Total de visualizações de página

segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

A 'pobreza' repentina que faz com que milhões de pessoas nos EUA dependam de ajuda para não passar fome

<<<===+===.=.=.= =---____--------   ----------____---------____::____   ____= =..= = =..= =..= = =____   ____::____-----------_  ___----------   ----------____---.=.=.=.= +====>>>


A comissária de bordo aposentada Ilona Biskup depende de bancos de alimentos, refeitórios gratuitos e da ajuda do governo para sobreviver – uma situação vivida por dois milhões de pessoas nos Estados Unidos.
<<<===+===.=.=.= =---____--------   ----------____---------____::____   ____= =..= = =..= =..= = =____   ____::____-----------_  ___----------   ----------____---.=.=.=.= +====>>>
TOPO
Por BBC

Postado em 01 de Dezembro de 2.025 às 16h05m
Interface gráfica do usuário, Texto, Aplicativo

O conteúdo gerado por IA pode estar incorreto.
#.* --  Post. - Nº.\  11.973 --  *.#

Ilona Biskup procura produtos gratuitos na despensa do banco de alimentos Feeding South Florida, em Miami (EUA) — Foto: José María Rodero/BBC News Mundo
Ilona Biskup procura produtos gratuitos na despensa do banco de alimentos Feeding South Florida, em Miami (EUA) — Foto: José María Rodero/BBC News Mundo

Ilona Biskup sentiu vergonha na primeira vez em que visitou um banco de alimentos em Miami, no Estado americano da Flórida.

Ela passou 32 anos trabalhando, pagando impostos e economizando para sua aposentadoria. E conseguiu comprar um apartamento em frente à praia com suas economias.

Agora, ela se pergunta por que precisa de ajuda para ter o que comer.

Há quatro meses, Biskup visitou pela primeira vez o maior banco de alimentos do sul do Estado, o Feeding South Florida. A organização abastece gratuitamente a despensa de 25% dos moradores da região que não conseguem custear suas necessidades alimentares.

Para poder ficar em frente às prateleiras repletas de produtos que ela, talvez, não teria comprado, Biskup precisou pedir ajuda pela primeira vez aos 62 anos, por necessidade.

"Depois de ter tido tanto sucesso, agora dependo de comida grátis", declarou ela, do seu apartamento em Miami Beach, com vista de 180 graus: à direita, a cidade e, à esquerda, o mar.

"Nunca pensei que, depois de trabalhar tanto, acabaria dependendo do governo", lamenta Biskup. Sua pensão por invalidez só cobre os custos de moradia e de serviços.

Biskup recebe US$ 2 mil (cerca de R$ 10,7 mil) da previdência social americana. Este nível de renda a coloca acima da linha da pobreza nos Estados Unidos, hoje em US$ 15,65 mil (R$ 83,5 mil por ano, ou cerca de R$ 7 mil por mês), segundo o Departamento de Saúde e Serviços Humanos do país.

Embora seja dona da sua casa e do seu carro, o valor da pensão não chega para comer.

Este empobrecimento repentino tem sua origem em eventos inesperados que consumiram seu patrimônio. Dois tratamentos contra o câncer esgotaram suas economias e o recente diagnóstico de Parkinson a obriga a recorrer ao dinheiro da aposentadoria.

Vista de Miami Beach, do apartamento de Ilona Biskup — Foto: José María Rodero/BBC News Mundo
Vista de Miami Beach, do apartamento de Ilona Biskup — Foto: José María Rodero/BBC News Mundo

Problema estrutural

Biskup pertence a um amplo setor da população americana, que enfrenta dificuldades econômicas no seu dia a dia e acaba em situação extremamente vulnerável, quando surge um contratempo financeiro.

Um estudo liderado pelo sociólogo Mark Rank demonstrou que quase 60% dos americanos adultos viverão pelo menos um ano abaixo da linha da pobreza e 75% vivenciarão pobreza ou uma situação parecida.

"Basicamente, existem três caminhos rumo à pobreza nos Estados Unidos: perder o emprego, uma emergência de saúde ou a separação das famílias", explica Rank, que é professor da Faculdade de Trabalho Social da Universidade Washington em San Luis, no Estado americano de Missouri.

"É um problema estrutural, que se deve principalmente a dois fatores: sua rede de previdência social muito fraca, que não consegue impedir que as pessoas caiam na pobreza, e a criação de empregos com baixa remuneração e sem subsídios.

Rank defende que esta combinação transformou os Estados Unidos em um dos países com os mais altos índices de pobreza, entre as nações industrializadas.

O sociólogo Mark Rank afirma que muitos americanos cairão na pobreza em algum momento da sua vida adulta — Foto: Gentileza de Mark Rank
O sociólogo Mark Rank afirma que muitos americanos cairão na pobreza em algum momento da sua vida adulta — Foto: Gentileza de Mark Rank

Em uma pesquisa do centro de estudos Pew Research Center, publicada em maio deste ano, 27% dos americanos declararam ter enfrentado problemas para pagar pela assistência médica, própria ou de sua família, no último ano.

E pelo menos 20% das pessoas precisaram recorrer a um banco de alimentos no mesmo período.

As pesquisadoras Kim Parker e Luona Lin afirmam que 68% dos adultos afro-americanos e 67% dos adultos hispano-americanos admitem não dispor de fundo de reserva para emergências, da mesma forma que 44% dos adultos brancos.

Outra pesquisa realizada pelo Conselho Nacional para o Envelhecimento (NCOA, na sigla em inglês) e pelo centro de estudos LeadingAge LTSS, da Universidade de Massachusetts em Boston, nos Estados Unidos, revelou que os idosos com menos recursos econômicos morrem, em média, nove anos antes dos que contam com maior patrimônio.

"É alarmante e inaceitável que, nos Estados Unidos, em 2025, a pobreza roube quase uma década de vida dos idosos", declarou o presidente e diretor-executivo do NCOA, Ramsey Alwin.

Rank alerta que o impacto da pobreza se agrava devido aos prejuízos sociais que a rodeiam.

"Nos Estados Unidos, costumamos observar a pobreza do ponto de vista da culpabilização", relata ele.

"Se você for pobre, as pessoas se perguntam: por que não se esforçou o suficiente? O que você fez de errado?"

Na sua opinião, esta perspectiva leva à conclusão de que a pobreza "é problema seu, não meu".

"Em um país tão rico como os Estados Unidos, esta é uma injustiça social e econômica. Mas é uma mentalidade diferente da nossa."

Alguns dos produtos retirados por Ilona Biskup no banco de alimentos — Foto: José María Rodero/BBC News Mundo
Alguns dos produtos retirados por Ilona Biskup no banco de alimentos — Foto: José María Rodero/BBC News Mundo

'Não consegui me recuperar mentalmente'

Biskup nasceu na Polônia e é cidadã americana.

Ela fez carreira como comissária de bordo nas companhias aéreas Pan Am e Delta Airlines. Biskup preferia trabalhar em voos de mais de 10 horas de duração, para maximizar sua remuneração.

"Eu sempre tratava os passageiros dentro do avião como se estivessem em casa", relembra ela.

Sobre sua mesa da sala de estar, ela abre suas "asas", os distintivos que levam seu nome e que ela costumava inserir na lapela do uniforme, quando prestava serviços aos passageiros.

Biskup se casou com um piloto do Estado americano do Colorado e passou anos rodeada pelas frias montanhas de Denver. Mas, depois do divórcio, sua mudança para perto do mar, em Miami, ofereceu a ela a oportunidade de construir uma nova vida própria.

"Comecei a procurar lugares que pudesse apreciar", afirma ela. "Eu queria simplesmente encontrar um local novo para fechar de alguma forma esta etapa da minha vida."

Em 2014, Biskup foi diagnosticada com câncer de seio. Seu seguro cobriu as cirurgias e tratamentos, mas a nova condição médica desencadeou gastos inesperados.

"Por um ano, fui submetida a quimioterapia e radioterapia. Depois, tive uma cirurgia que durou 12 horas, uma mastectomia dupla com dupla reconstrução", conta ela, uma década depois.

"Eu tinha os melhores médicos e acreditava que ficaria bem, mas, depois da cirurgia, meu cérebro se rendeu e entrou em colapso. Eu diria que, durante um ano e meio, não consegui me recuperar mentalmente."

Ilona Biskup trabalhou como comissária de bordo por 32 anos — Foto: Gentileza de Ilona Biskup
Ilona Biskup trabalhou como comissária de bordo por 32 anos — Foto: Gentileza de Ilona Biskup

Em 2019, seu médico detectou o início de um segundo tumor, desta vez no pâncreas. Ela passou por uma cirurgia para retirar as regiões afetadas, conhecida como procedimento de Whipple, que também se prolongou por horas a fio.

"Depois destes eventos, esgotei minhas economias com o câncer", relembra Biskup.

O segundo tumor também foi eliminado, mas ela se sentia fraca demais para trabalhar. E as faturas do seguro e dos gastos cobertos do próprio bolso revelam que ela pagou centenas de milhares de dólares para recuperar sua saúde física e mental.

Em meio aos lockdowns da pandemia de covid-19, Biskup aceitou o pacote de aposentadoria oferecido pela Delta. Mas a decisão a levou a abandonar seu emprego aos 60 anos de idade, quando ainda esperava se manter profissionalmente ativa.

"Sempre tento ver o lado positivo de tudo o que vivencio, mas foi triste que a minha aposentadoria acontecesse desta forma", lamenta ela.

Nos últimos três anos, Biskup mudou sua alimentação e se refugiou no mar. Foi quando sua mão direita começou a tremer. Às vezes, ela estava firme, às vezes ficava lenta.

Inicialmente, ela atribuiu os sintomas às cirurgias para retirar o tecido mamário, mas, há seis meses, seu médico confirmou que o temor e a rigidez são causados pelo mal de Parkinson.

Ilona Biskup conserva suas 'asas', os distintivos com seu nome, na época em que era comissária de bordo — Foto: José María Rodero/BBC News Mundo
Ilona Biskup conserva suas 'asas', os distintivos com seu nome, na época em que era comissária de bordo — Foto: José María Rodero/BBC News Mundo

Comer com o SNAP

Biskup faz parte dos 42 milhões de americanos que se beneficiam do Programa de Assistência Nutricional Suplementar (SNAP, na sigla em inglês), o plano de assistência alimentar mais importante dos Estados Unidos, similar ao Bolsa Família no Brasil.

Os beneficiários do SNAP recebem mensalmente, em média, US$ 187 (cerca de R$ 1 mil), mas esta ajuda pode variar segundo as condições do solicitante. Biskup, por exemplo, recebe US$ 225 (cerca de R$ 1,2 mil) por mês.

Para entrar no programa, o governo federal americano exige que a pessoa trabalhe pelo menos 30 horas semanais, a menos que seja estudante, cuide de uma pessoa com incapacidade ou de uma criança com menos de seis anos

O SNAP também inclui pessoas que recebem tratamentos por alcoolismo ou dependência de drogas, ou que têm limitações mentais ou físicas, como no caso de Biskup.

O programa atende um a cada oito cidadãos americanos.

O cartão do SNAP é aceito nas lojas e supermercados de todo o país — Foto: Getty Images
O cartão do SNAP é aceito nas lojas e supermercados de todo o país — Foto: Getty Images

Mas, em meio ao recente fechamento do governo federal, que durou 43 dias (o mais longo da história do país), o governo do presidente americano Donald Trump ordenou a suspensão dos pagamentos do SNAP no mês de novembro.

Um juiz do Estado americano de Rhode Island decidiu contra a medida, ordenando que o governo agilizasse os depósitos. Mas a Suprema Corte validou o congelamento do programa por parte de Trump, dias antes da reabertura do governo.

À espera de um novo depósito no seu cartão do SNAP, Biskup visitou a despensa do Feeding South Florida para completar sua alimentação com 10 produtos frescos e 10 embalados ou em lata, que é a quantidade que ela poderia levar.

Ela pegou bananas, tomates, abobrinhas, pepinos e milho, além de arroz, macarrão, sopa, cereais, ervilhas, molhos e biscoitos.

Biskup escaneou as informações nutricionais dos produtos com um aplicativo que avalia a qualidade dos alimentos. Desde que se recuperou do câncer, ela observa com atenção o que come para evitar recaídas de saúde.

"Estou agradecida por receber esta ajuda", declarou ela.

Grupos de voluntários se dedicam a verificar a qualidade dos produtos no banco de alimentos Feeding South Florida — Foto: José María Rodero/BBC News Mundo
Grupos de voluntários se dedicam a verificar a qualidade dos produtos no banco de alimentos Feeding South Florida — Foto: José María Rodero/BBC News Mundo

O banco de alimentos

Ao longo dos seus 25 anos na organização, o presidente do Feeding South Florida, Paco Vélez, presenciou emergências causadas por furacões, crises econômicas e, é claro, a pandemia de coronavírus.

Ele garante que a suspensão do programa SNAP fez disparar a quantidade de pessoas que solicitam produtos gratuitos da despensa do Feeding South Florida.

"As famílias têm medo e não sabem como irão pagar não só pela comida, mas por tudo", afirma Vélez.

Os preços dos alimentos aumentaram em 2,7% nos 12 meses anteriores a setembro deste ano. Os aumentos foram significativamente maiores para produtos como o café (18,9%), carne moída (12,9%) e banana (6,9%).

Este aumento ocorreu em meio a medidas como as tarifas de importação e a perseguição de imigrantes sem documentos que trabalham na agricultura, o que encareceu a produção agrícola de alimentos, explicou o especialista em economia alimentar David Ortega à BBC Verify.

Famílias numerosas de baixa renda, veteranos das Forças Armadas, mães e pais solteiros e pessoas com incapacidade, como Biskup, são alguns dos perfis das pessoas que recorrem ao Feeding South Florida.

"Nos condados do sul da Flórida, mais de 967 mil pessoas dependem deste tipo de ajuda", alerta Vélez.

Paco Vélez, nos armazéns do banco de alimentos Feeding South Florida em Miami — Foto: José María Rodero/BBC News Mundo
Paco Vélez, nos armazéns do banco de alimentos Feeding South Florida em Miami — Foto: José María Rodero/BBC News Mundo

Em meio aos atrasos administrativos no pagamento do SNAP, a afluência de beneficiários se mantém, segundo a chefe de pessoal da organização, Jessica Benites.

"No início deste ano, observamos mais ou menos 40 famílias por dia", ela conta. "No início de outubro, quando fechou o governo, o número duplicou."

Durante a primeira semana de novembro, quando Biskup visitou a despensa, eles receberam em média 120 famílias por dia, segundo Benites.

Os alimentos são doados por produtores agrícolas e supermercados. Em uma parede, ficam os cheques que mostram alguns dos donativos recebidos pela instituição, variando entre US$ 3 mil e US$ 380 mil (cerca de R$ 16 mil a R$ 2 milhões). Eles vêm de empresas distribuidoras de alimentos até fabricantes de automóveis.

O governo federal já retomou suas atividades, mas as pessoas que cuidam do banco de alimentos se preparam para ampliar seus horários, com voluntários que comparecem toda semana para verificar a qualidade dos produtos e organizar os alimentos na despensa.

Diversas empresas fazem donativos para abastecer a despensa do Feeding South Florida. — Foto: Valentina Oropeza/BBC News Mundo
Diversas empresas fazem donativos para abastecer a despensa do Feeding South Florida. — Foto: Valentina Oropeza/BBC News Mundo

Com os últimos depósitos do SNAP, Biskup fez compras em uma cadeia de atacadistas. Ela comprou produtos em quantidades que normalmente não compraria, se não se sentisse obrigada a maximizar o rendimento da ajuda.

Ela também visita um centro comunitário em Miami Beach, onde almoça de graça depois de praticar Tai Chi ou Qi Gong, que a ajudam a exercitar a serenidade para enfrentar a perda de controle dos movimentos causada pelo mal de Parkinson.

Biskup afirma estar decidida a lutar para manter o nível de vida para o qual sempre trabalhou, embora precise ajustar seus hábitos de consumo e suas rotinas.

"Este apartamento é o meu refúgio, o lugar onde me recuperei de câncer duas vezes e onde espero viver tudo o que o Parkinson irá trazer", declarou ela, da sacada do seu apartamento.

"Farei todo o possível para continuar vivendo perto do mar."

++-====-------------------------------------------------   ----------------------=======;;==========---------------------------------------------------------------------  -----------====-++----  

Tempestades e enchentes deixam mais de mil mortos na Ásia

<<<===+===.=.=.= =---____--------   ----------____---------____::____   ____= =..= = =..= =..= = =____   ____::____-----------_  ___----------   ----------____---.=.=.=.= +====>>>


Centenas estão desaparecidas e milhões foram afetados na Malásia, Indonésia, Tailândia e Sri Lanka
<<<===+===.=.=.= =---____--------   ----------____---------____::____   ____= =..= = =..= =..= = =____   ____::____-----------_  ___----------   ----------____---.=.=.=.= +====>>>
Laura Sharman, da CNN
01/12/25 às 09:50 | Atualizado 01/12/25 às 09:50
Postado em 01 de Dezembro de 2.025 às 10h30
Interface gráfica do usuário, Texto, Aplicativo

O conteúdo gerado por IA pode estar incorreto.
#.* --  Post. - Nº.\  11.972 --  *.#

Fortes chuvas provocaram inundações e deslizamentos de terra em toda a Ásia. Mais de mil pessoas morreram e operações de busca e resgate procuram por centenas de desaparecidos.

Milhões de pessoas enfrentam inundações intensas após as fortes chuvas provocadas por ciclones atingirem partes da Indonésia, Tailândia e Malásia.

O Sri Lanka foi atingido por uma tempestade separada, deixando algumas áreas submersas e criando a operação de resgate mais difícil já vista no país, segundo o presidente Anura Kumara Dissanayake.

"Esta é a primeira vez que todo o país é atingido por um desastre dessa magnitude", declarou o presidente em um pronunciamento à nação. O líder do país sugeriu que a extensão da devastação superou a causada pelo tsunami asiático de 2004.

Em toda a Ásia, o mau tempo já causou a morte de pelo menos 502 pessoas na Indonésia, 355 no Sri Lanka, 176 na Tailândia e duas na Malásia, segundo autoridades, elevando o total para 1.035.

Leia Mais

Equipes de resgate indonésias estão com dificuldades para chegar às áreas mais atingidas de Sumatra, onde um ciclone causou deslizamentos de terra e inundações catastróficas.

O presidente Prabowo Subianto visitou as pessoas retiradas no norte da ilha nesta segunda-feira (1º), destacando os desafios com o abastecimento de combustível e as estradas, segundo a Antara, agência de notícias estatal da Indonésia.

Pelo menos 502 pessoas morreram, segundo dados do governo divulgados no domingo (30), e mais de 500 continuam desaparecidas.

Militares e policiais foram mobilizados para ajudar as vítimas, informou a mídia.

Imagens de vídeo mostram helicópteros entregando suprimentos em Sumatra, conhecida por suas exuberantes florestas tropicais, vulcões ativos e uma população de orangotangos criticamente ameaçada de extinção.

Durante a enchente, tudo desapareceu, disse à Reuters um morador de Bireuen, na província de Aceh, no extremo norte de Sumatra.

Eu queria salvar minhas roupas, mas minha casa desabou", acrescentou.

Maulidin, uma moradora de 41 anos do norte de Aceh, fugiu de casa com a família ao acordar com o barulho da enchente.

Minha casa já está destruída, todos os meus pertences foram arruinados e há lama por dentro, relatou ela à agência de notícias AFP.

Equipes de resgate tentam chegar aos moradores ilhados pelas enchentes desde terça-feira (25), quando as chuvas de monção causaram o transbordamento dos rios.

Algumas pessoas recorreram ao roubo de comida e água para sobreviver, segundo autoridades.

Os saques aconteceram antes da chegada da ajuda humanitária, falou o porta-voz da polícia, Ferry Walintukan, segundo a agência de notícias AP.

Os moradores não sabiam que a ajuda chegaria e estavam com medo de morrer de fome", acrescentou.

Enchente em Padang, na Indonésia — 28/11/2025 • Stringer/Reuters
Enchente em Padang, na Indonésia — 28/11/2025 • Stringer/Reuters

Caos na Tailândia

Pelo menos 176 pessoas morreram devido às condições climáticas extremas no sul da Tailândia, informou a agência de desastres do país à CNN.

Quase 2,8 milhões de pessoas foram afetadas, e as autoridades estão transportando pacientes por via aérea e enviando suprimentos essenciais, incluindo cilindros de oxigênio, para as comunidades submersas, informou a Reuters.

Amphorn Kaeophengkro e sua família de oito pessoas correram para o segundo andar de casa quando as águas da enchente invadiram no último sábado. Eles passaram 48 horas em cima de uma mesa, da máquina de lavar e do parapeito de uma janela.

"Não pensávamos em nada além de sobreviver", falou a mulher de 44 anos à Reuters à luz de velas, enquanto sua família começava a limpar a casa após a água baixar.

"Às vezes, sentávamos na beira da janela e tínhamos que levantar as pernas para não as afundar demais", acrescentou.

A cidade de Hat Yai, no sul do país, foi a região mais atingida na Tailândia, registrando chuvas torrenciais que ocorrem apenas uma vez a cada 300 anos.

O nível da água foi elevado a mais de 2,4 metros na terça-feira (25) e uma maternidade foi isolada com 30 recém-nascidos, segundo funcionários e autoridades.

A cidade faz parte da região de Songkhla, na Tailândia, onde o governo declarou estado de emergência na terça-feira devido às graves inundações, informou um funcionário à emissora X.

Pelo menos dez turistas, da Austrália, do Reino Unido, da China, da Malásia, de Singapura e da África do Sul, foram resgatados na província de Songkhla na sexta-feira (28), informou o Ministério do Turismo à CNN.

A situação melhorou significativamente. Os níveis da água recuaram quase completamente, restando apenas algumas áreas alagadas, disse um porta-voz.

Pessoas sendo resgatadas de inundações na Tailândia • TPBS/VIA REUTERS
Pessoas sendo resgatadas de inundações na Tailândia • TPBS/VIA REUTERS

Prejuízos no Sri Lanka

Mais de 1,1 milhão de pessoas foram afetadas pelo ciclone Ditwah, que provocou deslizamentos de terra e inundações na sexta-feira (28), segundo a agência de notícias Reuters.

Pelo menos 355 pessoas morreram e outras 366 continuam desaparecidas, segundo o Centro de Gestão de Desastres do Sri Lanka.

Mais de 25 mil casas foram destruídas e 147 mil pessoas foram obrigadas a se abrigar em refúgios temporários administrados pelo governo, informou a AP.

Algumas famílias estão ilhadas há quatro dias, sem energia elétrica ou sinal de telefone para pedir ajuda, disse Moses Akash De Silva, diretor da Fundação Voz para os Sem Voz, à CNN nesta segunda-feira (1º).

A organização beneficente já forneceu 4 mil refeições para famílias que perderam suas casas perto de Colombo, na costa oeste da ilha.

De Silva e voluntários compraram ingredientes em barcos nas águas da enchente, preparando refeições com peixe, carne ou ovo com curry e arroz.

Quando as águas baixarem e as famílias retornarem para suas casas, a fundação fornecerá alimentos não perecíveis, como arroz e farinha, e itens domésticos como fogões a gás e colchões para apoiá-las em seus esforços de reconstrução, disse De Silva.

Há uma demanda enorme e muitas pessoas precisam recomeçar do zero, afirmou ele à CNNA última vez que tivemos enchentes severas foi em 2016 e esta é dez vezes pior.

Está ensolarado hoje, mas ainda há um grande risco de deslizamentos de terra", acrescentou.

Ruvinda Bernard, agente de viagens e voluntária da organização beneficente, acrescentou: Ontem, recebemos uma ligação de três famílias ainda presas em um telhado, sem como descer.

O clube de remo de Colombo disse que tinha um barco, então ligamos para a força-tarefa especial da polícia para providenciar um caminhão para transportá-lo até a água e resgatá-lo."

Enquanto isso, Mallika Kumari estava entre as mais de 78 mil pessoas transferidas para centros de acolhimento, a maioria instalada em escolas, depois que sua casa foi rapidamente inundada, segundo a Reuters.

Eu soube do alerta de inundação pela TV, mas nunca imaginamos que o rio transbordaria tão rápido. Saímos correndo de casa sem nada, falou Mallika aos repórteres.

Nem tomamos café da manhã. Dois dos meus filhos pegaram gripe. Preciso comprar remédios para eles. Trouxe alguns sacos de lixo para recolher as roupas deles, acrescentou.

Na correria, Mallika deixou seu gato para trás, que foi resgatado por um barco da marinha e levado para terra firme.

Selvi, uma moradora de 46 anos do bairro de Wennawatte, em Colombo, fugiu de casa com quatro sacolas de roupas e outros pertences.

Minha casa está completamente alagada. Não sei para onde ir, mas espero que haja algum abrigo seguro para onde eu possa levar minha família, disse ela à AFP.

Na Mesquita Dalugala Thakiya, voluntários preparavam marmitas de arroz com frango e curry de lentilha para as vítimas da enchente.

Estamos recebendo mais pedidos de comida porque as pessoas que trabalham em empregos diários não conseguem encontrar trabalho e estão com poucas economias, afirmou Risham Ahmed, organizadora de refeições, à Reuters.

Elas estão preocupadas com como reconstruir suas vidas", acrescentou.

Enchente após passagem de ciclone no Sri Lanka • REUTERS
Enchente após passagem de ciclone no Sri Lanka • REUTERS

Transtornos na Malásia

Na Malásia, pelo menos duas pessoas morreram após uma tempestade tropical atingir a costa pouco depois da meia-noite de sexta-feira (28), no horário local, informou a agência de notícias Reuters.

Cerca de 34 mil pessoas foram retiradas antes da tempestade, mas Gon Qasim e seu marido não tiveram a mesma sorte, ficando ilhados em um campo no norte do estado de Perlis no último fim de semana, quando a enchente bloqueou sua rota de fuga.

O casal de idosos foi resgatado por um de seus filhos e levado para um centro de retirada na capital do estado, Kangar, onde centenas de famílias se abrigavam em tendas fornecidas pela agência nacional de gestão de desastres, informou a Reuters.

Eu estava lá dentro e não conseguia sair. Quando saí, não havia outro lugar para ficar a não ser o campo, falou Gon, de 73 anos, aos repórteres, relembrando seu sofrimento em uma entrevista na quarta-feira (26).

A água estava como o oceano. Era assim que parecia."

Mudanças climáticas

O Sudeste Asiático, que inclui Indonésia, Tailândia e Malásia, é uma das áreas mais vulneráveis ​​às mudanças climáticas, alertaram cientistas.

Os extremos climáticos atuais na região podem ser resultado da interação de dois sistemas ativos: um tufão nas Filipinas, e a formação incomum de um ciclone, no Estreito de Malaca, disseram meteorologistas à Reuters.

Em outras partes do Sudeste Asiático, neste mês, enchentes mortais devastaram partes do Vietnã, onde inundações e deslizamentos de terra mataram dezenas de pessoas.

Também neste mês, as Filipinas sofreram com outros dois tufões mortais em uma semana, que mataram centenas de pessoas e forçaram a retirada de mais de 1,4 milhão.

Neste verão, a região também viu as temperaturas atingirem níveis sem precedentes, com pouco alívio do calor e da umidade implacáveis, falou o climatologista Maximiliano Herrera à CNN.  

Esse conteúdo foi publicado originalmente em

inglês  Ver original 

Tópicos


++-====-------------------------------------------------   ----------------------=======;;==========---------------------------------------------------------------------  -----------====-++----