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sábado, 1 de outubro de 2022

Desemprego recua para 8,9% em agosto com recorde de trabalhadores sem carteira assinada, aponta IBGE

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País inicia o segundo semestre do ano com menor índice de desemprego desde 2015, puxado pela informalidade. Pressionado pelo recuo da inflação, rendimento real cresceu novamente.
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Por Daniel SIlveira, g1

Postado em 01 de outubro de 2022 às 11h40m

 #.*Post. - N.\ 10.491*.#

Carteira de Trabalho e Previdência Social — Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Carteira de Trabalho e Previdência Social — Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O Brasil começou o segundo semestre deste ano com índices de desemprego mais baixos em sete anos, consolidando tendência de recuperação do mercado de trabalho. Em contrapartida, bateu recorde histórico o número de trabalhadores sem carteira assinada no país. É o que apontam os dados divulgados nesta sexta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o levantamento, realizado por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), a taxa de desemprego em agosto caiu para 8,9%, a menor desde julho de 2015, quando ficou em 8,7%.

Esta foi a sexta queda seguida da taxa de desemprego no país, que já mantinha uma trajetória de declínio desde março do ano passado. De acordo com a coordenadora da pesquisa, Adriana Beringuy, o resultado de agosto consolida a tendência de recuperação do mercado de trabalho no Brasil.

Em números absolutos, o país encerrou agosto com um contingente de, aproximadamente, 9,7 milhões de desempregados - o menor nível desde novembro de 2015 - cerca de 4,2 milhões a menos que em agosto do ano passado, o que representa uma queda de 30,1% em um ano.

Na comparação com o trimestre terminado em julho, o recuo foi de aproximadamente 2%, o que representa cerca de 200 mil trabalhadores a menos na fila do desemprego.

Também diminuiu o número de pessoas subutilizadas no mercado de trabalho, cujo total foi estimado em 23,9 milhões de trabalhadores - 1,5 milhão (ou 5,8%) a menos na comparação trimestral e 7,4 milhões (ou 23,6%) a menos no confronto anual.

O contingente de subutilizados é formado por:

  • 9,7 milhões de desempregados: pessoas que não trabalham, mas procuraram empregos nos últimos 30 dias;
  • 6,4 milhões de subocupados: pessoas que trabalham menos de 40 horas por semana, mas gostariam de trabalhar mais;
  • 7,9 milhões de pessoas na força de trabalho potencial: que poderiam trabalhar, mas não trabalham, grupo que inclui 4,3 milhões de desalentados (que desistiram de procurar emprego) e outras 3,6 milhões de pessoas que podem trabalhar, mas que não têm disponibilidade por algum motivo, como mulheres que deixam o emprego para cuidar os filhos.

Com isso, a taxa composta de subutilização ficou em 20,5%, a menor desde o trimestre terminado em maio de 2016.

Principais destaques da pesquisa:

  • Desemprego caiu para 8,9%, menor índice da série desde o trimestre encerrado em julho de 2015
  • Número de desempregados recuou para 9,7 milhões de pessoas, patamar mais baixo desde novembro de 2015
  • Contingente de pessoas ocupadas bateu novo recorde: 99 milhões
  • População subutilizada caiu para 23,9 milhões de pessoas, 23,6% a menos que em agosto do ano passado
  • Pessoas fora da força de trabalho se manteve estável em 64,6 milhões de pessoas
  • População desalentada (que desistiu de procurar trabalho) foi estimada em 4,2 milhões, estável na comparação trimestral, mas 18,5% menor no confronto anual
  • Taxa de informalidade foi de 39,7% da população ocupada
  • Número de trabalhadores informais chegou a 39,3 milhões
  • Número de empregados sem carteira assinada foi o maior da série: 13,2 milhões
  • Número de empregados com carteira de trabalho assinada subiu para 36 milhões
  • Trabalhadores por conta própria atingiram 25,9 milhões de pessoas
  • Número de trabalhadores domésticos subiu para 5,9 milhões de pessoas
  • Número de empregadores foi de 4,3 milhões de pessoas
  • Rendimento real habitual ficou em R$ 2.713 - 3,1% a mais que no trimestre anterior, mas estável na comparação anual
Recorde na ocupação

A melhora nos índices de desemprego, no entanto, não foi puxada pela redução do número de desempregados, mas pelo aumento da população ocupada no mercado de trabalho brasileiro, que bateu novo recorde da série histórica, iniciada em 2012, somando cerca de 99 milhões de pessoas.

Em um ano, o contingente de ocupados aumentou em 7,3 milhões de trabalhadores, o que corresponde a um crescimento de 7,9% no período. Já na comparação com o trimestre terminado em julho, a alta foi de 1,2 milhão, pouco mais de 1%. Com isso, o contingente de pessoas ocupadas chegou a 99 milhões, batendo novamente o recorde na série histórica, iniciada em 2012.

O nível de ocupação, ou seja, o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, foi estimado em 57,1%, com crescimento tanto no confronto trimestral, sobretudo no anual - em agosto do ano passado era de 53,4%.

Segundo o IBGE, três atividades influenciaram o aumento da ocupação e consequente queda no desemprego: comércio, administração pública e outros serviços, que tiveram o número de ocupados aumentado em, respectivamente, 566 mil, 488 mil pessoas e 211 mil pessoas.

O ingresso da maior parte dos 7,3 milhões de trabalhadores que se ocuparam no mercado desde agosto do ano passado se deu por meio da carteira assinada no setor privado - foram assinadas 3 milhões de carteiras em um ano, o que corresponde a 41% do contingente dos novos ocupados e a um aumento de 7,9% na comparação com igual período de 2021.

Outros 1,8 milhão de trabalhadores foram ocupados sem carteira assinada. Embora em menor número, este incremento de informais fez com que o contingente de trabalhadores nesta condição atingisse o maior patamar da série histórica iniciada em 2012, de 13,2 milhões de pessoas, 16% a mais que no mesmo período do ano passado.

Já a quantidade de trabalhadores por conta própria ficou estável em 25,9 milhões de pessoas, enquanto o número de empregados no setor público cresceu 4,1% e chegou a 12,1 milhões.

Aumento do rendimento real

A Pnad mostrou, também, que o rendimento real habitual cresceu pelo segundo mês consecutivo, após dois anos sem crescimento. Esse resultado se deu, sobretudo, por conta da pressão inflacionária.

Em agosto, o salário médio do trabalhador brasileiro chegou a R$ 2.713 – estável na comparação com agosto do ano passado, mas 3,1% acima do apurado no trimestre anterior

Esse crescimento está associado, principalmente, à retração da inflação. Mas a expansão da ocupação com carteira assinada e de empregadores também são fatores que colaboram, diz Beringuy.

O maior aumento percentual do rendimento real se deu entre os empregadores – subiu 11,5%, cerca de R$ 689 a mais. Entre o grupo de empregados com carteira de trabalho assinada, o crescimento foi de 2% (mais R$ 51).

Entre os setores, se destacaram agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, com alta de 7,2% (R$ 123 a mais), Indústria, que subiu 4,4% (R$ 111), Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, com 3,5% (R$ 77), Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas, com alta de 5,5% (R$ 205).

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Como as 'habilidades digitais' no mercado de trabalho estão mudando com o tempo

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Mercado passou a exigir que colaborador trabalhe de maneira adaptável e estratégica usando diversas ferramentas, aparelhos e plataformas.
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TOPO
Por BBC

Postado em 01 de outubro de 2022 às 09h00m

 #.*Post. - N.\ 10.490*.#

Ter competências digitais antes significava ter conhecimento básico de computadores. Mas, agora, é preciso trabalhar de forma adaptável e estratégica usando diversas ferramentas, aparelhos e plataformas — Foto: Getty Images via BBC
Ter competências digitais antes significava ter conhecimento básico de computadores. Mas, agora, é preciso trabalhar de forma adaptável e estratégica usando diversas ferramentas, aparelhos e plataformas — Foto: Getty Images via BBC

A expressão "alfabetização digital" costumava significar saber mandar e-mails ou digitar com um programa de processamento de texto.

Era um conhecimento muito exigido dos trabalhadores do conhecimento - pessoas que poderiam usar softwares específicos no trabalho e precisariam saber como lidar com eles de forma clara e natural.

Mas essa expressão evoluiu significativamente. Alfabetização digital agora significa conhecer as técnicas necessárias para ter sucesso em uma sociedade em que a comunicação e o acesso à informação dependem cada vez mais das tecnologias digitais, como plataformas online e telefones celulares.

O conceito engloba a ampla compreensão de uma série de ferramentas digitais que permitem que o profissional desempenhe suas funções, seja no escritório, de forma híbrida ou remota em todos os tipos de ambientes. Essas ferramentas incluem software colaborativo em tempo real, como aplicativos de bate-papo entre os profissionais, e ferramentas sofisticadas de trabalho assincrônico.

Atualmente, a alfabetização digital não é mais uma proposição funcional, mas sim uma mentalidade. No ambiente de trabalho moderno, espera-se cada vez mais que os funcionários adotem rapidamente qualquer tecnologia que venha com o seu trabalho e também que eles se adaptem às ferramentas e abordagens em constante evolução. Os profissionais também precisam usar a tecnologia de forma estratégica: desde trabalhar com seus telefones celulares pessoais até impulsionar programas de fluxo de trabalho colaborativos.

E, o mais importante, o conhecimento digital não é mais essencial apenas entre os trabalhadores do conhecimento. "Ele está sendo aplicado universalmente a quase todas as pessoas", afirma Ying Zhou, diretora do Centro de Pesquisas sobre o Futuro do Trabalho da Universidade de Surrey, no Reino Unido.

Em 2019, um relatório do governo britânico demonstrou que pelo menos 82% das vagas de emprego anunciadas online exigiam conhecimentos digitais. E Zhou afirma que os profissionais que pararem de adquirir esses conhecimentos arriscam-se a ficar para trás.

"Cada nova tecnologia desenvolvida amplia as exigências de conhecimento dos profissionais", segundo ela. "É uma corrida entre o conhecimento digital e a tecnologia: quanto mais a tecnologia avança, mais rapidamente precisamos atualizar nossos conhecimentos. O alvo está mudando a todo tempo."

Por que todos precisam da alfabetização digital

"Alfabetização digital é um conceito amplo. Você pode trabalhar com aparelhos digitais de forma simples ou realizar tarefas muito complexas", prossegue Zhou.

"Ela pode variar desde a impressão de uma nota fiscal em uma loja até o uso de processadores de texto e planilhas de cálculo, além de serviços avançados como web design, análise de dados, programação de computadores e criação de códigos", afirma ela.

A demanda do mercado de trabalho por profissionais com conhecimento digital vem crescendo de forma consistente desde os anos 1980. Zhou menciona pesquisas que demonstram que, enquanto a exigência de técnicas de leitura e aritmética no mercado de trabalho britânico se estabilizou, o número de cargos exigindo conhecimentos digitais continuou a crescer.

Ao longo do tempo, os empregadores começaram a esperar um grau de conhecimento digital até para cargos não relacionados com a área técnica - desde operadores de armazéns que utilizam sistemas de gestão em nuvem até médicos que consultam pacientes de forma remota por vídeo e empreiteiros que gerenciam projetos de construção em aplicativos de colaboração móveis.

A tecnologia deixou de ser algo específico de alguns poucos setores.

"A alfabetização digital e a demanda dos empregadores por conhecimentos digitais evoluíram à medida que a economia e o mercado de trabalho foram sendo digitalizados", segundo Danny Stacy, chefe de inteligência e talentos da plataforma de recursos humanos Indeed, com sede em Londres. "O que costumava ser um bônus agora é um componente fundamental de virtualmente todos os cargos."

E essa exigência de alfabetização digital atingiu seu pico quando os empregadores adotaram padrões de trabalho híbrido ou remoto.

"Atualmente, os empregadores são muito mais capazes de identificar conhecimentos digitais específicos e indicar o nome do software que eles usam", segundo Stacy. "Exige-se maior capacidade de uso de softwares específicos e ferramentas de gestão de projetos e do escritório, para que os funcionários possam trabalhar com mais eficiência."

Mas o aumento da importância da alfabetização digital não significa que os profissionais precisem dominar todos os softwares existentes para conseguir um emprego. Na verdade, eles precisam ser confiantes na área digital; estar dispostos a experimentar novas tecnologias; adotar as ferramentas certas que podem facilitar as tarefas rotineiras e aumentar a colaboração no ambiente de trabalho; e também ter a flexibilidade e capacidade de adaptação para aprender novos processos.

E, atualmente, os profissionais precisam ter em mente que eles continuarão a atualizar seus conhecimentos digitais. Afinal, a expectativa quando um funcionário assume um novo cargo é que ele tenha o conhecimento digital necessário para a função ou que irá aprender - e rápido.

"O trabalho híbrido e remoto atingia apenas 5% do mercado de trabalho antes da pandemia", afirma Zhou. "Agora, é cerca da metade de todos os profissionais. Independentemente do trabalho que você fazia anteriormente, o empregador agora espera que você assimile todo e qualquer conhecimento digital que seja necessário para a sua função."

Como se antecipar

Uma notícia positiva é que os profissionais provavelmente já têm alguma alfabetização digital, mesmo se essa expressão for desconhecida para eles.

A onipresença da tecnologia significa que quase todas as pessoas enviam e-mails e outras mensagens, deslizam, clicam e rolam telas. Tudo isso frequentemente se traduz em conhecimentos tecnológicos no ambiente profissional. E, mesmo se os trabalhadores acharem que não atingiram o ponto que desejam ou precisam, existem formas de aprimorar esses importantes conhecimentos.

Quando seus funcionários precisam ser acelerados, as empresas muitas vezes oferecem treinamento para ajudá-los a adquirir qualquer conhecimento digital que seja necessário.

"Com a falta de profissionais, os empregadores estão demonstrando maior disposição do que antes para treinar e capacitar candidatos, em vez de buscar o produto final", afirma Stacy.

Essa capacitação pode assumir a forma de treinamento no trabalho, aprendizado online ou cursos de desenvolvimento. Mas Zhou pondera que uma das melhores formas que os funcionários têm para aumentar sua alfabetização digital é simplesmente fazer o seu trabalho em um processo de tentativa e erro.

"O aprendizado informal, compartilhando o conhecimento com os colegas, é uma das formas mais comprovadas de adquirir novas habilidades", afirma ele.

E o que as pessoas fazem fora do ambiente de trabalho também ajuda. Para os funcionários atrasados em sua alfabetização digital, o uso da tecnologia em casa oferece oportunidades para experimentar e aprender.

Conversar com um amigo em uma chamada de vídeo em vez de mensagem de texto, por exemplo, pode ajudar a familiarizar um funcionário com os aplicativos que ele usará no trabalho. Já o uso de redes sociais pode ajudá-lo a acostumar-se com as formas de comunicação mais informais que ele irá encontrar nas ferramentas de colaboração no local de trabalho.

Zhou afirma que, embora a maior parte dos profissionais no mercado de trabalho talvez não precise de conhecimentos de computação muito complexos no momento, a alfabetização digital é uma necessidade básica em constante crescimento. Isso significa que os profissionais que mantêm seu conhecimento tecnológico atualizado continuam a evoluir em um mercado de trabalho em constante mutação, que valoriza cada vez mais os conhecimentos digitais.

"Os conhecimentos digitais acabam oferecendo maior poder de barganha no mercado de trabalho", afirma Zhou. "O ambiente profissional mudou a favor de quem tem maior alfabetização digital."

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