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terça-feira, 23 de junho de 2020

O inexplicável sinal recebido do espaço em pesquisa que busca matéria escura

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Há três possíveis explicações para o novo sinal detectado no experimento Xenon1T. Duas demandam uma nova física para explicá-lo, e a terceira consiste na existência das partículas solares axions.   
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Por BBC  
22/06/2020 16h45  Atualizado há um dia
Postado em 23 de junho de 2020 às 15h50

                     Post.N.\9.355                
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Detector Xenon1T foi instalado em laboratório na Itália entre 2016 e 2018 — Foto: Divulgação/Universidade Purdue/BBC
Detector Xenon1T foi instalado em laboratório na Itália entre 2016 e 2018 — Foto: Divulgação/Universidade Purdue/BBC

Um experimento que busca a matéria escura detectou um sinal inexplicável do espaço.
Cientistas que atuam no experimento Xenon1T detectaram mais atividade do que esperavam.
Esse excesso de eventos pode apontar para a existência de partículas hipotéticas chamadas de axions, entre as quais há candidatas a matéria escura.
Cerca de 25% do Universo é composto de matéria escura, mas sua natureza é desconhecida. O que quer que ela seja, não reflete ou emite luz detectável.

Há três possíveis explicações para o novo sinal detectado no experimento Xenon1T. Duas demandam uma nova física para explicá-lo, e a terceira consiste na existência das partículas solares axions.

As descobertas foram divulgadas no servidor Arxiv de artigos não revisados por outros cientistas.

Até agora, cientistas só conseguiram fazer observações indiretas de evidências de matéria escura, sem uma detecção definitiva e direta dela.

Há diversas teorias que tentam dar conta de como essa partícula possa ser. A mais aceita é a WIMP (sigla em inglês para partículas maciças que interagem fracamente).

Físicos que integram a série de experimentos Xenon já gastaram mais de uma década em busca de sinais desses WIMPs, mas até agora não tiveram sucesso.

Ruído de fundo
O experimento foi realizado nas instalações subterrâneas de Gran Sasso, na Itália, de 2016 a 2018.

Seu detector foi preenchido com 3,2 toneladas de xenon líquido ultra-puro, sendo que 2 toneladas serviram de alvo para as interações entre átomos de xenon e outras partículas que se movimentaram ali.
Quando a partícula cruzou o alvo, ela gerou pequenos flashes de luz e elétrons liberados do átomo de xenon.

A maioria dessas interações, batizadas de eventos, são com partículas que já conhecemos, como múons, raios cósmicos e neutrinos. Elas constituem o que os cientistas chamam de sinais de fundo.
Um possível sinal de uma partícula não descoberta precisa ser forte o suficiente para superar esse ruído de fundo.

Cientistas estimaram cuidadosamente o número de eventos de fundo no Xenon1T. Eles esperavam ver 232, mas o experimento detectou 285.

Uma explicação pode ser que uma nova fonte de ruído de fundo que não havia sido considerada antes, causada pela presença de pequenas amostras de trítio no detector do Xenon1T.

O resultado pode ter a ver também com neutrinos, que passam aos trilhões por seu corpo por segundo. Uma explicação pode ser que o momento magnético (uma propriedade de todas as partículas) dos neutrinos seja maior do que o valor no Modelo Padrão, que categoriza as partículas elementares na física.

Uma nova física
Há quem acredite que só uma nova física seja capaz de explicar o fenômeno.
No entanto, o excesso de eventos é mais consistente com sinais dos axions, uma classe de partículas ainda a ser detectada. Na verdade, o excesso de eventos tem um espectro de energia similar ao esperado dos axions produzidos pelo Sol.

Em termos estatísticos, a hipótese de axion solar tem uma significância de 3,5 sigmas.
Ainda que essa significância seja alta, ela não é grande o bastante para concluir que os axions existem. O patamar de 5 sigmas é geralmente considerado o limite para se confirmar uma descoberta como essa.

A significância das hipóteses de momento magnético e de trítio correspondem a 3,2 sigmas, o que significa que elas são consistentes com os dados.

Cientistas que atuam nos experimentos Xenon estão aprimorando as interações para um novo experimento, Xenon-nT. Com melhores dados dessa futura versão, os pesquisadores estão confiantes de que em breve eles poderão dizer se o excesso de eventos foi um acaso estatístico, uma contaminação do fundo, ou algo muito mais empolgante.

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Vacina de Oxford contra Covid-19 começa a ser testada em profissionais de saúde de SP

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A vacina é uma das 141 cadastradas na Organização Mundial de Saúde (OMS) e está entre as 13 que já estão em fase clínica de testes em humanos no mundo. A testagem em profissionais de saúde de São Paulo começou na sexta-feira (19). 
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Por Rodrigo Rodrigues, Mariana Timóteo, Viviane Sousa e Amanda Luder, G1 SP e GloboNews 
22/06/2020 21h55  Atualizado há 3 horas
Postado em 23 de junho de 2020 às 13h45m


                     Post.N.\9.354                
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Imagem retirada de vídeo mostra voluntário recebendo injeção durante teste de vacina experimental de Covid-19 realizado pela Universidade de Oxford, em 25 de abril — Foto: University of Oxford via AP
Imagem retirada de vídeo mostra voluntário recebendo injeção durante teste de vacina experimental de Covid-19 realizado pela Universidade de Oxford, em 25 de abril — Foto: University of Oxford via AP

A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e a Fundação Lemann confirmaram nesta segunda-feira (22) que começaram os testes em São Paulo da vacina ChAdOx1 nCoV-19, liderada globalmente pela Universidade de Oxford, no Reino Unido.

A vacina é uma das 141 candidatas cadastradas na Organização Mundial de Saúde (OMS) e está entre as 13 que já estão em fase clínica de testes em humanos no mundo.

Os testes da vacina em São Paulo começaram na sexta-feira (19) e prosseguiram nesta segunda-feira(22), segundo o Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) da Unifesp, que coordena a aplicação da vacina em São Paulo.

Segundo a assessoria da Fundação Lemann, a primeira fase da pesquisa, iniciada sexta e segunda, é a fase de triagem dos testes sorológicos nos voluntários, feitos pelo laboratório Fleury. As aplicações da vacina em si, segundo a entidade, devem começar entre esta terça-feira (23) e quarta-feira (24).

Informações da Universidade de Oxford apontam que pelo menos 5 mil profissionais da saúde participarão das testagens no Rio de Janeiro, São Paulo e na região Nordeste.

Do total de voluntários da área da saúde, 2.000 serão vacinados em São Paulo, 1.500 no Rio de Janeiro e 1.500 na região Nordeste, possivelmente na cidade de Salvador, na Bahia.

A Unifesp afirma que, na capital paulista, o Hospital São Paulo está responsável pela análise do perfil dos profissionais de saúde aptos a receberem o teste da vacina.

Em nota, a Fundação Lemann, que é uma das financiadoras do projeto no Brasil, celebrou o início dos testes no país e disse que ainda há um longo caminho a ser percorrido até que resultados positivos sejam conhecidos.

Há um caminho importante a ser percorrido agora pelos especialistas antes de podermos celebrar bons resultados. O que virá depois, ainda não sabemos. Enquanto isso, o foco da Fundação Lemann está em acompanhar a iniciativa. Há muitas pessoas e organizações trabalhando colaborativamente para o sucesso e, junto delas, esperamos dar nossa contribuição para que a pandemia seja superada, com foco e atenção ao Brasil e sua gente, nosso maior compromisso, disse a nota da fundação (veja íntegra abaixo).

Os testes da vacina de Oxford em São Paulo estão sendo coordenados pelo Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), com a coordenação das infectologistas Dra. Lily Yin Weckx e pela Dra. Sue Ann Costa Clemens, responsável pela articulação que colocou o Brasil como o primeiro país da América Latina a integrar a fase de testes da vacina, para além do Reino Unido.
Infectologista comenta teste de vacina no Brasil feito pela Universidade de Oxford
Infectologista comenta teste de vacina no Brasil feito pela Universidade de Oxford

Vacina de Oxford - Fase 3
A vacina da Universidade de Oxford, no Reino Unido, em parceria com a empresa AstraZeneca, que utiliza princípios semelhantes de estudos de vacinas contra ebola e Mers (síndrome respiratória do Oriente Médio causada por outro tipo de coronavírus) é uma das vacinas em estágio mais avançado no mundo.

Ao todo, 50 mil pessoas serão testadas em todo o planeta -- 30 mil nos Estados Unidos e outras em países da África e Ásia. No Brasil, pelo menos 5 mil voluntários entre 18 e 55 anos serão vacinados. A ideia é anunciar os resultados até setembro e, se tudo correr bem, entregar as vacinas já em outubro.
Em São Paulo, os testes em mil voluntários estão sendo conduzidos pelo Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e contam com a viabilização financeira da Fundação Lemann em toda infraestrutura médica e equipamentos.

No Rio de Janeiro, os testes em mil voluntários serão feitos pela Rede D’Or São Luiz, com R$ 5 milhões bancados pela própria Rede, e sob coordenação do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor).

São recrutadas pessoas da linha de frente do combate à Covid-19, em situação de maior exposição à contaminação. Eles precisam ser soronegativos, ou seja, que não contraíram a doença anteriormente.

A vacina utiliza uma tecnologia conhecida como vetor viral recombinante. Ela é produzida a partir de uma versão enfraquecida de um adenovírus que causa resfriado em chimpanzés -- e que não causa doença em humanos. A esse imunizante foi adicionado o material genético usado na produção da proteína "spike" do Sars-Cov-2 (a que ele usa para invadir células), induzindo os anticorpos.

É considerada uma vacina moderna e "segura" por não utilizar o vírus e sim uma sequência genética.
Oxford recruta mais de 10 mil voluntários para testes com vacina para Covid-19
Oxford recruta mais de 10 mil voluntários para testes com vacina para Covid-19

Entraves
Apesar de participar da fase de testes em humanos, o Brasil corre o risco de ficar de fora das primeiras levas de compra da vacina de Oxford, caso o governo brasileiro não assine um acordo com a universidade para ter prioridade de compra do produto, caso ele tenha resultados positivos no controle da Covid-19.

O acordo está em análise no Ministério da Saúde e no Ministério da Economia, mas a Universidade de Oxford e a farmacêutica Astrazeneca, responsáveis pela pesquisa da vacina no Reino Unido, não receberam qualquer sinalização de que ele será apreciado no curto prazo.

Segundo fontes envolvidas nos testes em solo brasileiro, o atraso para firmar o acordo pode colocar o Brasil no fim da fila de prioridades para receber os primeiros lotes de produção em massa da vacina.

O G1 procurou o Ministério da Saúde para entender os entraves que impediram a assinatura do acordo até aqui, mas ainda não recebeu retorno do órgão.

Íntegra da nota da Fundação Lemann:
"Neste final de semana, a Fundação Lemann teve a oportunidade de celebrar com os parceiros envolvidos e especialistas responsáveis, o início dos testes em São Paulo para a vacina ChAdOx1 nCoV-19, liderada globalmente pela Universidade de Oxford. Em São Paulo, onde a iniciativa contou com o financiamento da Fundação Lemann, os estudos clínicos estão sob responsabilidade do Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), na liderança da Dra. Lily Yin Weckx e com o apoio da Dra. Sue Ann Costa Clemens, responsável pela articulação que colocou o Brasil como o primeiro a integrar a fase de testes para além do Reino Unido. Há um caminho importante a ser percorrido agora pelos especialistas antes de podermos celebrar bons resultados. O que virá depois, ainda não sabemos. Enquanto isso, o foco da Fundação Lemann está em acompanhar a iniciativa. Há muitas pessoas e organizações trabalhando colaborativamente para o sucesso e, junto delas, esperamos dar nossa contribuição para que a pandemia seja superada, com foco e atenção ao Brasil e sua gente, nosso maior compromisso".

VACINA CONTRA A COVID-19


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Casos de novo coronavírus no mundo passam de 9 milhões, diz universidade

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Mortes pela Covid-19 passa de 469 mil, segundo monitoramento da Universidade Johns Hopkins. Brasil é o segundo país com mais diagnósticos da doença, e o segundo com mais mortes, em números absolutos. 
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Por G1  
22/06/2020 16h18  Atualizado há 17 horas
Postado em 23 de junho de 2020 às 11h00m 

                     Post.N.\9.353                
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Mais de 9 milhões de casos confirmados de Covid-19 em todo o mundo nesta segunda-feira (22), segundo painel da Universidade Johns Hopkins — Foto: Reprodução/Universidade Johns Hopkins
Mais de 9 milhões de casos confirmados de Covid-19 em todo o mundo nesta segunda-feira (22), segundo painel da Universidade Johns Hopkins — Foto: Reprodução/Universidade Johns Hopkins

O número de casos confirmados de novo coronavírus no mundo ultrapassou a marca de 9 milhões nesta segunda-feira (22), mostra monitoramento da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos. Segundo o levantamento, o número de mortes pela Covid-19 passa de 469 mil.
Diretor-geral da OMS diz que politização agravou a pandemia do coronavírus
Diretor-geral da OMS diz que politização agravou a pandemia do coronavírus

Em números absolutos, EUA e Brasil são os dois países com mais casos do novo coronavírus e mais mortes pela Covid-19. Ambos, inclusive, são os únicos a registrar mais de 1 milhão de casos confirmados e respondem por mais de um terço de todos os registros da virose:
  • EUA — 25,45% do total de casos
  • Brasil — 12,02% do total de casos (números de 16h25 desta segunda).
Pandemia acelera
22 de junho - Profissional da saúde aguarda a próxima pessoa para ser examinada em escola transformada em um centro para realizar testes para coronavírus (COVID-19), em Nova Déli, na Índia  — Foto: Adnan Abidi/Reuters
22 de junho - Profissional da saúde aguarda a próxima pessoa para ser examinada em escola transformada em um centro para realizar testes para coronavírus (COVID-19), em Nova Déli, na Índia — Foto: Adnan Abidi/Reuters

Mesmo com os números em queda na Europa, o avanço da Covid-19 no mundo ainda preocupa a Organização Mundial da Saúde (OMS) sobretudo pela alta dos casos nas Américas e por novos registros em países da Ásia que já haviam controlado a doença.

Uma das razões para a preocupação é que o mundo tem registrado em média 1 milhão de novos casos do coronavírus a cada semana — por exemplo, o total no planeta chegou a 8 milhões em 15 de junho, há exatamente uma semana. Do primeiro caso confirmado de Covid-19 até a marca de 1 milhão atingida em abril, passaram-se mais de três meses.
Com 1 milhão de casos de Covid-19 em 8 dias, OMS alerta que pandemia continua acelerando
Com 1 milhão de casos de Covid-19 em 8 dias, OMS alerta que pandemia continua acelerando

CORONAVÍRUS

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Estudo vincula erupção de vulcão no Alasca a queda da República Romana

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Atividade vulcânica gerou uma série de fenômenos observados no momento da queda de Júlio César, inclusive temperaturas mais baixas do que o normal e fome generalizada. 
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Por France Presse
22/06/2020 21h32  Atualizado há 13 horas
Postado em 23 de junho de 2020 às 10h40m

                     Post.N.\9.352                
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Vulcão Okmok, no Alasca, lança nuvem de gases em julho de 2008 — Foto: Handout / NASA / AFP
Vulcão Okmok, no Alasca, lança nuvem de gases em julho de 2008 — Foto: Handout / NASA / AFP


O assassinato do governante Júlio César no ano 44 a. C. desencadeou uma luta pelo poder de quase duas décadas que levou à queda da República Romana e ao surgimento do Império Romano.

Os registros históricos indicam que o período foi marcado por avistamentos estranhos no céu, temperaturas incomumente baixas e fome generalizada. Um novo estudo sugere que a causa disso tudo pode ter sido uma erupção vulcânica no Alasca.

A pesquisa foi publicada nesta segunda-feira (22) nas Atas da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.

Uma equipe internacional de cientistas e historiadores usou análise de cinzas vulcânicas (tefra), encontradas em testemunhos de gelo no Ártico para vincular o inexplicável período de clima extremo no Mediterrâneo com a erupção do vulcão Okmok no Alasca, no ano 43 a.C.

"Encontrar provas de que um vulcão do outro lado da Terra entrou em erupção e contribuiu efetivamente para o desaparecimento dos romanos e dos egípcios e o surgimento do Império Romano é fascinante", disse o autor principal do estudo, Joe McConnell, do Instituto de Pesquisas do Deserto (DRI) em Reno, estado de Nevada.
Placa em Roma com a sigla Senatus Populusque Romanus — O Senado e o Povo de Roma — Foto: Filippo Monteforte/NASA/AFP
Placa em Roma com a sigla Senatus Populusque Romanus — O Senado e o Povo de Roma — Foto: Filippo Monteforte/NASA/AFP

O advento do Império Romano também pôs um fim à dinastia ptolomaica, a última dos faraós egípcios.
"Certamente mostra quão interconectado era o mundo inclusive há 2 mil anos", acrescentou McConnell.
Ele e o suíço Michael Sigl começaram a estudar o assunto quando encontraram no ano passado uma camada de cinzas em um estado estado de conservação bom e pouco frequente dentro de uma amostra de gelo.

Depois foram feitas medições em testemunhos de gelo na Groenlândia e na Rússia, alguns dos quais foram perfurados na década de 1990 e armazenados em arquivos.

Então, conseguiram distinguir duas erupções distintas: um evento poderoso, mas localizado e de curta duração no começo do ano 45 a.C., seguido de um fato muito mais longo e estendido no ano 43 a.C., cujas consequências duraram mais de dois anos.

Coincidência perfeita
Busto de Julio César, fotografado na França em 2008 — Foto: Boris Horvat/NASA/AFP
Busto de Julio César, fotografado na França em 2008 — Foto: Boris Horvat/NASA/AFP

Os pesquisadores fizeram uma análise geoquímica em amostras de cinzas encontradas no gelo da segunda erupção e estas coincidiram perfeitamente com o evento Okmok, uma das maiores erupções dos últimos 2,5 mil anos.
"A coincidência da tefra não podia ser melhor", disse o vulcanólogo Gill Plunkett, da Queen's University de Belfast.
A equipe reuniu mais provas provenientes de outras partes do mundo, de registros climáticos obtidos a partir de anéis de árvores na Escandinávia a formações de cavernas no nordeste da China.

Estes dados foram introduzidos em um modelo climático, que sugeria que os dois anos posteriores à erupção foram os mais frios do hemisfério norte em 2,5 mil anos.

As temperaturas com médias sazonais podem ter sido até sete graus Celsius abaixo do normal durante o verão e o outono depois da erupção, com precipitações no outono que chegam a 400% do nível normal no sul da Europa.

"Na região mediterrânea, estas condições úmidas e extremamente frias durante a primavera agrícola e as temporadas de outono provavelmente reduziram o rendimento dos cultivos e agravaram os problemas de abastecimento durante as turbulências políticas em curso neste período", disse o arqueólogo clássico Andrew Wilson, da Universidade de Oxford.

Também coincidiram no fracasso do Nilo para inundar as planícies e as subsequentes ondas de doença e fome, acrescentou o historiador da Universidade de Yale, Joe Manning.

Estranhos avistamentos
A erupção também pode explicar fenômenos atmosféricos incomuns observados nos registros da época, como halos solares, o sol escurecendo no céu ou três sóis que aparecem no céu, um fenômeno conhecido como um "cão solar".
Mas os autores acrescentaram que muitas destas observações ocorreram antes da erupção no Alasca e poderiam estar relacionadas com outra erupção menor, do monte Etna no ano 44 a. C.
McConnell sustentou que embora muitos fatores tenham contribuído para a queda da República Romana e o Reino Ptolemaico, a erupção do Okmok teve um papel importante para a sua crise e além disso, agora ajuda a preencher um vácuo de conhecimento que tinha desconcertado os historiadores.

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