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segunda-feira, 29 de junho de 2020

Caixas misteriosas voltam a aparecer em praias de Ipojuca, no litoral de Pernambuco

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Segundo professor Clemente Junior, da UPE, a mesma corrente que transportou o óleo levou fardos de látex. Prefeitura diz que material é semelhante ao encontrado em 2018.  
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Por Isabela Veríssimo*, G1 PE  
29/06/2020 15h40  Atualizado há 6 horas
Postado em 29 de junho de 2020 às 21h45m

            .      Post.N.\9.370     .         
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'Caixas misteriosas' reaparecem no litoral pernambucano — Foto: Clemente Junior
'Caixas misteriosas' reaparecem no litoral pernambucano — Foto: Clemente Junior

"Caixas misteriosas" voltaram a aparecer nas praias de Ipojuca, no Litoral Sul de Pernambuco. Segundo a prefeitura, 14 fardos "do mesmo tipo do material localizado em 2018" foram localizados entre a semana passada e esta segunda (29). O professor Clemente Coelho Júnior, da Universidade de Pernambuco (UPE), informou que eles chegaram com a corrente sul equatorial, a mesma que transportou as manchas de óleo, em setembro de 2019.

Os primeiros fardos apareceram no litoral pernambucano em outubro de 2018. Eram cerca de 40 unidades, segundo o município.
A prefeitura informou, nesta segunda (29), que, na época, a investigação da Polícia Federal (PF) apontou que se tratava de látex natural. Seria uma matéria-prima utilizada na indústria da borracha, especialmente na produção de pneus e luvas de proteção.

Diante do novo aparecimento das caixas, o professor Clemente Júnior, do Instituto de Ciências Biológicas da UPE, disse que a chegada do inverno agitou a correnteza e provocou o retorno dos fardos. Segundo ele, o material foi observado nas praias de Cupe e Muro Alto.

As caixas parecem compactas, feitas de um tipo de tecido, com cerca de 1metro cúbico. Segundo Clemente, o "tecido viscoso molhado", na verdade, é borracha, látex extraído de seringueiras. O material foi visto, também neste ano, em João Pessoa, na Paraíba.

"São prensados de látex que servem como matéria prima na fabricação de pneus, preservativos, luvas, botas e materiais emborrachados. Uma borracha que passa por um processo industrial", explicou Clemente.
Fardos são feitos de látex, diz professor da Universidade de Pernambuco — Foto: Clemente Junior
Fardos são feitos de látex, diz professor da Universidade de Pernambuco — Foto: Clemente Junior

Segundo o professor, o material é tratado com compostos que podem ser nocivos. Por isso, existe a recomendação é que não mexam nos fardos e comuniquem ao órgão ambiental devido para que sejam retirados da areia. O material pode ser levado para um aterro sanitário ou ser reutilizado.

"Esses fardos começaram a aparecer em setembro de 2018 em Alagoas, mas se espalhou pelo Nordeste. Veio com a corrente sul equatorial, a mesma que trouxe as manchas de óleo em setembro de 2019. Eles já foram encontrados no Piauí e no Rio Grande do Norte", contou o professor.

Ainda segundo Clemente, a chegada do inverno tem forte influência no novo aparecimento dos fardos. "Eles vêm com correntes e estão surgindo agora por causa de uma agitação em função do inverno. São ventos mais fortes e correnteza. Esse material estava no fundo do oceano e voltou a ser 'cuspido'", explicou.
Fardo encontrado em praia de Ipojuca foi levado para análise — Foto: Pregfeitura de Ipojuca/ Divulgação
Fardo encontrado em praia de Ipojuca foi levado para análise — Foto: Pregfeitura de Ipojuca/ Divulgação

Prefeitura
Por meio de nota, a prefeitura de Ipojuca disse que se trata de um crime ambiental. Ainda de acordo com a administração municipal, o laudo da PF "sugere que o material descartado seja oriundo do Sudeste asiático em direção ao canal do Panamá e portos dos Estados Unidos, já que os principais países produtores deste material são a Indonésia, Malásia, Tailândia e Vietnã".

A prefeitura informou, ainda, que "apesar das evidências, desde 2018, entende que as investigações não avançaram e as caixas voltaram a aparecer sem nenhum tipo de marca que auxilie na origem da carga".

Diante do surgimento das novas unidades, a prefeitura informou ter enviado um comunicado sobre à Marinha, à Capitania dos Portos e à Secretaria de Meio Ambiente de Pernambuco.
A Agência do Meio Ambiente do da cidade informou que "realiza monitoramento diário e pede reforço das autoridades neste monitoramento para além dos limites do município".

Ainda segundo a prefeitura, o "descarte do material, conforme a orientação da perícia criminal e ambiental da PF, poderá ser feito tanto em aterros sanitários como também em empresas consumidoras de borracha natural para reutilização do produto".

O G1 entrou em contato com a Agência Pernambucana de Meio Ambiente (CPRH) e não recebeu retorno até a última atualização desta reportagem.
Fardo apareceu na Praia do Cupe, em Ipojuca, em junho deste ano — Foto: Clemente Junior
Fardo apareceu na Praia do Cupe, em Ipojuca, em junho deste ano — Foto: Clemente Junior

Natureza dos fardos
Em outubro de 2018, a Diretoria de Controle de Fontes Poluidoras, CPRH, investigou a possibilidade dos fardos serem equipamentos usados para amenizar o impacto de navios ao atracar em portos.

Pesquisadores do Instituto de Ciências do Mar (Labomar), da Universidade Federal do Ceará (UFC), concluíram que os pacotes eram provenientes de um navio alemão que naufragou no litoral nordestino em 1944.

A descoberta ocorreu durante pesquisas para tentar identificar a origem das manchas de óleo que surgiram no litoral do Nordeste. O navio naufragou entre 1º e 4 de janeiro de 1944, mas só foi descoberto mais de 50 anos depois, em 1996, a cerca de mil quilômetros do litoral.

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Comitê da FGV que estuda ciclos econômicos diz que Brasil entrou em recessão no 1º trimestre

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Codace indentificou o fim de uma expansão econômica que durou 12 trimestres — entre o primeiro trimestre de 2017 e o quarto de 2019. 
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Por G1  
29/06/2020 11h20  Atualizado há 2 horas
Postado em 29 de junho de 2020 às 14h30m

            .      Post.N.\9.369     .         
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O Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (Codace), da Fundação Getulio Vargas (FGV), identificou, na sua última reunião, na sexta-feira (26), a ocorrência de um pico no ciclo de negócios brasileiro no quarto trimestre de 2019 e afirmou que isso indica que o país entrou em recessão já no 1º trimestre.

"O pico representa o fim de uma expansão econômica que durou 12 trimestres — entre o primeiro trimestre de 2017 e o quarto de 2019 — e sinaliza a entrada do país em uma recessão a partir do primeiro trimestre de 2020", informou, em comunicado, o grupo, ligado ao Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV.

Há diferentes maneiras de definir uma recessão. A chamada recessão técnica é registrada quando o Produto Interno Bruto (PIB) de um país cai por dois trimestres consecutivos.

Já o conceito usado pelo Codace considera que há recessão quando é observada uma queda generalizada no nível de atividade econômica, independentemente de haver dois trimestres seguidos de PIB negativo. São analisados indicadores como consumo, investimento, nível de emprego, desempenho da construção civil, importações e exportações, por exemplo.

O Codace também realizou a datação mensal da recessão de 2014-2016 ao identificar um pico em março de 2014 e um vale em dezembro de 2016. Isso significa que a recessão teria durado 33 meses, entre abril de 2014 e dezembro de 2016, a mais longa já registrada no país, superando a recessão de 1989-1992, que durou 30 meses.
No 1º trimestre, o PIB do Brasil encolheu 1,5%. O Ibre projeta retração de 9,8% no 2º trimestre, com recuperação muito gradual no 2º semestre.

Os economistas do mercado financeiro voltaram a piorar as estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2020, segundo o boletim "Focus" do Banco Central divulgado nesta segunda-feira. A projeção passou de uma retração de 6,50% para 6,54%.

Já o Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta que a economia brasileira irá recuar 9,1% neste ano. Se confirmada as previsões, o tombo da economia brasileira deverá ser o maior em 120 anos, pelo menos.
Variação do PIB trimestre a trimestre desde 2015 — Foto: Rodrigo Sanches/G1
Variação do PIB trimestre a trimestre desde 2015 — Foto: Rodrigo Sanches/G1

O Codace foi criado pela FGV em 2004 com a finalidade de determinar uma cronologia de referência para os ciclos econômicos brasileiros, estabelecida pela alternância entre datas de picos e vales no nível da atividade econômica. A fase cíclica marcada pelo declínio na atividade econômica de forma disseminada entre diferentes setores econômicos é denominada recessão. A fase entre um vale e um pico do ciclo é chamada expansão.

O Codace é formado por oito membros com conhecimento em ciclos econômicos. Embora tenha sido criado e receba apoio operacional da FGV, a FGV destaca que as decisões do Comitê são independentes. No comunicado desta segunda-feira, o comitê também informou a entrada de dois novos membros: os professores Fernando Veloso, em substituição a Regis Bonelli, e Vagner Ardeo, na condição de membro secretário sem direito a voto.

Além deles, estiveram presentes na reunião os especialistas: Affonso Celso Pastore, diretor da AC Pastore & Associados, como coordenador; Edmar Bacha, diretor do Iepe-Casa das Garças; João Victor Issler, professor da FGV/EPGE; Marcelle Chauvet; professora da Universidade da Califórnia; Marco Bonomo, pofessor do Insper; e Paulo Picchetti, professor da FGV/EESP e pesquisador do FGV/IBRE.

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Técnica 'origami de DNA' desenhada há quase 15 anos é testada para design de vacinas contra HIV e Covid-19

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Artigo publicado nesta segunda-feira (29) mostra resultados promissores em laboratório contra o HIV. Pesquisadores do MIT adaptam material para o Sars CoV-2.  
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Por Carolina Dantas, G1  
29/06/2020 12h00  Atualizado há uma hora 
Postado em 29 de junho de 2020 às 13h05m

            .      Post.N.\9.368     .         
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'Origami de DNA' para o Sars CoV-2  — Foto: MIT News
'Origami de DNA' para o Sars CoV-2 — Foto: MIT News

Em 2006, o bioengenheiro Paul Rothemund assinava um estudo na "Nature" com sequências de DNA moldadas em triângulos, estrelas, emoji de sorriso. O artigo mostrava a maleabilidade da molécula e como ela poderia carregar informações em formatos diferentes. Nesta segunda-feira (29), cientistas apresentam um novo artigo com a mesma técnica para testes em vacinas - uma forte resposta imune foi observada com o HIV, e a mesma estratégia é prevista contra o Sars-Cov-2.
O método de criar formas e padrões em nanoescala usando DNA ficou conhecido como "origami de DNA" - em seu site, Rothemund chega a se desculpar com os japoneses pela apropriação do termo. Talvez, o melhor seja usar "dobrar o DNA", disse.

Pesquisadores do MIT, Mark Bathe e Darrell Irvine resolveram então dobrar o DNA em uma estrutura semelhante a um vírus em partículas do HIV. O resultado é apresentado na "Nature Nanotechnology" quase 15 anos após o artigo de Rothemund, com uma forte resposta imune de células humanas cultivadas em laboratório.

Ou seja: Bathe e Irvine imitaram o tamanho e a forma do vírus HIV em partículas de DNA, que são revestidas com proteínas e antígenos em padrões precisos em busca de uma resposta imune das células humanas. Em laboratório, funcionou, de acordo com o artigo desta segunda-feira.

Agora, os cientistas do MIT trabalham em uma adaptação do "origami de DNA" para testar o melhor formato de vacina contra o Sars CoV-2, da Covid-19. No artigo, eles antecipam que a técnica é promissora para uma grande variedade de doenças virais.
"As regras ainda rudimentares de design que começaram a sair deste trabalho devem ser aplicáveis de forma genérica em antígenos para doenças", explicou Darrel Irvine.

Desde a década de 1980
Mesmo que a técnica tenha sido inventada em 2006 por Paul Rothemund, a molécula de DNA é alvo de projetos para entrega de medicamentos e outras aplicações desde a década de 1980.

O laboratório de Mark Bathe, em 2016, desenvolveu um algoritmo capaz de projetar automaticamente as formas tridimensionais semelhantes aos vírus com a técnica "origami de DNA". O método oferece um controle maior à ideia de Rothemund, com a possibilidade de anexar uma série de moléculas em lugares específicos da fita dobrada.
"A estrutura de DNA é como um quadro em que os antígenos podem ser conectados em qualquer posição", disse Bathe. "Essas partículas são semelhantes aos vírus e nos permitiram revelar princípios moleculares para o reconhecimento de células imunes pela primeira vez".
Teoricamente, a ideia de Bathe funciona porque os vírus têm proteínas em sua superfície. Nosso sistema imunológico evoluiu para conseguir detectá-las e desenvolver respostas imunes. No caso da Covid-19, as pesquisas mostram a superfície do Sars CoV-2 tem a Spike, uma proteína em forma de espinho que se liga a receptores em busca de acesso às células humanas.

Por isso, nos últimos meses, o laboratório de Bathe fez uma parceria com o Instituto Ragon para adaptar o projeto do HIV publicado em artigo nesta segunda-feira para a estrutura do Sars CoV-2. Eles estão testando se o uso do "origami de DNA" apresentará uma resposta imune eficaz contra a Covid-19 em células em laboratório e em camundongos.

VACINA CONTRA A COVID-19

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Relatório do TCU mostra que 620 mil pessoas receberam auxílio emergencial sem ter direito

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Documento obtido com exclusividade pelo programa Fantástico mostra que entre os beneficiários estão empresários, parentes de políticos e até pessoas que já morreram. 
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Por Giovani Grizotti, RBS TV  
28/06/2020 22h04  Atualizado há 9 horas 
Postado em 29 de junho de 2020 às 08h00m

            .      Post.N.\9.367     .         
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Exclusivo: TCU aponta que 620 mil pessoas receberam auxílio emergencial sem ter direito
Exclusivo: TCU aponta que 620 mil pessoas receberam auxílio emergencial sem ter direito

Um levantamento obtido com exclusividade pelo programa Fantástico, da TV Globo, mostra que 620 mil pessoas, inclusive mortos, receberam o auxílio emergencial do governo federal sem ter direito.

Segundo o primeiro relatório de acompanhamento de dados, relacionados às ações de combate à Covid-19, feito pelo Tribunal de Contas da União, caso esses pagamentos indevidos não sejam interrompidos, podem gerar um prejuízo de mais R$ 1 bilhão aos cofres públicos.

O benefício é destinado apenas para quem está enfrentando dificuldades financeiras durante a pandemia, mas o relatório mostra que até milionários receberam.

No documento, de 32 páginas, que ainda será apresentado aos demais ministros do órgão, os fiscais do TCU detalharam todas as irregularidades descobertas no primeiro mês de pagamento do benefício, em abril.
De acordo com o relatório, foram pagos R$ 35,8 bilhões para 50.228.253 milhões de beneficiários.

"Nessas irregularidades, tem pessoas que receberam sem ter solicitado, então a irregularidade certamente será resolvida com o chamamento para devolução, e tem aquelas irregularidades que constituem fraudes", explica a procuradora da República, Zélia Luiza Pierdona.

Ana Paula Brocco, de Espumoso, no Norte do Rio Grande do Sul, está na lista de beneficiados com o auxílio emergencial. Num site de casamentos, ela organiza a festa numa praia no Caribe e a lua de mel num resort de luxo. A cerimônia está marcada para dezembro deste ano.

Ela foi procurada pela reportagem, mas não quis se manifestar.
Na noite de sexta-feira (26), o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul derrubou uma liminar que Ana Paula tinha conseguido na Justiça de Espumoso, que proibia a citação de seu nome na reportagem.
Ana Paula Brocco, de Espumoso, no Norte do Rio Grande do Sul, está na lista de beneficiados com o auxílio emergencial do governo federal.  — Foto: Arquivo pessoal
Ana Paula Brocco, de Espumoso, no Norte do Rio Grande do Sul, está na lista de beneficiados com o auxílio emergencial do governo federal. — Foto: Arquivo pessoal

Na lista de beneficiários do governo federal também está Rosângela de Freire Melo, também de Espumoso. Ela mora numa casa confortável, dirige um carro de luxo e nas redes sociais mostra que tem visitado vários destinos internacionais, frequentando hotéis com diárias que podem passar de R$ 1,2 mil - valor que ela recebeu do auxílio emergencial.
Em um áudio, que vazou de um aplicativo de mensagens, Rosângela debocha do benefício.
"Acho que eu vou trocar de moto, vou comprar um carro novo pra mim", diz ela.
Rosângela também comenta que a filha, Lorraine, que mora na cobertura de um prédio da cidade, e já fez protestos contra a corrupção, também foi beneficiada.
"A Lorraine ganhou já e já gastou. O dela que era R$ 600. (...) eu quero dar tanta risada", fala.

Procurada pelo equipe do Fantástico, Rosângela não quis se manifestar.
O dono de uma vinícola, em Nova Roma do Sul, na Serra, também é um dos beneficiários do auxílio. O empresário Divanildo Kloss disse que se inscreveu de brincadeira.

"Eu não quis receber. Eu devolvi. Só fiz pra brincar. Era só pra saber se ia passar ou não, entendeu? Jamais ia querer nada. (...) Mas eu não saquei. Vou devolver", explica.

De acordo com o relatório, 235.572 empresários, que não são microempreendedores individuais, receberam o benefício irregularmente. Também foram pagos 15.850 auxílios para pessoas com renda acima do limite estabelecido pelo programa.

"O governo, exaustivamente, publicou na imprensa quais eram as pessoas que poderiam ter acesso a esse benefício. Ou seja, ter renda individual até R$ 522,50 ou renda mensal familiar ate R$ 3.135. Então, quem teve acesso a essa informação, de que haveria disponível um beneficio, e evidentemente que ele procurou e ouviu que tenha esses requisitos. E ele, mesmo assim, procurou o cadastro. Aí ela já rompeu o limite da moralidade. Ele começou a praticar algo de irregular. Já descambando para o ilícito", diz o advogado José Luís Blaszak.

Parentes de políticos também estão na lista de beneficiados. Em Santa Maria do Herval, a esposa de um vereador recebeu R$ 600. Neiva Lechner mora numa casa com piscina e a família é dona de uma financeira.

Ela não quis falar com a equipe do Fantástico, mas em pronunciamento na Câmara de Vereadores, o marido e vereador Diego Lechner tentou defender a mulher.
"Pelo que eu sei, a lei diz que esse dinheiro está disponível para quem tem direito. E não pra quem precisa", disse Diego Lechner.
"Se eu requeri esse benefício e prestei informações falsas, tem crimes", diz a procuradora da República.

De acordo com o TCU, 17.084 mortos sacaram o dinheiro. É o caso do José Carlos Líbano, morto por engano numa chacina há 4 anos, em Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre. A viúva diz que não sabe como a fraude foi cometida.

"A senhora não tem nem ideia de quem possa estar sacando esse dinheiro?", pergunta o repórter. "Não, porque só quem tinha acesso mesmo seria eu", disse a desempregada Leci França.

Para preencher o cadastro do auxílio emergencial, basta fornecer dados pessoais como profissão, renda mensal e a conta para receber o dinheiro.

Foi desta forma que Márcia Oliveira de Aguiar, a esposa de Fabrício Queiroz e foragida da Justiça, conseguiu sacar R$ 600. Márcia é suspeita, junto com o marido, de participar de um suposto esquema de rachadinha no gabinete do senador Flávio Bolsonaro.

O Fantástico mostrou há um mês, traficantes, assassinos, ladrões de bancos e foragidos da Justiça que estavam na lista de beneficiários do auxilio emergencial.

no novo relatório do tcu, há fortes indícios de que 7.046 beneficiários estejam presos e, portanto, não teriam direito ao benefício.

De acordo com o Ministério da Cidadania, 47,7 mil pessoas que receberam o benefício, mas não se enquadravam nos critérios da lei, devolveram o dinheiro. Com isso, voltaram aos cofres públicos R$ 39,6 milhões. O Ministério também já suspendeu o pagamento de 600 mil benefícios entre a primeira e a segunda parcela, por irregularidades.

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