Objetivo:
“Projetando o futuro e o desenvolvimento autossustentável da sua empresa, preparando-a para uma competitividade e lucratividade dinâmica em logística e visão de mercado, visando sempre e em primeiro lugar, a satisfação e o bem estar do consumidor-cliente."
Informação foi divulgada nesta terça-feira (22) pelo Banco Central. Instituição avaliou que crescimento do país tende a ser beneficiado pelo desempenho da agropecuária. ===+===.=.=.= =---____--------- ---------____------------____::_____ _____= =..= = =..= =..= = =____ _____::____-------------______--------- ----------____---.=.=.=.= +==== Por Alexandro Martello, g1 — Brasília Postado em 22 de fevereiro de 2022 às 17h00m Post.- N.\ 10.219
As economias das cinco regiões do país cresceram em 2021, refletindo,
em especial, a recuperação do setor de serviços (mais afetado pela
pandemia no ano anterior), informou o Banco Central nesta terça-feira
(22) por meio do Boletim Regional.
De acordo com a instituição, entretanto, apenas no Nordeste o nível de
atividade ficou aquém do observado em 2019 — quando se consideram os
dados anuais.
"A despeito do avanço generalizado, resultados desiguais entre os
setores e especificidades das estruturas produtivas locais levaram às
distintas magnitudes de expansão regional", acrescentou o BC.
Região Nordeste
No Nordeste, avaliou o BC, o dinamismo da economia em 2021 se apoiou no
setor de serviços, sobretudo aqueles prestados às famílias – destaque
para alojamento e alimentação –, mas também transporte, educação e
serviços financeiros e às empresas.
"Adicionalmente, mantendo trajetória observada em 2020, a evolução
favorável da construção contribuiu para a atividade regional, com
geração de 41 mil postos de trabalho no ano", informou.
Por outro lado, diz o BC no boletim regional, o comércio e a indústria –
exceto produção e distribuição de eletricidade, gás e água –
registraram "arrefecimento"(desaceleração) ao longo de 2021.
"O Nordeste também foi impactado pela interrupção (e posterior retorno)
do auxílio emergencial às famílias no primeiro semestre", explicou o
Banco Central.
A instituição afirmou que o Nordeste mostrou expansão, no segundo
semestre, impulsionado pela volta da mobilidade e retomada das
atividades de serviços, especialmente os associados ao turismo.
Ano de 2022
O BC avaliou, ainda, que o crescimento não somente do Nordeste, mas de
todo o país, tende a beneficiado pelo desempenho da agropecuária e pela
normalização da economia, que segue em curso, particularmente no setor
de serviços e no mercado de trabalho.
"Em sentido oposto, atuam a elevação dos prêmios de risco [alta nos
juros futuros], relacionada à incerteza acerca do futuro do arcabouço
fiscal [dúvidas sobre gastos públicos em ano eleitoral], e o aperto mais
intenso das condições financeiras [taxas bancárias em alta]",
acrescentou o BC.
Especialistas ouvidos pelo g1 dizem que preços das commodities podem carregar o patamar de juros altos por mais tempo, freando ainda mais o crescimento econômico. ===+===.=.=.= =---____--------- ---------____------------____::_____ _____= =..= = =..= =..= = =____ _____::____-------------______--------- ----------____---.=.=.=.= +==== Por Raphael Martins e Thais Matos, g1 22/02/2022 15h12 Atualizado há 54 minutos Postado em 22 de fevereiro de 2022 às 16h10m Post.- N.\ 10.218
Trabalhador caminha por campo de petróleo na cidade de Nefteyugansk, na Rússia — Foto: Reuters/Sergei Karpukhin
Os juros altos, a inflação em dois dígitos e o fraco crescimento
econômico já vinham bastante desafiadores para a economia brasileira
este ano. Agora, o possível conflito na fronteira da Ucrânia pode piorar ainda mais o cenário.
Sempre que há um conflito entre nações poderosas, há risco de aumento da inflação, com pressão nos preços e redução da oferta de produtos. Pode
ocorrer também um baque no crescimento por conta do aumento dos riscos,
que tende a diminuir os investimentos, derrubar os ganhos das empresas e
impactar as ações.
Como se não bastasse, o conflito entre Rússia e Ucrânia acontece quando a economia global ainda se recupera dos efeitos da pandemia do coronavírus, que sobrecarregou as contas e impactou os preços de energia, combustíveis e alimentação.
Para o Brasil, a situação se traduz em mais pressão sobre a inflação em
momento de índices já nas alturas. Especialistas ouvidos pelo g1 lembram que a barreira de proteção do país, no momento, é a queda do dólar.
Com a valorização recente do real, itens importantes como alimentos e
combustíveis estão relativamente controlados enquanto a tensão se
desenrola na fronteira ucraniana.
Mas há dois problemas: a
alta dos juros freia ainda mais a perspectiva de crescimento econômico e
uma aversão a risco mais intensa tende a trazer impacto mais sério a
economias emergentes.
“O
Brasil tem uma taxa de investimento historicamente muito baixa e deve
piorar com esse cenário global. Evidentemente, impacta o crescimento
econômico, a geração de emprego e renda”, afirma Wagner Parente, CEO da
BMJ Consultores Associados.
Veja abaixo os possíveis efeitos sobre a economia brasileira em várias frentes:
Entenda os movimentos separatistas na Ucrânia
Combustíveis e inflação
A tensão na fronteira ucraniana renova preocupações com os preços das
commodities, em especial o petróleo. Para o Brasil, a valorização do
barril do tipo Brent desde o início da pandemia foi um responsáveis pela
inflação pelo efeito nos preços da gasolina e do diesel.
Para o economista Juan Jensen, sócio da 4E Consultoria, o principal impacto para o Brasil é justamente via petróleo e preço dos combustíveis e isso, por si só, não afeta tanto a recuperação brasileira.
"É
um quadro que pode piorar a questão inflacionária, mas não deveria ter
uma resposta do Banco Central. O BC está prevendo a redução do ritmo de
alta para a próxima reunião, e, a princípio, não mudará porque o
petróleo e os combustíveis não são preços afetados pela política
monetária. A economia está fraca por outras razões e vai continuar",
diz.
O preço do barril de petróleo teve média de US$ 44 em 2020 e chegou a US$ 70 no ano seguinte. O agravamento do conflito na Rússia deu novo impulso aos preços do insumo, que esbarram agora nos US$ 100.
Diferente dos anos anteriores, contudo, 2022 vem sendo marcado pela
entrada de dólares no país, fortalecendo o câmbio aos poucos. Até o
fechamento do mercado na segunda-feira (21), a moeda americana registra
queda de 8,39% no ano, negociando próximo aos R$ 5,10.
Com o petróleo subindo de um lado, mas o dólar caindo do outro,
forma-se uma gangorra que mantém os preços com certa estabilidade.
Miriam: Tensão na Ucrânia bate diretamente no Brasil nos combustíveis, alimentos e energia
Por isso, para Roberto Motta, chefe da mesa de derivativos da Genial
Investimentos, a "defesa" do Brasil contra um impacto nos combustíveis
foi a elevação agressiva da taxa Selic, que cria um diferencial de juros
que volta a ser atrativo para o investidor estrangeiro.
"O
conflito tem impacto inflacionário? Sim, mas não deve mudar o 'plano de
voo' do Banco Central, que é atrair dólar ao elevar — e manter no alto —
a taxa de juros em patamar muito restritivo", diz o analista.
A meta central de inflação para 2022 é de 3,50% e será oficialmente
cumprida se o índice oscilar entre 2% e 5%. Mas o boletim Focus,
sondagem semanal do BC com economistas do mercado financeiro, a projeção
é de 5,56%, um novo rompimento do teto e que explica o "pé no
acelerador" da subida de juros.
Também de acordo com o Focus, a projeção da Selic está em 12,25% ao ano
para o fim de 2022, contra os atuais 10,75%. O aperto dos juros é a
forma de compensar uma política fiscal de gasto mais intensa em ano
eleitoral.
"Esticar
o tempo de juros elevados pode gerar recessão em 2022, mas o BC deixou
claro que sua agenda é ancorar a inflação. Assim, o real continua
blindado por termos o maior juro real do mundo", diz Motta.
Bolsa e dólar
Em geral, conflitos geopolíticos provocam reação imediata dos mercados internacionais. A particularidade da tensão entre Rússia e Ucrânia é que as atividades têm sido anunciadas passo a passo desde o fim de 2021, espalhando o impacto nas bolsas.
Outra contribuição relevante é o aumento de juros dos Estados Unidos,
que tem agora mais um evento inflacionário para influenciar a análise do
Federal Reserve.
Mas, surpreendentemente, a bolsa brasileira reage positivamente e
bolsas estrangeiras têm quedas comedidas. Em suma, a reação é que o mercado já vinha se preparando para um evento mais determinante, como o reconhecimento das províncias separatistas na Rússia.
Além disso, a bolsa brasileira tem uma participação enorme de empresas
exportadoras de commodities, como Vale, Petrobras, Suzano e tantas
outras. Um aumento da demanda traria bons resultados e valorizaria os
preços dos papéis. Resultado foi a entrada de mais de US$ 50 bilhões na
bolsa neste ano.
A discussão, então, volta a se fixar nos próximos passos. Roberto
Motta, da Genial, diz que o conflito chegou a um ponto de não retorno,
em que o presidente russo Vladimir Putin não poderia retroceder sem
alguma conquista. Para ele, a independência das repúblicas separatistas
pró-Rússia no leste da Ucrânia, Donetsk e Luhansk, pode ser esse "troféu".
Mercado financeiro aumenta a previsão do IPCA pela 6ª semana seguida
"É
um evento que, se for bem contornado pela diplomacia, com nível
razoável de sanções, pode esvaziar as tensões e pode ser até bom para
ativos de risco.O problema é se Putin for tomado pela euforia e avançar", diz o analista.
"Os pêndulos serão Alemanha e França. A Alemanha é mais industrializada
e consome energia, vai ser dependente desses preços e vai ter que
instaurar sanções que sejam razoavelmente bem aceitas para não ver novas
escaladas no conflito", prossegue.
Não parece ser esse o curso das atitudes, por ora. O chanceler alemão,
Olaf Scholz, anunciou nesta terça-feira a suspensão da autorização para o
gasoduto Nord Stream 2, que liga a Rússia à Alemanha. O gasoduto aumentaria o abastecimento de gás russo à Europa, no momento em que a produção própria registra queda.
Apesar de tirar proveito das commodities, uma intensificação do conflito pode ser negativa para o Brasil.
“Quando
se tem risco global maior, os países emergentes sofrem mais porque o
investidor pode buscar uma situação mais confortável em juros dos EUA e
União Europeia. Podemos ter uma nova saída de investidores do Brasil",
lembra Wagner Parente, da BMJ.
Exportações
A Rússia
não é um dos grandes parceiros comerciais do Brasil. Não há, portanto,
um impacto direto nas exportações brasileiras. É fundamental, contudo,
estar atento às reações da China em meio ao aumento das tensões
geopolíticas na região.
A China, sim, é o maior parceiro comercial do Brasil e tradicionalmente tem um alinhamento com o governo russo.
"Até
o momento, os chineses se mantiveram alheios à situação. Mas, se
formarem uma oposição com Estados Unidos e Europa, tem-se um cenário de
polarização que pode impactar fortemente o Brasil”, analisa Parente, da
BMJ.
Na relação direta com a Rússia, o Brasil depende principalmente da produção de fertilizantes (60%) e outros itens ligados à agricultura.
No ano passado, quatro dos cinco produtos que o Brasil mais comprou dos russos serviam para preparação do solo. Um desabastecimento desses adubos e fertilizantes poderia aumentar os custos dos alimentos no país.
“A Rússia
é o maior exportador mundial de fertilizantes, o que pode afetar o
preço de commodities como a soja, e levar a impacto na produção de
proteína animal”, explica Parente.