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domingo, 17 de setembro de 2023

Mais proteico, anti-inflamatório e sustentável, hambúrguer de grilo feito no Brasil promete ganhos à saúde e ao meio ambiente🦗

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Pesquisadores de universidades de São Paulo e Mato Grosso apontam benefícios da inclusão da farinha do inseto na composição do alimento à indústria e no combate à fome.
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Por Claudia Assencio, g1 Piracicaba e Região

Postado em 17 de setembro de 2023 às 09h00

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Hambúrguer feito à base de farinha de grilo é desenvolvido por pesquisadores de universidades de São Paulo e Mato Grosso — Foto: Reprodução/Camila de Souza Paglarini/Arquivo pessoal
Hambúrguer feito à base de farinha de grilo é desenvolvido por pesquisadores de universidades de São Paulo e Mato Grosso — Foto: Reprodução/Camila de Souza Paglarini/Arquivo pessoal

Mais proteico, com ação antioxidante, produção com menor custo e menos impacto ambiental. Assim os cientistas brasileiros descrevem o hambúrguer de grilo. O estudo, em desenvolvimento por pesquisadores de universidades de São Paulo e do Mato Grosso, em conjunto, apontou alguns benefícios que a inclusão da farinha do inseto na composição do alimento podem gerar para a indústria e também na busca pelo combate à fome.

A professora doutora Patrícia Milano é uma das pesquisadoras do projeto e responsável por desenvolver a farinha de grilo, que é a base da composição do hambúrguer.

Patrícia é PhD em Entomologia pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), o campus da Universidade de São Paulo (USP) em Piracicaba (SP) e desenvolve pesquisas no aprimoramento das farinhas de insetos como grilo e tenébrio molitor, conhecido como bicho-da-farinha.

A inclusão de insetos na alimentação ainda é incomum no Brasil, mas, como ressalta a pesquisadora, há mais de uma década o hábito de comer insetos, também chamado de entomofagia, ganhou força depois que a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) incentivou a prática.

"Desde então, uma verdadeira corrida para verificar a eficácia dos insetos no combate a fome foi iniciada, principalmente na Europa. Insetos como grilos, gafanhotos e o besouro tenébrio, na fase larval, estão entre os mais utilizados em forma de farinha, pelas indústrias e empresas fabricantes de uma infinidade de produtos como macarrão, bolachas, chocolates, barrinhas de cereais, entre outros tipos de alimentos", explica a pesquisadora.

Devido ao Teor proteico destes insetos que pode variar de 67 a 45%, a capacidade antioxidante e o aproveitamento das proteínas destes organismos de até 93%, explica Patrícia Milano — Foto: Reprodução/Patrícia Milano/Arquivo pessoal
Devido ao Teor proteico destes insetos que pode variar de 67 a 45%, a capacidade antioxidante e o aproveitamento das proteínas destes organismos de até 93%, explica Patrícia Milano — Foto: Reprodução/Patrícia Milano/Arquivo pessoal

Mais proteico e antioxidante

A pesquisadora Patrícia explica que, devido ao teor proteico destes insetos, que pode variar de 67% a 45%, a capacidade antioxidante e o "aproveitamento das proteínas destes organismos são de até 93%, como acontece com a espécie gryllus assimilis, espécie que ocorre no Brasil", enfatiza.

"Cientistas têm investigado a utilização da farinha destes insetos em produtos como hambúrgueres, salsichas, almôndegas, nuggets e híbridos que levam em sua composição carne de animais como boi e frango, porém com a adição de farinha de insetos, deixando com maior teor de proteínas", observa.

Vantagens nutricionais e ambientais

O supervisor do projeto, o professor e pesquisador Pedro Pedro Yamamoto, do Departamento de Entomologia e Acarologia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), listou algumas das vantagens do uso de insetos na alimentação humana.

Como precisaríamos de quantidades menores de água, de energia e de espaço, principalmente, para produzi-lo, vejo uma grande vantagem na utilização do inseto na alimentação humana. Sem falar no alto teor de proteína. Com essas farinhas, podemos enriquecer alimentos. Isso também ajudaria a combater a desnutrição, especialmente de pessoas que vivem em locais onde há escassez de alimento, explica o pesquisador.

Hambúrguer feito com farinha de grilo é desenvolvido por professores e pesquisadores de universidades de São Paulo e Mato Grosso — Foto: Reprodução/Patrícia Milano/Arquivo pessoal
Hambúrguer feito com farinha de grilo é desenvolvido por professores e pesquisadores de universidades de São Paulo e Mato Grosso — Foto: Reprodução/Patrícia Milano/Arquivo pessoal

Os pesquisadores lembram que a forma de apresentação em farinha também pode ser um aspecto interessante para estimular o consumo mais generalizado do alimento, para além dos locais onde esse já um hábito cultural, já que, dessa forma, não vê o inseto.

Objetivos e desafios

Um dos objetivos da pesquisa é, no futuro, buscar aprovação nos órgãos sanitários responsáveis e, com isso, colaborar com a produção em escala do alimento, que também é um dos desafios vislumbrados no setor.

Ver o inseto, em si, pode assustar um pouco. Então, fazer da farinha de grilo a base do alimento é uma tendência. Existem muitas indústrias [plantas] produzindo inseto com essa finalidade de atender a alimentação animal e também alimentação humana. Desenvolver essa ferramenta para uso em maior escala também motivou a pesquisa, detalha o professor.

Professora e pesquisadora, doutora Patrícia Milano,  segura um grilo coberto com chocolate e lista os benefícios da farinha de grilo no enriquecimento de alimentos — Foto: Patrícia Milano/Arquivo pessoal
Professora e pesquisadora, doutora Patrícia Milano, segura um grilo coberto com chocolate e lista os benefícios da farinha de grilo no enriquecimento de alimentos — Foto: Patrícia Milano/Arquivo pessoal

No Brasil, cientistas também investigam a adição de farinha de insetos em produtos cárneos, a fim de substituir uma porcentagem de carne em produtos como salsichas e hambúrgueres.

"Recentemente, pesquisadores da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de alimentos da USP desenvolveram pão e salsichas utilizando farinha de larva da mosca soldado (Hermetia iIlucens) desengordurada. O Professor Marco Antônio Trindade explica que os testes em produtos como salsichas foram realizados devido ao alto consumo destes produtos no país, e o enriquecimento destes com farinha de insetos é extremamente importante na busca de produtos mais sustentáveis no combate a fome", especifica Patrícia Milano.

A professora doutora Camila de Souza Paglarini, da Universidade estadual do Mato Grosso (Unemat), que integra o projeto de pesquisa, desenvolveu, juntamente com outras pesquisadoras, um hambúrguer hibrido de carne bovina e farinha de grilo, da espécie brasileira, utilizado para alimentação animal.

Camila de Souza Paglarini é doutora em Tecnologia de Alimentos e integra pesquisa que desenvolve hambúrguer de farinha de grilo — Foto: Camila de Souza Paglarini/Arquivo pessoal
Camila de Souza Paglarini é doutora em Tecnologia de Alimentos e integra pesquisa que desenvolve hambúrguer de farinha de grilo — Foto: Camila de Souza Paglarini/Arquivo pessoal

Doutora em Tecnologia de Alimentos pela Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp, Camila conta que a pesquisa com a produção do hambúrguer, especificamente, enriquecido com a farinha de grilo, foi desenvolvida no departamento de Alimentos e Nutrição da Universidade Federal de Mato Grosso- UFMT e departamento de Engenharia de Alimentos da Universidade do Estado de Mato Grosso.

"A pesquisa com insetos para elaboração de alimentos ainda é incipiente no Brasil, mas muito inovadora, promissora e sustentável. E desde então esse projeto já resultou em um capítulo de livro e um artigo em fase final de publicação", comenta.

Jejum antes do abate

Os insetos destinados à alimentação humana são criados em laboratório e passam por jejum de 24h. Eles são abatidos por congelamento e passam pelo processo de branqueamento, seguido de desidratação, para depois serem moídos e transformados em farinha.

"O hambúrguer elaborado com a adição de até 10% de farinha de grilo apresentou excelentes resultados como maior teor de proteína, maior retenção de umidade, menor encolhimento e perda de cozimento, sem afetar a oxidação lipídica das amostras e com menor impacto sensorial", explica a Professora Camila.

Os novos procedimentos, agora, com o projeto dos hambúrgueres à base de farinha de grilo, explicam as pesquisadoras, são os testes de novas porcentagens com a utilização da farinha desengordurada, na intenção de conferir mais sabor ao alimento.

Departamento de Entomologia e Acarologia da Esalq, campus da USP em Piracicaba, onde parte da pesquisa com a farinha de grilo é desenvolvida — Foto: Pedro Yamamoto/Arquivo pessoal
Departamento de Entomologia e Acarologia da Esalq, campus da USP em Piracicaba, onde parte da pesquisa com a farinha de grilo é desenvolvida — Foto: Pedro Yamamoto/Arquivo pessoal

Próximos passos

Atualmente, um projeto apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo e liderado por Patrícia Milano, em conjunto com pesquisadores da Esalq- USP, realiza testes de esterilização das farinhas, que estão em andamento, e buscam o aperfeiçoamento das farinhas de grilo e tenébrios.

"É preciso aperfeiçoar as técnicas de esterilização dos insetos para que possamos, no futuro próximo, conseguir não somente uma autorização da Anvisa para utilização destes produtos em vários seguimentos da indústria de alimentos", pontua.

Branqueamento e irradiação

Patrícia explica que os testes envolvem processos de branqueamento, que é fervura seguida de choque térmico em água gelada, e irradiação por ionização, processo já utilizado em produtos alimentícios, são os alvo da pesquisa.

"Embora o branqueamento seja a técnica amplamente utilizada na elaboração das farinhas de insetos em países que já a utilizam para alimentação animal e humana, países europeus na busca pela economia de água, testam a utilização da irradiação como meio de esterilização seguro nas farinhas de insetos", explica.

Protocolos

Patrícia Milano segue com as pesquisas com o objetivo de desenvolver um protocolo de criação, abate, esterilização e elaboração de farinha de grilo e tenébrio para apresentar aos órgãos como Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O apoio da Fapesp é fundamental para a conclusão de todo esse processo na obtenção de farinhas de insetos seguras para a utilização da indústria de alimentos.

Conhecimento integrado

Patrícia Milano ressalta a importância da integração de pesquisadores da área de engenharia de alimentos no projeto.

"Pesquisas como a doutora Camila Paglarini, da engenharia de alimentos, fornecem dados fundamentais para a indústria de alimentos e as porcentagens corretas de utilização das farinhas de insetos em produtos como hambúrgueres são extremamente importantes", ressalta.

Estudos revelam, segundo Patrícia Milano, que o consumo de 50 gramas de farinha de grilo por dia faz bem à saúde humana. "A farinha de grilo, além do fator proteico, possui características antioxidantes e anti-inflamatórias, podendo ainda combater a diarreia", afirma.

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FOTOS: Navio cargueiro 'movido a vento' chega ao Paraná

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Conforme a Portos do Paraná, navio deve atracar em 25 de setembro. No porto paranaense, embarcação carregará 63 mil toneladas de farelo de soja.
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Por g1 PR — Curitiba

Postado em 17 de setembro de 2023 às 07h20m

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Navio Pyxis Ocean — Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná
Navio Pyxis Ocean — Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

O navio cargueiro Pyxis Ocean, que utiliza velas metálicas para navegar, chegou a baía de Paranaguá, no litoral paranaense. Conforme a Portos do Paraná, o navio deve atracar em 25 de setembro. Veja fotos abaixo.

A tecnologia das velas, chamada BAR Tech WindWings, foi desenvolvida pela empresa BRA Technologies em parceria com Yara Marine Technologies, com apoio da União Europeia. A proposta busca inovação e ganhos nos custos operacionais, além da redução na emissão de poluentes.

As velas do navio, segundo a empresa responsável, ajudam a reduzir as emissões de poluentes em até 30%. Por isso, ele também está sendo chamado de "navio verde".

De acordo com o Governo do Paraná, o porto em Paranaguá será o primeiro do Brasil a receber a embarcação. No porto paranaense, ele vai carregar 63 mil toneladas de farelo de soja.

  • Velas: têm 37,5 metros de altura; são construídas com o mesmo material das turbinas eólicas para maior durabilidade;
  • Comprimento: 229 metros;
  • Largura: 32.26 metros;
  • Calado (profundidade do navio submersa): 8 metros
  • Peso: 43.291 toneladas;
  • Capacidade de carga: 80.962 toneladas
  • Velocidade média: 10,4 nós (19,2 km/h)
  • Velocidade máxima: 15,6 nos (28,8 km/h)
  • Data de construção: 2017

Comparando com um navio considerado Panamax, ou seja, embarcações que atingiram o tamanho limite para passar pelo Canal do Panamá até 2016, quando o canal foi ampliado, o Pyxis Ocean é um navio considerado de "tamanho médio".

Um navio Panamax deve ter, no máximo, comprimento de 294 metros, largura de 32,3 metros, com calado, ou seja, profundidade em que cada navio está submerso na água, de 12,04 metros.

A velocidade média de um Panamax carregado é de 25 km/h e a capacidade de carregamento está na faixa de 65 mil a 80 mil toneladas.

Viagem inaugural

De acordo com o Governo do Paraná, o navio partiu de Xangai, na China, no começo de agosto. Para a viagem, ele foi fretado pela empresa Cargill.

A empresa responsável diz que esta é a viagem inaugural do cargueiro. A expectativa é que ela seja "uma virada" para a indústria marítima na redução do consumo de combustível e pegada de carbono.

Estima-se, atualmente, que a indústria marítima seja responsável por cerca de 2,1% das emissões globais de dióxido de carbono (CO2).

As velas

Jan Dieleman, presidente da Cargill Ocean Transportation, explicou à BBC o funcionamento das velas.

Enquanto a embarcação está no porto, as velas ficam dobradas. Depois de zarpar, elas são abertas.

Os equipamentos têm 37,5 metros de altura e são construídas com o mesmo material das turbinas eólicas, o que as torna mais duráveis, segundo a empresa.

📷 Veja fotos do navio no Paraná

Navio Pyxis Ocean — Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná
Navio Pyxis Ocean — Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná


Navio Pyxis Ocean — Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná
Navio Pyxis Ocean — Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná


Navio Pyxis Ocean — Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná
Navio Pyxis Ocean — Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

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