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quinta-feira, 30 de novembro de 2023

22 facções criminosas nacionais e estrangeiras atuam na Amazônia Legal, aponta estudo; mortes e tráfico de drogas aumentam na região

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Estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontou presença de grupos do crime organizado em 178 municípios. Mapa mostra onde facções atuam.
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Por Gabriel Croquer, Arthur Stabile, Marina Pinhoni, g1

Postado em  30 de novembro de 2023 às 10h35m

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Práticas ambientais criminosas ganharam força com aumento de facções na Amazônia — Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino
Práticas ambientais criminosas ganharam força com aumento de facções na Amazônia — Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino

Ao menos 22 facções criminosas nacionais e estrangeiras atuam na Amazônia Legal, área formada por nove estados brasileiros: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e por parte do Maranhão.

É o que revela o estudo "Cartografias da violência na Amazônia", do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (30).

O levantamento mapeou a presença de facções em 178 das 772 cidades da Amazônia Legal (24,6%), quase um a cada quatro municípios. Em 80 delas, há disputa entre facções.

A presença de grupos criminosos impacta na violência e no tráfico de drogas na Amazônia Legal:

As capitais da região que têm conflito entre facções são:

  • Manaus (AM);
  • Porto Velho (RO);
  • Macapá (AP);
  • Rio Branco (AC);
  • Palmas (TO).

Confira no mapa abaixo todos os 178 municípios controlados ou disputados por facções na Amazônia Legal.

Entre as facções na Amazônia Legal estão grupos com presença nacional, como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV). Facções locais, como a Família do Norte (FDN), e estrangeiras —do Peru, Venezuela e Colômbia.

Essa teia do crime organizado, que sempre contou com facções locais, foi nacionalizada a partir de 2016, explica o pesquisador da Universidade do Estado do Pará e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Aiala Couto.

"O que ocorreu foi uma absorção dessas facções locais, a partir das facções do Sudeste, bem como o surgimento de grupos regionais dentro da região Amazônica, e isso acabou colocando em evidência a chegada de grupos de São Paulo e do Rio de Janeiro".

Nesse período, completa o diretor-presidente do Fórum, Renato Sérgio de Lima, as duas maiores facções do Sudeste quebraram um acordo de convivência na Amazônia Legal e passaram a disputar protagonismo.

A nova dinâmica de criminalidade descontrolada da região ficou explícita para todo o país a partir do final de 2016 e começo de 2017, quando essa disputa levou a diversos massacres e rebeliões em penitenciárias.

Em 2017, inclusive, o Brasil atingiu o pico de mortes violentas da série histórica coletada pelos pesquisadores, com 63.880 casos.

Floresta ameaçada

Além do tráfico de drogas, a fronteira da Amazônia Legal com outros países da América Latina atrai o crime organizado pela facilidade em outras práticas como o tráfico de armas, contrabando de madeira, contrabando de minérios e pesca ilegal.

O resultado foi a associação do crime organizado com práticas ambientais ilegais, o que torna ainda mais difícil a conservação da floresta Amazônica e o modo de vida de povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas, explica Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

"Não há, portanto, como debater estratégias e políticas para manter a Floresta Amazônica de pé sem considerar a grave ameaça que o crime e a violência representam na região hoje", concluem os autores do estudo. 

Outros destaques do estudo
  • A taxa de mortes violentas intencionais na Amazônia para cada 100 mil habitantes (33,8) foi 45% superior à média nacional (23,3) em 2022.
  • Quinze municípios apresentaram taxa média de violência letal acima de 80 mortes por 100 mil habitantes no triênio 2020-2022, a maioria nos estados do Pará e Mato Grosso.
  • A taxa de mortes violentas de indígenas na Amazônia é 26% maior do que fora dela.
  • A taxa de feminicídio na Amazônia foi de 1,8 para cada 100 mil mulheres, 30,8% superior à média nacional, que foi de 1,4 por 100 mil.
  • A violência sexual também apresenta taxas mais elevadas na Amazônia do que no restante do país. A taxa de estupros na região foi de 49,4 vítimas para cada 100 mil em 2022, 33,8% superior à média nacional, que foi de 36,9 por 100 mil.
  • Os registros de crimes vinculados ao desmatamento cresceram 85,3% entre 2018 e 2022. No último ano, foram 619 registros nas polícias civis dos estados da Amazônia Legal.
  • Os registros de incêndios criminosos na Amazônia Legal cresceram 51,3% entre 2018 e 2022.
  • Em 10 anos, a taxa de pessoas no sistema prisional na Amazônia Legal cresceu 67,3%, enquanto a média nacional foi de 43,3% de aumento.
  • Entre 2019 e 2022, o crescimento dos registros de arma de fogo na Amazônia foi da ordem de 91%, ao passo que a média nacional ficou em 47,5%.
  • Entre 2019 e 2022, a apreensão de cocaína pelas polícias estaduais na Amazônia cresceu 194,1%, totalizando cerca de 20 toneladas. Já a Polícia Federal apreendeu 32 toneladas de cocaína em 2022, crescimento de 184,4% em comparação a 2019.
A morte de Bruno Pereira e Dom Philips completou um ano nesta segunda-feira
A morte de Bruno Pereira e Dom Philips completou um ano nesta segunda-feira

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quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Veja ranking das piores e melhores rodovias do país, segundo Confederação Nacional dos Transportes

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Levantamento analisou 11.502 km da malha rodoviária brasileira. Segundo confederação, sanar pontos críticos deve ser prioridade.
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Por Ana Clara Alves, Lais Carregosa, TV Globo e g1

Postado em 29 de novembro de 2023 às 12h15m

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Rodovia em Goiás, em imagem de arquivo — Foto: Wildes Barbosa/O Popular
Rodovia em Goiás, em imagem de arquivo — Foto: Wildes Barbosa/O Popular

A Confederação Nacional dos Transportes (CNT) divulgou, nesta quarta-feira (29), os rankings das 10 piores e melhores rodovias do Brasil. O estudo analisou 11.502 km da malha rodoviária do país. Os critérios de avaliação são as condições de pavimento, sinalização, visibilidade, acostamento, pontes, entre outros pontos.

A pior rodovia, segundo o relatório, é a AM-010, que liga Manaus a Itacoatiara, ambas no Amazonas. Já a melhor via está no Rio de Janeiro, a RJ-124, que faz a ligação entre Rio Bonito e São Pedro da Aldeia. Veja os rankings completos:

Ranking das piores rodovias do Brasil

Rodovia UF Município inicial Município final Gestão
AM-010 AM Manaus Itacoatiara Pública
PB-400 PB Cajazeiras Conceição Pública
BR-364 AC Cruzeiro do Sul Acrelândia Pública
PE-096 PE Palmares Barreiros Pública
MA-106 MA Governador Nunes Freire Alcântara Pública
PE-126 PE Palmares Quipapá Pública
AC-010 AC Porto Acre Rio Branco Pública
AP-010 AP Macapá Mazagão Pública
PA-263 PA Goianésia Do Pará Tucuruí Pública
BR-174 AM Presidente Figueiredo Borba Pública

Ranking das melhores rodovias do Brasil

Rodovia UF Município inicial Município final Gestão
RJ-124 RJ Rio Bonito São Pedro da Aldeia Concedida
SP-270 SP Presidente Epitácio Ourinhos Concedida
SP-225 SP Itirapina Santa Cruz do Rio Pardo Concedida
BR-153 TO Aliança do Tocantins Talismã Concedida
SP-463 SP Ouroeste Clementina Pública
SP-320 SP Rubinéia Mirassol Pública
BR-080 GO Vila Propício Padre Bernardo Pública
SP-191 SP Mogi Mirim São Pedro Concedida
BR-364 GO Jataí São Simão Concedida
BR-493 RJ Itaboraí Itaguaí Concedida

Segundo a confederação, sanar os pontos críticos deve ser uma prioridade para a melhoria da qualidade das rodovias.

Condições das rodovias

No Brasil, 67,5% da malha rodoviária pavimentada é considerada regular, ruim ou péssima. Para recuperar as rodovias — com ações emergenciais como reconstrução, restauração e manutenção — são necessários R$ 94,12 bilhões.

A pesquisa identificou também 2.648 pontos críticos na malha rodoviária. São eles:

  • 207 quedas de barreira;
  • 5 pontes caídas;
  • 504 erosões na pista;
  • 1.803 unidades de coleta com buracos grandes;
  • 67 pontes estreitas;
  • 62 outros tipos de pontos críticos que possam atrapalhar a fluidez da via.

Será também necessário reconstruir 628 km de rodovias onde a superfície se encontra destruída; restaurar 39.357 km de rodovias onde se identificam trincas, buracos, ondulações, remendos e afundamentos. Além disso, é preciso fazer a manutenção de 62.278 km de rodovias que foram avaliados como desgastados

Distrito Federal

Segundo a pesquisa CNT de Rodovias de 2023, 54,4% da malha rodoviária pavimentada do Distrito Federal apresenta algum tipo de problema e é considerada regular, ruim ou péssima. Já a malha analisada considerada ótima ou boa corresponde a 45,6%.

Para que as rodovias tenham a reconstrução, restauração e manutenção para melhoria da qualidade, será necessário um investimento por parte do governo de R$ 477, 26 milhões.

A pesquisa também mostra que, em 2022, o prejuízo gerado por acidentes foi de R$ 164,54 milhões.

A falta de acostamento aparece em 33,3% dos trechos avaliados e 40% dos trechos com curvas perigosas não têm sinalização.

De acordo com a CNT, os resultados mostram que este é um quadro que demanda um maior empenho por parte dos entes gestores de infraestruturas e expõe a necessidade de continuar mantendo investimentos perenes que viabilizem a reconstrução, restauração e a manutenção das rodovias. Essas ações devem vir do âmbito do poder público.

Diante disso, de um total de R$ 35 milhões autorizados pelo governo federal para a infraestrutura rodoviária no DF, o GDF não gastou nada com obras de infraestrutura rodoviária de transporte até setembro.

As condições do pavimento das rodovias do Distrito Federal geram um aumento de custo operacional do transporte de 25,8%. Esse aumento se reflete na competitividade do Brasil, já que impacta no preço do frete e, consequentemente, dos produtos para o consumidor final.

A falta de qualidade das rodovias faz com que o consumo de combustível fóssil e a emissão de gases também aumentem. No DF, a pesquisa estima que haverá um consumo desnecessário de R$ 3 milhões de litros de diesel. Esse desperdício custará mais de R$ 19 milhões aos transportadores.

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terça-feira, 28 de novembro de 2023

Oito cidades baianas estão entre as dez que registraram menores umidades no Brasil nas últimas 24h

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Umidade chegou a 11% em alguns municípios, quando o recomendado pela OMS é 60%. Sensações térmicas também podem ultrapassar os 32ºC.
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Por g1 BA e TV Bahia

Postado em 28 de novembro de 2023 às 09h25m

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Confira previsão do tempo nesta terça-feira em SalvadorConfira previsão do tempo nesta terça-feira em Salvador

Oito das 10 cidades do Brasil com menores umidades, nas últimas 24h, são baianas. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), alguns municípios registraram 11%, um índice que a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera desértico. Quatro cidades do estado lideram o ranking.

Esse índice de umidade se aproxima da média encontrada no Deserto do Saara, que corta 10 países africanos. Nele, a umidade relativa do ar fica em torno de 12%. Em contrapartida, o nível ideal, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é que a umidade fique por volta de 60%.

Cidades baianas registram as quatro menores umidades do Brasil nas últimas 24h — Foto: Phael Fernandes  / g1 BA
Cidades baianas registram as quatro menores umidades do Brasil nas últimas 24h — Foto: Phael Fernandes / g1 BA

Apesar das baixas umidades, nenhuma cidade baiana teve algum tipo de alerta emitidos pelo Inmet. As quatro cidades que registaram menores umidades ficam espalhadas por diversas regiões do estado. Confira:

1️⃣ Ibotirama, no oeste da Bahia - 11% de umidade
2️⃣ Piatã, na Chapada Diamantina - 11% de umidade
3️⃣ Remanso, no norte da Bahia - 13% de umidade
4️⃣ Brumado, no sudoeste da Bahia - 14% de umidade

Veja quais são as outras quatro cidades baianas no TOP 10 das que registraram menores umidades nas últimas 24h:

6️⃣ Santa Rita de Cássia, no oeste da Bahia - 15% de umidade
8️⃣ Irecê, no norte da Bahia - 16% de umidade
9️⃣ Barreiras, no oeste da Bahia - 18% de umidade
🔟 Formosa do Rio Preto, no oeste da Bahia - 18% de umidade

Segundo o Inpe, a baixa umidade registrada na Bahia é resultado de um sistema de baixa pressão atmosférica que foi provocado por um vórtice ciclônico de altos níveis, que aproxima a massa de ar seco par as áreas que ficam mais próxima de seu centro.

Temperaturas na Bahia

Cidade de Barreiras, oeste da Bahia. Foto: Rodrigo Ribeiro e Leonardo Carvalho — Foto: Divulgação/Acervo
Cidade de Barreiras, oeste da Bahia. Foto: Rodrigo Ribeiro e Leonardo Carvalho — Foto: Divulgação/Acervo

No dia 8 de outubro, a cidade de Ibotirama registrou a temperatura mais alta do Brasil, conforme apurado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Na ocasião, os termômetros marcaram 40,8ºC, com sensação térmica de quase 42ºC.

Nesta terça-feira (28), a temperatura máxima na cidade pode chegar a 41ºC. A previsão para a semana se mantém nesta média, com máximas variando entre 39ºC e 41°C. Confira temperaturas máximas de outros municípios:

Feira de Santana - 34ºC nesta terça-feira e pode chegar a 36ºC ao longo da semana;

▶ Barreiras - 39ºC nesta terça-feira e pode chegar a 40ºC na quinta (30). A partir de sexta-feira, a temperatura máxima cai e chega a 32ºC no sábado (2).

Juazeiro - 37ºC nesta terça-feira e pode chegar a 38ºC ao longo da semana.

Vitória da Conquista - 35ºC nesta terça-feira e pode chegar a 36ºC ao longo da semana.

Em Salvador, tudo indica que a semana será de praia, com temperaturas máximas variando entre 33ºC e 34ºC. Há possibilidade apenas de pancadas de chuva, mas o sol deve prevalecer.

Vista área da praia de Ondina, em Salvador — Foto: Divulgação/Rymer Leilões
Vista área da praia de Ondina, em Salvador — Foto: Divulgação/Rymer Leilões

Veja mais notícias do estado no g1 Bahia.

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segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Super El Niño? Aquecimento do Pacífico atinge maior patamar desde 2016

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Dados do novo relatório da Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) apontam uma alta de 2,1°C na região do Pacífico Equatorial Centro-Leste.
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Por Júlia Carvalho, g1

Postado em 27 de novembro de 2023 às 18h55m

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O fenômeno El Niño é caracterizado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico. — Foto: NOAA
O fenômeno El Niño é caracterizado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico. — Foto: NOAA

As águas do Oceano Pacífico atingiram o maior patamar de aquecimento desde 2016, de acordo com o relatório mais recente da Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), divulgado nesta segunda-feira (27). A publicação monitora semanalmente a evolução do El Niño.

O relatório aponta que o Niño 3.4 registrou alta de 2,1°C. A região é a faixa do Pacífico Equatorial Centro-Leste usada como uma das principais referências para as análises e previsões relacionadas ao El Niño.

Onu alerta que El Niño deve se estender até abril de 2024Onu alerta que El Niño deve se estender até abril de 2024

No El Niño de 2015-2016, última vez que o fenômeno aconteceu de forma tão intensa, foi registrado um pico de 2,6°C de aquecimento.

Super El Niño

Não há um consenso entre os meteorologistas e climatologistas para a definição de um Super El Niño.

🌊 O fenômeno é caracterizado pelo aquecimento maior ou igual a 0,5°C das águas do Oceano Pacífico. O El Niño acontece com frequência a cada dois a sete anos. A duração média é de doze meses, gerando um impacto direto no aumento da temperatura global.

De acordo com Ana Lúcia Frony, meteorologista e sócia-fundadora do Climate Change Channel, esse El Niño pode ser considerado um Super El Niño. Segundo Frony, é o mais forte já registrado por medidas de satélite desde 1982 e, além das altas temperaturas do oceano, as imagens nunca mostraram uma região tão larga do atingida pelo fenômeno.

O El Niño vem se mostrando bastante intenso em 2023, em especial na região central do Oceano Pacífico. — Foto: Climate Reanalyzer/NOAA
O El Niño vem se mostrando bastante intenso em 2023, em especial na região central do Oceano Pacífico. — Foto: Climate Reanalyzer/NOAA

"É o mais intenso quando a gente fala de temperatura e em questão de extensão no mar também é maior em comparação aos demais anos da série histórica", analisa Ana Lúcia Frony.

Já para o climatologista e coordenador geral de pesquisa e desenvolvimento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), José Marengo, o uso do termo Super El Niño não auxilia na compreensão do fenômeno e de seus impactos, apesar de sua intensidade ser bastante forte.

O meteorologista do Climatempo, Vinicius Lucyrio, afirma que, no atual patamar, é possível considerar este El Niño como muito intenso. Ele explica que, pelo contexto observado neste ano, muitos climatologistas acabam classificando o fenômeno como "super".

🔥Alguns especialistas consideram o Super El Niño quando há um aquecimento de mais de 2°C nas águas do Oceano Pacífico, enquanto outros entendem que essa categoria valeria para valores superiores a 2,5°C de alta na temperatura.

De maneira geral, a escala do fenômeno é medida de acordo com os seguintes parâmetros:

  • alteração de 0,5 até 0,9°C é considerado fraco;
  • entre 1,0°C e 1,4°C é moderado;
  • de 1,5°C até 2°C é forte;
  • acima de 2°C é classificado como muito forte.
O El Niño nos próximos meses

Com a tendência de alta na temperatura do oceano, as previsões mais recentes indicam que o El Niño deve durar ao menos até abril de 2024.

Ana Lucy Frony explica que as evidências apontam que o fenômeno deve seguir intenso pelos próximos meses. "Não temos motivos para acreditar que o El Niño vai ter uma queda rápida. As correntes superficiais estão muito quentes e o transporte de águas mais quentes que o normal segue extremamente intenso", analisa.

O pico do fenômeno deve ser observado entre a segunda quinzena de dezembro e a primeira quinzena de janeiro. De acordo com Vinícius Lucyrio, depois de atingir seu ápice, o El Niño deve continuar forte até o fim de fevereiro e perder intensidade entre abril e maio.

Segundo Marengo, os relatórios mostram que a temperatura do oceano continua subindo, mas é difícil estimar em qual patamar ela deve chegar em janeiro de 2024.

Ele destaca também que o aquecimento global tem um papel fundamental na intensificação das consequências de fenômenos como o El Niño – tornando eventos climáticos extremos como ondas de calor, ondas de frio e enchentes cada vez mais comuns.

"Isso que está acontecendo agora é só uma amostra do que pode acontecer no futuro. E mostra como nós não estamos preparados para enfrentar esses eventos extremos", alerta.

A crise do clima em gráficos e mapas
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