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domingo, 31 de outubro de 2021

Análise genética revela origem de múmias misteriosas encontradas no interior da China

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Múmias de Tarim são descendentes de um grupo indígena asiático há muito desaparecido e não têm relação com grupos indo-europeus migrantes como se chegou a pensar.
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Por G1

Postado em 31 de outubro de 2021 às 15h00m


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Múmia de mulher do cemitério de Xiaohe, na Bacia de Tarim — Foto: Wenying Li, Xinjiang Institute of Cultural Relics and Archaeology
Múmia de mulher do cemitério de Xiaohe, na Bacia de Tarim — Foto: Wenying Li, Xinjiang Institute of Cultural Relics and Archaeology

Desde o final da década de 1990, a descoberta de centenas de restos humanos naturalmente mumificados datando de cerca de 2.000 a.C. a 200 d.C. na área da Bacia de Tarim, na região chinesa de Xinjiang, atrai atenção internacional devido à sua aparência física "ocidental", suas roupas de lã e sua atividade agropastoril que incluía gado, ovelhas e cabras, trigo, cevada, painço e até queijo kefir.

Enterradas em caixões de barco em um deserto árido, as múmias de Tarim há muito intrigam os cientistas e inspiram inúmeras teorias sobre suas origens enigmáticas.

A atividade econômica dessas pessoas, centralizada no gado, e a aparência física incomum levaram alguns estudiosos a especular que elas eram descendentes de pastores Yamnaya, uma sociedade da Idade do Bronze altamente móvel das estepes da região do Mar Negro, no sul da Rússia.

Outros acreditavam que suas origens vinham das culturas de oásis do deserto da Ásia Central do Complexo Arqueológico Bactria-Margiana, um grupo com fortes laços genéticos com os primeiros agricultores do planalto iraniano.

Para entender melhor a origem da população fundadora das múmias da Bacia do Tarim, que primeiro se estabeleceram na região em locais como Xiaohe e Gumugou por volta de 2.000 AC, uma equipe internacional formada por especialistas de China, Coreia do Sul, Estados Unidos e Alemanha analisou dados genéticos de treze das primeiras múmias conhecidas da Bacia de Tarim, datando de cerca de 2.100 a 1.700 a.C., junto com cinco indivíduos que datam de cerca de 3.000 a 2.800 a.C. numa bacia vizinha, a de Dzungarian.

Cemitério de Xiaohe, onde foram encontradas as Múmias de Tarim — Foto: Wenying Li, Xinjiang Institute of Cultural Relics and Archaeology
Cemitério de Xiaohe, onde foram encontradas as Múmias de Tarim — Foto: Wenying Li, Xinjiang Institute of Cultural Relics and Archaeology

Para grande surpresa dos pesquisadores, descobriu-se que as múmias de Tarim não eram recém-chegadas à região, mas parecem ser descendentes diretos de uma população local que havia praticamente desaparecido no final da última Idade do Gelo. Essa população, conhecida como Antigos Eurasianos do Norte (ANE, na sigla em inglês) sobrevive apenas numa fração dos genomas das populações atuais, com as populações indígenas na Sibéria e nas Américas tendo as maiores proporções conhecidas, cerca de 40%.

Em contraste com as populações de hoje, as múmias da Bacia do Tarim não mostram nenhuma evidência de mistura com quaisquer outros grupos de sua época, formando em vez disso um grupo isolado anteriormente desconhecido que provavelmente passou por um gargalo genético extremo e prolongado antes de se estabelecer na Bacia do Tarim.

Os arqueogeneticistas há muito procuram por populações de ANE do Holoceno para compreender melhor a história genética da Eurásia interior. Encontramos no lugar mais inesperado , diz Choongwon Jeong, autor sênior do estudo e professor de Ciências Biológicas da Universidade Nacional de Seul.

Sem mistura

Diferentemente da Bacia do Tarim, os primeiros habitantes da vizinha Bacia Dzungarian descendiam não só de populações locais, mas também de populações pastoris de estepe ocidentais, como os Afanasievo, um grupo com fortes ligações genéticas com os Yamanya da Idade do Bronze inicial. A caracterização genética dos Dzungarians do início da Idade do Bronze também ajudou a esclarecer a ancestralidade de outros grupos pastoris conhecidos, como os Chemurchek, que mais tarde se espalharam para o norte nas montanhas Altai e na Mongólia.

As descobertas da mistura genética em toda a Bacia de Tarim ao longo da Idade do Bronze tornam ainda mais notável que as múmias da Bacia de Tarim não exibiam nenhuma evidência de terem se misturado.

No entanto, embora os grupos da Bacia do Tarim estivessem geneticamente isolados, eles não eram isolados culturalmente. A análise de seus cálculos dentários confirmou que a produção leiteira de gado, ovelhas e cabras já era praticada pela população fundadora, e que eles estavam bem cientes das diferentes culturas, cozinhas e tecnologias ao seu redor.

Apesar de serem geneticamente isolados, os povos da Idade do Bronze da Bacia do Tarim eram notavelmente cosmopolitas do ponto de vista cultural - eles construíram sua culinária em torno de trigo e laticínios do oeste da Ásia, painço do leste da Ásia e plantas medicinais como a ephedra, da Ásia Central, diz Christina Warinner, autora sênior do estudo, professora de Antropologia da Universidade Harvard e pesquisadora líder de grupo no Instituto Max Planck de Antropologia Evolucionária em Leipzig, Alemanha.

Reconstruir as origens das múmias da Bacia do Tarim teve um efeito transformador em nossa compreensão da região, e continuaremos o estudo de genomas humanos antigos em outras eras para obter uma compreensão mais profunda da história da migração humana nas estepes da Eurásia, afirmou Yinquiu Cui, autor sênior do estudo e professor da Escola de Ciências da Vida da Universidade de Jilin.

Mamute no século 21? Projeto pode recriar animal extinto há mais de dez mil anos
Mamute no século 21? Projeto pode recriar animal extinto há mais de dez mil anos

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Vulcão Cumbre Vieja, em La Palma, lança 'bomba de lava'; veja VÍDEO

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Pesquisadores registraram o momento exato em que um pedaço de lava é arremessado pelo vulcão e desce rolando pela encosta coberta de cinzas nas Ilhas Canárias.
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Por g1

Postado em 31 de outubro de 2021 às 10h35m


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Veja o momento em que Vulcão Cumbre Vieja lança 'bomba de lava'
Veja o momento em que Vulcão Cumbre Vieja lança 'bomba de lava'

Pesquisadores europeus conseguiram registrar o momento exato em que um pedaço de lava foi arremessado pelo vulcão Cumbre Vieja e desceu rolando pela encosta coberta de cinzas na ilha de La Palma na quarta-feira (27). Veja no VÍDEO acima.

A erupção nas Ilhas Canárias completou, nesta sexta-feira (29), 41 dias de intensa atividade. Até o momento, mais de 2 mil casas destruídas e 7 mil moradores precisaram ser deslocados pelos serviços de emergência.

A imagem da "bomba de lava", como é chamado o fenômeno (leia mais sobre abaixo), foi feita pelo geoquímico alemão, Harri Geiger, que está no local para realizar suas pesquisas junto a outros cientistas do continente europeu.

Bomba de lava expelida do vulcão Cumbre Vieja em 27 de outubro de 2021 — Foto: Harri Geiger/Cortesia via Reuters
Bomba de lava expelida do vulcão Cumbre Vieja em 27 de outubro de 2021 — Foto: Harri Geiger/Cortesia via Reuters

O rio de lava que avança do vulcão em direção ao mar deixou um rastro de destruição levando estradas e plantações de banana – importante parte da economia local – debaixo de mais de 900 hectares de rocha que começa a esfriar.

Vulcão em La Palma — Foto: G1
Vulcão em La Palma — Foto: G1

O que são 'bombas de lava'?

As "bombas de lava" são lançadas de aberturas dos vulcões quando gases interferem com o magma. Magma é a rocha líquida no interior da terra, e a lava é o magma expelido do vulcão.

As "bombas" saem como líquidos quentes e vermelhos de cerca de 1.500 graus Celsius de temperatura. Mas, ao entrar em contato com o ar, esfriam e formam crostas rígidas que variam de tamanho.

Bomba de lava expelida do vulcão Cumbre Vieja em 27 de outubro de 2021 — Foto: Harri Geiger/Cortesia via Reuters
Bomba de lava expelida do vulcão Cumbre Vieja em 27 de outubro de 2021 — Foto: Harri Geiger/Cortesia via Reuters

Dependendo da temperatura da lava, ela pode queimar ou gerar um foco de incêndio ao entrar em contato com objetos, árvores ou pessoas. Se o indivíduo estiver usando roupa de algodão ou tecido artificial, por exemplo, o pano pode queimar ou pegar fogo no contato com o magma.

O outro risco é o fato de que essas "bombas" podem atingir altas velocidades. Portanto, não só a temperatura, mas também o impacto, podem machucar. Uma "bomba de lava" pode ser do tamanho de uma maçã ou atingir dimensão e peso maiores que os de uma geladeira.

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sábado, 30 de outubro de 2021

"Foi chocante", diz astronauta francês sobre cenas de desastres naturais vistas do espaço

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O astronauta francês Thomas Pesquet foi uma testemunha particular das catástrofes naturais que abalaram a Terra nos últimos seis meses.
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TOPO
Por France Presse

Postado em 30 de outubro de 2021 às 13h25m


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O astronauta francês Thomas Pesquet — Foto: Nasa | Reprodução
O astronauta francês Thomas Pesquet — Foto: Nasa | Reprodução

A 400 km de altitude, o astronauta francês Thomas Pesquet foi uma testemunha particular das catástrofes naturais que abalaram a Terra nos últimos seis meses.

Da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), onde conclui sua segunda missão, o astronauta revela para a AFP sua preocupação com o futuro do planeta, a poucos dias do início da COP26.


PERGUNTA: Quais imagens de catástrofes naturais mais impactaram você?

RESPOSTA: Os furacões e os incêndios florestais. Nunca vi nada igual. Fogos de uma magnitude incrível, com colunas de fumaça visíveis do espaço durante dias e dias... Foi chocante constatar a energia que era liberada e os danos sofridos pelas pessoas que tiveram o azar de estar em sua trajetória. Também vimos uma sucessão de tempestades tropicais extremamente impressionantes. Podia-se ver através do olho do ciclone. São paredes de nuvens de uma potência fenomenal, cada vez mais frequentes, mais destrutivas.

P: Ver a Terra daí de cima pela segunda vez em cinco anos reforçou sua ideia sobre sua fragilidade?

R: Sim, claramente. Ver o planeta da janela faz você pensar. Mas vê-la uma vez é suficiente: apenas com o passar dos dias no espaço, o simples fato de se distanciar, de ver a fragilidade da atmosfera, essa bolha de sabão que nos preserva da impossibilidade da vida no espaço, esse oásis incrível... Isso marca você para o resto da sua vida.

E, quando vemos as mudanças de longo prazo (evidentemente para além de cinco anos), você não consegue deixar de se sentir envolvido. Foi por isso que procurei me comprometer mais com o meio ambiente, como embaixador da FAO [Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura] para a proteção do planeta.

Imagem de satélite mostra a fumaça sobre a Califórnia durante incêndios que ocorreram na região em agosto de 2020 — Foto: Nasa | Reprodução
Imagem de satélite mostra a fumaça sobre a Califórnia durante incêndios que ocorreram na região em agosto de 2020 — Foto: Nasa | Reprodução

P: O que mais preocupa você no curto prazo? Que medidas urgentes precisam ser tomadas contra o aquecimento do clima?

R: O que é mais preocupante é que não conseguimos chegar a um acordo em nível internacional e que as questões econômicas sejam prioritárias em relação às questões ambientais. É um raciocínio "curtoprazista", dado que, no longo prazo, os lucros das empresas estão diretamente ameaçados pela mudança climática.

Quando você observa que a Grande Barreira de Corais australiana não entrou na lista de patrimônio mundial em perigo por causa da pressão do governo, você pensa que as prioridades não estão corretas, e isso é preocupante.

A primeira coisa a fazer é ouvir os especialistas, que dedicam sua vida inteira a dar respostas nos níveis local, regional, nacional e global. Você tem que tentar aplicá-las.

A prioridade número um é sair do carbono. Temos de dar prioridade à energia renovável, ou descarbonizadas... E depois aplicar medidas obrigatórias, ou seja, os acordos internacionais, com os quais os países se comprometeram. Para isso serve um fórum como a COP.

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Nasa lança telescópio que supera o Hubble: conheça o James Webb, criado para captar as primeiras galáxias do Universo

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James Webb tem custo estimado em US$ 10 bilhões, será colocado em órbita em 18 de dezembro e vai 'alterar de forma fundamental o nosso entendimento sobre o universo', segundo a agência espacial.
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Por Lara Pinheiro, g1

Postado em 30 de outubro de 2021 às 09h10m


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Ilustração simula o posicionamento do James Webb no espaço. — Foto: NASA GSFC/CIL/Adriana Manrique Gutierrez
Ilustração simula o posicionamento do James Webb no espaço. — Foto: NASA GSFC/CIL/Adriana Manrique Gutierrez

A Nasa, agência espacial americana, vai lançar ao espaço, em 18 de dezembro, o telescópio espacial James Webb. Ele vai complementar o Hubble, telescópio mais famoso da agência, que está há 31 anos em órbita.

(CORREÇÃO: ao publicar esta reportagem, o g1 errou ao informar que o James Webb seria lançado no domingo, 31. A data correta do lançamento é 18 de dezembro. A informação foi corrigida às 8h33).

Nesta reportagem, você vai entender quais as novas possibilidades que o James Webb traz:

  1. O que é o James Webb?
  2. Por que o seu lançamento é importante?
  3. O James Webb vai substituir o Hubble?
  4. Que avanços o James Webb vai permitir em relação ao Hubble?
  5. A que distância o James Webb vai ficar da Terra?
  6. Quanto tempo vai durar a missão do Webb?
  7. Quanto custou o James Webb?
  8. Ele terá manutenções?
1) O que é o James Webb?
O espelho de 18 segmentos do Telescópio Espacial James Webb vai capturar a luz infravermelha de algumas das primeiras galáxias que se formaram — Foto: NASA/DESIREE STOVER
O espelho de 18 segmentos do Telescópio Espacial James Webb vai capturar a luz infravermelha de algumas das primeiras galáxias que se formaram — Foto: NASA/DESIREE STOVER

O James Webb é o novo telescópio espacial da Nasa (JWST, na sigla em inglês: James Webb Space Telescope). Ele é, basicamente, um grande observatório espacial que consegue enxergar objetos – como estrelas, galáxias e exoplanetas – super distantes no espaço. Sua massa é de 6,5 toneladas.

O modelo em escala real do telescópio espacial James Webb em Austin. — Foto: Chris Gunn/Nasa
O modelo em escala real do telescópio espacial James Webb em Austin. — Foto: Chris Gunn/Nasa

2) Por que o seu lançamento é importante?

Porque ele vai permitir aos astrônomos, literalmente, enxergar coisas no Universo que eles não conseguiam ver antes – como as primeiras galáxias que surgiram nele. (Veja detalhes na pergunta 4).

"É como um brinquedo novo dos astrofísicos. E esse brinquedo novo vai permitir que a gente faça um tipo de ciência que não conseguia fazer antes", explica o astrônomo Thiago Signorini Gonçalves, do Observatório do Valongo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Nas palavras da própria Nasa, o telescópio vai "alterar de forma fundamental o nosso entendimento sobre o universo".

O lançamento do James Webb é descrito pela agência como "um momento Apollo" – em uma referência às missões Apollo de exploração lunar, que levaram o primeiro homem a pisar na Lua em 1969.

Plantas do Telescópio Espacial James Webb — Foto: Nasa
Plantas do Telescópio Espacial James Webb — Foto: Nasa

3) O James Webb vai substituir o Hubble?

Não. Ele vai complementar o Hubble, explica Thiago.

"Ele é um telescópio que definitivamente não substitui o Hubble – o Hubble continua sendo importante. A gente agradece o Hubble ainda existir, inclusive, porque tem muita coisa que a gente só consegue ver com o Hubble. Mas o James Webb tem várias particularidades que eu diria que vão ser capazes de complementar o que o Hubble já fez e continua fazendo", afirma.

O telescópio espacial Hubble, da Nasa, se dedica a fotografar o espaço desde seu lançamento, em 24 de abril de 1990 — Foto: NASA
O telescópio espacial Hubble, da Nasa, se dedica a fotografar o espaço desde seu lançamento, em 24 de abril de 1990 — Foto: NASA

4) Que avanços o James Webb vai permitir em relação ao Hubble?

Vários. O primeiro é que ele é maior do que o Hubble, então consegue captar bem mais luz e enxergar mais longe. Seu espelho primário tem 6,5m de diâmetro (quase 3 vezes maior do que o do Hubble).

Outro é que o James Webb só consegue enxergar em infravermelho. Esse tipo de radiação quase não é visível para o Hubble, que só consegue enxergar uma faixa limitada dele.

"Isso tem algumas vantagens: os riscos de poeira ao redor de estrelas onde os planetas se formam emitem radiação infravermelha – então é melhor observar com esse tipo de radiação", explica Thiago.

"Da mesma forma, as galáxias, quanto mais distantes elas estão – por causa da expansão do Universo – mais vermelhas ficam. Quando a gente está observando as galáxias no Universo distante, é uma vantagem olhar no infravermelho", completa.

Como a luz infravermelha tem um comprimento de onda é mais longo que os outros, o James Webb vai conseguir olhar mais para trás no tempo – e enxergar as primeiras galáxias que se formaram no início do Universo.

É como olhar para o passado.

"Quanto mais longe [está a galáxia], mais no passado. É um efeito meio maluco de relatividade, mas você pode pensar assim: quando a gente está vendo uma coisa muito distante, está vendo uma coisa que aconteceu há muito tempo atrás – há bilhões de anos – e simplesmente levou muito tempo para a luz chegaàr até aqui", explica o astrônomo.

O JWST não é o primeiro telescópio da Nasa que consegue enxergar em infravermelho: o Spitzer, aposentado em janeiro do ano passado, também conseguia fazer isso. Mas o espelho primário do James Webb é quase 60 vezes maior em área – o que faz com que ele enxergue mais longe.

(E nem tudo está perdido para o Hubble: ele consegue enxergar a luz visível, comum, e a radiação ultravioleta, que o James Webb não consegue ver).

5) A que distância o James Webb vai ficar da Terra?

A 1,5 milhões de km – em um ponto chamado Lagrange Terra-Sol L2.

  • Para comparação:
  • A Terra está a 150 milhões de km do Sol.
  • A Lua orbita a Terra a uma distância de aproximadamente 384,5 mil km.
  • O Hubble orbita a Terra a uma altitude de cerca de 570 km acima dela.

Essa distância toda do Webb é necessária por basicamente dois motivos:

  • O frio

O Webb vai observar, principalmente, a luz infravermelha de objetos fracos e muito distantes. O infravermelho é a radiação de calor, então todas as coisas quentes, incluindo telescópios, emitem luz infravermelha. Para evitar sobrecarregar os sinais astronômicos muito fracos com a radiação do telescópio, o telescópio e seus instrumentos devem estar muito frios. A temperatura operacional do Webb é de -223°C.

  • Atração gravitacional

O Lagrange L2 é um ponto semiestável no potencial gravitacional em torno do Sol e da Terra. O ponto L2 fica fora da órbita da Terra enquanto ela gira em torno do Sol, mantendo os três em uma linha o tempo todo. As forças gravitacionais combinadas do Sol e da Terra podem quase "segurar" uma espaçonave neste ponto, e é necessário relativamente pouco combustível para mantê-la perto do L2.

6) Quanto tempo vai durar a missão do Webb?

Pelo menos 5 anos e meio após o lançamento (vai levar 6 meses até que ele chegue ao destino e comece a mandar imagens de volta para a Terra).

O objetivo é que o telescópio tenha uma vida útil maior do que 10 anos. Essa vida útil é limitada pela quantidade de combustível usado para manter a órbita e pelo funcionamento adequado em órbita da espaçonave e dos instrumentos.

7) Quanto custou o James Webb?

US$ 10 bilhões (cerca de R$ 56,2 bilhões).

8) Ele terá manutenções?

Não. Por ficar tão longe da Terra, fica inviável consertar o Webb se houver algum defeito, como já foi feito com o Hubble. A Nasa afirma que os benefícios potenciais de um conserto não compensariam os aumentos na complexidade, massa e custo da missão.

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