Total de visualizações de página

sexta-feira, 3 de abril de 2020

Desaceleração global por coronavírus será 'muito pior' do que crise financeira, diz FMI

=.=.=.= =---____---------   ---------____------------____::_____   _____= =..= = =..= =..= = =____   _____::____--------------______---------   -----------____---.=.=.=.= =


Diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, solicitou às economias avançadas que intensifiquem seus esforços para ajudar os países em desenvolvimento a sobreviverem ao impacto econômico decorrente da pandemia de coronavírus.
=.=.=.= =---____---------   ---------____------------____::_____   _____= =..= = =..= =..= = =____   _____::____--------------______---------   -----------____---.=.=.=.= =

 Por Reuters  

 Postado em 03 de abril de 2020 às 21h05m  



      Post.N.\9.204  
    .__-___________    ____--_________    _______________    ___________    _________     ____--________   _______-


A pandemia de coronavírus tem levado a economia global à estagnação e mergulhado o mundo em uma recessão que será "muito pior" do que a crise financeira global de uma década atrás, disse a chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta sexta-feira (3).

Durante uma rara coletiva de imprensa conjunta com a líder da Organização Mundial da Saúde (OMS), a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, solicitou às economias avançadas que intensifiquem seus esforços para ajudar os mercados emergentes e os países em desenvolvimento a sobreviverem ao impacto econômico e de saúde decorrente da pandemia.
Diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva — Foto: ReutersDiretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva — Foto: Reuters

"Esta é uma crise como nenhuma outra", disse ela a cerca de 400 repórteres em uma teleconferência. "Testemunhamos a economia mundial parada. Estamos agora em recessão. É muito pior do que a crise financeira global" de 2008-2009.

Mais de 1 milhão de pessoas foram infectadas com o novo coronavírus e mais de 53 mil morreram, de acordo com uma contagem da Reuters nesta sexta-feira.

Georgieva disse que o FMI está trabalhando com o Banco Mundial e com a OMS para adiantar seus pedidos à China e a outros credores bilaterais oficiais para que suspendam a cobrança de dívidas dos países mais pobres por pelo menos um ano até a pandemia amainar.

Ela disse que a China tinha se engajado "construtivamente" no assunto, e o FMI elaborará uma proposta específica nas próximas semanas com o Clube de Paris das nações credoras, o Grupo das 20 principais economias do mundo e o Banco Mundial para revisão nas Reuniões Anuais da Primavera, que serão realizadas online em cerca de duas semanas.

Os mercados emergentes e as economias em desenvolvimento foram duramente atingidos pela crise, disse Georgieva, observando que quase US$ 90 bilhões em investimentos já haviam saído de mercados emergentes, valor muito maior do que durante a crise financeira. Alguns países também estavam sofrendo quedas acentuadas nos preços das commodities.

Mais de 90 países, quase metade dos 189 membros do FMI, solicitaram um financiamento de emergência ao Fundo para responderem à pandemia, afirmou ela.

O FMI e a OMS têm solicitado que a ajuda de emergência seja utilizada principalmente para aperfeiçoar os sistemas de saúde, pagar médicos e enfermeiros e comprar equipamentos de proteção.

Georgieva disse que o Fundo está pronto para usar o máximo de seu "baú de guerra", de US$ 1 trilhão, em capacidade financeira, conforme necessário.

O FMI começou a desembolsar fundos para os países solicitantes, incluindo Ruanda, com pedidos de mais dois países africanos para serem analisados ​​nesta sexta, disse ela.

"Esta é, no curso da minha vida, a hora mais sombria da humanidade --uma grande ameaça para o mundo inteiro-- e exige que permaneçamos elevados, unidos e protegendo os mais vulneráveis ​​de nossos companheiros cidadãos", disse ela.

Ela disse que os bancos centrais e os ministros das Finanças já tomaram medidas sem precedentes para mitigar os efeitos da pandemia e estabilizar os mercados, mas é necessário mais trabalho para manter a liquidez fluindo, especialmente para os mercados emergentes.

Para esse fim, a diretoria do Fundo irá analisar, nos próximos dias, uma proposta para criar uma nova linha de liquidez de curto prazo para ajudar a fornecer fundos para os países que enfrentam problemas. Ela também instou os bancos centrais, e particularmente o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), a continuarem oferecendo linhas de swap para as economias emergentes. 

=.=.=.= =---____---------   ---------____------------____::_____   _____= =..= = =..= =..= = =____   _____::____--------------______---------   -----------____---.=.=.=.= =

Transmissões do coronavírus por pessoas sem sintomas podem responder por até 60% do total, avaliam estudos

=.=.=.= =---____---------   ---------____------------____::_____   _____= =..= = =..= =..= = =____   _____::____--------------______---------   -----------____---.=.=.=.= =


Especialistas citam esses dados para justificar recomendação de que toda a população use máscaras.
=.=.=.= =---____---------   ---------____------------____::_____   _____= =..= = =..= =..= = =____   _____::____--------------______---------   -----------____---.=.=.=.= =
 Por Thais Matos, G1  

 Postado em 03 de abril de 2020 às 14h45m  


      Post.N.\9.203  
    .__-___________    ____--_________    _______________    ___________    _________     ____--________   _______-

Estudos apontam que até 60% das transmissões do novo coronavírus (Sars-CoV-2) ocorrem por meio pessoas sem sintomas da doença Covid-19 – trata-se dos chamados casos assintomáticos. Esses dados têm sido obtidos em pesquisas científicas recentes e são endossados por especialistas ouvidos pelo G1.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem o registro de 19 pesquisas sobre transmissões de pessoas assintomáticas e pré-sintomáticas (que não manifestaram sintomas na hora da transmissão, mas desenvolveram posteriormente).

Os resultados apontam que:
  • 6,4% das 157 pessoas monitoradas em pesquisa do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos em 16 de março haviam sido infectadas por pacientes pré-sintomáticos. Nesse caso, a transmissão ocorreu em um intervalo entre um e três dias antes da manifestação dos sintomas pelo paciente-fonte;
  • na China, os assintomáticos foram responsáveis por transmissões de 46% a 62% dos casos, segundo pesquisadores da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, em um estudo publicado em 16 de março com base em dados coletados e um modelo de metapopulação;
  • 48% das transmissões em Singapura e 62% na cidade de Tiajin, na China, tiveram origem em pessoas assintomáticas, segundo estudo desenvolvido por pesquisadores holandeses e belgas, publicado em 18 de março.
A OMS diz que o "risco de contrair Covid-19 de alguém sem sintomas é muito baixo", mas que está "avaliando pesquisas em andamento sobre o período de transmissão do Covid-19 e continuará a compartilhar descobertas atualizadas".

Outros materiais estão sendo produzidos, mas ainda estão nas fases de pré-print (quando o artigo ainda não passou pela revisão por pares).
China começa a divulgar número de casos de assintomáticos do novo coronavírus
China começa a divulgar número de casos de assintomáticos do novo coronavírus

As evidências apresentadas mudaram as orientações de prevenção do vírus.
A transmissão assintomática reforça o isolamento social como maneira mais eficaz de barrar a transmissão e faz especialistas revisarem as orientações sobre o uso de máscaras, que está recomendado, segundo a OMS, apenas para pessoas com sintomas ou profissionais da saúde.
"O infectado que não tem sintomas não toma os cuidados necessários com secreções e em momentos de tosse e espirro, porque ele não sabe que está doente e isso aumenta o risco potencial de infecção", diz professor Gonzalo Vecina Neto, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP).

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse na quarta-feira () que máscaras de proteção podem servir como barreira eficiente para a população em geral contra o coronavírus. A sugestão de Mandetta tem como foco o uso de máscaras alternativas, preservando as cirúrgicas e as N95 para os profissionais de saúde.

Por que ocorre transmissão antes dos sintomas?
De acordo com o epidemiologista André Ribas, o vírus consegue se replicar na mucosa nasal e bucal (fora da mucosa respiratória) e por isso está presente na saliva e nas secreções antes que o infectado passe a manifestar os sintomas. "A mucosa da via respiratória alta [nariz] expressa o gene do vírus, por isso ele se replica bastante nessa região", disse.
Um estudo de pesquisadores alemães publicado na revista "Nature" nesta quarta analisou nove casos, provou a replicação do vírus nos canais respiratórios superiores e constatou uma alta dispersão do vírus nas primeiras semanas.

O professor Vecina Neto explica que isso se deve à concentração do vírus na orofaringe (região da garganta).
"Conforme o paciente avança para estágios mais graves, o vírus entra na árvore brônquica e fica mais distante dos canais de saída", diz Vecina Neto.
O comportamento é diferente do registrado pela Síndrome Respiratória Aguda Grave, causada pelo coronavírus Sars-CoV-1, que causou um surto na China entre 2002 e 2003. Segundo Vecina Neto, esse vírus (da mesma família do novo coronavírus) se replicava no pulmão.

"A transmissão do Sars antigo só começava depois que o pulmão estava afetado. Portanto só transmitia em período sintomático. Por isso, foi mais fácil ser controlado", explica.

O epidemiologista André Ribas afirma que não é apenas o novo coronavírus que tem uma característica diferente, já que o mesmo ocorre com os vírus da dengue e da Influenza.
"Mas, com a dengue a Influenza, a transmissão pré-sintomática é muito baixa – seu pico ocorre no período sintomático. O problema é que a parte pré-sintomática de transmissão do novo coronavírus é muito alta, como têm apontado as pesquisas, afirma.
Segundo o médico, como é impossível precisar a proporção de assintomáticos em toda a população, a porcentagem nas transmissões pode ser ainda maior. "A transmissão assintomática só é rastreável quando tem um contexto para que se saiba sua origem."
Infectologista afirma de 80% dos casos de Coronavírus serão assintomáticos
Infectologista afirma de 80% dos casos de Coronavírus serão assintomáticos


China aumenta controle de pacientes assintomáticos ao coronavírus
China aumenta controle de pacientes assintomáticos ao coronavírus


Gente com o vírus, mas sem os sintomas, pode transmitir a doença?
Gente com o vírus, mas sem os sintomas, pode transmitir a doença?

CORONAVÍRUS


=.=.=.= =---____---------   ---------____------------____::_____   _____= =..= = =..= =..= = =____   _____::____--------------______---------   -----------____---.=.=.=.= =

A esperança nos coronapositivos

=.=.=.= =---____---------   ---------____------------____::_____   _____= =..= = =..= =..= = =____   _____::____--------------______---------   -----------____---.=.=.=.= =


Aqueles que já adquiriram imunidade contra a Covid-19 serão decisivos para resgatar a atividade econômica, para tratar os doentes e para fazer avançar as pesquisas científicas
=.=.=.= =---____---------   ---------____------------____::_____   _____= =..= = =..= =..= = =____   _____::____--------------______---------   -----------____---.=.=.=.= =

Por Helio Gurovitz
Diretor de redação da revista Época por 9 anos, 
tem um olhar único sobre o noticiário. 
Vai ajudar você a entender melhor o Brasil e o mundo. 
Sem provincianismo

 Postado em 03 de abril de 2020 às 10h20m  
Gipope-Marketing
      Post.N.\9.202  
    .__-___________    ____--_________    _______________    ___________    _________     ____--________   _______-
Paciente que se recuperou da Covid-19 doa plasma em Zouping, na província de Shandong, no leste da China, para ajudar a tratar pacientes com casos graves ou críticos da doença — Foto: STR / AFPPaciente que se recuperou da Covid-19 doa plasma em Zouping, na província de Shandong, no leste da China, para ajudar a tratar pacientes com casos graves ou críticos da doença — Foto: STR / AFP

O impacto da Covid-19 tem sido comparado ao da aids, doença provocada por um vírus que pegou o mundo de surpresa e transformou a sociedade nos anos 1980. Há, contudo, uma diferença essencial entre as duas. No início, ser diagnosticado como soropositivo para o HIV equivalia a uma sentença de morte. Para 80% dos que contraem o novo coronavírus, porém, a doença é leve.

Ao contrário dos HIV-positivos, os coronapositivos, uma vez curados, adquirem um nível de imunidade que os transforma automaticamente na nossa maior esperança no combate à Covid-19. Isso acontece de três maneiras: econômica, médica e científica.

Do ponto de vista econômico, nada impede um coronapositivo que se curou de sair do isolamento, voltar a trabalhar e a circular normalmente. Para todos os efeitos, ele não pega não transmite mais a doença. Embora o coronavírus seja um organismo mutante e haja registro de pessoas infectadas duas vezes, tal probabilidade é pequena. As infecções seguidas são raras. Foram registradas apenas em profissionais de saúde expostos a cargas elevadas do vírus nos pacientes.

O governo britânico considera até mesmo emitir documentos aos coronapositivos, uma espécie de passaporte para que eles tenham a liberdade de circular mesmo durante a atual quarentena. Para isso, é necessário ter a capacidade de aplicar testes em massa, com a garantia de que os resultados sejam confiáveis.

O trabalho dos coronapositivos será essencial não apenas para resgatar a atividade econômica, mas sobretudo no combate à doença. Queremos ser capazes de identificar aqueles que se recuperaram da infecção, tornaram-se imunes e não são mais contagiosos, escreve na New Yorker o médico, pesquisador e autor científico Siddharta Mukherjee. Tais pessoas devem satisfazer a dois critérios: ausência de efusão viral e sinais de imunidade persistente no sangue.

Embora haja duas diferentes variantes do vírus em circulação, uma delas é predominanante . Testar a presença de imunidade no sangue permitirá ter, quando não garantia, ao menos certa tranquilidade. No caso dos profissionais de saúde, será necessário naturalmente um cuidado especial. Mukherjee afirma que, a não ser que haja queda na imunidade, eles podem cuidar dos pacientes sem ficar doentes.

A terceira esperança trazida pelos coronapositivos é científica. Estão em curso estudos para tratar casos graves da Covid-19 com o plasma dos pacientes infectados e já curados. Os anticorpos presentes no sangue deles podem ajudar a reduzir a carga do vírus naqueles pacientes cujo sistema imune se revela incapaz de detê-lo.

Um dos mistérios investigados pelos cientistas é a grande variedade de quadros clínicos apresentados pelos infectados. Uma das suspeitas, relatada em artigo na revista médica The Lancet, é que a carga viral a que são expostos no momento da infecção tenha relação com isso. Uma quantidade alta, segundo essa teoria, sobrecarregaria o sistema imune e levaria ao quadro grave.

De acordo com Mukherjee, um estudo feito em Hong Kong com o coronavírus causador da Sars constatou em 2004 que uma alta carga inicial do vírus influía na gravidade da doença. É como se houvesse uma corrida entre as células do sistema imune e as partículas do vírus pelo controle do organismo. A ajuda de anticorpos extraídos dos coronapositivos poderia virar tal batalha em favor da vida.

Se a aids criou um estigma para portadores de anticorpos para o HIV, a Covid-19 promete trazer outro sentido à palavra soropositivo. Não há motivo para lamentar um resultado positivo no exame para o novo coronavírus, desde que a doença seja leve – e que a cura venha logo.

Os coronapositivos serão em número cada vez maior. Com o tempo, garantirão o patamar de imunidade coletiva que dificultará a transmissão da Covid-19. Ainda que seja provável o surgimento de mutações do coronavírus capazes de infectá-los novamente, é provável que até lá a humanidade esteja mais preparada para enfrentá-lo com testes, tratamentos e vacinas.

=.=.=.= =---____---------   ---------____------------____::_____   _____= =..= = =..= =..= = =____   _____::____--------------______---------   -----------____---.=.=.=.= =