Total de visualizações de página

terça-feira, 13 de dezembro de 2022

Em feito inédito, EUA anunciam avanço na produção de energia limpa baseada na fusão nuclear

<<<===+===.=.=.= =---____--------   ----------____---------____::____   ____= =..= = =..= =..= = =____   ____::____-----------_  ___----------   ----------____---.=.=.=.= +====>>>


Aplicações práticas do processo, contudo, ainda devem demorar muito tempo para serem implementadas.
<<<===+===.=.=.= =---____--------   ----------____---------____::____   ____= =..= = =..= =..= = =____   ____::____-----------_  ___----------   ----------____---.=.=.=.= +====>>>
Por Roberto Peixoto, g1

Postado em 13 de dezembro de 2022 às 13h15m

 #.*Post. - N.\ 10.586*.#

Técnico avalia um equipamento no Laboratório Nacional Lawrence Livermore, nos EUA, especializado em pesquisa nuclear. Imagem é de 2012. — Foto: Damien Jemison/Lawrence Livermore National Laboratory via AP
Técnico avalia um equipamento no Laboratório Nacional Lawrence Livermore, nos EUA, especializado em pesquisa nuclear. Imagem é de 2012. — Foto: Damien Jemison/Lawrence Livermore National Laboratory via AP

O governo dos Estados Unidos anunciou nesta terça-feira (13) que, pela primeira vez, cientistas conseguiram produzir uma reação de fusão nuclear que teve um ganho líquido de energia, ou seja, um resultado que gerou mais energia do que o necessário para alimentar o processo.

O termo é chamado tecnicamente de ignição da fusão nuclear.

Embora incipiente (resultados práticos vão demorar para aparecer) e em baixa escala, o anúncio é visto como um marco importante para a física e para a produção de energia de fontes limpas, visto que:

  • Em ambientes controlados, a fusão nuclear é um processo que não produz resíduos radioativos nem elementos poluentes, como gases de efeito estufa;
  • Por isso, em contrapartida com a fissão nuclear, que atualmente alimenta as usinas nucleares do mundo, a fusão teria um impacto ainda menor no meio ambiente se implementada em escala comercial;
  • Isso ocorre porque a radioatividade de um futuro reator pode desaparecer para níveis seguros ao fim de algumas décadas, em vez de alguns milhares de anos, como é o caso do combustível usado na fissão;
  • Assim, a energia baseada em fusão nuclear é tida como uma aposta importante frente às mudanças climáticas, visto que essa seria uma fonte inesgotável de energia limpa que não polui a atmosfera;
  • As aplicações disso tudo, porém, ainda precisam ser bastante estudadas. Algumas cientistas, por exemplo, acreditam que levaríamos décadas para a produção de um reator comercial baseado em fusão nuclear.

O anúncio foi feito pela secretária de Energia dos EUA, Jennifer Granholm, em uma coletiva de imprensa junto com representantes da Administração Nacional de Segurança Nuclear (NNSA) e do Laboratório Nacional Lawrence Livermore (LLNL), um centro de pesquisa em energia nuclear do país.

"Esse é um grande progresso científico em desenvolvimento que abrirá caminho para avanços na defesa nacional e para o futuro da energia limpa", informou o laboratório americano em um comunicado, acrescentando que o resultado ocorreu no última semana, no dia 5 de dezembro.

Ao centro, a secretária de Energia dos EUA, Jennifer Granholm, faz o anúncio em uma coletiva de imprensa junto com representantes da Administração Nacional de Segurança Nuclear (NNSA) e do Laboratório Nacional Lawrence Livermore (LLNL), um centro de pesquisa em energia nuclear do país. — Foto: AP Photo/J. Scott Applewhite
Ao centro, a secretária de Energia dos EUA, Jennifer Granholm, faz o anúncio em uma coletiva de imprensa junto com representantes da Administração Nacional de Segurança Nuclear (NNSA) e do Laboratório Nacional Lawrence Livermore (LLNL), um centro de pesquisa em energia nuclear do país. — Foto: AP Photo/J. Scott Applewhite

Na data, os 192 gigantescos lasers de altíssima potência do laboratório apontaram para um pequeno ponto do tamanho de uma pipoca e geraram, por um brevíssimo momento, cerca de 2,5 megajoules de energia (algo suficiente apenas para esquentar uma chaleira, explica Gustavo Canal, do Departamento de Física Aplicada da USP - que não teve relação com a pesquisa).

Segundo o que foi divulgado pelo NIF, como apenas 2,1 MJ foram emitidos pelos lasers para atingirem o grão, o ganho de energia foi atingido.

Esta é uma conquista marcante para os pesquisadores e funcionários do National Ignition Facility, que dedicaram suas carreiras para ver a ignição por fusão se tornar uma realidade", afirmou Granholm.

"Esse marco, sem dúvida, desencadeará ainda mais descobertas".

Fusão x Fissão

Luis Guimarais, PhD em Fusão Nuclear pelo Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa explica ao g1 que enquanto a fissão que é utilizada nas usinas atuais é um processo fácil de controlar, as condições necessárias para ocorrer fusão de forma controlada são extremamente difíceis de seriam realizadas em laboratório.

Isto ocorre porque a fissão é o processo oposto da fusão.

Neste último, o que ocorre é um "cozimento" (fusão) de núcleos de elementos químicos leves como o hidrogênio, que se combinam para formar um outro produto, o hélio.

"A fusão nuclear é o processo que alimenta as estrelas", diz Luis.

Ele conta que esse processo ocorre naturalmente em astros como o nosso Sol.

Já na fissão, elementos pesados quebram-se espontaneamente em elementos mais leves (como por exemplo, Urânio que quebra para gerar Bário e Krypton).

"O desafio tecnológico de fazer um reator de fusão é muitas ordens de grandeza superior ao de fazer um reator de fissão. Estamos a tentar 'recriar o Sol numa garrafa', só que não sabemos ainda desenhar essa garrafa", conta.

Caso seja possível algum dia recriar esse Sol engarrafado, os defensores da energia baseada em fusão nuclear defendem que teríamos uma fonte inesgotável e limpa de energia.

"Estamos muito longe de um reator comercial de fusão, mas o problema agora deixa de ser um problema de física e torna-se um problema de engenharia", celebra Luis.

"Numa analogia simples, ficamos a saber como funciona o relógio a corda, mas ainda não sabemos como construir as engrenagens com a precisão suficiente".

------++-====-----------------------------------------------------------------------=======;;==========--------------------------------------------------------------------------------====-++-----

Economia brasileira deve crescer pouco em 2023; quais as consequências da estagnação?

<<<===+===.=.=.= =---____--------   ----------____---------____::____   ____= =..= = =..= =..= = =____   ____::____-----------_  ___----------   ----------____---.=.=.=.= +====>>>


Crescimento abaixo de 1% projetado pelo BC deve impactar geração de empregos, consumo das famílias e investimentos.
<<<===+===.=.=.= =---____--------   ----------____---------____::____   ____= =..= = =..= =..= = =____   ____::____-----------_  ___----------   ----------____---.=.=.=.= +====>>>
Por Thaís Matos, g1

Postado em 13 de dezembro de 2022 às 09h00m

 #.*Post. - N.\ 10.585*.#

 A economia brasileira deve ter um crescimento tímido no ano que vem. Segundo o último relatório "Focus", divulgado pelo Banco Central do Brasil em 5 de dezembro, a estimativa é que o PIB cresça apenas 0,75% em 2023.

Nós já contamos o que está causando essa piora: efeito defasado dos juros altos, com consequente restrição ao crédito, baixo índice de investimento das empresas, preocupações com as contas do governo, crise em vários países que transacionam com o Brasil.

Agora, vamos falar das consequências dessa estagnação. Segundo os economistas ouvidos pelo g1, o que nos espera é uma junção de menor oferta de empregos, consumo das famílias enfraquecido e fuga de investimentos.

"A economia cresce, mas cresce num ritmo menor. Isso afeta, por exemplo, o ritmo de geração de empregos. A gente está enfrentando ainda um cenário de inflação elevada. O Banco Central tem subido juros para conseguir trazer essa inflação para patamares mais baixos", explica Alessandra Ribeiro, economista da Tendências Consultoria (ouça mais no podcast abaixo).

"Isso significa um esfriamento da economia porque, ao subir juros, o crédito fica mais caro, as pessoas consomem menos, isso acaba afetando a produção de eletrodomésticos, a contratação de trabalhadores, então a gente tem todo esse ciclo que se desenvolve", completa a economista.

Além da diminuição da geração de empregos, os salários também sobem menos em termos reais, analisa Rodolfo Margato, economista da XP Investimentos.

"A gente pode ter um cenário em que o emprego avança de uma forma mais moderada, consequentemente o salário sobe menos e o serviço da dívida fica maior por causa dos juros. Então seria um balanço mais complexo para muitas famílias brasileiras", explica. 
Desaceleração 'desigual'

A desaceleração não impacta os setores com a mesma intensidade. Pela ótica da demanda (de quem consome), ela vai afetar mais fortemente o consumo das famílias, principalmente de bens duráveis por causa do encarecimento do crédito, explica Ribeiro. Outro segmento que deve crescer perto de zero são os investimentos.

E, diferente do que vimos neste ano, o consumo de serviços também deve diminuir. "Nós tivemos um crescimento muito forte da demanda de serviços, principalmente presenciais, uma vez que o quadro pandêmico já estava controlado. Mas não vemos isso permanecendo em 2023, até porque a gente já recuperou uma base de comparação muito fraca que veio de 2021", diz a economista.

Já o agro pode ter um ano mais promissor após um 2022 complicado principalmente pela quebra de safra da soja em alguns estados importantes, projeta Wellington Nobrega, analista da 4Intelligence. O economista também acredita que a construção civil pode crescer devido a investimentos no programa de habitação Casa Verde e Amarela.

Cenário internacional

Dólar opera em alta  — Foto: Alexander Mils/Pexels
Dólar opera em alta — Foto: Alexander Mils/Pexels

Não é só o Brasil que vai enfrentar esse crescimento menor no ano que vem. A média global do crescimento do PIB projetada para 2023 é de 2,7%, frente aos 3,2% projetados para este ano, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Dos 10 países com as maiores participações nas exportações brasileiras em 2021, 8 têm projeção de crescimento para 2023 menor do que para 2022. E um deles, o Chile, tem até expectativa de retração da economia.

"Do ponto de vista externo, o menor crescimento mundial esperado pode afetar negativamente a demanda de importantes parceiros comerciais do Brasil, reduzindo o comércio internacional", explica Nobrega.

As nossas exportações também podem ser afetadas pelo cenário de inflação e juros altos observado nas principais economias.

"Temos os Bancos Centrais das economias desenvolvidas subindo juros e isso também vai ter efeito por lá. E como nós exportamos commodities e produtos manufaturados, isso também pesa aqui no nosso crescimento econômico de 2023", diz Ribeiro.
------++-====-----------------------------------------------------------------------=======;;==========--------------------------------------------------------------------------------====-++-----