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sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Irã diz que foguete enviou 3 dispositivos de pesquisa ao espaço

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País, que tem um dos maiores programas de mísseis do Oriente Médio, teve vários lançamentos de satélite fracassados nos últimos anos devido a questões técnicas.
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TOPO
Por Reuters

Postado em 31 de dezembro de 2021 às 14h10m

Post.- N.\ 10.152

Irã faz lançamento de foguete espacial com aparelhos de pesquisa — Foto: Reuters
Irã faz lançamento de foguete espacial com aparelhos de pesquisa — Foto: Reuters

O Irã usou um foguete de lançamento de satélites para enviar três dispositivos de pesquisa ao espaço, disse um porta-voz do Ministério da Defesa nesta quinta-feira (30) enquanto conversas indiretas entre o Irã e os Estados Unidos transcorrem em Viena para tentar salvar o acordo nuclear de 2015.

Ele não esclareceu se os dispositivos entraram em órbita.

O Irã, que tem um dos maiores programas de mísseis do Oriente Médio, teve vários lançamentos de satélite fracassados nos últimos anos devido a questões técnicas.

O porta-voz Ahmad Hosseini disse que o foguete de lançamento de satélite Simorgh, cujo nome significa "Fênix", lançou os três dispositivos de pesquisa a uma altitude de 470 quilômetros, sem dar maiores detalhes.

"Os objetivos de pesquisa pretendidos neste lançamento foram alcançados", disse Hosseini em comentários exibidos pela televisão estatal. "Isto foi feito como um lançamento preliminar... se Deus quiser, teremos um lançamento operacional em breve".

A TV estatal iraniana mostrou imagens do que disse ser a decolagem do veículo de lançamento.

O suposto lançamento espacial desta quinta-feira chega no momento em que os governos iraniano e norte-americano realizam conversas indiretas em Viena para tentar salvar o acordo nuclear que o Irã firmou com potências mundiais e que o ex-presidente Donald Trump abandonou em 2018.

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quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

A revolução dos alimentos 'animais' criados em laboratório

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Conhecida como agricultura celular, esta técnica faz parte de um grupo cada vez maior de tentativas de encontrar novas formas de produção de alimentos, sem empregar animais de criação. A ideia é produzir carne, leite ou outros produtos sem a necessidade de criação, abate e processamento de animais.
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TOPO
Por BBC

Postado em 30 de dezembro de 2021 às 14h25m

Post.- N.\ 10.151

A agricultura celular poderá ser substituir a pecuária atual? — Foto: Getty Images
A agricultura celular poderá ser substituir a pecuária atual? — Foto: Getty Images

A criação de animais é responsável por uma parcela significativa das emissões de gases da indústria alimentícia, mas os cientistas e cada vez mais empresas esperam que a produção de carne - incluindo a carne bovina, as aves e até mesmo os peixes - com cultivos celulares em laboratório possa representar uma solução.

Perumal Gandhi oferece um copo de café com cobertura de espuma que parece um café com leite como qualquer outro oferecido em uma cafeteria pela manhã. Mas o leite do copo não veio de uma vaca. Ele foi produzido por fungos.

Gandhi e seu colega Ryan Pandya - ambos, bioengenheiros - são cofundadores de uma start-up chamada Perfect Day. Eles fornecem aos fungos sequências genéticas usadas pelas vacas para produzir certas proteínas do leite, como a proteína do soro.

Em vez de retirar DNA de uma vaca, eles inserem nos fungos genes já decodificados para as proteínas do leite. Os fungos então produzem as proteínas em um processo de fermentação. O produto resultante pode ser usado para criar um líquido com propriedades similares ao leite ou para fabricar sorvetes ou queijos cremosos, sem o uso de animais.

Conhecida como agricultura celular, esta técnica faz parte de um grupo cada vez maior de tentativas de encontrar novas formas de produção de alimentos, sem empregar animais de criação. A ideia é produzir carne, leite ou outros produtos sem a necessidade de criação, abate e processamento de animais.

E esta forma de produção de alimentos poderá também ajudar o planeta. A criação de gado sozinha é responsável por cerca de 14,5% das emissões globais de gases do efeito estufa - e a indústria alimentícia como um todo representa um terço das nossas emissões de carbono.

Levar alimento para bilhões de pessoas todos os dias é uma tarefa monumental que só tende a crescer cada vez mais, à medida que aumenta a população humana. Do desmatamento ao transporte, armazenagem e gestão de resíduos, cada etapa da cadeia alimentícia traz consigo uma alta pegada de carbono.

Para o mundo atingir o objetivo de zero emissão de carbono até 2050, como definido no Acordo de Paris sobre mudanças climáticas, a indústria alimentícia precisará fazer a sua parte. Como poderemos mudar os alimentos que consumimos à medida que se aproxima a metade do século?

Gandhi e Pandya, residentes em Berkeley, na Califórnia (Estados Unidos), esperam oferecer parte da solução. Outros cientistas em todo o mundo alimentam esperanças similares de produzir em laboratório alimentos que imitem a carne e os laticínios.

A TurtleTree Labs de Singapura, por exemplo, é a primeira empresa do mundo a usar células-tronco de mamíferos para produzir leite, incentivando as células a fabricar o produto em enormes biorreatores.

Com menos necessidade de vacas para a produção de leite, espera-se que esse tipo de solução possa também reduzir a quantidade de metano - um potente gás do efeito estufa que captura até 25 vezes mais calor que CO2 durante seus primeiros 100 anos na atmosfera - produzida pelos milhões de vacas existentes mundo durante a digestão dos seus alimentos.

A empresa também afirma que poderá reduzir os custos e emissões do transporte, pois os biorreatores poderão, em tese, ser instalados mais perto dos locais de venda do leite que nas fazendas.

Tecnologias similares também estão sendo empregadas para criar carne em laboratório, cultivando-a a partir de células de animais. Em 2013, o cientista Mark Post apresentou o primeiro hambúrguer do mundo criado em laboratório, formado por pequenos feixes de fibras musculares produzidas com o cultivo de células retiradas de uma vaca.

Post descreveu sua criação como "um começo muito bom" - e, cumprindo a previsão, sua companhia Mosa Meat pode criar atualmente 80 mil hambúrgueres com apenas uma amostra de células do tamanho de uma semente de gergelim.

Existem cada vez mais pesquisadores tentando criar carne celular de diferentes animais, incluindo carne de carneiro, porco, peixe e galinha - e esta última foi aprovada para venda em Singapura em 2020.

Mas as barreiras para que a carne e o leite produzidos com células cheguem ao mercado são significativas. Atender aos padrões alimentícios não é fácil quando se lida com alimentos novos, sem falar no aumento de escala dessa produção complexa - uma tarefa indispensável para quem quiser sair do laboratório e passar a ser um fornecedor confiável de alimentos para lojas e supermercados.

Haverá também os desafios de equilibrar os custos associados às tecnologias envolvidas na produção desse alimento que, por enquanto, só existe em escala muito pequena. Mas os especialistas afirmam que a carne produzida com células pode ter o mesmo custo da carne convencional, quando se atingir a produção em escala.

Se essas dificuldades técnicas puderem ser superadas, parece haver pessoas dispostas a consumir os alimentos cultivados em laboratório. Um estudo recente entre consumidores no Reino Unido estimou que a carne cultivada poderá compor até 40% do consumo anual de carne do país, considerando a disposição do público para experimentar produtos cultivados em laboratório.

O que mais pode ser feito?

Os pesquisadores estão desenvolvendo outras inovações que também poderão ajudar a reduzir as emissões dos alimentos que consumimos.

Cientistas da Nova Zelândia, por exemplo, estão pesquisando uma vacina que pode ser aplicada a carneiros e vacas para reduzir a quantidade de gás metano produzida pelos animais. Além disso, a agricultura regenerativa - que pretende melhorar a saúde do solo usando práticas que causem menos movimentação da terra - permite que a matéria orgânica do solo se regenere e a prática de rotação das safras possibilita que o solo retenha uma variedade maior de nutrientes.

O solo pode reter carbono à medida que a matéria vegetal se decompõe e permanece na terra. Mas, se o solo for movimentado, por exemplo, com uso excessivo do arado, esse carbono pode ser liberado de volta para a atmosfera.

O projeto britânico AgriCaptureCO2 também está desenvolvendo uma forma de medir o carbono capturado no solo, usando imagens de satélites, dados dos agricultores e amostras de solo. A intenção é permitir que os agricultores sejam capazes de rastrear seus esforços para capturar mais carbono na terra.

Outra inovação importante ocorrida nos últimos anos é a agricultura vertical. Em vez da luz do sol, as plantas nas fazendas em ambientes fechados recebem luz de LEDs com comprimentos de onda específicos e suas necessidades de água e nutrientes são monitoradas pela tecnologia.

As fazendas verticais podem gerar safras com muito mais rapidez que os campos, mas também consomem muita energia para iluminação e aquecimento, segundo Fiona Burnett, professora de patologia vegetal aplicada da Faculdade Rural da Escócia, no Reino Unido.

Isso significa, segundo ela, que as fazendas verticais somente são economicamente viáveis nas regiões do mundo onde o clima é tão extremo que é difícil cultivar produtos com métodos agrícolas tradicionais - ou em regiões tão remotas que é difícil levar os alimentos até lá.

Atualmente, as fazendas verticais emitem muito CO2, mas estão surgindo tecnologias que pretendem reduzir essas emissões, retirando energia de fontes da própria terra, usando baterias para armazenar energia de fontes renováveis e empregando comprimentos de onda específicos, em substituição à luz branca, para acelerar o crescimento.

As fazendas verticais também precisarão encontrar seu lugar na cadeia de fornecimento global, para fornecer o tipo certo de alimento que precisa de cultivo, segundo Burnett. "Você tem muitas empresas inovadoras concorrendo nesse mercado. No momento, elas estão separadas dos agricultores tradicionais, mas existem grandes oportunidades para que eles possam unir-se e formar melhores conexões para o fornecimento de alimentos. Isso precisará acontecer", afirma ela.

O papel dos consumidores

Embora soluções de alta tecnologia como essa possam ajudar a reduzir a pegada de carbono da agropecuária, também serão necessárias algumas mudanças de comportamento por parte dos consumidores.

"Na virada do século, estávamos produzindo calorias suficientes para alimentar 10 a 12 bilhões de pessoas, mas tínhamos apenas 7 bilhões de pessoas no planeta", afirma Tim Benton, diretor do programa de ambiente e sociedade da organização britânica Chatham House. "A questão era produzir mais, comer mais, distribuir mais e reduzir os preços."

Agora, precisamos mudar o que comemos para transformar o sistema alimentar, segundo ele.

Cerca de 17% dos alimentos produzidos em todo o mundo em 2019 foram desperdiçados em vários pontos da cadeia alimentar. Isso representa 931 milhões de toneladas. Pelo menos 61% dos desperdícios ocorreram nas residências, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), enquanto o restante ocorreu durante a colheita, transporte, processamento e varejo.

Isso significa que, além do desperdício do carbono liberado durante a produção dos alimentos, mais gases do efeito estufa são liberados para a atmosfera à medida que esses alimentos se deterioram. Somente no Reino Unido, o desperdício de alimentos em 2018 foi responsável por cerca de 36 milhões de toneladas de gases do efeito estufa.

Os esforços para reduzir o desperdício de alimentos com melhores métodos de armazenagem, refrigeração e transporte poderão ajudar a reduzir as emissões, mas outras mudanças são necessárias para garantir que seja consumido o máximo possível de produtos comestíveis. Isso poderá também ajudar a tornar os alimentos mais acessíveis em outras partes do mundo, especialmente quando são doados aos bancos de alimentos e outros esforços sociais e de caridade.

Mas isso poderia também significar mudanças fundamentais da nossa relação com os alimentos, afirma Benton. "Se nós reduzirmos suficientemente a demanda, não precisaremos ter agricultura muito intensiva, não precisaremos usar muitos produtos químicos e não teremos que destruir a biodiversidade", segundo ele.

Por fim, Benton afirma que todo o sistema alimentício precisa mudar, incluindo como pensamos, embalamos e transportamos os alimentos, como os regulamentamos e o comercializamos.

"Não é uma bala de prata. Toda a arquitetura de inovação e renovação dos sistemas de gestão é muito importante para que todo o sistema alimentar se transforme em um sistema de baixa emissão de carbono", conclui ele.

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Bovespa acumula perda de mais de 12% em 2021 e caminha para 1ª queda anual desde 2015

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Em junho, o Ibovespa chegou a acumular alta e quase 10% na parcial do ano e atingiu a marca histórica de 130 mil pontos, mas mudou de direção e passou a caminhar na contramão das bolsas globais. Veja o balanço do mercado de ações em 2021.
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Por Darlan Alvarenga, g1

Postado em 30 de dezembro de 2021 às 11h25m

Post.- N.\ 10.150

B3: última vez que a bolsa tinha fechado um ano no vermelho foi na recessão de 2015, quando o Ibovespa acumulou perda de 13,3%. — Foto: KEVIN DAVID/A7 PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
B3: última vez que a bolsa tinha fechado um ano no vermelho foi na recessão de 2015, quando o Ibovespa acumulou perda de 13,3%. — Foto: KEVIN DAVID/A7 PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

A bolsa de valores brasileira deverá amargar em 2021 a primeira queda anual em 6 anos. O Ibovespa, o principal índice de ações da B3, fechou o penúltimo pregão do ano aos 104.107 pontos, acumulando na parcial do ano uma perda de 12,53%.

A última vez que a bolsa tinha fechado um ano no vermelho foi na recessão de 2015, quando o Ibovespa acumulou perda de 13,3%. Em 2020, mesmo em meio à pandemia, conseguiu fechar o ano com alta de 2,92%.

No pregão de quarta-feira (29), o Ibovespa fechou queda de 0,65%, aos 104.864 pontos. No mês de dezembro, entretanto, o índice acumula alta de 2,15% e caminha para registrar a primeira alta mensal após 5 meses seguidos de perdas. Veja as cotações.

Ibovespa no vermelho em 2021 — Foto: g1 Economia
Ibovespa no vermelho em 2021 — Foto: g1 Economia

Das 92 ações que compõem o Ibovespa, apenas 25 registram alta no acumulado em 2021, segundo dados da provedora de informações financeiras Economatica.

As 10 maiores quedas no ano

  1. Magazine Luiza ON: -72,89%
  2. Via Varejo ON: -68,94%
  3. Pão de Açúcar ON: -62,65%
  4. Americanas ON: -58,97%
  5. Eztec ON: -52,86%
  6. Grupo NaturaON: -52,44%
  7. IRB Brasil Re ON: -51,96%
  8. Qualicorp ON: -50,44%
  9. Cogna ON: -48,38%
  10. Ecorodovias ON: -46%
As 10 maiores altas no ano

  1. EmbraerON: 175,93%
  2. BraskemPNA: 174,66%
  3. Marfrig ON: 79,71%
  4. JBS ON: 76,22%
  5. Petrorio ON: 42,83%
  6. Petrobras ON: 31,44%
  7. Gerdau PN: 24,73%
  8. Petrobras PN: 23,90%
  9. Gerdau Met PN: 22,38%
  10. Taesa UNT N2: 21,74%
Sobe e desce no ano

Apesar do tombo em 2021, a primeira metade do ano foi de ganhos e otimismo na bolsa, com um "boom" de novas empresas abrindo o seu capital e listando suas ações na B3. Em junho, o Ibovespa chegou a acumular um avanço de quase 10% na parcial do ano e chegou a superar os 130 mil pontos.

No dia 6 de junho, a bolsa atingiu a máxima histórica de fechamento de 130.776 pontos, mas a partir de julho entrou em trajetória contínua de queda, amargando uma sequência de 5 meses de perdas. A pior marca foi registrada no dia 1 de dezembro, quando fechou aos 100.774 pontos.

O que explica o ano no vermelho

A inversão de rota ocorreu na esteira da piora das expectativas para a economia brasileira, em meio à disparada da inflação às alturas, que resultou numa acentuada elevação da taxa básica de juros (Selic), que começou 2021 em 2% ao ano e caminha agora para o patamar de dois dígitos.

A mudança de humor dos mercados refletiu também o aumento das incertezas fiscais e políticas após ameaças golpistas pelo presidente Jair Bolsonaro em setembro e depois que o governo decidiu driblar o teto de gastos por meio da proposta de emenda à Constituição (PEC) dos precatórios como estratégia para financiar o pagamento Auxílio Brasil e abrir espaço no Orçamento no ano eleitoral de 2022.

"Existia uma confiança muito grande na equipe econômica por parte do mercado, que caiu no final do ano. Esperava-se que a reforma tributária passasse ainda esse ano, mas foi jogada um pouco de lado", resume Lucas Prado Marques, sócio da 3A, destacando que a flexibilização do arcabouço fiscal, através da aprovação da PEC dos Precatórios, "tirou muita credibilidade" da política econômica, afetando por consequência a confiança e otimismo dos investidores.

Reportagem do g1 publicada no começo do mês mostrou que a bolsa brasileira teve o 2º pior desempenho no mundo em 2021 na parcial até novembro, na contramão da tendência global e atrás somente da bolsa da Venezuela, segundo ranking da Austin Rating com 78 países. Nos EUA, por exemplo, as principais bolsas acumulam no ano ganhos de mais de 20%.

Economista André Perfeito fala sobre perdas na Bolsa de Valores
Economista André Perfeito fala sobre perdas na Bolsa de Valores

45 IPOs no ano

O ano, porém, foi positivo em termos de listagem de novas empresas na B3. Ao todo, foram 45 IPOs (oferta inicial de ações, na sigla em inglês), contra 28 no ano passado. Foi maior número desde 2007, quando foram registradas 64 ofertas iniciais de ações.

IPOs na Bolsa brasileria — Foto: Economia g1
IPOs na Bolsa brasileria — Foto: Economia g1

As ofertas públicas de ações realizadas em 2021 movimentaram um volume de R$ 65,2 bilhões. As maiores foram as da Raízen, CSN Mineração, Caixa Seguridade e Modalmais.

Apesar do novo "boom" de estreias na bolsa, a mudança de cenário provocou também o adiamento ou suspensão de dezenas de outros IPOs. Desde setembro, nenhum IPO foi realizado na bolsa. O último foi o da Vittia, no final de agosto.

Dividendos recordes

A boa notícia do ano para os investidores veio na forma de distribuição dos lucros. O valor total de dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) distribuídos pelas empresas brasileiras listadas na B3 foi recorde em 2021.

Segundo levantamento da provedora de informações financeiras Economativa, o valor total pago pelas companhias entre janeiro e setembro aos acionistas somou R$ 214,5 bilhões, superando o montante pago durante todo o ano de 2020 (R$ 126,5 bilhões). As maiores distribuições foram para os acionistas da Vale (R$ 73,1 bilhões) e da Petrobras (R$ 31,5 bilhões).

"Petrobras, Vale e bancos têm peso relevante [no Ibovespa] e foram ativos que não caíram tanto quanto o varejo, construção civil e entre outros", explica Marques. "Inclusive isso distorce um pouco do que foi o Ibovespa no ano, que vem em queda, ou seja, com um desempenho ruim, mas poderia ser ainda pior". 
Bolsa ganha mais de 734 mil novos investidores

Mesmo com o cenário mais adverso, a bolsa continuou atraindo novos clientes em 2021. O número de investidores pessoas físicas chegou a 3,45 milhões em novembro, o que representa uma alta de 27% no ano. Em números absolutos, a bolsa recebeu um ingresso de 734 mil investidores no ano.

O ano também foi positivo em termos de ingresso de capital externo. Os investidores estrangeiros aportaram até o dia 27 um volume líquido de mais de R$ 68 bilhões. A grande retirada de recursos se deu por parte dos investidores institucionais, com um saque líquido de mais de R$ 76,6 bilhões na parcial do ano até o dia 27, segundo dados da B3.

Os investidores estrangeiros representaram atualmente 50,2% do total de investidores da bolsa, os institucionais, 25,7%, e as pessoas físicas, 18,7%.

Veja momento em que ‘Touro de Ouro’ é retirado da B3, no Centro de SP, após multa
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O ano da B3 também foi marcado pela polêmica envolvendo a estátua de um touro dourado instalada em frente ao prédio da Bolsa, no Centro de São Paulo. O "Touro de Ouro" violou Lei Cidade Limpa e não tinha autorização da Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU) para ser instalado, como revelou o g1.

A estátua foi alvo de protestos durante o período em que ficou no local e foi removida por ordem da Prefeitura de São Paulo.

Futuro da bolsa

Os analistas destacam que a bolsa brasileira continua com diversos papéis "baratos" e oferecendo boas oportunidades de longo prazo, mas ressaltam que a piora das perspectivas econômicas e as incertezas fiscais e políticas por conta das eleições presidenciais tendem a continuar gerando volatilidade no mercado.

Pesquisa mensal Latam Fund Manager Survey, realizada pelo Bank of America (BofA), aponta que metade dos dos agentes financeiros acredita que o Ibovespa vai encerrar 2022 entre os 120 mil e 130 mil pontos. Já a XP projeta um "valor justo" de 123 mil pontos para o índice ao final de 2022, estabelecendo o piso de 98 mil pontos para um cenário "pessimista" e teto de 150 mil pontos "caso o cenário melhore consideravelmente".

Entre os fatores que podem influenciar o desempenho do Ibovespa no ano e devem dominar as atenções dos investidores estão as preocupações com a inflação e com a retirada dos estímulos monetários em todo o mundo e também o avanço de variantes do coronavírus, que tem levado diversos países a retomarem restrições para frear uma nova onda da Covid-19.

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No Brasil, problemas domésticos como a elevada dívida pública, queda da renda do trabalhador, perda de dinamismo da economia e a disputa eleitoral tendem a pautar o humor dos mercados. Vale lembrar que, no início do ano, os economistas previam um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país de 2,5% para 2022, mas, agora espera-se um crescimento de menos de 0,5%, com diversos analistas prevendo até mesmo estagnação ou recessão da economia.

"Há uma perspectiva econômica de crescimento de PIB menor, pois com aumento do juros as empresas vão financiar mais caro ou vão preferir, às vezes, não financiar", afirma o sócio da 3A.

A perspectiva de novas elevações nos juros tende a continuar pesando sobre os investimentos de renda variável como ações, uma vez que uma Selic mais alta aumenta a rentabilidade de investimentos de renda fixa. A Selic está atualmente em 9,25% e a previsão do mercado é que ela subirá para acima de 11% até o fim do 1º trimestre de 2022.

Nova composição do Ibovespa

A partir do dia 3 de janeiro, passarão a fazer parte da carteira do Ibovespa os papéis Positivo Tec ON (POSI3), CSN Mineração ON (CMIN3) e 3R Petroleum ON (RRRP3), totalizando 93 ativos de 90 empresas. Segundo a B3, os 5 ativos que terão o maior peso na composição do índice serão Vale ON (14,783%), Petrobras PN (6,582%), Itaú Unibanco PN (5,142%), Bradesco PN (4,556%) e Petrobras ON (4,205).

A nova carteira irá vigorar de 3 de janeiro a 29 de abril de 2022.

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As ilhas paradisíacas que estão perdendo suas conchas

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Especialistas apontam entre os movimentos a coleta excessiva de conchas nas praias, a alta da temperatura da água do mar e o aumento de dióxido de carbono na atmosfera que leva à acidificação do oceano e, por extensão, a conchas mais finas.
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TOPO
Por BBC

Postado em 30 de dezembro de 2021 às 10h55m

Post.- N.\ 10.149

Conchas estão sumindo das praias das ilhas Maurício nas últimas três décadas — Foto: Getty Images
Conchas estão sumindo das praias das ilhas Maurício nas últimas três décadas — Foto: Getty Images

Quando visitava as Ilhas Maurício durante férias em família na minha adolescência, eu lembro da areia das praias repleta de conchas. Mas ao retornar ao arquipélago no oceano Índico para escrever reportagens sobre os efeitos das mudanças climáticas, as faixas de areia fofa parecem desoladas.

A coleção de centenas de conchas diferentes que meu pai acumulou naquela época seria uma façanha impossível agora.

Isso não é surpreendente para o ativista de mudanças climáticas Anesh Mungur, de 14 anos. Ele diz quase não visto uma concha em toda a sua vida.

"Eu acho muito triste que as conchas estejam desaparecendo. Eu sinto que a ilha está realmente sofrendo com as consequências das mudanças climáticas, é preciso fazermos mais para protegê-la antes que seja tarde demais."

As conchas sempre desempenharam um papel importante na cultura das Ilhas Maurício (ou Maurícias): o Monetaria annulus, comumente conhecido como búzio de anel de ouro, costumava ser dado como um presente de amor ou um amuleto da sorte.

A Monetaria moneta também costumava ser muito comum na região. Ela é conhecida como búzio do dinheiro porque há milhares de anos era usada como moeda em algumas partes da África.

Águas mais quentes

O oceanógrafo Vassen Kauppaymuthoo diz que o número de conchas na ilha diminuiu 60% nas últimas três décadas.

Ele atribui a responsabilidade por essas mudanças ao aquecimento dos oceanos, a atividades econômicas, como pesca predatória e turismo, e à poluição gerada por águas residuais e por embarcações.

Maurício é um dos países mais vulneráveis ​​do mundo no que diz respeito às mudanças climáticas. Ele tem sofrido cada vez mais com a elevação do nível do mar, secas e ciclones.

O aumento da temperatura da água do mar afetou grande parte do ecossistema, incluindo as conchas marinhas em que vivem os moluscos, enquanto um aumento de dióxido de carbono na atmosfera "causa a acidificação do oceano, fazendo com que as conchas fiquem mais finas", explica Kauppaymuthoo.

"Isso faz com que os moluscos tenham problemas para produzir suas conchas."

Tudo isso tem um efeito em cascata, e consequências devastadoras para os recifes de coral e o ecossistema ao redor das ilhas.

Quando você não tem moluscos, você não tem predadores. Então há outros organismos que começam a proliferar, causando um desequilíbrio do ecossistema na ilha tropical e ao redor do mundo.

Pequenos peixes e polvos também usam as conchas para abrigo e proteção, e muitos pássaros também usam partes de conchas para construir seus ninhos.

Anesh, que faz parte do movimento Fridays For Future Mauritius, diz que mais também precisa ser feito para impedir desastres ambientais, como um enorme vazamento de óleo que atingiu a ilha em 2020.

Cerca de 1.000 toneladas de óleo combustível do MV Wakashio, de bandeira japonesa, vazaram no oceano depois que ele encalhou em um recife de coral, causando o pior desastre ecológico em Maurício.

"Nosso ambiente marinho foi muito afetado, incluindo corais, moluscos e outros organismos. As ilhas ainda estão sofrendo com o que aconteceu."

O episódio danificou cerca de 300 m de recife de coral, matou muitos peixes e afetou tanto o meio ambiente quanto a subsistência dos pescadores.

Para o ativista adolescente, trata-se de criar consciência em todo o mundo. "Não acho que muitas pessoas conheçam a importância das conchas do mar e o quanto elas estão sendo afetadas pelas mudanças climáticas."

Repressão aos colecionadores

Kauppaymuthoo também responsabiliza os coletores de conchas (conhecidos também como garimpeiros) pelo declínio na quantidade de conchas nas praias das ilhas Maurício, já que muitas vezes elas são colhidas com os animais vivos ainda dentro delas.

O governo local está tentando impedir as pessoas de coletar conchas e vendê-las a turistas. Duas leis em torno do tema foram aprovadas nos últimos 15 anos.

Segundo as regras atuais, apenas 10 conchas podem ser legalmente recolhidas como lembrança por visitantes e somente em praias onde podem ser vistas marcas de maré baixa e alta.

Mas embora a coleta de conchas tenha sido limitada (agora também é ilegal exportá-las), é difícil impedir as pessoas de colocar esses lindos souvenirs em suas bolsas.

Não os tire das praias, pede Kauppaymuthoo, acrescentando que as conchas também evitam a erosão costeira.

Quanto mais conchas houver, mais barreira haverá para os ventos, as ondas e as correntes de água moverem os sedimentos da costa.

Qual é então seu conselho para quem quer se lembrar de suas férias tropicais? "Observe as conchas e tire fotos delas. Assim você pode ter boas lembranças e também saber que as está salvando."

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