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sexta-feira, 28 de abril de 2023

Quais são as origens da Bíblia? Achado recente revela pistas

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Pesquisador austríaco encontrou tradução de 1.750 anos em manuscritos do Vaticano. Descoberta é mais uma peça no quebra-cabeça para desvendar os segredos na história do livro mais lido do mundo.
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TOPO
Por Ernesto Andrés Fuenmayor, Deutsche Welle

Postado em 28 de abril de 2023 às 09h00m

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Restam poucos exemplares de versões antigas da Bíblia, como este Codex Sassoon, o mais antigo em hebraico — Foto: Ed Jones/AFP
Restam poucos exemplares de versões antigas da Bíblia, como este Codex Sassoon, o mais antigo em hebraico — Foto: Ed Jones/AFP

Mais de 2 bilhões de cristãos no mundo baseiam sua fé no Novo Testamento, uma das obras escritas mais influentes da história. Assim, cada nova descoberta sobre o texto tem potencial de ser uma grande sensação.

Grigory Kessel, pesquisador da Academia de Ciência da Áustria, deve ter sentido exatamente isso ao descobrir uma tradução de 1.750 anos do Novo Testamento – uma das mais antigas de que se tem notícia.

O especialista em história medieval encontrou o texto usando fotografia ultravioleta em imagens digitalizadas de manuscritos preservados na Biblioteca do Vaticano.

O pequeno fragmento de uma tradução siríaca do grego, escrita no século 3º e copiada no século 6º, fora apagado e encoberto por outros manuscritos. O siríaco é um dialeto do aramaico que surgiu durante o século 1º d.C.. Junto com o grego, era a língua mais importante na literatura religiosa dos primeiros séculos da era cristã.

Trata-se de mais uma peça no complicado quebra-cabeça da história bíblica. Traduções como essa ajudam a entender como o livro evoluiu ao longo dos séculos, no seu caminho de ser tornar o mais lido da história da humanidade.

A origem do fragmento recém descoberto

As traduções da Bíblia em siríaco são as mais antigas que existem. "A mais antiga com o texto completo data do século 5º", conta Kessel. Há centenas de manuscritos dessa versão completa, que o pesquisador usou para comparar com o fragmento encontrado na Biblioteca do Vaticano.

"As diferenças são claras: há frases e palavras que indicam que a tradução era mais antiga", relata Kessel. Segundo ele, o fragmento recém-descoberto foi provavelmente redigido numa região que fazia parte da Pérsia, e hoje fica no norte do Iraque.

A religião oficial do império persa era o zoroastrismo, uma crença monoteísta indo-iraniana, e o cristianismo era uma religião minoritária, cujos fiéis eram em parte tolerados, em parte perseguidos. O cristianismo siríaco era a principal corrente da religião no Oriente Médio.

Como são datados manuscritos antigos

Há vários métodos para datar manuscritos antigos, um processo importante para compreender quem os copiou, quando e onde. Os materiais de que são feitos, por exemplo, podem dizer muito sobre a data do texto.

Produzido a partir de uma planta egípcia homônima, o papiro era usado sobretudo antes do século 3º. Posteriormente foi substituído por pergaminho e velino, feitos de pele animal, que tinham melhor qualidade e mais duráveis. Por isso há muito mais documentos bíblicos do século 4º em diante.

Outra pista útil é o tipo de caligrafia, que frequentemente varia, mesmo de uma geração para a outra. Os paleógrafos, especialistas em caligrafia histórica, têm uma compreensão muito sutil de como era a escrita em períodos específicos, o que permite estabelecer uma data aproximada.

Ao observar esses indicadores, os cientistas conseguem datar e localizar os manuscritos bíblicos mais antigos de que se tem conhecimento. Trata-se de textos do Velho Testamento, produzidos séculos antes da tradução encontrada por Kessel.

Arqueólogos de Israel encontram fragmentos de textos manuscritos da bíbliaArqueólogos de Israel encontram fragmentos de textos manuscritos da bíblia

As origens do Velho Testamento

Os textos que compõem o Velho Testamento (como são chamados no cânone cristão), são a base para as três maiores religiões monoteístas do mundo: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo.

"Escritos em hebraico e aramaico, os textos mais antigos do Velho Testamento datam do século 1º a.C.", conta Christoph Markschies, especialista em cristianismo antigo da Universidade Humboldt de Berlim e vice-presidente da Academia de Ciências de Berlim e Brandemburgo. Eles foram encontrados em Qumran, um sítio arqueológico na região do Mar Morto, perto de Jerusalém.

"Esses documentos foram escritos em papiro por escribas especializados em manuscritos, com extremo cuidado, pois eles estavam convencidos de que os textos eram sagrados", explica Markschies.

Os documentos foram copiados por escribas judeus no scriptorium, o espaço exclusivo para a produção de manuscritos. Em Qumran, apenas os considerados "puros" podiam trabalhar nos manuscritos, e se mantinha uma higiene impecável, com a lavagem constante das mãos.

Só a partir do apóstolo Paulo, que teria vivido entre 5 e 65 d.C., o Velho Testamento passou a ser visto como uma parte da Bíblia. Uma segunda parte, incluindo os ensinamentos de Jesus, começou a ser compilada no final do século 1º e acabou se tornando conhecida como o Novo Testamento.

As origens do Novo Testamento

Segundo Markschies, os evangelhos do Novo Testamento foram compostos por volta do ano 70: "Encontradas na região atual do Egito, as transcrições mais antigas que conhecemos foram feitas em papiro na primeira metade do século 2º."

Comparado com outros textos milenares, essa é uma transmissão muito precoce. Os manuscritos mais antigos dos ensinamentos de Platão, por exemplo, foram escritos séculos depois de sua morte, em 348/347 a.C..

"Esses manuscritos bíblicos eram originalmente em grego, a língua principal da parte oriental do Império Romano", detalha Markschies. Como os já mencionados textos do Velho Testamento, esses provavelmente foram copiados em scriptoria, e reproduzidos em todo o império.

A mais antiga versão completa do Novo Testamento, o Codex Sinaiticus ou Bíblia do Sinai, é datada do ano 400, segundo Markschies. É um dos três códices remanescentes, que originalmente continham toda a Bíblia em grego. Os outros dois – Codex Vaticanus e Codex Alenxandrinus – são do mesmo período.

Esses códices são uma parte significativa da história da Bíblia. Kessel e Markschies são apenas dois dos muitos acadêmicos do mundo que dedicam parte de sua vida profissional a desvendar os secretos desse livro tão influente.

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Imagem inédita de buraco negro expelindo poderoso jato de matéria é divulgada por cientistas

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Foto, tirada por vários telescópios, mostra processo em M87*, buraco negro que fica a 55 milhões de anos-luz de distância da Terra.
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Por Roberto Peixoto, g1

Postado em 28 de abril de 2023 às 08h00m

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O buraco negro M87* lançado ao espaço um poderoso jato de matéria. — Foto: R.-S. Lu (SHAO), E. Ros (MPIfR), S. Dagnello (NRAO/AUI/NSF)
O buraco negro M87* lançado ao espaço um poderoso jato de matéria. — Foto: R.-S. Lu (SHAO), E. Ros (MPIfR), S. Dagnello (NRAO/AUI/NSF)

Em pouco mais de uma semana, o mais famoso buraco negro do espaço ganhou dois novos registros. Após a divulgação de sua imagem mais "repaginada" dias atrás, M87* agora pode ser visto expelindo ao espaço um poderoso jato de matéria.

E esse é um feito inédito, pois é a primeira imagem direta de um buraco negro expelindo um jato do tipo.

📡 As observações, efetuadas em 2018 com radiotelescópios instalados pelo mundo, vão ajudar os astrônomos a compreender melhor o processo que faz com que os buracos negros libertem jatos tão energéticos.

💥 Esse é um importante campo de estudo desses misteriosos objetos. Cientistas investigam atualmente o que acontece com um material quando ele cai num buraco negro: como é, quais são suas propriedades e por que parte desse material é lançado para o espaço na forma desses jatos.

Sabemos que os jatos são lançados a partir da região que rodeia os buracos negros.

— Ru-Sen, do Observatório Astronômico de Xangai, na China

"No entanto, ainda não compreendemos totalmente como é que isto acontece. Para estudar diretamente este fenômeno, temos que observar a origem do jato tão perto do buraco negro quanto possível".

Representação artística de M87* expelindo seu poderoso jato de matéria. — Foto: S. Dagnello (NRAO/AUI/NSF)
Representação artística de M87* expelindo seu poderoso jato de matéria. — Foto: S. Dagnello (NRAO/AUI/NSF)

E a nova imagem divulgada hoje mostra justamente isso: como a base de um jato se liga com a matéria que gira em torno de um buraco negro supermassivo como Pōwehi, como também é chamado o objeto astronômico, o primeiro do tipo a ser fotografado por cientistas lá em 2019.

Segundo o ESO, o Observatório Europeu do Sul, que faz parte do consórcio de telescópios, observações anteriores tinham permitido aos cientistas obter imagens separadas da região próxima do buraco negro e do jato. No entanto, é a primeira vez que ambas as estruturas foram observadas em conjunto.

O que é um buraco negro?
O que é um buraco negro?

💫 É bom lembrar que, embora buracos negros sejam conhecidos por engolir matéria da sua vizinhança, eles podem também lançar poderosos jatos de matéria que se estendem para além das galáxias onde estão localizados.

Quando um objeto cruza o horizonte de eventos de um buraco negro, por exemplo, ou seja, a sua borda, ele não tem mais escapatória.

A gravidade é tão intensa nesse ponto que o objeto passa por um processo conhecido como espaguetificação: ele é dilacerado pelo campo gravitacional do buraco negro num formato que lembra um espaguete, em formas finas e alongadas.

"Esta nova imagem completa a fotografia, ao mostrar simultaneamente a região em torno do buraco negro e o jato", acrescenta Jae-Young Kim do Instituto Max Planck de Radioastronomia, na Alemanha.

Comparação entre as duas imagens do buraco negro. Na esquerda, foto original de 2019 de M87*. Na direita, a foto reconstruída. — Foto: EHT/PRIMO/INSTITUTE FOR ADVANCED STUDY
Comparação entre as duas imagens do buraco negro. Na esquerda, foto original de 2019 de M87*. Na direita, a foto reconstruída. — Foto: EHT/PRIMO/INSTITUTE FOR ADVANCED STUDY

Ainda de acordo com o ESO, futuras observações com esta mesma rede de telescópios estão previstas, pois os cientistas querem continuar investigando como é que os buracos negros supermassivos podem lançar jatos tão poderosos.

"Planejamos observar a região em redor do buraco negro situado no centro de M87 em diferentes comprimentos de onda de rádio para estudar melhor a emissão do jato", diz Eduardo Ros do Instituto Max Planck de Radioastronomia.

"Os próximos anos serão bastante interessantes, uma vez que poderemos aprender mais sobre o que acontece perto de uma das regiões mais misteriosas do Universo", conclui Ros.

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Como terremotos detectados pela 1ª vez em Marte podem ajudar cientistas a entender melhor a Terra

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Uma equipe de pesquisadores observou ondas sísmicas que atravessavam o núcleo do planeta vermelho, o que permitiu a eles entender como seu núcleo é formado e como difere do da Terra.
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Por BBC

Postado em 28 de abril de 2023 às 07h00m

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— Foto: NASA/JPL Y NICHOLAS SCHMERR
— Foto: NASA/JPL Y NICHOLAS SCHMERR

Pela primeira vez, uma equipe internacional de cientistas observou uma série de ondas sísmicas atravessando o núcleo de Marte.

Essas observações revelaram que o núcleo do planeta vermelho é menor e mais denso do que se estimava (com um raio de aproximadamente 1.780 km-1.810 km) — e é composto por uma liga de ferro completamente líquida com altas porcentagens de enxofre e oxigênio.

Esta descoberta, feita a partir de medições da sonda Insight da Nasa, a agência espacial americana, vai oferecer uma melhor compreensão de como o planeta se originou e de como ele difere geologicamente do nosso.

Os resultados da pesquisa foram publicados na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.

Dois grandes eventos sísmicos

Em 1906, cientistas descobriram o núcleo da Terra pela primeira vez, observando como as ondas sísmicas causadas por terremotos eram afetadas ao passar por ele.

"Mais de cem anos depois, estamos aplicando nosso conhecimento sobre ondas sísmicas em Marte", explicou Vedran Lekic, professor associado de geologia da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, e coautor do estudo.

A equipe conseguiu acompanhar a progressão de dois eventos sísmicos (um causado por um terremoto, e outro pelo impacto de um asteroide), que ocorreram no hemisfério oposto ao que se encontra a Insight.

Embora a missão Insight tenha terminado em dezembro de 2022, os pesquisadores continuam analisando os dados coletados pela sonda — Foto: GETTY IMAGES via BBC
Embora a missão Insight tenha terminado em dezembro de 2022, os pesquisadores continuam analisando os dados coletados pela sonda — Foto: GETTY IMAGES via BBC

Ao medir o tempo que levavam para atravessar o núcleo e compará-lo com as ondas do manto, e ao combinar essa informação com outras medições sísmicas e geofísicas, os pesquisadores conseguiram estimar a densidade e a compressibilidade do material atravessado pelas ondas.

Isso mostra que o núcleo de Marte é provavelmente completamente líquido, diferentemente do núcleo da Terra, que tem uma parte externa líquida e um núcleo interno sólido.

Campo magnético

Por outro lado, o núcleo de Marte contém uma alta proporção de elementos leves misturados dentro dele. Cerca de um quinto de seu peso é formado por esses elementos (predominantemente enxofre, com quantidades menores de oxigênio, carbono e hidrogênio).

Isso significa que estamos diante de um núcleo bem menos denso do que o da Terra, e essa diferença aponta para condições diferentes na formação dos dois planetas.

"As propriedades do núcleo podem servir como um resumo de como o planeta se formou e como evoluiu dinamicamente ao longo do tempo", explicou Nicholas Schmerr, professor de geologia da Universidade de Maryland, outro coautor do estudo.

E o resultado final desses processos de formação e evolução são aqueles que podem ou não dar origem a condições favoráveis ​​à vida.

Por não ter um escudo magnético que o proteja, Marte é um planeta hostil à vida — Foto: GETTY IMAGES via BBC
Por não ter um escudo magnético que o proteja, Marte é um planeta hostil à vida — Foto: GETTY IMAGES via BBC

"A singularidade do núcleo da Terra permite gerar um campo magnético que nos protege dos ventos solares, nos permitindo conservar a água", afirmou Schmerr.

Em contrapartida, "o núcleo de Marte não gera esse escudo protetor, com o qual as condições na superfície do planeta são hostis à vida."

Embora esse campo magnético não esteja presente em Marte hoje, pesquisas anteriores sugerem que ele poderia ter existido no passado, mas foi perdendo certos elementos e evoluindo de tal forma que passou de um planeta com um ambiente potencialmente habitável a um planeta hostil.

"Determinar a quantidade desses elementos no núcleo planetário é importante para entender as condições em nosso sistema solar quando os planetas estavam se formando e como essas condições afetaram os planetas que se formaram", explicou Doyeon Kim, da Escola Politécnica Federal de Zurique, na Suíça, outro coautor do estudo.

Estudar o interior de Marte — principal objetivo da missão Insight — vai ajudar os pesquisadores a entender melhor como todos os planetas rochosos, incluindo o nosso, se formaram.

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