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terça-feira, 5 de maio de 2020

Fitch mantém nota de crédito do Brasil, mas coloca perspectiva como negativa

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Em nota, a agência apontou que a revisão reflete a deterioração das perspectivas econômicas e fiscais do país e riscos por incerteza política e pandemia.  
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 Por G1  05/05/2020 18h21    
 Atualizado há uma hora  
 Postado em 05 de maio de 2020 às 19h30m  

      Post.N.\9.256  
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Fitch muda perspectiva de nota do Brasil de estável para negativa
Fitch muda perspectiva de nota do Brasil de estável para negativa

A agência de classificação de risco Fitch manteve a nota de crédito do Brasil em BB-, mas revisou a perspectiva para negativa. Em nota, a agência apontou que a revisão reflete a deterioração das perspectivas econômicas e fiscais do país, e os riscos negativos tanto por conta da incerteza política quanto sobre a duração e intensidade da pandemia de coronavírus.

A nota do Brasil está em BB- desde fevereiro de 2018, dias após o governo desistir de votar a reforma da Previdência em razão da intervenção no Rio de Janeiro. Com a nota, o rating do Brasil está 3 degraus abaixo do grau de investimento.
Fitch rebaixa a nota do Brasil e muda perspectiva de negativa para estável — Foto: Karina Almeida / G1 
Fitch rebaixa a nota do Brasil e muda perspectiva de negativa para estável — Foto: Karina Almeida / G1

Período de estresse
Em relatório, a Fitch avalia que o Brasil entrou no atual período de estresse com um balanço fiscal fraco e baixo crescimento econômico. "A pandemia e a recessão relacionada vão incrementar ainda mais o endividamento público, erodindo a flexibilidade fiscal e aumentando a vulnerabilidade e a choques", diz o texto.

Apesar disso, a nota de crédito é mantida pela economia grande e diversificada do país, alto rendimento per capita em relação a seus pares e uma capacidade de absorver choques externos apoiada pelo câmbio flexível e reservas internacionais robustas, entre outros.

A Fitch aponta que a economia brasileira deve ter uma retração de 4% em 2020, com riscos negativos. "O crescimento médio de -0,6% nos últimos 5 anos reflete uma recuperação lenta após a longa recessão de 2015/2016", aponta a agência. Para 2021, a estimativa é de um crescimento de 3%, conforme o país se recupera da pandemia. Uma recuperação mais rápida, no entanto, pode ser prejudicada por incertezas fiscais, políticas e sobre reformas.

A estimativa também é de piora nas contas públicas: o déficit público deve chegar a 13% do PIB, uma vez que as finanças permanecem estruturalmente fracas e vão sofrer com a crise atual.

Ambiente político
A agência ressalta ainda que o ambiente político brasileiro é marcado por um "relacionamento volátil" entre o Executivo e o Congresso, que foi mais contaminado nas semanas recentes pela saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça, e suas acusações de que o presidente Bolsonaro teria interferido na Polícia Federal.

"Ainda que a administração e o Congresso tenham trabalhado juntos para aprovar uma importante reforma previdenciária em 2019 e as recentes medidas de emergência para apoiar a economia, fricções periódicas reduziram a previsibilidade dos resultados econômicos e políticos e nublaram as perspectivas de reforma após a pandemia.
Moro diz em depoimento que sofreu pressão de Bolsonaro para trocar comando da PF do Rio
Moro diz em depoimento que sofreu pressão de Bolsonaro para trocar comando da PF do Rio

Perda do grau de investimento
O Brasil está há mais de 4 anos sem o grau de investimento. A S&P foi primeira a tirar o selo de bom pagador do país, em setembro de 2015, ação que foi seguida pelas outras duas grandes agências internacionais, Fitch e Moody's.

Com os rebaixamentos que se seguiram, a nota do Brasil recuou para o patamar de 2005. O país conquistou o grau de investimento pelas agências internacionais Fitch Ratings e Standard & Poor’s pela primeira vez em 2008. Em 2009, conseguiu a classificação pela Moody's. Veja gráfico abaixo:
Histórico das notas do Brasil  — Foto: Infografia: Rodrigo Cunha e Diana Yukari/G1Histórico das notas do Brasil — Foto: Infografia: Rodrigo Cunha e Diana Yukari/G1

Entenda a classificação das agências
As agências têm uma longa escala de classificação, com mais 20 notas. Em resumo, são dois terrenos e uma muralha. Quem está a partir de um determinado nível tem o carimbo de grau de investimento.

Quanto mais longe do muro, mais eficiente, confiável, robusta é a economia e menor o seu risco. O triplo A, por exemplo, é a nota da Alemanha. Alguns fundos de investimento só colocam dinheiro em países desse terreno. Do outro lado é o grau especulativo. Países arriscados, com economia problemática e menos confiável. Os investidores pensam duas vezes antes de entrar.

Alguns fundos de pensão internacionais, de países da Europa ou os Estados Unidos, por exemplo, seguem a regra de que só se pode investir em títulos de países que estão classificados com grau de investimento por agências internacionais. Por isso, essa "nota" permite que o país receba recursos de investidores interessados em aplicar seu dinheiro naquele local.

Segundo analistas de mercado, historicamente, países costumam levar cerca de 5 a 10 anos para recuperar o selo de país bom pagador.

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Com pandemia, produção industrial tomba 9,1% e tem pior março desde 2002

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Trata-se também da queda mensal mais acentuada desde a greve dos caminhoneiros de maio de 2018 (-11%). Setor fechou o 1º trimestre no vermelho, com queda de 2,6% frente aos últimos 3 meses de 2019. 
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 Por Darlan Alvarega e Daniel Silveira, G1        
 05/05/2020 09h01  Atualizado há 34 minutos  
 Postado em 05 de maio de 2020 às 10h00m  

      Post.N.\9.255  
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Produção de veículos caiu 28% em março e foi segmento que exerceu maior pressão no resultado setor, segundo o IBGE. — Foto: Divulgação/HyundaiProdução de veículos caiu 28% em março e foi segmento que exerceu maior pressão no resultado setor, segundo o IBGE. — Foto: Divulgação/Hyundai

A produção industrial brasileira desabou 9,1% em março, na comparação com fevereiro, conforme divulgou nesta terça-feira (5) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrando um forte impacto da pandemia de coronavírus e das medidas de isolamento social no setor e na atividade econômica.

Trata-se do pior resultado para meses de março da série histórica da pesquisa, iniciada em 2002. É também a queda mensal mais acentuada desde maio de 2018 (-11%), quando o setor foi afetado pelas paralisações provocadas pela greve dos caminhoneiros.
Na comparação com março do ano passado, a queda foi de 3,8%, quinto resultado negativo seguido nessa comparação.

Com o tombo de março, a produção industrial passou a acumular no ano uma retração de 1,7%. Em 12 meses, tem queda de 1%.
Produção industrial mensal — Foto: Economia G1Produção industrial mensal — Foto: Economia G1

Queda de 2,6% no 1º trimestre
A indústria registrou queda de 2,6% no 1º trimestre, na comparação com o 4º trimestre. É a maior queda desde o segundo trimestre de 2018, que pega exatamente a greve dos caminhoneiros, quando caiu 2,7%, destacou o gerente da pesquisa André Macedo.

Com o resultado de março, o patamar de produção retornou a nível próximo ao de agosto de 2003, ficando 24% abaixo do pico histórico, alcançado em maio de 2011 – em fevereiro essa distância era de 16,4%. O tombo de agora levou o setor a uma posição pior que a registrada com a greve dos caminhoneiros, em maio de 2018, quando o patamar ficou 23,9% abaixo do pico.

Vale lembrar, que o início das medidas restritivas provocadas pela pandemia e o período de confinamento não atingiu todo o mês de março. O que a gente observa é que houve uma força maior das consequências do isolamento social no final do mês, com um número maior de plantas industriais concedendo férias coletivas e interrompendo a sua produção, afirmou o pesquisador.

Segundo Macedo, os efeitos da pandemia sobre a produção industrial tendem a se prolongar, ao contrário do ocorrido com a greve dos caminhoneiros, que foi um movimento pontual.
Pelo que a gente observa, você tem uma continuidade desse movimento de queda para o mês de abril e meses seguintes. Aquela queda da greve dos caminhoneiros foi reposta logo no mês seguinte, em junho, algo que a gente não vai conseguir observar pelo mês de abril, avaliou. 
Queda generalizada em março
Segundo o IBGE, houve queda de produção em todas as quatro grandes categorias do setor e em 23 dos 26 ramos pesquisados, evidenciando o aprofundamento das paralisações em diversas plantas industriais, devido ao isolamento social por conta da pandemia de Covid-19.

Entre as atividades, a queda que exerceu a maior pressão no índice geral foi a de veículos automotores, reboques e carrocerias (-28%), pior resultado desde maio de 2018(-29%). "O movimento de quarentena fez com que muitas empresas interrompessem o seu processo de produção, seja concedendo férias coletivas ou paralisando as atividades por determinados períodos, destacou Macedo.
23 dos 26 ramos industriais pesquisados registraram queda em março, segundo o IBGE — Foto: Divulgação23 dos 26 ramos industriais pesquisados registraram queda em março, segundo o IBGE — Foto: Divulgação

Outros destaques negativos em março foram os ramos de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-37,8%), bebidas (-19,4%), couro, artigos para viagem e calçados (-31,5%), produtos de borracha e de material plástico (-12,5%), máquinas e equipamentos (-9,1%), produtos de minerais não-metálicos (-11,9%), produtos têxteis (-20,0%) e móveis (-27,2%).

As únicas altas foram registradas nos ramos de impressão e reprodução de gravações (8,4%), de perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (0,7%) e de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (0,3%).

Você observa em algumas atividades um resultado positivo que guardam relação com esse momento de isolamento social, mas que são insuficientes para fazer qualquer movimento de alta do setor, observou Macedo.
Dentre os produtos que tiveram alta na produção, segundo o pesquisador, estão papel higiênico, absorvente, fraldas descartáveis, desodorante, sabão, detergente, sabonete, shampoo, desinfetante, sabão em pó, sabão líquido, seringas, agulhas, cateteres, luvas de borracha, óculos de proteção e caixões, entre outros. 
Resultado por grandes categorias
Já o resultado de março entre as grandes categorias econômicas, o maior tombo foi na produção de bens de consumo duráveis, afetado principalmente pela menor produção de automóveis. Confira:
  • bens de consumo duráveis: -23,5%
  • bens de capital: -15,2%
  • bens de consumo semi e não-duráveis: -12,0%
  • bens intermediários: -3,8%
Repercussão e perspectivas
O tombo da indústria em março veio acima do esperado. As expectativas em pesquisa da Reuters com economistas eram de queda de 4,7% na variação mensal e de 1,6% na base anual.

"O resultado veio ligeiramente pior do que esperávamos e sugere que devemos ter quedas significativas nos outros ramos da atividade e o PIB deve recuar de fato este ano 5%", avaliou André Perfeito, economista-chefe da Necton.

O setor industrial do país chegou a ensaiar uma melhora no começo do ano, com dois meses seguidos de ganhos, mas a perspectiva de recuperação mais firme foi desmantelada pelas consequências da pandemia em meio a férias coletivas, paralisações e menor consumo das famílias e demanda interna.

De acordo com último boletim Focus do Banco Central, o mercado financeiro passou a projetar retração de 3,76% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2020. Já a previsão dos analistas para a produção industrial no ano é de uma queda de 2,75%.

Pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que a pandemia de coronavírus derrubou a confiança do empresário industrial para mínimas históricas na passagem de março para abril.

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNAD Contínua) do IBGE, mostraram que o número de postos de trabalho na indústria caiu -2,6% no 1º trimestre (ou menos 322 mil pessoas), na comparação com o 4º trimestre.

Com a crise, o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) da indústria brasileira atingiu em abril o menor patamar já registrado, segundo levantamento da Fundação Getulio Vargas. O indicador alcançou o percentual de 57,5% em abril, menor valor da série histórica iniciada em janeiro de 2001. Isso significa que, em média, o setor industrial operou com pouco mais da metade da sua capacidade total. Os segmentos mais impactados foram os de vestuário, veículos e couros e calçados.
Veja cuidados que a indústria deve ter para retomar as atividades
Veja cuidados que a indústria deve ter para retomar as atividade

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