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sábado, 27 de agosto de 2022

Último sobrevivente de seu povo, 'Índio do Buraco' é encontrado morto em Rondônia

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Corpo foi encontrado pela Fundação Nacional do Índio (Funai) no dia 23 de agosto. O indígena conhecido como "índio solitário" ou "índio do buraco" vivia sozinho há quase 30 anos, depois que os últimos membros de seu povo foram mortos por fazendeiros.
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Por Jaíne Quele Cruz, g1 RO

Postado em 27 de agosto de 2022 às 18h05m

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Último sobrevivente de seu povo, 'Índio do Buraco' é encontrado morto em RondôniaÚltimo sobrevivente de seu povo, 'Índio do Buraco' é encontrado morto em Rondônia

O indígena conhecido como Índio Tanaru” ou “Índio do Buraco, que vivia sozinho e isolado há quase 30 anos em Rondônia, foi encontrado morto pela Fundação Nacional do Índio (Funai) na última terça-feira (23). A informação foi confirmada pelo órgão na tarde deste sábado (27).

Segundo a Funai, "o corpo do indígena foi encontrado dentro da sua rede de dormir em sua palhoça localizada na Terra Indígena Tanaru", durante a ronda de monitoramento e vigilância territorial realizada pela equipe da FPE Guaporé/Coordenação-Geral de Índios Isolados e de Recente Contato (CGIIRC).

Em nota, a Fundação informou que "não havia vestígios da presença de pessoas no local, tampouco foram avistadas marcações na mata durante o percurso". Além disso, não havia sinais de violência ou luta.

A Polícia Federal (PF) esteve no local e realizou a perícia com a presença de especialistas do Instituto Nacional de Criminalística (INC) de Brasília e apoio de peritos criminais de Vilhena (RO).

O indígena era o único sobrevivente da sua comunidade, de etnia desconhecida. A Funai disse ainda que "lamenta profundamente a perda do indígena" e que a causa da morte será confirmada por laudo médico legista da PF.

Povo extinto e ameaça a indígenas isolados

Ivaneide Bandeira, ambientalista e fundadora da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, participou do processo de localização do índio do buraco, que aconteceu há mais de 20 anos. Para ela, o caso coloca em evidência as ameaças às quais os indígenas isolados são submetidos.

Os seus territórios estão sendo invadidos, eles estão sendo expulsos sem nenhuma garantia de vida. É muito triste o que aconteceu com o índio isolado do Tanaru. Ele não aceitava de forma nenhuma o contato com essa sociedade que massacra e leva à extinção vários povos indígenas, comentou.

Ivaneide lamenta, sobretudo, a extinção de mais uma etnia indígena no país. Algo que, segundo ela, não acontecia há anos.

Quem é o "índio do buraco”?

Oíndio do buraco vivia sozinho há quase 30 anos, depois que os últimos membros de seu povo foram mortos por fazendeiros em 1995. Ele foi visto a primeira vez um ano depois, em 1996, pela Frente de Proteção Etnoambiental Guaporé (FPE Guaporé), sediada em Alta Floresta do Oeste (RO).

Ele vivia na Terra Indígena (TI) Tanaru, próximo à divisa de municípios no sul de Rondônia, mais precisamente em Corumbiara, distante a pouco mais de 700 quilômetros de Porto Velho.

Imagens do indígena são extremamente raras. Um vídeo gravado por agentes da Funai em 2018, mostra ele apenas de longe.

Índio Isolado da TI Tanaru - O sobrevivente que a Funai acompanha há 22 anosÍndio Isolado da TI Tanaru - O sobrevivente que a Funai acompanha há 22 anos

Os registros mais recorrentes são das suas moradias conhecidas como tapiris, geralmente construídas com cascas de madeira, palmeiras e troncos, coberta com palha do chão ao teto. Uma característica curiosa dos locais onde ele ficava é a existência de um buraco. Foi assim que surgiu o nome índio do buraco.

Buraco cavado pelo índio isolado. Funai acredita que construção seja por ação religiosa.  — Foto: Reprodução/Funai
Buraco cavado pelo índio isolado. Funai acredita que construção seja por ação religiosa. — Foto: Reprodução/Funai

Leia a nota da Funai na íntegra:

"A Fundação Nacional do Índio (Funai) informa, com imenso pesar, o falecimento do indígena conhecido como Índio Tanaru ou Índio do buraco, que vivia em isolamento voluntário e era monitorado e protegido pela Funai por meio da Frente de Proteção Etnoambiental Guaporé, no estado de Rondônia, há cerca de 26 anos. O indígena era o único sobrevivente da sua comunidade, de etnia desconhecida.

O corpo do indígena foi encontrado dentro da sua rede de dormir em sua palhoça localizada na Terra Indígena Tanaru, no último dia 23 de agosto, durante a ronda de monitoramento e vigilância territorial realizada pela equipe da FPE Guaporé/Coordenação-Geral de Índios Isolados e de Recente Contato (CGIIRC). Não havia vestígios da presença de pessoas no local, tampouco foram avistadas marcações na mata durante o percurso.

Também não havia sinais de violência ou luta. Os pertences, utensílios e objetos utilizados costumeiramente pelo indígena permaneciam em seus devidos lugares. No interior da palhoça havia dois locais de fogo próximos da sua rede. Seguindo a numeração da lista de habitações do Índio Tanaru registradas pela Funai ao longo de 26 anos, essa palhoça é a de número 53, seguindo o mesmo padrão arquitetônico das demais, com uma única porta de entrada/saída e sempre com um buraco no interior da casa.

O exame de local de morte foi realizado pela perícia da Polícia Federal, com a presença de especialistas do Instituto Nacional de Criminalística (INC) de Brasília e apoio de peritos criminais de Vilhena (RO). As atividades foram acompanhadas por servidores da Funai. Nos trabalhos, foram utilizados equipamentos como drone e escâner 3D, além de serem coletados diversos vestígios e o corpo do indígena, que serão analisados pelo INC em Brasília.

A Funai lamenta profundamente a perda do indígena e informa ainda que, ao que tudo indica, a morte se deu por causas naturais, o que será confirmado por laudo de médico legista da Polícia Federal."

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O desastre que poluiu as águas da 'praia mais bonita do México'

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Incêndio de um navio, que não deveria estar na região, provocou vazamento de combustível em área classificada como Patrimônio da Humanidade pela Unesco.
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TOPO
Por BBC

Postado em 27 de agosto de 2022 às 13h50m

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Incêndio de um navio, que não deveria estar na região, provocou vazamento de combustível em área classificada como Patrimônio da Humanidade pela Unesco — Foto: CORTESIA DO GOVERNO DA BAIXA CALIFÓRNIA DO SUL/via BBC
Incêndio de um navio, que não deveria estar na região, provocou vazamento de combustível em área classificada como Patrimônio da Humanidade pela Unesco — Foto: CORTESIA DO GOVERNO DA BAIXA CALIFÓRNIA DO SUL/via BBC

Os mexicanos estão testemunhando um desastre que atingo um de seus tesouros naturais, a praia Balandra, considerada a "mais bonita" do país.

A praia foi fechada devido a um vazamento de combustível causado pelo incêndio de uma embarcação de passeio que, de acordo com a legislação nacional, não poderia estar ali.

As autoridades enviaram dezenas de funcionários para tentar limpar o local, que desde 2012 detém não apenas o título de "área de proteção de flora e fauna", mas também de Patrimônio Mundial concedido pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação e Cultura).

O incidente preocupa os habitantes do estado de Baixa Califórnia do Sul — localizado na Península da Baixa Califórnia, a noroeste do país — para quem os milhares de turistas que, ano após ano, chegam atraídos pelas famosas águas azul-turquesa das praias representam uma importante fonte de renda.

Sem vítimas

O vazamento que tingiu de preto as águas azuis e as areias brancas de pelo menos três praias do parque Balandra ocorreu na noite de sábado (20/8), quando um barco identificado como Fortius pegou fogo.

Oito turistas que viajavam na embarcação e quatro tripulantes foram resgatados ilesos, informou a imprensa local.

Globo Repórter chega ao Golfo do México após jornada pelo Rio MississippiGlobo Repórter chega ao Golfo do México após jornada pelo Rio Mississippi

As causas do acidente permanecem desconhecidas. No entanto, o fato de o iate, com mais de 24 metros de comprimento e quase 6 de largura, ter afundado com diesel em seus tanques, levanta temores de que o derramamento continue.

"A embarcação afundada também deve ser resgatada, para não contaminar mais, embora a Marinha já tenha feito uma contenção para que [a mancha de combustível] não continue se espalhando", declarou o governador de Baixa Califórnia do Sul, Víctor Castro Cosío, após o incidente.

Em um primeiro comunicado, as autoridades da Área Natural Protegida de Balandra, a Procuradoria Federal de Proteção Ambiental (Profepa), a Capitania dos Portos e a Secretaria da Marinha admitiram que a quantidade de combustível derramado é "considerável".

Avaliações contraditórias

Dias após o vazamento, as autoridades não informaram sobre a extensão da área afetada ou quando os trabalhos de limpeza poderão ser concluídos e se este importante centro turístico poderá ser reaberto.

Dezenas de pessoas participam dos trabalhos de limpeza nas praias do Parque Balandra, que as autoridades não informaram quando terminarão — Foto: CORTESIA DO GOVERNO DA BAIXA CALIFÓRNIA DO SUL/via BBC
Dezenas de pessoas participam dos trabalhos de limpeza nas praias do Parque Balandra, que as autoridades não informaram quando terminarão — Foto: CORTESIA DO GOVERNO DA BAIXA CALIFÓRNIA DO SUL/via BBC

Apesar de tudo isso, há quem avalie positivamente o desempenho das autoridades governamentais.

"Todas as autoridades agiram corretamente em tempo hábil", garantiu Alberto Guillén, da Rede de Observadores Cidadãos, um dos primeiros grupos civis que compareceu ao local do ocorrido e colaborou na evacuação dos turistas.

Guillén, que é biólogo marinho, avalia que em alguns dias a limpeza dos resíduos de superfície estará concluída. No entanto, esclareceu que isso não implicará na reabertura de Balandra.

"Devemos avaliar o impacto no fundo do mar", diz, acrescentando que na quarta-feira (24/8) mergulhadores da Universidade Autônoma da Baixa Califórnia realizaram uma incursão ao fundo do mar para determinar a magnitude dos danos causados ​​pelo combustível derramado.

Mais crítico, Miguel Rivas, diretor de santuários marinhos da organização Oceana, considerou que o acidente revela que a legislação ambiental é uma "letra morta".

"Os regulamentos da Área Protegida não permitem a presença de barcos a motor na área, mas esta embarcação estava lá e, aliás, foi numa altura em que os visitantes não são permitidos", explicou à BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC.

O Programa de Gestão da Área de Proteção da Flora e Fauna Balandra para a Área Natural Protegida, lançado em outubro de 2015, proíbe o "uso de veículos motorizados" na área.

Balandra é considerada a 'praia mais bonita do México' por suas águas azul-turquesa e areias brancas, mas também é um refúgio para uma enorme diversidade de flora e fauna — Foto: GETTY IMAGES/via BBC
Balandra é considerada a 'praia mais bonita do México' por suas águas azul-turquesa e areias brancas, mas também é um refúgio para uma enorme diversidade de flora e fauna — Foto: GETTY IMAGES/via BBC

Rivas também qualificou como "lamentáveis" ​​as declarações do governador Castro Cosío, que tentou inocentar os proprietários da embarcação.

"Esse tipo de evento não pode ser previsto, foi um incêndio em um barco. Acho que toda a comunidade entende que foi um acidente. Poderia ter acontecido a um carro na cidade e derramado gasolina. Os donos, coitados, também tiveram perdas", disse o governador.

"O que aconteceu prova que a nossa regulamentação é muito boa no papel, mas que na prática não é cumprida. A falta de vigilância e fiscalização tem permitido esta situação", diz o ativista.

Evitar novos derramamentos

Se divergem sobre outros temas, os ativistas concordaram, porém, que punições devem ser impostas aos proprietários do iate danificado.

"Devem ser impostas multas exemplares aos proprietários do navio para que reparem os danos e evitem que esse tipo de situação se repita no futuro", diz Rivas.

Demandas semelhantes também foram ouvidas no Congresso. O deputado Eduardo Van Wormer Castro exigiu todo o peso da lei para os responsáveis ​​pelo desastre e para a reorganização da área, informou o jornal El Independiente.

Balandra não é apenas importante economicamente pelo seu valor turístico, mas também é de grande importância ambiental. A razão? É um santuário para baleias, golfinhos e outras espécies marinhas, e contém três dos quatro tipos de manguezais do México.

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