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sábado, 8 de janeiro de 2022

Telescópio James Webb, da Nasa, assume forma final no espaço; primeiras imagens devem chegar em 5 meses

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Anúncio foi feito neste sábado (8) pela agência espacial americana.
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Por Lara Pinheiro, g1

Postado em 08 de janeiro de 2022 às 14h00m

Post.- N.\ 10.158

A previsão é de que o James Webb chegue ao seu destino final, a cerca de 1,5 milhão de quilômetros da Terra, daqui a duas semanas. Astrônomos esperam olhar para trás no tempo (veja detalhes mais abaixo) até 100 milhões de anos após o Big Bang.

O telescópio ainda será alinhado e calibrado. Só daqui a 5 meses a agência deverá receber as primeiras imagens imagens dele, segundo anunciou na rede social Twitter:

Na publicação, é possível ouvir um áudio anunciando a implantação dos espelhos do telescópio, e, ao lado, imagens dos cientistas da Nasa comemorando:

Cientistas da Nasa comemoram implantação dos espelhos do telescópio James Webb, que assumiu sua forma final no espaço neste sábado (8). — Foto: Reprodução/Twitter Nasa
Cientistas da Nasa comemoram implantação dos espelhos do telescópio James Webb, que assumiu sua forma final no espaço neste sábado (8). — Foto: Reprodução/Twitter Nasa

O James Webb é tão grande que teve que ser dobrado para caber no foguete que o lançou. A operação mais arriscada ocorreu no início desta semana, quando o protetor contra a radiação solar, do tamanho de uma quadra de tênis, se abriu, fornecendo sombra abaixo de zero para o espelho e os detectores infravermelhos.

Cientistas da Nasa comemoram implantação dos espelhos do telescópio James Webb, que assumiu sua forma final no espaço neste sábado (8). — Foto: Bill Ingalls/Nasa via AP
Cientistas da Nasa comemoram implantação dos espelhos do telescópio James Webb, que assumiu sua forma final no espaço neste sábado (8). — Foto: Bill Ingalls/Nasa via AP

Controladores de voo em Baltimore, no estado americano de Maryland, começaram então a abrir o espelho primário na sexta (7), desdobrando o lado esquerdo como uma mesa suspensa.

O espelho primário é feito de berílio, um metal leve, porém robusto e resistente ao frio, noticiou a agência de notícias americana Associated Press. Cada um de seus 18 segmentos é revestido com uma camada ultrafina de ouro, altamente reflexiva da luz infravermelha:

O espelho de 18 segmentos do Telescópio Espacial James Webb vai capturar a luz infravermelha de algumas das primeiras galáxias que se formaram. — Foto: Reprodução/Twitter Nasa
O espelho de 18 segmentos do Telescópio Espacial James Webb vai capturar a luz infravermelha de algumas das primeiras galáxias que se formaram. — Foto: Reprodução/Twitter Nasa

Os segmentos hexagonais do espelho, do tamanho de uma mesa de centro, devem ser ajustados nas próximas semanas, "para que possam se concentrar em estrelas, galáxias e mundos alienígenas que podem conter sinais atmosféricos de vida", disse a AP.

O que é o James Webb?

O James Webb é o novo telescópio espacial da Nasa (JWST, na sigla em inglês: James Webb Space Telescope). Ele é, basicamente, um grande observatório espacial que consegue enxergar objetos – como estrelas, galáxias e exoplanetas – super distantes no espaço.

Sua massa é de 6,5 toneladas. Ele custou US$ 10 bilhões (cerca de R$ 56,4 bilhões).

Ele vai permitir aos astrônomos, literalmente, enxergar coisas no Universo que eles não conseguiam ver antes – como as primeiras galáxias que surgiram nele.

Telescópio James Webb, da Nasa. — Foto: Reprodução/Twitter Nasa Webb Telescope
Telescópio James Webb, da Nasa. — Foto: Reprodução/Twitter Nasa Webb Telescope

Isso é possível por dois motivos: o primeiro é que o James Webb é muito grande: seu espelho primário tem 6,5m de diâmetro (quase 3 vezes maior que o do telescópio Hubble, seu antecessor).

O segundo é que ele consegue enxergar em infravermelho. O Hubble só enxergava uma faixa limitada desse comprimento de onda.

Como a luz infravermelha tem um comprimento de onda mais longo que os outros, o James Webb vai conseguir olhar mais para trás no tempo – e enxergar as primeiras galáxias que se formaram no início do Universo.

É como olhar para o passado.

James Webb sendo lançado ao espaço em 25 de dezembro. — Foto: Reprodução
James Webb sendo lançado ao espaço em 25 de dezembro. — Foto: Reprodução

"Quanto mais longe [está a galáxia], mais no passado. É um efeito meio maluco de relatividade, mas você pode pensar assim: quando a gente está vendo uma coisa muito distante, está vendo uma coisa que aconteceu há muito tempo atrás – há bilhões de anos – e simplesmente levou muito tempo para a luz chegaàr até aqui", explica o astrônomo Thiago Signorini Gonçalves, do Observatório do Valongo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Nas palavras da própria Nasa, o telescópio vai "alterar de forma fundamental o nosso entendimento sobre o universo".

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