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terça-feira, 28 de dezembro de 2021

Paleontólogos estudam ovos fossilizados de dinossauro carnívoro encontrados em Presidente Prudente

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Fósseis em associação estavam no sítio paleontológico no Parque dos Girassóis e têm entre 60 milhões e 80 milhões de anos.
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Por Stephanie Fonseca, g1 Presidente Prudente

Postado em 28 de dezembro de 2021 às 19h35m

Post.- N.\ 10.146

Ovos fossilizados de dinossauro terópode foram encontrados em Presidente Prudente (SP) e estão sob estudos de pesquisadores — Foto: Stephanie Fonseca/g1
Ovos fossilizados de dinossauro terópode foram encontrados em Presidente Prudente (SP) e estão sob estudos de pesquisadores — Foto: Stephanie Fonseca/g1

Uma ninhada de ovos de dinossauro terópode encontrada em Presidente Prudente (SP) está sob estudos de pesquisadores. O material fossilizado é do período Cretáceo Superior e tem entre 60 milhões e 80 milhões de anos. A descoberta foi divulgada ao g1 e à TV Fronteira neste domingo (26) pelo paleontólogo William Roberto Nava.

A primeira ocorrência de ovos fossilizados encontrados no sítio paleontológico do Parque dos Girassóis, em Presidente Prudente, é de setembro e outubro de 2020, segundo lembrou o paleontólogo. Eram ovos de crocodilos.

Passado quase um ano, especificamente em agosto de 2021, um novo material foi encontrado. Este não é associado a crocodilomorfo, mas, sim, a alguma espécie de dinossauro terópode, ou seja, carnívoro.

Paleontólogo segura na mão um ovo de crocodilo, também fossilizado, para comparar tamanho com a ninhada de ovos de dinossauro — Foto: Stephanie Fonseca/g1
Paleontólogo segura na mão um ovo de crocodilo, também fossilizado, para comparar tamanho com a ninhada de ovos de dinossauro — Foto: Stephanie Fonseca/g1

Essa associação ocorre devido a fatores como tamanho dos ovos e as características das cascas.

Os ovos são um pouco maiores do que os de crocodilomorfo, têm a casca mais grossa, e a textura da casca é diferente de crocodilomorfo. Então, estamos associando esses ovos maiores, que são cinco, a alguma espécie de dinossauro terópode, ou seja, um dinossauro carnívoro que viveu nesse ponto e o usou milhões de anos atrás pra postura desses ovos, ao lado dos crocodilomorfos. Então, é também uma descoberta muito importante, declarou Nava ao g1.

Ovos fossilizados de dinossauro terópode foram encontrados em Presidente Prudente (SP) e estão sob estudos de pesquisadores — Foto: William Nava/Arquivo pessoal
Ovos fossilizados de dinossauro terópode foram encontrados em Presidente Prudente (SP) e estão sob estudos de pesquisadores — Foto: William Nava/Arquivo pessoal

Pelo tamanho e pelo formato dos ovos, dá para estimar que era uma espécie de dinossauro carnívora de pequeno porte, conforme o paleontólogo.

Enquanto nos ovos de crocodilos temos as dimensões entre 6 centímetros por 3,5 centímetros, esses de dino carnívoro medem em torno de 12 a 13 centímetros de comprimento por 6 a 7 centímetros de largura. Então, eles são bem maiores, indicando não se tratar de ovos de crocodilo e, sim, de alguma espécie desconhecida de dinossauro carnívoro, esclareceu.

Casca dos ovos dos dinossauros carnívoros possui uma textura em forma de 'ondinhas' — Foto: Stephanie Fonseca/g1
Casca dos ovos dos dinossauros carnívoros possui uma textura em forma de 'ondinhas' — Foto: Stephanie Fonseca/g1

Nava ainda explicou que, normalmente, ovos fossilizados de crocodilomorfos possuem a casca externa com uma textura porosa ou lisa. Já a casca dos ovos dos dinossauros carnívoros possui uma textura em forma de ondinhas. Parecem pequenas minhoquinhas onduladas, o que difere da textura do crocodilomorfo, descreveu.

Então, a ornamentação da casca desses ovos de dinos é muito semelhante à dos encontrados na Argentina e na Mongólia, comentou Nava, que contou com a ajuda da auxiliar de campo e estagiária do Museu de Paleontologia de Marília(SP), Giovanna Paixão.

Ornamentação da casca desses ovos de dinossauros e tamanho são semelhantes aos dos encontrados na Argentina e na Mongólia — Foto: Stephanie Fonseca/g1
Ornamentação da casca desses ovos de dinossauros e tamanho são semelhantes aos dos encontrados na Argentina e na Mongólia — Foto: Stephanie Fonseca/g1

Uma observação acrescentada pelo paleontólogo é que quando diz-se tratar de um dinossauro desconhecido é porque junto e ao redor do ponto onde a ninhada foi encontrada não havia vestígios, como um dente ou parte de osso, por exemplo, que pudessem associar a uma espécie.

Como o único registro são ovos isolados, vai precisar fazer um estudo em laboratório para determinar aproximadamente a que espécie ou a que grupo de dinossauros carnívoros de pequeno tamanho os ovos pertenceram, destacou ao g1.

Descoberta divulgada pelo paleontólogo William Nava é importante para a ciência  — Foto: Stephanie Fonseca/g1
Descoberta divulgada pelo paleontólogo William Nava é importante para a ciência — Foto: Stephanie Fonseca/g1

Importante descoberta

O primeiro registro de ovos fossilizados na região de Presidente Prudente relacionado a esses vertebrados no Parque dos Girassóis foi o de crocodilomorfo. A ninhada foi encontrada no ano passado.

Já na região, havia um registro de uns anos atrás de um possível ovo de ave pré-histórica num ponto perto do trevo de Álvares Machado (SP).

Ovos fossilizados de dinossauro terópode foram encontrados em Presidente Prudente (SP) e estão sob estudos de pesquisadores  — Foto: William Nava/Arquivo pessoal
Ovos fossilizados de dinossauro terópode foram encontrados em Presidente Prudente (SP) e estão sob estudos de pesquisadores — Foto: William Nava/Arquivo pessoal

Um ovo isolado, bem menor do que esses que nós estamos vendo agora e foi associado a ave, então, esse material de dinossauro e crocodilomorfo é o segundo registro pra região de Presidente Prudente de ovos desses animais primitivos, que viveram junto com os dinossauros ou que foram realmente dinossauros, pontuou o pesquisador.

Nava ressaltou que se trata de um registro extremamente importante e está num sítio paleontológico que é envolvido pela cidade e preservado pela Prefeitura de Presidente Prudente, o que auxilia na continuidade das escavações.

A descoberta de meses atrás da ninhada de ovos de dinossauro nos motiva ainda mais a continuar explorando essa área em que, com certeza, outros materiais surgirão tranquilamente, declarou ao g1.

Ovos de dinossauro são encontrados em Presidente Prudente
Ovos de dinossauro são encontrados em Presidente Prudente

Ambiente propício

As ninhadas – de dinossauro e de crocodilos – estavam no mesmo nível topográfico do terreno, a uma distância de 4 a 5 metros. Segundo Nava, a situação indica que no passado, muito provavelmente, aquele ponto era um local de nidificação tanto de crocodilos quanto de pequenos dinossauros carnívoros.

Eles encontraram um ambiente propício para a postura dos ovos, até o nascimento dos filhotes, disse ao g1 o paleontólogo.

Ovos fossilizados de dinossauro terópode foram encontrados em Presidente Prudente (SP) e estão sob estudos de pesquisadores  — Foto: William Nava/Arquivo pessoal
Ovos fossilizados de dinossauro terópode foram encontrados em Presidente Prudente (SP) e estão sob estudos de pesquisadores — Foto: William Nava/Arquivo pessoal

Entretanto, os ovos – de dinossauro e de crocodilos – estão ainda inteiros, ou seja, não eclodiram devido a algum evento desconhecido que aconteceu naquela época e impossibilitou o nascimento dos filhotes. Isso deve ser estudado.

"Na realidade, para estarem inteiros, esses ovos foram soterrados rapidamente por sedimentos, o que certamente impediu que eclodissem, preservando assim a postura em sua condição natural. Isso é possível observar também nas ninhadas de ovos de crocodilomorfos achadas próximas", detalhou Nava, que é diretor e curador de fósseis do Museu de Paleontologia de Marília.

Mas é um dado interessante, conforme destacou Nava. Vai saber se num desses [cinco] ovos a gente tenha um embrião fossilizado. Seria super bacana, seria algo inédito pro Brasil, comentou o paleontólogo ao lembrar uma recente descoberta na China.

Nós estamos desenvolvendo esse achado aqui de Presidente Prudente como algo também extremamente importante pro desenvolvimento da paleontologia brasileira, porque ovos são materiais frágeis, difíceis de preservar, e encontrar ovos em associação é muito raro e importante, salientou.

Willian Nava lidera escavações no sítio paleontológico de Presidente Prudente — Foto: Stephanie Fonseca/g1
Willian Nava lidera escavações no sítio paleontológico de Presidente Prudente — Foto: Stephanie Fonseca/g1

Estudos e análises

Bem preservados, esses fósseis de um carnívoro retirados em agosto deverão agora em 2022 ser submetidos a análises e estudos mais profundos. Vamos fazer estudos com as cascas dos ovos pra determinar possivelmente que espécie de dinossauro carnívoro era, indicou.

Por ora, o estudo será concentrado nos fragmentos de casca. Os ovos não serão encaminhados para Brasília (DF), até por questão de segurança.

Os ovos são materiais frágeis que precisam ser preservados, então, inicialmente, só fragmentos de casca vão ser encaminhados para a Universidade de Brasília [UnB] e lá serão submetidos a microscopia eletrônica de varredura, que são análises bem minuciosas tanto pra determinar que grupo de dinossauros carnívoros era quanto pra associar com algo que se tenha aqui na América do Sul, relatou.

Também vai ser avaliada uma característica presente em um dos ovos. [Ele] apresenta uma recristalização de carbonato ou calcita, que é um mineral, é algo que está interno e chama muito a nossa atenção, contou ao g1. Os outros quatro ovos têm arenito dentro.

Numa análise quase que grosseira [superficial], por enquanto, estimamos que essa recristalização de carbonato que está internamente, que tem uma coloração cinza brilhante, pode possivelmente ser o líquido amniótico que envolvia o embrião do dinossaurinho e que por algum fator físico e químico sofreu essa recristalização, essa mudança, e formou esses cristais em volta, disse.

É uma hipótese que precisaríamos testar. Ou seja, o ovo está preenchido por carbonato que dá aquela impressão de estar (re)cristalizado".

Somente uma análise de microscopia eletrônica de varredura, que é feita em laboratório, pode afirmar se internamente há ou não algum vestígio de embrião. Possivelmente não, porque se, de fato, for o líquido amniótico recristalizado, não poderá haver embrião ali. Mas é só uma análise futura que poderá nos dizer, finalizou Nava ao g1.

Ovos fossilizados de dinossauro terópode foram encontrados em Presidente Prudente (SP) e estão sob estudos de pesquisadores — Foto: Stephanie Fonseca/g1
Ovos fossilizados de dinossauro terópode foram encontrados em Presidente Prudente (SP) e estão sob estudos de pesquisadores — Foto: Stephanie Fonseca/g1

Ovos fossilizados de dinossauro terópode foram encontrados em Presidente Prudente (SP) e estão sob estudos de pesquisadores — Foto: Stephanie Fonseca/g1
Ovos fossilizados de dinossauro terópode foram encontrados em Presidente Prudente (SP) e estão sob estudos de pesquisadores — Foto: Stephanie Fonseca/g1

Ovos fossilizados de dinossauro terópode foram encontrados em Presidente Prudente (SP) e estão sob estudos de pesquisadores — Foto: Stephanie Fonseca/g1
Ovos fossilizados de dinossauro terópode foram encontrados em Presidente Prudente (SP) e estão sob estudos de pesquisadores — Foto: Stephanie Fonseca/g1

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Mudanças climáticas: os eventos extremos que provocaram mortes, deslocamentos e prejuízos bilionários em 2021

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Inundações e tempestades associadas às mudanças climáticas tiveram grande impacto nas pessoas em todo o mundo.
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TOPO
Por Matt McGrath, BBC

Postado em 28 de dezembro de 2021 às 17h25m

Post.- N.\ 10.145

1º de setembro - Homem fica desolado após as inundações destruírem sua casa na passagem do furacão Ida — Foto: John Locher/AP
1º de setembro - Homem fica desolado após as inundações destruírem sua casa na passagem do furacão Ida — Foto: John Locher/AP

Eventos extremos associados às mudanças climáticas trouxeram miséria para milhões em todo o mundo em 2021, de acordo com um novo relatório.

O estudo, realizado pela ONG Christian Aid, identificou 10 eventos extremos, cada um deles causando prejuízos bilionários.

O estudo foi fechado antes do fim do ano e, portanto, não contemplou as mais recentes catástrofes, como os ciclones que devastaram parte do estado do Kentucky, nos Estados Unidos, nem tampouco as enormes enchentes que assolam o estado da Bahia, no Brasil.

Homem anda por rua inundada após enchente em Itajuípe (BA), próxima a Itabuna, no sul da Bahia, na segunda-feira (27). — Foto: Amanda Perobelli/Reuters
Homem anda por rua inundada após enchente em Itajuípe (BA), próxima a Itabuna, no sul da Bahia, na segunda-feira (27). — Foto: Amanda Perobelli/Reuters

Os maiores impactos financeiros vieram do furacão Ida, que atingiu os Estados Unidos em agosto, e das enchentes na Europa em julho.

A seca do Rio Paraná, que atinge Argentina, Brasil e Paraguai, também é citada no relatório como "outros eventos climáticos extremos", apesar de não ter tido seu prejuízo financeiro mensurado. O rio está no seu nível mais baixo em 77 anos.

Vista aérea do rio Paraná, próximo à cidade de Rosário, na Argentina — Foto: Getty Images via BBC
Vista aérea do rio Paraná, próximo à cidade de Rosário, na Argentina — Foto: Getty Images via BBC

Em muitas regiões mais pobres, inundações e tempestades causaram deslocamentos em massa de pessoas e grande sofrimento.

Nem todos os eventos climáticos extremos são causados ou vinculados às mudanças climáticas, embora os cientistas venham investigando essas conexões.

Um importante pesquisador, Friederike Otto, tuitou no início deste ano que cada onda de calor que está acontecendo no mundo agora é "tornada mais provável e mais intensa" pelas mudanças climáticas induzidas pelo homem.

Mulher carrega saco em área afetada por enchente em Bad Muenstereifel, na Alemanha, em 19 de julho de 2021 — Foto: REUTERS/Wolfgang Rattay
Mulher carrega saco em área afetada por enchente em Bad Muenstereifel, na Alemanha, em 19 de julho de 2021 — Foto: REUTERS/Wolfgang Rattay

Em relação a tempestades e furacões, há evidências crescentes de que as mudanças climáticas também está afetando esses fenômenos meteorológicos.

Em agosto, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU publicou a primeira parte de seu sexto relatório de avaliação.

Em relação aos furacões e ciclones tropicais, os autores disseram ter "grande confiança" sobre as evidências de que a intensidade desses eventos foi influenciada pela ação humana.

"A proporção de ciclones tropicais intensos, velocidades médias de vento de ciclone tropical e velocidades de vento de pico dos ciclones tropicais mais intensos aumentará em escala global com o aumento do aquecimento global", assinalou o estudo.

Apenas algumas semanas após o lançamento desse relatório, o furacão Ida atingiu os Estados Unidos.

 O rio Schuylkill ultrapassa sua margem na seção Manayunk da Filadélfia, quinta-feira, 2 de setembro de 2021, após chuvas torrenciais e ventos fortes causados ​​pelo furacão Ida que atingiu a área — Foto: Matt Rourke/AP
O rio Schuylkill ultrapassa sua margem na seção Manayunk da Filadélfia, quinta-feira, 2 de setembro de 2021, após chuvas torrenciais e ventos fortes causados ​​pelo furacão Ida que atingiu a área — Foto: Matt Rourke/AP

Segundo a Christian Aid, foi o evento climático mais destrutivo do ano em termos financeiros. O furacão fez com que milhares de moradores na Louisiana fossem evacuados.

Essa tempestade trouxe fortes chuvas em vários estados e cidades, com Nova York emitindo um alerta de emergência de inundação pela primeira vez.

Cerca de 95 pessoas morreram, com perdas econômicas estimadas em US$ 65 bilhões.

O segundo evento financeiro mais caro foram as inundações generalizadas na Alemanha, França e outros países europeus em julho.

A velocidade e a intensidade da água sobrecarregaram as estruturas de defesa e 240 pessoas morreram. Os danos registrados foram de cerca de US$ 43 bilhões.

No estudo, a maioria dos eventos climáticos da lista ocorreu em países desenvolvidos.

Isso porque é mais fácil estimar as perdas financeiras através de sinistros de seguro, geralmente disponíveis em países mais ricos, onde as pessoas podem pagar por apólices de suas casas e negócios.

Segundo a seguradora Aon, é provável que 2021 seja a quarta vez em cinco anos que catástrofes naturais globais custam mais de US$ 100 bilhões.

O relatório também documenta muitos outros eventos em que o impacto financeiro é mais difícil de determinar, mas o impacto nas pessoas é significativo.

As inundações no Sudão do Sul deslocaram mais de 800 mil pessoas, enquanto 200 mil tiveram que deixar suas casas para escapar do ciclone Tauktae, que atingiu Índia, Sri Lanka e Ilhas Maldivas em maio.

Ciclone Tauktae deixa pelo menos 16 mortos e 200 mil desabrigados na Índia
Ciclone Tauktae deixa pelo menos 16 mortos e 200 mil desabrigados na Índia

"É um enorme impacto humano", disse a autora do relatório, Katherine Kramer, da Christian Aid.

"Obviamente, perder sua casa, seu sustento e tudo mais, e não ter os recursos para reconstruir isso é incrivelmente difícil. Por outro lado, se você tiver seguro, pelo menos você tem algum mecanismo para recomeçar."

O relatório destaca a necessidade de maiores esforços na redução das emissões de dióxido de carbono de modo a minimizar os impactos futuros relacionados ao clima.

Também pede a diplomatas especializados em negociações sobre o clima que ajudem países mais pobres que sofrem enormes perdas econômicas.

Nas negociações climáticas globais da Cúpula do Clima da ONU em Glasgow (COP26), na Escócia, essa questão de financiamento para perdas e danos causados por eventos relacionados ao clima gerou grande desacordo entre os países.

As nações em desenvolvimento queriam dinheiro — os mais ricos disseram que mais diálogos são necessários.

"Embora tenha sido bom ver a questão das perdas e danos se tornar um grande problema na COP26, foi extremamente decepcionante terminá-la sem um fundo criado para realmente ajudar as pessoas que estão sofrendo perdas permanentes devido às mudanças climáticas", disse Nushrat Chowdhury,conselheiro de justiça climática da Christian Aid em Bangladesh.

"Criar esse fundo deve ser uma prioridade global em 2022."

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Pela primeira vez, mundo registra mais de 1 milhão de casos de Covid em 24 horas

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Dados são da plataforma "Our World in Data". Foram 1,4 milhão de casos registrados no dia 27 de dezembro.
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Por Lara Pinheiro e Mariana Garcia, g1

Postado em 28 de dezembro de 2021 às 15h15m

Post.- N.\ 10.144

Mundo registra mais de 1 milhão de casos de Covid em um único dia — Foto: Our World in Data
Mundo registra mais de 1 milhão de casos de Covid em um único dia — Foto: Our World in Data

O mundo registrou, pela primeira vez, mais de um milhão de casos em um único dia: 1,4 milhão. Os dados são da plataforma "Our World in Data", ligada à Universidade de Oxford.

Os dados são compilados desde janeiro de 2020. O primeiro grande pico foi registrado em 7 de janeiro deste ano, com quase 900 mil casos. Três meses depois, em abril, a marca de 900 mil foi rompida três vezes. Em dezembro, com a variante ômicron circulando, os registros diários se aproximaram de um milhão, batendo a marca nas últimas 24 horas.

  • 7 de janeiro de 2021: 892,8 mil
  • 22 de abril de 2021: 902,6 mil
  • 23 de abril de 2021: 904,4 mil
  • 28 de abril de 2021: 905,8 mil
  • 23 de dezembro de 2021: 983,3 mil
  • 27 de dezembro de 2021: 1,4 milhão

O país com o maior número de casos registrados foram os Estados Unidos, com mais de 512.553 casos, cerca de 37% do total. Em seguida vêm o Reino Unido (318.699, equivalente a 23%) e a Espanha (15%). É importante lembrar, entretanto, que países como o Reino Unido estão entre os que mais testam no mundo – por isso, é possível que haja casos ainda mais casos não rastreados em outros lugares.

Apesar da incerteza por causa dos níveis diferentes de testagem entre os países, mesmo no continente europeu, a Europa é a região responsável por mais da metade dos casos registrados na segunda-feira (27): dos 1,4 milhão de casos, 763.876 foram vistos nessa parte do mundo (o equivalente a 54,5% do total).

Também segundo o "Our World in Data", a Europa tem apenas 60,73% da população totalmente vacinada contra a Covid-19. No Brasil, esse percentual está próximo dos 67%.

O percentual europeu, entretanto, esconde realidades distintas entre os países: enquanto em Gibraltar – território ultramarino britânico – a cobertura vacinal está acima dos 100%, na Bósnia, na Armênia e em Guernsey, por exemplo, o percentual está em torno de 22%, os mais baixos da região.

Pessoas viajam no metrô com máscaras na linha Bakerloo do metrô de Londres, na Inglaterra, em 4 de outubro de 2021 — Foto: Matt Dunham/AP
Pessoas viajam no metrô com máscaras na linha Bakerloo do metrô de Londres, na Inglaterra, em 4 de outubro de 2021 — Foto: Matt Dunham/AP

Países reforçam medidas contra ômicron

Na segunda-feira (27), países como Alemanha, França, Reino Unido e Estados Unidos anunciaram restrições para conter a variante ômicron.

Na Alemanha, os encontros em grupo têm limite máximo de 10 pessoas vacinadas ou recuperadas da doença. Grandes eventos culturais e esportivos devem ocorrer sem público.

Na França, onde os 100 mil novos casos foram superados pela primeira vez em 24 horas desde o início da pandemia, o passaporte sanitário atual deve ser substituído pelo passaporte de vacinação. O país também decidiu que vai tornar compulsório o trabalho em casa pelo menos três dias por semana.

Novas restrições começam a valer na Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte
Novas restrições começam a valer na Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte

Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte decretaram novas restrições que incluem limite no total de pessoas em encontros, funcionamento de bares e distanciamento social. Enquanto isso, na Inglaterra, o governo aguarda mais evidências sobre se o serviço de saúde consegue lidar com as altas taxas de infecção.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), órgão de saúde dos Estados Unidos, atualizou nesta segunda-feira (27) suas diretrizes de isolamento para casos confirmados de Covid-19. O tempo recomendado passa de 10 para 5 dias, seguido de uso constante de máscara por mais 5 dias quando o paciente estiver em contato com outras pessoas.

O doutor Anthony Fauci, a maior autoridade de doenças infecciosas do país, pediu nesta segunda que as pessoas evitem aglomerações de Ano Novo para diminuir a disparada de casos provocados pela ômicron.

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