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sábado, 4 de fevereiro de 2023

Com dados preliminares, alertas de desmatamento em janeiro na Amazônia apontam queda

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Faltando 4 dias para fechar o mês, taxa de desmate para janeiro já é a 3ª menor da série histórica do Inpe: 121 km². Novo sistema de medições do instituto começou em 2015.
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Por Roberto Peixoto, g1

Postado em 04 de fevereiro de 2023 às 10h35m

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Os alertas são feitos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), que produz sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que 3 hectares (0,03 km²). — Foto: Ueslei Marcelino/Reuters
Os alertas são feitos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), que produz sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que 3 hectares (0,03 km²). — Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Faltando 4 dias para o fechamento dos dados do mês, o acumulado de alertas de desmatamento em janeiro de 2023 na Amazônia Legal está em 121 km², a terceira menor marca para o mês até então na série histórica do Deter, que começou em 2015. Os números são do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe).

A Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro, e engloba a área de 8 estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e parte do Maranhão.

Áreas sob alerta de desmatamento na Amazônia Legal em janeiro (2015-23)*
*Dados de 2023 ainda não estão completos. Índice considera ano civil


Fonte: Deter/Inpe

Os alertas são feitos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), que produz sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que 3 hectares (0,03 km²) – tanto para áreas totalmente desmatadas como para aquelas em processo de degradação florestal (por exploração de madeira, mineração, queimadas e outras).

Por isso, os números podem ter alteração até o finalização da análise dos dados pelo Inpe, que costuma rever a influência de fatores como a cobertura de nuvens na medição das taxas.

Até o momento, com os 121 km² (uma área do tamanho da cidade de Niterói), a taxa deste ano só ficou acima das marcas de 2017 e 2021, quando o índice chegou a 58 e 83 km², respectivamente (veja gráfico acima).

"A queda observada nos dados de desmatamento, em janeiro, deve ser interpretada com cautela, pois a cobertura de nuvem registrada nesse período é a maior dos últimos seis anos para o início do ano. A cobertura de nuvem pode aumentar o tempo de detecção pelo sistema DETER que usa imagens de satélites com sensores ópticos", aponta Daniel Silva, especialista em Conservação do WWF-Brasil.

"É possível, por exemplo, que mais desmatamento tenha ocorrido, mas será registrado somente nos próximos dias ou semanas, quando esse cenário será menor". 
Recordes em 2022

No ano passado, janeiro e fevereiro acumularam recordes de desmatamento. Como explicou o g1, a situação foi extraordinária porque normalmente, o período entre dezembro, janeiro, fevereiro e março acumula taxas menores de desmate já que estão dentro da estação chuvosa da maioria dos estados do bioma.

No entanto, as taxas da época se comparam aos registros da estação seca em anos onde houve maior ação contra os crimes ambientais.

  • Em janeiro de 2022 foram 430,44 km² de área sob alerta de desmatamento, de acordo com o sistema Deter. A média para janeiro no período entre 2016 e 2021 é de 162 km². A taxa foi 165% maior;
  • em fevereiro de 2022 foram 199 km² de áreas sob alerta de desmate, segundo o Inpe ; a média entre 2016 e 2021 é de 135 km². O número registrado no ano passado foi 47% maior.

O motivo desse avanço, segundo especialistas: um "senso de oportunidade" de criminosos que temiam os resultados da eleição presidencial do ano passado e uma consequente mudança no combate ao desmatamento na Amazônia, que já se viu refletida nos primeiros dias da nova gestão federal.

Ao assumir o Ministério do Meio Ambiente pela segunda vez, Marina Silva criticou a política ambiental dos últimos anos e ressaltou o compromisso do novo governo com o desmatamento zero no bioma, uma das promessas de campanha do presidente Lula.

Além de ajudar a combater incêndios florestais e queimadas na região, a Força Nacional está apoiando as ações de fiscalização e de repressão ao desmatamento ilegal e demais crimes ambientais.

O Deter não é o dado oficial de desmatamento, mas alerta sobre onde o problema está acontecendo. O Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes) é considerado o sistema mais preciso para medir as taxas anuais.

E de acordo com o último relatório do Prodes, divulgado em novembro, a área desmatada na Amazônia foi de 11.568 km² entre agosto de 2021 e julho de 2022 (o equivalente ao tamanho do Catar).

O índice representa uma queda de 11% do total da área desmatada entre a última temperada (agosto de 2020 – julho de 2021). Na edição anterior, o número foi de 13.038 km².

Apesar dessa queda pontual, o desmatamento na Amazônia cresceu 59,5% durante os quatro anos de governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), a maior alta percentual num mandato presidencial desde o início das medições por satélite, em 1988.

Na temporada 2020-2021 – período que engloba agosto de 2020 a julho de 2021 –, foram 13 mil km² de área sob alerta de desmatamento, maior número desde 2006.

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'Cobra DiCaprio': fétida e comedora de lesmas, nova espécie já está em risco por causa da mineração

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Além de DiCaprio, outro conservacionista e a associação sem fins lucrativos Nature and Culture Internacional também puderam escolher os nomes de outras espécies de cobras.
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Por Júlia Putini, g1

Postado em 04 de fevereiro de 2023 às 09h05m

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Sibon irmelindicaprioae, em homenagem à mãe de Leonardo DiCaprio, é a mais rara. Ela vive nas selvas Chocó-Darién do leste do Panamá e oeste da Colômbia. — Foto: Reprodução/Alejandro Arteaga
Sibon irmelindicaprioae, em homenagem à mãe de Leonardo DiCaprio, é a mais rara. Ela vive nas selvas Chocó-Darién do leste do Panamá e oeste da Colômbia. — Foto: Reprodução/Alejandro Arteaga

Nas florestas do Equador, Colômbia e Panamá, cinco novas espécies de cobras foram descobertas e os resultados das pesquisas sobre elas foram divulgados no fim de janeiro.

Entre elas, uma teve o nome de batismo inspirado indiretamente no ator Leonardo DiCaprio, graças ao trabalho da celebridade em prol da conservação do meio ambiente.

A cobra de olhos e manchas vermelhas, Sibon irmelindicaprioae, recebeu o nome em homenagem à mãe do astro, Irmelin.

Com cerca de 38 centímetros de comprimento, ela passa as noites nas folhas das palmeiras a três metros acima do solo, procurando caracóis e lesmas.

Essa espécie vive nas árvores de selva entre Equador e Colômbia, região na qual a atividade mineradora cresceu muito nos últimos três anos, fazendo com que a espécie recém-descoberta seja ameaçada de extinção.

Extremamente dócil, a cobra se defende sem atacar, apenas se enrolando em torno da própria cabeça e exalando um odor fétido.

Além da Sibon irmelindicaprioae: também foram descritas nos estudos a cobra-caracol dossel (Sibon dossel), cobra comedora de caracóis de Marley (Sibon marleyae), cobra comedora de caramujos de Vieira (Sibon vieirai) e cobra comedora de caracóis de Welborn (Dipsas welborni).

Sob risco no Equador e Colômbia

A cobra Sibon marleyae, com tons vermelhos, laranjas, amarelos e marrom, foi batizada em homenagem à filha do conservacionista Brian Sheth. Ela foi descoberta nas florestas tropicais de Chocó, uma das mais úmidas e intocadas do Equador e Colômbia. (Veja abaixo)

Sibon marleyae, em homenagem à filha do conservacionista Brian Sheth, foi descoberta nas florestas tropicais de Chocó mais úmidas e intocadas do Equador e da Colômbia. — Foto: Reprodução/Eric Osterman
Sibon marleyae, em homenagem à filha do conservacionista Brian Sheth, foi descoberta nas florestas tropicais de Chocó mais úmidas e intocadas do Equador e da Colômbia. — Foto: Reprodução/Eric Osterman

As áreas montanhosas da floresta amazônica superior e as selvas de Chocó-Darién são mundialmente conhecidas pelas novas espécies continuamente descobertas na região, rica em biodiversidade.

Em um estudo publicado em 25 de janeiro na revista científica ZooKeys, voltada para a pesquisa de biodiversidade, os pesquisadores descreveram as cobras e relataram como a mineração de ouro e cobre na região ameaça outras espécies desse réptil.

Atividades de mineração de ouro na província de Napo, Equador. — Foto: Reprodução/Ivan Castaneira
Atividades de mineração de ouro na província de Napo, Equador. — Foto: Reprodução/Ivan Castaneira

Durante a pandemia, a mineração ilegal atingiu um nível crítico e está dizimando as populações de cobras que vivem nas árvores.

Sibon canopy foi nomeada em homenagem ao sistema de reservas Canopy Family. — Foto: Reprodução/Alejandro Arteaga
Sibon canopy foi nomeada em homenagem ao sistema de reservas Canopy Family. — Foto: Reprodução/Alejandro Arteaga

Isso ocorre por dois fatores:

  • Essas cobras são arborícolas, ou seja, não podem sobreviver em áreas sem vegetação;
  • Elas se alimentam exclusivamente de lesmas e caracóis, que vivem em córregos e rios que vão diminuindo devido à poluição dos corpos d'água.
Dipsas welborni recebeu o nome de David Welborn, ex-membro do conselho da fundação Nature and Culture International — Foto: Reprodução/Alejandro Arteaga
Dipsas welborni recebeu o nome de David Welborn, ex-membro do conselho da fundação Nature and Culture International — Foto: Reprodução/Alejandro Arteaga

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