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sábado, 30 de outubro de 2021

"Foi chocante", diz astronauta francês sobre cenas de desastres naturais vistas do espaço

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O astronauta francês Thomas Pesquet foi uma testemunha particular das catástrofes naturais que abalaram a Terra nos últimos seis meses.
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TOPO
Por France Presse

Postado em 30 de outubro de 2021 às 13h25m


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O astronauta francês Thomas Pesquet — Foto: Nasa | Reprodução
O astronauta francês Thomas Pesquet — Foto: Nasa | Reprodução

A 400 km de altitude, o astronauta francês Thomas Pesquet foi uma testemunha particular das catástrofes naturais que abalaram a Terra nos últimos seis meses.

Da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), onde conclui sua segunda missão, o astronauta revela para a AFP sua preocupação com o futuro do planeta, a poucos dias do início da COP26.


PERGUNTA: Quais imagens de catástrofes naturais mais impactaram você?

RESPOSTA: Os furacões e os incêndios florestais. Nunca vi nada igual. Fogos de uma magnitude incrível, com colunas de fumaça visíveis do espaço durante dias e dias... Foi chocante constatar a energia que era liberada e os danos sofridos pelas pessoas que tiveram o azar de estar em sua trajetória. Também vimos uma sucessão de tempestades tropicais extremamente impressionantes. Podia-se ver através do olho do ciclone. São paredes de nuvens de uma potência fenomenal, cada vez mais frequentes, mais destrutivas.

P: Ver a Terra daí de cima pela segunda vez em cinco anos reforçou sua ideia sobre sua fragilidade?

R: Sim, claramente. Ver o planeta da janela faz você pensar. Mas vê-la uma vez é suficiente: apenas com o passar dos dias no espaço, o simples fato de se distanciar, de ver a fragilidade da atmosfera, essa bolha de sabão que nos preserva da impossibilidade da vida no espaço, esse oásis incrível... Isso marca você para o resto da sua vida.

E, quando vemos as mudanças de longo prazo (evidentemente para além de cinco anos), você não consegue deixar de se sentir envolvido. Foi por isso que procurei me comprometer mais com o meio ambiente, como embaixador da FAO [Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura] para a proteção do planeta.

Imagem de satélite mostra a fumaça sobre a Califórnia durante incêndios que ocorreram na região em agosto de 2020 — Foto: Nasa | Reprodução
Imagem de satélite mostra a fumaça sobre a Califórnia durante incêndios que ocorreram na região em agosto de 2020 — Foto: Nasa | Reprodução

P: O que mais preocupa você no curto prazo? Que medidas urgentes precisam ser tomadas contra o aquecimento do clima?

R: O que é mais preocupante é que não conseguimos chegar a um acordo em nível internacional e que as questões econômicas sejam prioritárias em relação às questões ambientais. É um raciocínio "curtoprazista", dado que, no longo prazo, os lucros das empresas estão diretamente ameaçados pela mudança climática.

Quando você observa que a Grande Barreira de Corais australiana não entrou na lista de patrimônio mundial em perigo por causa da pressão do governo, você pensa que as prioridades não estão corretas, e isso é preocupante.

A primeira coisa a fazer é ouvir os especialistas, que dedicam sua vida inteira a dar respostas nos níveis local, regional, nacional e global. Você tem que tentar aplicá-las.

A prioridade número um é sair do carbono. Temos de dar prioridade à energia renovável, ou descarbonizadas... E depois aplicar medidas obrigatórias, ou seja, os acordos internacionais, com os quais os países se comprometeram. Para isso serve um fórum como a COP.

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Nasa lança telescópio que supera o Hubble: conheça o James Webb, criado para captar as primeiras galáxias do Universo

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James Webb tem custo estimado em US$ 10 bilhões, será colocado em órbita em 18 de dezembro e vai 'alterar de forma fundamental o nosso entendimento sobre o universo', segundo a agência espacial.
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Por Lara Pinheiro, g1

Postado em 30 de outubro de 2021 às 09h10m


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Ilustração simula o posicionamento do James Webb no espaço. — Foto: NASA GSFC/CIL/Adriana Manrique Gutierrez
Ilustração simula o posicionamento do James Webb no espaço. — Foto: NASA GSFC/CIL/Adriana Manrique Gutierrez

A Nasa, agência espacial americana, vai lançar ao espaço, em 18 de dezembro, o telescópio espacial James Webb. Ele vai complementar o Hubble, telescópio mais famoso da agência, que está há 31 anos em órbita.

(CORREÇÃO: ao publicar esta reportagem, o g1 errou ao informar que o James Webb seria lançado no domingo, 31. A data correta do lançamento é 18 de dezembro. A informação foi corrigida às 8h33).

Nesta reportagem, você vai entender quais as novas possibilidades que o James Webb traz:

  1. O que é o James Webb?
  2. Por que o seu lançamento é importante?
  3. O James Webb vai substituir o Hubble?
  4. Que avanços o James Webb vai permitir em relação ao Hubble?
  5. A que distância o James Webb vai ficar da Terra?
  6. Quanto tempo vai durar a missão do Webb?
  7. Quanto custou o James Webb?
  8. Ele terá manutenções?
1) O que é o James Webb?
O espelho de 18 segmentos do Telescópio Espacial James Webb vai capturar a luz infravermelha de algumas das primeiras galáxias que se formaram — Foto: NASA/DESIREE STOVER
O espelho de 18 segmentos do Telescópio Espacial James Webb vai capturar a luz infravermelha de algumas das primeiras galáxias que se formaram — Foto: NASA/DESIREE STOVER

O James Webb é o novo telescópio espacial da Nasa (JWST, na sigla em inglês: James Webb Space Telescope). Ele é, basicamente, um grande observatório espacial que consegue enxergar objetos – como estrelas, galáxias e exoplanetas – super distantes no espaço. Sua massa é de 6,5 toneladas.

O modelo em escala real do telescópio espacial James Webb em Austin. — Foto: Chris Gunn/Nasa
O modelo em escala real do telescópio espacial James Webb em Austin. — Foto: Chris Gunn/Nasa

2) Por que o seu lançamento é importante?

Porque ele vai permitir aos astrônomos, literalmente, enxergar coisas no Universo que eles não conseguiam ver antes – como as primeiras galáxias que surgiram nele. (Veja detalhes na pergunta 4).

"É como um brinquedo novo dos astrofísicos. E esse brinquedo novo vai permitir que a gente faça um tipo de ciência que não conseguia fazer antes", explica o astrônomo Thiago Signorini Gonçalves, do Observatório do Valongo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Nas palavras da própria Nasa, o telescópio vai "alterar de forma fundamental o nosso entendimento sobre o universo".

O lançamento do James Webb é descrito pela agência como "um momento Apollo" – em uma referência às missões Apollo de exploração lunar, que levaram o primeiro homem a pisar na Lua em 1969.

Plantas do Telescópio Espacial James Webb — Foto: Nasa
Plantas do Telescópio Espacial James Webb — Foto: Nasa

3) O James Webb vai substituir o Hubble?

Não. Ele vai complementar o Hubble, explica Thiago.

"Ele é um telescópio que definitivamente não substitui o Hubble – o Hubble continua sendo importante. A gente agradece o Hubble ainda existir, inclusive, porque tem muita coisa que a gente só consegue ver com o Hubble. Mas o James Webb tem várias particularidades que eu diria que vão ser capazes de complementar o que o Hubble já fez e continua fazendo", afirma.

O telescópio espacial Hubble, da Nasa, se dedica a fotografar o espaço desde seu lançamento, em 24 de abril de 1990 — Foto: NASA
O telescópio espacial Hubble, da Nasa, se dedica a fotografar o espaço desde seu lançamento, em 24 de abril de 1990 — Foto: NASA

4) Que avanços o James Webb vai permitir em relação ao Hubble?

Vários. O primeiro é que ele é maior do que o Hubble, então consegue captar bem mais luz e enxergar mais longe. Seu espelho primário tem 6,5m de diâmetro (quase 3 vezes maior do que o do Hubble).

Outro é que o James Webb só consegue enxergar em infravermelho. Esse tipo de radiação quase não é visível para o Hubble, que só consegue enxergar uma faixa limitada dele.

"Isso tem algumas vantagens: os riscos de poeira ao redor de estrelas onde os planetas se formam emitem radiação infravermelha – então é melhor observar com esse tipo de radiação", explica Thiago.

"Da mesma forma, as galáxias, quanto mais distantes elas estão – por causa da expansão do Universo – mais vermelhas ficam. Quando a gente está observando as galáxias no Universo distante, é uma vantagem olhar no infravermelho", completa.

Como a luz infravermelha tem um comprimento de onda é mais longo que os outros, o James Webb vai conseguir olhar mais para trás no tempo – e enxergar as primeiras galáxias que se formaram no início do Universo.

É como olhar para o passado.

"Quanto mais longe [está a galáxia], mais no passado. É um efeito meio maluco de relatividade, mas você pode pensar assim: quando a gente está vendo uma coisa muito distante, está vendo uma coisa que aconteceu há muito tempo atrás – há bilhões de anos – e simplesmente levou muito tempo para a luz chegaàr até aqui", explica o astrônomo.

O JWST não é o primeiro telescópio da Nasa que consegue enxergar em infravermelho: o Spitzer, aposentado em janeiro do ano passado, também conseguia fazer isso. Mas o espelho primário do James Webb é quase 60 vezes maior em área – o que faz com que ele enxergue mais longe.

(E nem tudo está perdido para o Hubble: ele consegue enxergar a luz visível, comum, e a radiação ultravioleta, que o James Webb não consegue ver).

5) A que distância o James Webb vai ficar da Terra?

A 1,5 milhões de km – em um ponto chamado Lagrange Terra-Sol L2.

  • Para comparação:
  • A Terra está a 150 milhões de km do Sol.
  • A Lua orbita a Terra a uma distância de aproximadamente 384,5 mil km.
  • O Hubble orbita a Terra a uma altitude de cerca de 570 km acima dela.

Essa distância toda do Webb é necessária por basicamente dois motivos:

  • O frio

O Webb vai observar, principalmente, a luz infravermelha de objetos fracos e muito distantes. O infravermelho é a radiação de calor, então todas as coisas quentes, incluindo telescópios, emitem luz infravermelha. Para evitar sobrecarregar os sinais astronômicos muito fracos com a radiação do telescópio, o telescópio e seus instrumentos devem estar muito frios. A temperatura operacional do Webb é de -223°C.

  • Atração gravitacional

O Lagrange L2 é um ponto semiestável no potencial gravitacional em torno do Sol e da Terra. O ponto L2 fica fora da órbita da Terra enquanto ela gira em torno do Sol, mantendo os três em uma linha o tempo todo. As forças gravitacionais combinadas do Sol e da Terra podem quase "segurar" uma espaçonave neste ponto, e é necessário relativamente pouco combustível para mantê-la perto do L2.

6) Quanto tempo vai durar a missão do Webb?

Pelo menos 5 anos e meio após o lançamento (vai levar 6 meses até que ele chegue ao destino e comece a mandar imagens de volta para a Terra).

O objetivo é que o telescópio tenha uma vida útil maior do que 10 anos. Essa vida útil é limitada pela quantidade de combustível usado para manter a órbita e pelo funcionamento adequado em órbita da espaçonave e dos instrumentos.

7) Quanto custou o James Webb?

US$ 10 bilhões (cerca de R$ 56,2 bilhões).

8) Ele terá manutenções?

Não. Por ficar tão longe da Terra, fica inviável consertar o Webb se houver algum defeito, como já foi feito com o Hubble. A Nasa afirma que os benefícios potenciais de um conserto não compensariam os aumentos na complexidade, massa e custo da missão.

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