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sexta-feira, 11 de abril de 2025

Guerra de tarifas: China diz que 'jamais' se curvará à pressão dos EUA e que governo americano deve parar com atitudes 'destrutivas'

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Pequim aumentou suas tarifas sobre as importações dos EUA para 125% nesta sexta-feira, em resposta à decisão de Trump de aumentar para 145% os impostos sobre produtos chineses.
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Por Redação g1

Postado em 11 de Abril de 2.025 às 17h00m

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Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China — Foto: Reuters
Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China — Foto: Reuters

Em meio à guerra de tarifas, o Ministério das Relações Exteriores da China informou nesta sexta-feira (11) que os Estados Unidos devem parar de ser "imprevisíveis" e "destrutivos" e que "jamais" se curvará à pressão feita pelo governo americano.

"Se os Estados Unidos realmente querem diálogo, devem parar com suas atitudes imprevisíveis e destrutivas", informou o ministério na rede social X.

"Pelo bem do povo chinês e dos povos do mundo, e em nome da justiça e da equidade na ordem global, a China jamais se curvará à pressão dos Estados Unidos", disse o ministério.

Mais cedo, o premiê Li Qiang, que está na Espanha acompanhando o presidente Xi Jinping, disse:

"A imposição das chamadas tarifas recíprocas pelos EUA prejudicou seriamente a ordem econômica e comercial internacional, e causou grandes impactos negativos".

Em um comunicado divulgado pelo Ministério das Finanças, a Comissão Tarifária do governo chinês afirmou, também nesta sexta, que "vai ignorar", a partir de agora, qualquer nova alta de tarifas anunciada pelos Estados Unidos.

Xi Jinping pede união contra guerra comercial dos EUA

Presidente da China e primeiro-ministro espanhol — Foto: Reuters
Presidente da China e primeiro-ministro espanhol — Foto: Reuters

Mais cedo, o presidente da China, Xi Jinping, também falou sobre tarifaço de Trump, em encontro com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez.

Xi intimou o país e a União Europeia a "cumprir suas responsabilidades internacionais".

"[Os países] devem manter a tendência de globalização econômica e o ambiente do comércio internacional e resistir conjuntamente ao unilateralismo e à intimidação. China e União Europeia devem não apenas resguardar seus próprios direitos e interesses legítimos, mas também a justiça e a equidade internacionais, bem como as regras e a ordem internacionais", disse.

O encontro dos dois líderes serviu para estreitar laços comerciais entre a Espanha e a China. Segundo o primeiro-ministro espanhol, os países assinaram acordos de cooperação nas áreas de ciência, tecnologia, educação e cinema.

Entenda a guerra tarifária entre China e EUA

A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo se intensificou na última semana, após o anúncio de novas medidas por Trump.

A medida entraria em vigor na quarta-feira seguinte (9), mas Trump anunciou uma "pausa" de 90 dias para todos os países, com exceção da China. Durante esse período, as tarifas seriam reduzidas para 10%.

Tarifas já em vigor, como as de 25% sobre aço e alumínio, continuam valendo e não são afetadas pela medida.

💲A China, alvo principal das novas medidas, foi um dos países mais penalizados. Os percentuais foram subindo progressivamente, ao longo dos dias, até atingir os atuais 145%.

  • A alíquota começou em 34%, que se somou aos 20% já cobrados em tarifas sobre os itens chineses.
  • Em resposta, Pequim impôs, na sexta (4), tarifas extras de também 34% sobre as importações americanas.
  • Trump, então, ameaçou cobrar taxas extras de 50% à China se o país não recuasse da retaliação na terça (8).
  • Como Pequim não desistiu, as tarifas subiram para 104%.
  • A resposta chinesa veio na manhã de quarta (9): o governo elevou as tarifas sobre os EUA de 34% para 84%.
  • Trump anunciou mais uma vez a elevação para a China, agora de 125%.
  • Na quinta (10), a Casa Branca explicou que as taxas de 125% se somariam à outra tarifa de 20% já aplicada anteriormente sobre a China, resultando numa alíquota total de 145%.
  • Como resposta, nesta sexta (11), Pequim elevou as tarifas sobre produtos americanos para 125%.

Trump eleva para 125% tarifas contra China

Também nesta sexta, a missão da China junto à Organização Mundial do Comércio (OMC) informou que apresentou uma queixa adicional ao órgão contra as tarifas impostas pelos EUA.

"Em 10 de abril, os EUA emitiram uma ordem executiva anunciando um novo aumento das chamadas 'tarifas recíprocas' sobre produtos chineses. A China apresentou uma queixa à OMC contra as mais recentes medidas tarifárias dos EUA," disse o comunicado da missão chinesa, citando um porta-voz do Ministério do Comércio.

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Tarifaço de Trump provoca boicote internacional a produtos dos EUA

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Taxas de Trump têm gerado reações na Europa e Canadá. Ações incluem apelos por boicote e iniciativas para destacar negativamente produtos americanos nas prateleiras de supermercados e dissuadir compra.
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TOPO
Por Matthew Ward Agius, Arthur Sullivan

Postado em 11 de Abril de 2.025 às 05h20m

#.* Post. - Nº.\  11.587*.#

Mercado canadense comunica a interrupção da venda de bebidas americanas — 'Pergunte-nos sobre ótimas alternativas canadeses e locais', diz o folheto — Foto: Reuters
Mercado canadense comunica a interrupção da venda de bebidas americanas — 'Pergunte-nos sobre ótimas alternativas canadeses e locais', diz o folheto — Foto: Reuters

Apesar de o pacote das assim chamadas "tarifas do Dia da Libertação" de Donald Trump ter sido momentaneamente suspenso e um tanto amenizado, consumidores internacionais têm mantido o boicote a produtos dos Estados Unidos.

Os parceiros comerciais tradicionais estão entre os mais atingidos e, do Canadá à Europa, ganham cada vez mais adeptos as iniciativas de "compre local", quer organizadas nas redes sociais, quer em lojas físicas.

Em 2 de abril, Trump impôs uma sobretaxa geral sobre todas as importações para os EUA e supostas "tarifas recíprocascontra determinadas nações – embora, em 9 de abril, tenha abrandado o tom, anunciando uma pausa de 90 dias no tarifaço e baixando a maioria das sanções para a taxa básica de 10%.

A única exceção a esse esquema mais brando é a China, que agora enfrenta tarifas de 125%, pois, segundo o mandatário americano, teria demonstrado "falta de respeito" com "os mercados do mundo".

Enquanto os governos de alguns países afetados decretam suas próprias barreiras comerciais, os cidadãos reagem com campanhas próprias.

Na União Europeia – castigada com uma sobretaxa de 20% sobre suas exportações, antes do recuo de 9 de abril –, os consumidores estão tentando pôr de cabeça para baixo – em parte literalmente – a posição dos EUA no mercado.


Norueguesa Haltbakk Bunkers vai parar de fornecer combustível para navios Marinha dos EUA — Foto: Nicolas Maeterlinck/BELGA/picture alliance
Norueguesa Haltbakk Bunkers vai parar de fornecer combustível para navios Marinha dos EUA — Foto: Nicolas Maeterlinck/BELGA/picture alliance

Mobilização virtual e empresarial

Desde que a Casa Branca ameaçou com medidas tarifárias, foram criados no Facebook diversos grupos para organizar boicotes e campanhas.

O francês "Boycott USA: Achetez Français et Européen!" (Comprem francês e europeu!) já passa de 30 mil participantes. E os suecos "Bojkotta varor från USA" e "Boykot varer fra USA" (Boicote aos produtos dos EUA), já contam, juntos, mais de 180 mil membros, unidos com o fim de pressionar pelo fim das sanções.

Na Alemanha, parece haver apoio para uma postura semelhante. O grupo de pesquisa Cuvey concluiu que 64% da população preferiria evitar os artigos americanos, se possível. Uma pequena maioria afirmou que suas decisões de consumo já estão sendo afetadas pelas políticas trumpistas.

Por sua vez, um movimento online nas redes sociais e fóruns como o Reddit conclamou os consumidores europeus e canadenses a colocarem os produtos dos EUA de cabeça nas prateleiras dos supermercados, como sinal visual para dissuadir eventuais compradores.

Companhias europeias estão igualmente se articulando contra as firmas americanas: o maior varejista da Dinamarca, Salling Group, prometeu marcar os produtos da Europa com uma estrela negra para ajudar os consumidores a identificá-los.

No LinkedIn, o diretor executivo da companhia, Anders Hagh, informou que continuará vendendo produtos americanos, mas a nova etiqueta é "um serviço extra para fregueses que querem comprar artigos de marcas europeias".

Outras empresas estão tomando medidas ainda mais concretas: a fornecedora norueguesa de óleo e combustível para navios Haltbakk Bunkers anunciou que vai parar de suprir as embarcações da Marinha dos EUA.

Vendas da Tesla despencam

A marca americana mais exposta à ira dos consumidores globais é a Tesla, de Elon Musk – maior doador da campanha eleitoral trumpista e atual consultor especial da Casa Branca para cortar a burocracia estatal através força-tarefa do Departamento de Eficiência Governamental (Doge).

A empresa perdeu 40% de sua cotação na bolsa de valores, e tem sido alvo de protestos públicos – por vezes violentos – em todo o mundo.

Suas vendas globais caíram 13% no primeiro trimestre de 2025, apesar de descontos e ofertas de financiamento nas concessionárias. A queda foi mais pronunciada na Europa, onde as vendas de janeiro de 2025 foram 45% inferiores às do ano anterior, segundo a Associação de Construtores de Automóveis Europeus.

Quem sai ganhando são os fabricantes locais: no primeiro trimestre de 2025, a Volkswagen foi a campeã de vendas de carros elétricos, à frente da BMW e de três subsidiárias do conglomerado VW, a Skoda, Audi e Seat. A Tesla, antes no topo do setor, ficou apenas em oitavo lugar.

Governador do Ontário, Doug Ford, tem criticado abertamente a política de tarifas americana — Foto: Chris Young/The Canadian Press/picture alliance
Governador do Ontário, Doug Ford, tem criticado abertamente a política de tarifas americana — Foto: Chris Young/The Canadian Press/picture alliance

Clima anti-Trump no Canadá favorece liberais

Em março, Trump impôs uma sobretaxa de 25% ao aço, alumínio e automóveis canadenses, assim como aos bens não incluídos no acordo de livre-comércio EUA-México-Canadá (USMCA).

O crescente clima anti-Trump valeu um aumento dramático de popularidade para o Partido Liberal, antes liderado pelo ex-primeiro-ministro Justin Trudeau e atualmente por seu sucessor, Mark Carney, ao ponto de a legenda apresentar uma dianteira apertada nas intenções de voto para as eleições de 24 de abril.

A rejeição popular no Canadá contra os produtos americanos também é forte. Em março, o governador de Ontário, Doug Ford, encerrou um contrato de 100 milhões de dólares canadenses (R$ 412 milhões) com a empresa de telecomunicações Starlink, de Elon Musk. E comentou na plataforma X, do multibilionário: "Ontário não faz negócios com quem está doido para destruir a nossa economia."

Várias firmas lançaram campanhas "Buy Canadian". O Conselho de Bebidas Alcoólicas de Ontário disse que pararia de estocar o uísque bourbon e vinhos dos EUA, entre outras bebidas. Províncias como Colúmbia Britânica e New Brunswick adotaram medidas semelhantes.

Criaram-se ainda diversos websites e apps, como Buy Beaver e Maple Scan, para ajudar o consumidor a identificar e evitar artigos americanos. Comentando o sucesso recente de seu site Made in CA, o fundador Dylan Lobo comentou à revista Business Insider: "Há muito patriotismo no momento, neste país. Há um forte sentimento de que os canadenses querem apoiar outros canadenses."

Mais um caso de "freedom fries"?

Para além da Europa e do Canadá, diversos líderes econômicos estão cientes das potenciais retaliações contra os produtos dos EUA e de como elas poderão afetar seus negócios. Entre eles, chefes de companhias que adquiriram marcas americanas.

Poucas semanas após Trump retomar a Casa Branca, Takeshi Niinami, diretor executivo da gigante japonesa de bebidas Suntory Holdings – proprietária de marcas como o uísque bourbon Jim Beam – antecipou que os produtos do país seriam boicotados pelos consumidores internacionais.

"Nós elaboramos o plano estratégico e orçamentário para 2025 partindo do princípio de que os produtos americanos, inclusive o uísque, serão menos aceitos fora do país, por causa, em primeiro lugar, das tarifas, e em segundo, de emoção", comentou à revista Financial Times.

O professor de história Garritt van Dyk percebe nesse repúdio às mercadorias americanas ecos de uma famigerada campanha de 2003, quando a oposição da França à invasão do Iraque resultou em que as batatas fritas fossem rebatizadas de french fries para "freedom fries" (da liberdade).

"Em outros momentos no passado houve essa reação esquisita de 'a gente não quer mais pertencer a essa cultura'", observa o docente da Universidade de Waikato, na Nova Zelândia. Em sua opinião, o sentimento de dano à reputação pelas firmas e fabricantes americanos pode acabar sendo relevante, já que, "num mercado superlotado, as pessoas podem fazer suas próprias escolhas".

Trump diz que tarifaçoé algo que já deveria ter sido feito


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