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quinta-feira, 23 de abril de 2020

Coronavírus: as teorias que tentam explicar por que a Covid-19 também mata jovens saudáveis

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Novo coronavírus não afeta apenas idosos e aqueles com doenças associadas; casos graves e mortes também foram relatados em jovens saudáveis, e especialistas dizem que isto pode estar ligado a fatores genéticos.
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 Por BBC  

 Postado em 23 de abril de 2020 às 15h05m  
      Post.N.\9.234  
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Sintomas têm ampla variedade de gravidade. Segundo OMS, 6% dos casos entram em estado crítico — Foto: Getty Images via BBCSintomas têm ampla variedade de gravidade. Segundo OMS, 6% dos casos entram em estado crítico — Foto: Getty Images via BBC
A gravidade dos sintomas da Covid-19, a doença causada pelo coronavírus Sars-CoV-2, varia muito de caso para caso.

Enquanto 80% dos infectados apresentam sintomas leves ou semelhantes aos da gripe, no outro extremo do espectro, há aqueles que acabam com pneumonia e conectados a um respirador na UTI, onde o prognóstico nem sempre é otimista.

Os casos mais críticos geralmente ocorrem em pessoas idosas ou com comorbidades (doenças associadas), como hipertensão, diabetes ou cardiopatias, entre outras.
No entanto, dia após dia, são noticiados casos fatais em que as vítimas são aparentemente jovens, homens e mulheres saudáveis e até crianças.

Por quê? O que explica que pessoas que não estão no grupo de risco possam desenvolver os sintomas mais graves da doença ou até mesmo morrerem de Covid-19?

"Essa é a pergunta para a qual todos querem a resposta", diz Michael Snyder, professor e diretor do Departamento de Genética da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, à BBC Mundo, o serviço de notícias em espanhol da BBC.

Mas, embora resolver esse enigma não seja uma tarefa fácil, os cientistas suspeitam de onde a resposta pode vir (uma combinação de fatores, dizem eles) e começaram a seguir diferentes linhas de pesquisa para esclarecê-lo.
Entender por que as pessoas que não são obviamente vulneráveis sucumbem à doença, dizem eles, permitirá identificar aqueles com maior risco, criar tratamentos novos e eficazes – incluindo uma vacina – e aproveitar melhor os medicamentos existentes.
Gene que pode ter impacto no desenvolvimento da doença é aquele que codifica receptor ACE2, que permite a vírus entrar na célula para se replicar — Foto: Getty Images via BBCGene que pode ter impacto no desenvolvimento da doença é aquele que codifica receptor ACE2, que permite a vírus entrar na célula para se replicar — Foto: Getty Images via BBC

A hipótese genética
Uma das teorias propostas e que está ganhando força é a da predisposição genética.
Isso se baseia na ideia de que nossas peculiaridades genéticas podem influenciar a virulência com a qual o coronavírus afeta nosso corpo.

"Não é uma ideia nova. A partir de estudos comparando gêmeos univitelinos e bivitelinos, sabemos que a suscetibilidade a grandes doenças infecciosas no mundo, como tuberculose, hepatite ou malária, varia em parte de acordo com as características genéticas", explica à BBC Mundo Stephen Chapman, especialista em doenças respiratórias e pesquisador em Genética Humana na Universidade de Oxford, Reino Unido.

Um exemplo que vários cientistas, incluindo Chapman, usam para explicar o peso da genética, é o do vírus herpes simplex.
É um vírus que circula amplamente na população e que pode causar infecções na boca ou na face, se for de um tipo, ou feridas nos órgãos genitais, se for de outro.

"A grande maioria das pessoas expostas ao vírus não fica gravemente doente, mas uma pequena minoria com uma única mutação genética desenvolve encefalite herpética (inflamação do cérebro), que pode ser fatal", diz Chapman.

Uma mutação semelhante, diz ele, poderia explicar casos graves de Covid-19 em jovens.
Um gene de interesse particular é aquele que codifica o receptor ACE2 (a enzima conversora de angiotensina 2 da proteína da superfície celular).

Localizado na superfície das células do pulmão e em outras partes do corpo, esse receptor é o portal usado pelo vírus para invadir as células das vias aéreas e começar a se replicar.

O gene que codifica esse receptor é polimórfico, ou seja, possui uma série de variantes comuns distribuídas na população.

"A hipótese é que, se você tem uma variante específica, a entrada do vírus na célula pode ser facilitada ou dificultada, ou seja, você pode ficar mais vulnerável ou mais resistente à doença", explica o especialista.

Na opinião de Jean-Laurent Casanova, professor e pesquisador da Universidade Rockefeller em Nova York, EUA, essas variações genéticas (ou, como ele as chama, erros inatos) "podem ficar latentes por décadas, até ocorrer uma infecção por um micro-organismo específico".

Por esse motivo, seu laboratório agora está investigando se é isso que está acontecendo com o novo coronavírus.

Chapman acredita que a vulnerabilidade provavelmente dependerá não da variedade de um gene, mas de vários genes, combinados com fatores adquiridos ao longo da vida.
Essas variações, observa ele, podem estar localizadas principalmente em genes ligados à resposta imune.
É possível que variações genéticas que tornam pessoas mais vulneráveis ​a covid-19 sejam encontradas em genes ligados a sistema imunológico — Foto: Getty Images via BBC É possível que variações genéticas que tornam pessoas mais vulneráveis ​a covid-19 sejam encontradas em genes ligados a sistema imunológico — Foto: Getty Images via BBC

Cromossomo X
Outro aspecto interessante, diz o pesquisador, é se existem genes no cromossomo X que influenciam a resposta à doença, já que os homens parecem ser mais afetados pelo novo coronavírus do que as mulheres.

Uma das explicações dadas em um estudo realizado na China é que isso pode ser devido ao fato de terem hábitos de vida mais arriscados, relacionados ao tabaco e ao álcool.

No entanto, "outra possibilidade é a existência de um componente genético, uma vez que existem muitos genes de imunidade que estão no cromossomo X", diz Chapman.

"Se houver muitos polimorfismos ou uma mutação rara nos genes do cromossomo X, como os homens têm um, enquanto as mulheres têm dois, isso os tornaria mais vulneráveis".

Tempestade de citocinas
Em alguns pacientes com a forma mais grave de Covid-19, ocorre o que é conhecido como "tempestade de citocinas".

Citocinas (ou citocinas) são substâncias muito agressivas que o sistema imunológico excreta para atacar o vírus.

Mas quando o sistema imunológico é ativado excessivamente, essa proliferação de citocinas acaba atacando vários órgãos, incluindo os pulmões e os rins, e esse dano pode resultar na morte do paciente.

Segundo Randy Cron, especialista da Universidade do Alabama, nos EUA, essa condição afeta pelo menos 15% das pessoas que combatem qualquer infecção grave.

Não se sabe exatamente por que o sistema imunológico reage dessa maneira em algumas pessoas, mas a resposta também pode estar nos genes.

"Sabemos que existem muitos polimorfismos comuns e raras mutações nos genes que controlam o sistema imunológico", diz Chapman.

"Portanto, alguns pacientes que morrem podem ter polimorfismos ou mutações que os predispõem a uma resposta inflamatória mais excessiva."

Como geneticista, Michael Snyder de forma alguma subestima a importância dos genes, mas acredita que, nesse caso, há outro fator que poderia ter mais peso e que é ambiental: o contato anterior com outro coronavírus.
De acordo com estudo realizado na China, homens são mais vulneráveis ​​ao SARS-CoV-2 do que mulheres — Foto: Getty Images via BBCDe acordo com estudo realizado na China, homens são mais vulneráveis ​​ao SARS-CoV-2 do que mulheres — Foto: Getty Images via BBC

Exposição a outro coronavírus
"É muito provável que nesses casos", diz Snyder à BBC Mundo, "haja algo que sensibilize o sistema imunológico".
Sua suspeita aponta para "outro coronavírus que está circulando e de que não se fala muito, chamado HCoV-229E , e que produz o resfriado comum".

"Não sabemos se a infecção prévia por esse resfriado comum (que obviamente não é tão grave quanto a covid-19) pode torná-lo mais imune ou, pelo contrário, mais hipersensível" , diz o especialista.

"Mas acho que pode ter, de um lado ou de outro, um efeito muito forte", acrescenta.
"É possível que muitas pessoas tenham sido infectadas nos últimos anos (com esse coronavírus) e não o conheçam, porque o descartaram como um simples resfriado."
Na opinião do geneticista Michael Snyder, de Stanford, exposição a outro coronavírus que causa esfriado comum pode estar nos tornando mais ou menos sensíveis a novo coronavírus — Foto: Getty Images via BBCNa opinião do geneticista Michael Snyder, de Stanford, exposição a outro coronavírus que causa esfriado comum pode estar nos tornando mais ou menos sensíveis a novo coronavírus — Foto: Getty Images via BBC

Carga viral
Outra causa da gravidade de alguns casos pode ser a carga viral no momento da exposição ao vírus.

"Sabemos de estudos na China que aqueles que cuidam de pacientes com covid-19 são mais suscetíveis que outros porque provavelmente estão expostos ao vírus todos os dias, durante todo o dia, durante o horário de trabalho", explica à BBC Mundo Alice Sinclair, virologista da Universidade de Sussex, no Reino Unido.
"Mas o que não sabemos é se isso se deve à quantidade de vírus a que estão expostos ou ao número de encontros que tiveram com ele."
"Em termos de carga viral, quanto mais exposição você tiver, maior a chance de o vírus infectar suas células, dentro das quais ele pode se replicar", acrescenta.

A resposta não é conclusiva, entre outras coisas, devido ao que foi descoberto recentemente sobre a carga viral do novo coronavírus, como o fato de uma pessoa assintomática poder produzir uma grande quantidade de vírus.
Quanto mais exposição ao vírus, mais oportunidades para ele entrar e se replicar em nossas células — Foto: Getty Images via BBCQuanto mais exposição ao vírus, mais oportunidades para ele entrar e se replicar em nossas células — Foto: Getty Images via BBC

Ou seja, uma pessoa pode ter uma carga viral alta e não estar gravemente doente ou até apresentar sintomas.

É por isso que manter distância social é uma das medidas que os governos e profissionais de saúde mais enfatizam para evitar a propagação do vírus, diz o pesquisador.
Finalmente, a gravidade da doença pode depender não apenas do hospedeiro, mas também do próprio vírus, segundo especialistas consultados pela BBC Mundo.

Os vírus estão em constante mutação e é possível que exista uma cepa mais virulenta que outra, embora ainda não tenha sido possível determinar se esse é o caso do Sars-CoV-2. Quanto mais exposição ao vírus, mais oportunidades para ele entrar e se replicar em nossas células.

CORONAVÍRUS


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Curva de mortes de Covid-19 no Brasil está mais rápida que a da Espanha, dizem universidades

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Observatório Covid-19 BR reúne especialistas de 7 instituições e mede 'velocidade' da doença no país; tempo que o vírus leva para dobrar o nº de óbitos é uma das formas de fazer o cálculo. Sem medidas de isolamento, cidades brasileiras correm risco de repetir situação de Europa e EUA.
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 Por Eduardo Pierr 1 Rio  

 Postado em 23 de abril de 2020 às 13h10m  



      Post.N.\9.233  
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O número de mortes pelo coronavírus no Brasil está aumentando a um ritmo mais acelerado do que o registrado na Espanha quando o país europeu estava na mesma fase da pandemia, duas semanas atrás.

Com base nos dados do Ministério da Saúde, o Observatório Covid-19 BR, que reúne especialistas de sete universidades (veja lista ao fim desta reportagem), mede a velocidade da doença no Brasil e a compara com a de outros países.

Uma das ferramentas para fazer essa análise prevê o seguinte cálculo: quanto tempo o coronavírus leva para dobrar o número de óbitos. Até a manhã desta quinta-feira (23), mais de 2,9 mil pessoas haviam morrido de Covid-19 no Brasil. Na Espanha, o número passa de 22 mil.

Segundo o observatório:
  • nesta terça-feira (21), o tempo de duplicação do número de mortos por Covid-19 no Brasil era de 9 dias e 14 horas;
  • na Espanha, esse número estava em 12 dias e 7 horas há duas semanas (8 de abril);
  • quanto mais baixo é esse intervalo, mais letal é a pandemia no país naquele momento;
  • isso significa que, por esse critério, o cenário no Brasil é pior que o da Espanha se comparados períodos correspondentes do avanço do coronavírus.
A comparação tem de ser feita a partir de datas diferentes porque a pandemia na Europa começou a matar antes.

Vítor Sudbrack, integrante do observatório e físico da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), explica ao G1 que os cálculos em cada país começam cinco dias depois da décima morte.

De acordo com o estudo:
  • o Brasil estava, nesta terça, no 28º dia da série.
  • e a Espanha estava no 40º dia – lá, o 28º dia foi 8 de abril.
Comparação do tempo de duplicação de mortes provocadas pelo novo coronavírus em cinco países: Brasil, Itália, Espanha, Estados Unidos e França; atualização em 22 de abril de 2020 — Foto: Arte/G1
Comparação do tempo de duplicação de mortes provocadas pelo novo coronavírus em cinco países: Brasil, Itália, Espanha, Estados Unidos e França; atualização em 22 de abril de 2020 — Foto: Arte/G1

Pelas contas dos especialistas, o tempo de duplicação em outros países nesta terça era:
  • França – 23 dias
  • Itália – 28 dias
  • Espanha – 39 dias
A Espanha e a Itália, na última semana, praticamente saíram da fase exponencial de crescimento e chegaram na saturação, afirmou Sudbrack, da Unifesp.
O físico acrescenta que a França, que tem mais de 21 mil mortes, também está muito próxima dessa fase.

Lá, houve uma fase acelerada há 20 dias, quando o número de mortes confirmadas dobrava a cada dois dias. Mas hoje o tempo de duplicação deles é maior que duas semanas, disse.
Pedestres usam máscaras em Veneza, na Itália — Foto: ReutersPedestres usam máscaras em Veneza, na Itália — Foto: Reuters

Risco de crise como a de 'Nova York'
Nos Estados Unidos, onde as mortes já passam de 40 mil, a série estava na quarta-feira no 44º dia, com tempo de duplicação de 12 dias. No 28º dia, em 5 de abril, o ritmo era de 3,5 dias -- situação mais grave do que hoje no Brasil, portanto. Nesta quinta, os EUA têm
O pesquisador da Unesp diz que cidades brasileiras também podem enfrentar situação semelhante à de Nova York. A cidade de Nova York registrava, até 16 de abril, perto de 11 mil mortes - nesta quinta, passam de 15 mil.
A explosão de casos em Nova York tem uma razão bastante clara: é um local com uma grande densidade demográfica e que não realizou a tempo as medidas de isolamento social, afirma Carlos Magno Fortaleza, epidemiologista da Unesp.
RJ, 13/04/2020 Com o fechamento do Parque Nacional da Tijuca, pontos turísticos da cidade como o Mirante Dona Marta, ficam completamente vazios — Foto: Marcos Serra Lima/G1

O Brasil teve mais tempo para se preparar, realizou um isolamento social não ideal, mas razoável, nas grandes metrópoles e nos primeiros dias da pandemia, pontuou o epidemiologista.
No entanto, esse isolamento começa a relaxar, e com esse relaxamento nós podemos, sim, ter um aumento explosivo de mortes e chegar a uma situação semelhante à dos Estados Unidos, destacou Fortaleza.
Profissionais de saúde socorrem mulher com dificuldades de respirar, um dos sintomas da Covid-19, em Nova York (EUA) nesta quarta-feira (150 — Foto: Lucas Jackson/ReutersProfissionais de saúde socorrem mulher com dificuldades de respirar, um dos sintomas da Covid-19, em Nova York (EUA) nesta quarta-feira (150 — Foto: Lucas Jackson/Reuters

Subnotificação preocupa
O Observatório Covid-19 BR calculava, até meados de março, o tempo de duplicação de casos no Brasil, cuja metodologia é semelhante à utilizada para a conta da curva de mortes. A falta de testes maciços — com a consequente subnotificação — levou o grupo a suspender essa conta.

Os dados não refletem a realidade da doença no país; logo, tampouco as nossas análises, justificou Sudbrack.

Atrasos de notificação, além da subnotificação e mudanças em seu protocolo, alteram o cálculo do tempo de duplicação e do número reprodutivo artificialmente. Não há como separar os efeitos da doença e da falta de testes sem informações mais detalhadas sobre cobertura de testagem ou número de testes aguardando análise por parte dos órgãos públicos, continuou.

"O número de casos confirmados sofre mais com subnotificação do que o mortos", ressalvou Sudbrack.

Como a conta é feita
De toda doença como a Covid-19 é esperado um crescimento exponencial. Ao contrário de um crescimento linear, que sobe de um em um, no exponencial o aumento é em parcelas cada vez maiores -- e esses saltos podem ser previstos.

Os especialistas, então, pegam essa curva-modelo e vão ajustando para cima ou para baixo.

"Nós esperamos um comportamento exponencial; isso significa que o tempo para o número de casos duplicar é constante. Então em cada janela de cinco dias a gente ajusta uma curva exponencial e 'anota' o valor desse tempo de duplicação que melhor se ajustou aos dados. Daí fazendo isso para todos os dias, a gente tem esse gráfico", explicou Sudbrack.

Participam da pesquisa especialistas da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Estadual Paulista (Unesp), da Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal do ABC (UFABC), Universidade de Berkley (nos Estados Unidos) e Universidade de Oldenburg (na Alemanha).

CORONAVÍRUS


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