembrou Vecina. "Tem um vírus lá [na Amazônia], chamado sabiá, que é um vírus mortal terrível", lembrou Vecina.

O vírus sabiá é o causador da febre hemorrágica brasileira, uma doença rara e de alta letalidade. Ele reapareceu no Brasil em janeiro deste ano, em São Paulo, o primeiro caso depois de 20 anos. (Veja vídeo acima).

O sabiá pertence à mesma família do vírus causador da febre de Lassa, que é endêmica em alguns países do oeste africano, como Benin, Gana, Guiné, Libéria, Mali, Serra Leoa, Togo e Nigéria.

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