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sexta-feira, 25 de junho de 2021

O 'peixe-fóssil' capaz de viver mais de 100 anos

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Cientistas imaginavam que o celacanto poderia viver durante cerca de 20 anos, mas um novo estudo sugere que chega perto de 100.
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TOPO
Por Helen Briggs, BBC

Postado em 25 de junho de 2021 às 12h30m


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Funcionários do Museu Nacional do Quênia exibem um celacanto capturado em 2001 — Foto: Getty Images via BBC
Funcionários do Museu Nacional do Quênia exibem um celacanto capturado em 2001 — Foto: Getty Images via BBC

Um peixe "fóssil vivo" pode sobreviver por um período impressionantemente longo. Talvez até um século, de acordo com um novo estudo.

Acreditava-se que o celacanto tivesse uma vida útil de cerca de 20 anos, mas novas estimativas sugerem que ele é um centenário do oceano, ao lado de tubarões.

Pesquisadores franceses estudaram marcas nas escamas de espécimes de um museu, da mesma forma que os anéis das árvores indicam a idade delas.

Eles acreditam que o peixe se reproduz apenas no final da meia-idade e pode ter uma gestação de até cinco anos.

Os peixes de crescimento lento, que produzem poucos filhotes, são particularmente vulneráveis ​​às pressões de extinção, como mudanças climáticas e a pesca predatória.

Conhecer a história de vida do celacanto pode ajudar a impor medidas de proteção e conservação ainda mais rígidas, disse Bruno Ernande, da Universidade de Montpellier, na França.

"Uma estrutura muito importante para medidas de conservação é ser capaz de avaliar a demografia das espécies", disse ele à BBC News. "Com essas novas informações, poderemos avaliá-las melhor."

Peixe celacanto no Quênia em foto de 2001  — Foto: George Mulala/Reuters
Peixe celacanto no Quênia em foto de 2001 — Foto: George Mulala/Reuters

O celacanto foi considerado por muito tempo como extinto, até que apareceu em uma rede de pesca na África do Sul em 1938.

Posteriormente, foram descobertas duas populações vivendo na costa leste da África e outra na costa de Sulawesi, na Indonésia.

A população africana é classificada como criticamente em perigo de extinção, possivelmente com apenas algumas centenas de indivíduos restantes.

"(O) celacanto parece ter uma das, senão a mais lenta, linhas de vida entre os peixes, e perto das dos tubarões e outros valentões do fundo do mar", disse Kélig Mahé, da Unidade de Pesquisa Pesqueira do Mar do Norte em Boulogne-sur-mer, na França.

"Nossos resultados, portanto, sugerem que ele pode estar ainda mais ameaçado do que o esperado devido à sua história de vida peculiar. Consequentemente, essas novas informações sobre a biologia e a história dos celacantos são essenciais para a conservação e o manejo da espécie."

Os celacantos são encontrados ao longo da costa da Indonésia e no oceano Índico — Foto: Getty Images via BBC
Os celacantos são encontrados ao longo da costa da Indonésia e no oceano Índico — Foto: Getty Images via BBC

Em estudos futuros, os cientistas planejam realizar análises adicionais de celacanto em escala para descobrir se a essa taxa de crescimento está relacionada à temperatura. A resposta fornecerá alguns insights sobre os efeitos das mudanças climáticas sobre essa espécie vulnerável.

Os ancestrais do celacanto evoluíram 420 milhões de anos atrás, sobrevivendo à mudança dos continentes e ao ataque de asteroides que exterminou os dinossauros.

Habitando em cavernas no fundo do oceano, os celacantos podem crescer até 1,8 metro, levando a balança a registrar mais de 90 kg.

A pesquisa foi publicada na revista Current Biology.

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Nova espécie de ancestral humano é descoberta em Israel

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Pesquisadores identificaram um tipo de ser humano antigo até então desconhecido, que teria vivido junto à nossa espécie há mais de 100 mil anos.
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TOPO
Por Pallab Ghosh, BBC

Postado em 25 de junho de 2021 às 10h30m


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Fragmento de crânio e mandíbula foram encontrados perto de Ramla em Israel — Foto: Avi Levin e Ilan Theiler
Fragmento de crânio e mandíbula foram encontrados perto de Ramla em Israel — Foto: Avi Levin e Ilan Theiler

Pesquisadores em Israel identificaram um tipo até então desconhecido de humano antigo que viveu junto à nossa espécie há mais de 100 mil anos.

Eles acreditam que os restos mortais encontrados perto da cidade de Ramla representam um dos "últimos sobreviventes" de um grupo humano muito antigo.

A descoberta, publicada na revista científica Science, consiste em uma parte do crânio e na mandíbula de um indivíduo que viveu entre 140 mil e 120 mil anos atrás.

Os membros da equipe acreditam que ele seja descendente de uma espécie mais antiga que pode ter se espalhado para fora da região há centenas de milhares de anos e dado origem aos neandertais na Europa e seus equivalentes na Ásia.

Eles chamaram a linhagem recém-descoberta de "Homo de Nesher Ramla".

A pesquisadora Hila May, da Universidade de Tel Aviv, em Israel, diz que a descoberta reformula a história da evolução humana, sobretudo a dos neandertais. No passado, o cenário geral da evolução dos neandertais esteve intimamente associado à Europa.

"Tudo começou em Israel. Sugerimos que um grupo local foi a população de origem", diz ela à BBC News.

"Durante os períodos interglaciais, hordas de humanos, do povo Nesher Ramla, migraram do Oriente Médio para a Europa."

Restos mortais foram descobertos durante escavação de um sumidouro — milhares de ferramentas de pedra e restos de animais também foram encontrados — Foto: YOSSI ZAIDNER
Restos mortais foram descobertos durante escavação de um sumidouro — milhares de ferramentas de pedra e restos de animais também foram encontrados — Foto: YOSSI ZAIDNER

A equipe acredita que os primeiros membros do grupo Homo de Nesher Ramla já estavam presentes no Oriente Próximo há cerca de 400 mil anos. Os pesquisadores notaram semelhanças entre as novas descobertas e os antigos grupos "pré-neandertais" na Europa.

"Esta é a primeira vez que podemos ligar os pontos entre diferentes espécimes encontrados no Levante", afirma a pesquisadora Rachel Sarig, também da Universidade de Tel Aviv.

"Há vários fósseis humanos das cavernas de Qesem, Zuttiyeh e Tabun que datam dessa época que não podíamos atribuir a nenhum grupo específico conhecido de humanos. Mas, comparando suas formas com as do espécime recém-descoberto de Nesher Ramla, justifica sua inclusão no [novo] grupo [humano]."

May sugere que esses humanos foram os ancestrais dos neandertais.

"O neandertal europeu na verdade começou aqui no Levante e migrou para a Europa, enquanto acasalava com outros grupos de humanos."

Outros viajaram para o leste, para a Índia e a China, assinala o professor Israel Hershkovitz, que também participou do estudo, sugerindo uma conexão entre humanos arcaicos do leste asiático e os neandertais na Europa.

"Alguns fósseis encontrados no Leste Asiático manifestam características semelhantes às dos neandertais, assim como os Nesher Ramla", afirma.

Os pesquisadores baseiam suas hipóteses em semelhanças nas características entre os fósseis israelenses e aqueles que foram encontrados na Europa e na Ásia. Mas sua argumentação é controversa. O professor Chris Stringer, do Museu de História Natural de Londres, no Reino Unido, recentemente avaliou restos mortais humanos chineses.

"Nesher Ramla é importante para confirmar ainda mais que diferentes espécies coexistiam ao lado umas das outras na região naquela época e agora temos a mesma história no oeste da Ásia", observa.

"No entanto, acho que é um salto muito grande no momento associar alguns dos fósseis israelenses mais antigos aos neandertais. Também estou intrigado com as sugestões de qualquer ligação especial entre os restos mortais de Nesher Ramla e os fósseis na China."

Os restos mortais de Nesher Ramla foram encontrados no que costumava ser um sumidouro, localizado em uma área frequentada por humanos pré-históricos. Esta pode ter sido uma área onde eles caçavam gado selvagem, cavalos e cervos, como indicado por milhares de ferramentas de pedra e ossos de animais caçados encontrados.

De acordo com uma análise do pesquisador Yossi Zaidner, da Universidade Hebraica de Jerusalém, em Israel, essas ferramentas foram construídas da mesma maneira que os humanos modernos da época também fabricavam seus utensílios.

"Foi uma surpresa que humanos arcaicos estivessem usando ferramentas normalmente associadas ao Homo sapiens. Isso sugere que houve interações entre os dois grupos", analisa Zaidner.

"Acreditamos que só é possível aprender a fazer as ferramentas por meio do aprendizado visual ou oral. Nossas descobertas sugerem que a evolução humana está longe de ser simples e envolveu muitas dispersões, contatos e interações entre diferentes espécies de humanos."

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