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sexta-feira, 18 de março de 2022

O brasileiro que está construindo 'carro voador' no quintal de casa

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Ex-engenheiro da Embraer que mora nos Estados Unidos trabalha em eVTOL recreativo capaz de fazer voos curtos.
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Por Victor Hugo Silva, g1

Postado em 18 de março de 2022 às 10h10m

Post.- N.\ 10.250

Conheça o "carro voador" que um brasileiro está criando por conta própria
Conheça o "carro voador" que um brasileiro está criando por conta própria

Enquanto grandes empresas anunciam projetos de eVTOLs (sigla em inglês para "veículo elétrico de pouso e decolagem vertical"), um brasileiro trabalha para criar seu próprio veículo voador. A "linha de montagem" não está em uma fábrica, mas no quintal de sua casa nos Estados Unidos.

O engenheiro Marcelo Lavrador, de 56 anos, é o principal responsável pelo projeto e contou ao g1 que a proposta não é criar um meio de transporte para deslocamentos pela cidade, como o eVTOL planejado pela Embraer.

A ideia do Human Drone Project, como ele batizou, é oferecer um veículo com lugar para uma pessoa, que tenha fins recreativos e faça voos de aproximadamente 15 minutos.

O projeto começou como um passatempo em 2019, quando Marcelo trabalhava em um centro de engenharia da Embraer em Melbourne, nos Estados Unidos, voltado para aviões executivos.

Ele passou a desenvolver o seu próprio eVTOL com a ajuda do colega americano Álvaro Calvo, que também era engenheiro na empresa de aviação. O brasileiro explica que os dois não tiveram ligação com o projeto do eVTOL da Embraer.

Nos últimos anos, eles estão registrando em um site os avanços que conseguiram na criação do eVTOL. A página inclui desde fotos de uma maquete em miniatura do veículo até vídeos com os primeiros voos em escala real. Confira abaixo mais detalhes sobre o Human Drone Project.

Conheça o eVTOL desenvolvido por brasileiro — Foto: Wagner Magalhães/Arte g1
Conheça o eVTOL desenvolvido por brasileiro — Foto: Wagner Magalhães/Arte g1

Os primeiros voos do "drone humano" foram não tripulados e chegaram a contar até com um boneco que simulava uma pessoa. Os testes tripulados começaram em junho de 2021, na terceira versão de testes do veículo.

Até o momento, Lavrador voou seis vezes em seu eVTOL. Os testes acontecem no quintal de sua casa na cidade de Indian Harbour Beach, na Flórida, e em um campo aberto na região.

"Estou em uma fase de pesquisa e desenvolvimento que, por sinal, é o que eu sei", diz o engenheiro. "Ainda preciso garantir que essa aeronave será extremamente segura".

Um dos pontos que estão sendo analisados é o chamado "fail safe", um jargão da aeronáutica que trata das ações que serão realizadas por uma aeronave em caso de falha para evitar acidentes de grandes proporções.

Com oito motores – uma quantidade comum para eVTOLs –, o veículo poderia ser programado para pousar caso um deles deixe de funcionar, por exemplo.

Marcelo é uma das poucas pessoas que testaram eVTOL apelidado de "drone humano" — Foto: Arquivo Pessoal
Marcelo é uma das poucas pessoas que testaram eVTOL apelidado de "drone humano" — Foto: Arquivo Pessoal

eVTOL recreativo

Lavrador diz que o projeto de "carro voador" da Eve, subsidiária da Embraer, compete com empresas como Joby e Volocopter, que trabalham em modelos mais complexos.

"Eles estão, de fato, no mercado de UAM", afirma o engenheiro, referindo-se à sigla em inglês para "Mobilidade Aérea Urbana". O termo se refere ao sistema de transporte em cidades e deverá incluir terminais e um sistema de comunicação próprios.

Álvaro Calvo e Marcelo Lavrador com o eVTOL do Human Drone Project — Foto: Arquivo Pessoal
Álvaro Calvo e Marcelo Lavrador com o eVTOL do Human Drone Project — Foto: Arquivo Pessoal

"No meu caso, por enquanto, minha ambição é mais baixa. Quero fazer um veículo parecido mais com um jet ski, que a pessoa compra para se divertir", explica.

Nesse ramo de eVTOLs com fins recreativos, já existe uma empresa em um estágio mais avançado: a Jetson Aero.

A fabricante sueca criou um modelo batizado de One, que tem uma cabine inspirada em carros de corrida e pode ser controlado com um joystick, para direcionar um veículo, e uma alavanca, para acelerá-lo.

'Kart voador'? Conheça eVTOL da Jetson One, que já foi comprado por brasileiro'Kart voador'? Conheça eVTOL da Jetson One, que já foi comprado por brasileiro

O Jetson One atinge velocidade máxima de 102 km/h, que é limitada por computador, e consegue fazer voos de até 20 minutos. Ele tem 134 unidades reservadas por clientes que pagarão US$ 92 mil cada um.

Marcelo afirma que não tem um número exato sobre a velocidade máxima do "drone humano", mas estima que ele passe dos 100 km/h.

Assim como a Jetson, ele pretende limitar a velocidade por computador para o modelo se enquadrar na categoria "ultraleve" prevista pela regulação dos Estados Unidos, que é parecida com a do Brasil.

Procurada pelo g1, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) explicou que veículos como o Jetson One podem ser operados no Brasil, mas precisam seguir algumas regras para ultraleves.

A regulamentação determina, por exemplo, que a operação desses veículos deve ser feita por maiores de 18 anos fora de áreas densamente povoadas e ter fins esportivos ou recreativos.

Como será pilotado?

O eVTOL do Human Drone Project terá dois controles, que lembram joysticks de video games antigos. Segundo Marcelo, a ideia é não exigir um grande treinamento para uma pessoa começar a pilotar a aeronave.

O joystick da esquerda permitirá controlar a impulsão e fazer movimentos de guinada para os lados. O joystick da direita será usado para subir ou descer o "nariz" da aeronave e controlar o eixo horizontal com movimentos parecidos ao de inclinar as asas de um avião.

Rádio controle usado na versão de testes do eVTOL do Human Drone Project — Foto: Arquivo Pessoal
Rádio controle usado na versão de testes do eVTOL do Human Drone Project — Foto: Arquivo Pessoal

Por enquanto, a versão de testes ainda não conta com os joysticks. Ela é pilotada com ajuda de um rádio controle que é levado dentro do veículo e semelhante aos que são usados para controlar drones. Mas, esta ainda é uma solução provisória.

"É superperigoso, por isso também não faço voos longos, por enquanto. Imagine se o rádio perde conexão enquanto o veículo está subindo?", diz Lavrador. Segundo ele, o próximo passo é fazer a transição para joysticks que usam conexão com fio.

"Estou pesquisando joysticks de veículos industriais, como empilhadeiras, para testar como prova de conceito. Caso um dia o veículo se torne um produto comercial, obviamente teremos que colocar um de padrão aeronáutico", explica o engenheiro.

As diferenças entre helicóptero, eVTOL e avião elétrico — Foto: Daniel Ivanaskas/Arte g1
As diferenças entre helicóptero, eVTOL e avião elétrico — Foto: Daniel Ivanaskas/Arte g1

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Os buracos negros 'cabeludos' que explicam paradoxo identificado por Stephen Hawking, segundo cientistas

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Pesquisadores dizem ter resolvido um dos maiores paradoxos da ciência.
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TOPO
Por Pallab Ghosh, BBC — Correspondente de ciência, BBC News

Postado em 18 de março de 2022 às 09h25m

Post.- N.\ 10.249

Os buracos negros se formam quando estrelas massivas ficam sem combustível e implodem — Foto: EHT via BBC
Os buracos negros se formam quando estrelas massivas ficam sem combustível e implodem — Foto: EHT via BBC

Cientistas dizem ter resolvido um dos maiores paradoxos da ciência, identificado pela primeira vez por Stephen Hawking.

Ele destacou que os buracos negros se comportam de uma maneira que coloca duas teorias fundamentais em conflito.

Buracos negros são estrelas mortas que entraram em colapso e possuem uma gravidade tão forte que nem sequer a luz consegue escapar.

Uma nova pesquisa afirma ter resolvido o paradoxo ao mostrar que os buracos negros possuem uma propriedade que eles chamam de "cabelo quântico".

"O problema foi resolvido!", diz com exclusividade à BBC News Xavier Calmet, da Universidade de Sussex, no Reino Unido.

Ele estava entre os cientistas que desenvolveram as técnicas matemáticas que eles dizem ter solucionado o paradoxo.

No cerne deste paradoxo está um problema que ameaça minar duas das teorias mais importantes da física. A teoria geral da relatividade de Einstein afirma que informações sobre o que entra em um buraco negro não podem sair, mas a mecânica quântica diz que isso é impossível.

Calmet e seus colegas afirmam ter mostrado que os componentes da estrela deixam uma marca no campo gravitacional do buraco negro.

Os cientistas chamaram a marca de "cabelo quântico" porque sua teoria suplantaria uma ideia anterior chamada "teorema da calvície", desenvolvida pelo professor John Archibald Wheeler, da Universidade de Princeton, em Nova Jersey, nos EUA, na década de 1960.

Wheeler sugeriu este nome porque transmite a descrição matemática de um buraco negro: uma entidade que tem massa, rotação e carga, mas de resto não apresenta outras características físicas — calva, se você preferir.

O "teorema do cabelo, sim" de Calmet, publicado na revista científica Physical Review Letters é revolucionário. Ele afirma resolver o paradoxo de Hawking, que intriga profundamente os físicos desde que foi apresentado na década de 1970.

Físico britânico Stephen Hawking esboçou algumas das teorias mais importantes sobre os buracos negros — Foto: Santi Visalli/Getty Images via BBC
Físico britânico Stephen Hawking esboçou algumas das teorias mais importantes sobre os buracos negros — Foto: Santi Visalli/Getty Images via BBC

O paradoxo levantou a possibilidade de que a mecânica quântica ou a relatividade geral poderiam ser falhas, o que é uma perspectiva aterrorizante para os físicos teóricos, porque são os dois pilares sobre os quais a maior parte da nossa compreensão do Universo se baseia.

O "teorema do cabelo, sim" afirma resolver o paradoxo preenchendo a lacuna entre a relatividade geral e a mecânica quântica. A noção de "cabelo quântico" permite que informações sobre o que entra em um buraco negro saiam novamente sem violar nenhum dos princípios importantes de qualquer teoria. É uma solução simples e elegante.

"Mas vai levar algum tempo para as pessoas aceitarem", diz Calmet.

Isso porque é uma grande questão no mundo da física teórica.

"Hawking apresentou o paradoxo no ano em que nasci", ele observa.

Desde então, vários físicos famosos ao redor do mundo têm trabalhado nisso, propondo coisas um tanto dramáticas para explicar o paradoxo, incluindo alguns que sugeriram que certos aspectos da mecânica quântica estão errados.

"Então vai demorar um pouco para as pessoas aceitarem que você não precisa de uma solução radical para resolver o problema", avalia.

Se o "teorema do cabelo, sim" resistir ao escrutínio, ele acredita que poderia ser o primeiro passo para conectar as teorias da relatividade — que diz respeito à gravidade — e da mecânica quântica, que se concentra principalmente nas outras três forças da natureza, que são o eletromagnetismo e as duas forças nucleares.

"Uma das consequências do paradoxo de Hawking era que a relatividade geral e a mecânica quântica eram incompatíveis. O que estamos descobrindo é que elas são bastante compatíveis."

A equipe de pesquisa, que também inclui o professor Roberto Casadio da Universidade de Bolonha, na Itália, e o professor Stephen Hsu da Michigan State University, nos EUA, se baseou no trabalho do professor Suvrat Raju do Centro Internacional de Ciências Teóricas, em Bangalore, na Índia.

Raju acredita que juntos eles resolveram o paradoxo de Hawking.

"Nos últimos anos, reconheceu-se que o teorema da calvície falha devido a efeitos quânticos e isso resolve o paradoxo de Hawking", diz ele.

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