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quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Efeito pandemia: baixo consumo derruba preços de serviços mesmo com escalada da inflação; veja itens que mais caíram

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Passagens aéreas, transporte por aplicativo e ônibus interestadual estão entre os serviços que registram as taxas negativas mais expressivas no acumulado do ano.
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Por Daniel Silveira, g1 — Rio de Janeiro

Postado em 23 de setembro de 2021 às 16h00m


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Piso inferior do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com baixo movimento de passageiros por conta da pandemia em registro feito em 20 de maio de 2021. — Foto: RENATO S. CERQUEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Piso inferior do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com baixo movimento de passageiros por conta da pandemia em registro feito em 20 de maio de 2021. — Foto: RENATO S. CERQUEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Enquanto os brasileiros veem disparar, cada vez mais, os preços de itens básicos de consumo, alguns serviços diretamente impactados pela pandemia andam na contramão da inflação. Diante da baixa demanda, eles registram deflação no ano, ainda que pressionados pela gasolina, vilã da mais recente alta generalizada de preços no país.

Ao todo, dez serviços registraram deflação no acumulado entre e janeiro e agosto deste ano (veja no gráfico abaixo), apontam os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo cálculo do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação no Brasil.

Vale destacar que o IPCA acumulado no ano até agosto ficou em 5,67%, taxa mais alta para os oito primeiros meses do ano desde 2015, quando ficou em 7,06%.

Ao todo, dez serviços registraram taxas negativas de inflação no acumulado entre janeiro e agosto — Foto: Economia/G1
Ao todo, dez serviços registraram taxas negativas de inflação no acumulado entre janeiro e agosto — Foto: Economia/G1

O setor de serviços é o de maior peso na economia brasileira. Ele foi o mais atingido pela pandemia e, por isso, é o que apresenta recuperação mais lenta e desigual. Até julho, das cinco grandes atividades que compõe o setor, apenas a de serviços prestados às famílias não havia recuperado as perdas provocadas pela crise sanitária, operando 23,2% abaixo do patamar de fevereiro de 2020. Fazem parte desta atividade os dez serviços que apresentam taxas negativas no IPCA em 2021.

A deflação mais expressiva entre os serviços foi a das passagens aéreas, cujos preços médios acumulam queda de 33,81% no ano, seguida pela de transportes por aplicativos, com recuo de 14,33%.

Segundo o coordenador de Índice de Preços ao Consumidor da FGV-Ibre, André Braz, a pandemia ajuda a entender por que estes serviços tiveram queda de preços no acumulado do ano.

Diante das medidas de restrição à circulação de pessoas para conter o coronavírus, o consumo de alguns desses serviços despencou. No caso das passagens aéreas, só agora o setor começou a se recuperar, com a circulação de pessoas começando a ficar mais normal. Com o transporte por aplicativo, houve a diminuição do fluxo de pessoas demandando por eles, apontou.

Braz ponderou que, embora estes dois serviços tenham registrado deflação no ano, ambos têm taxas positivas no acumulado em 12 meses – as passagens aéreas tiveram alta de 30,15% e o transporte por aplicativo de 6,06%. Isso significa que os preços médios dos dois serviços estão mais caros quando comparados a agosto do ano passado, porém mais baixos que em dezembro.

Educação Financeira: entenda o que é a inflação e como ela afeta sua vida
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O mesmo efeito de demanda decorrente da pandemia foi apontado pelo especialista da FGV como explicação possível para a deflação nos serviços de ônibus interestadual, seguro voluntário de veículo, ensino superior, educação de jovens e adultos, transporte escolar e pacotes turísticos.

Teve até casos de empresas de ônibus que quebraram porque as pessoas pararam de andar de ônibus. No setor de seguros, ninguém precisava segurar o veículo já que não ia circular com ele. A mesma coisa com pacote turístico, já que ninguém podia viajar. Já no caso do ensino superior, as universidades deram descontos por conta da mudança das aulas presenciais para o ensino à distância, destacou. 
Deflação além dos serviços

Dos 377 produtos e serviços que compõem o IPCA, 59 registraram taxas negativas no acumulado entre janeiro e agosto. Destes, a grande maioria (35) são alimentos, 14 são produtos não alimentícios e 10 são serviços.

Alta de preços foi generalizada entre a maioria dos produtos e serviços investigados para compor o índice de inflação — Foto: Economia/g1
Alta de preços foi generalizada entre a maioria dos produtos e serviços investigados para compor o índice de inflação — Foto: Economia/g1

Segundo o analista de preços do Sistema Nacional de Índice de Preços ao Consumidor do IBGE, André Almeida, não é possível apontar, de forma generalizada, o que provocou a deflação destes itens da cesta de consumo investigada para o cálculo do indicador.

Cada um desses itens [em deflação] tem fatores distintos que influenciam nessa queda de preços, explicou. 
Sobre os alimentos, Almeida apontou que, para aqueles in natura, há influências do clima que afetam a produção, assim como da sazonalidade de safra de cada produto.

No caso das passagens aéreas, o contexto de pandemia pode influenciar na formação dos preços, assim como os combustíveis também podem ter influência, ressalvou o pesquisador.

Almeida enfatizou, ainda, a importância de observar, além do indicador acumulado no ano, também o acumulado em 12 meses para melhor avaliar as influências sobre a variação de preços de determinado produto.

"No caso da batata, por exemplo, a oferta no mercado estava mais alta no início do ano, o que fez com que os preços tivessem queda [-27,94% no acumulado do ano]. Já no acumulado dos últimos 12 meses, ela tem alta [9,90%], porque a safra tinha sido menor no ano passado", explicou.

O mesmo acontece com o arroz, que acumula queda de 10,11% no ano, mas registra alta de 32,68% em 12 meses.

Meta de inflação e perspectivas

A meta central do governo para a inflação em 2021 é de 3,75%, e o intervalo de tolerância varia de 2,25% a 5,25%. Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).

As estimativas do mercado financeiro já estão longe das metas do BC: na última pesquisa Focus, que reúne as projeções dos analistas, a inflação esperada para este ano já chegava a 8,35%.

Para 2022, a inflação também dá mostras de estar fora do esperado: o mercado financeiro elevou sua estimativa de 4,03% para 4,10% . No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,5% e será oficialmente cumprida se oscilar de 2% a 5%.

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A decisão do presidente da China que pode afetar todo o planeta

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Mais de 70% das usinas a carvão do mundo dependem de fundos chineses, mas Xi Jinping anunciou na ONU que país deixará de participar da construção de usinas a carvão no exterior.
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TOPO
Por BBC

Postado em 23 de setembro de 2021 às 14h15m


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O presidente da China, Xi Jinping, disse na Assembleia Geral do ONU que vai parar de financiar a construção de usinas a carvão fora do país — Foto: Getty Images via BBC
O presidente da China, Xi Jinping, disse na Assembleia Geral do ONU que vai parar de financiar a construção de usinas a carvão fora do país — Foto: Getty Images via BBC

É uma decisão que pode causar impacto em todo o planeta.

O presidente da China, Xi Jinping, anunciou nesta semana, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, que seu país deixará de participar da construção de usinas a carvão no exterior.

"A China aumentará o apoio a outros países no desenvolvimento de energia verde e [de baixa emissão] de carbono e não construirá novos projetos de energia movidas a carvão no exterior", disse o presidente em um vídeo pré-gravado.

A mudança pode prejudicar o desenvolvimento futuro do carvão no mundo: mais de 70% das usinas a carvão do mundo atualmente construídas dependem de fundos chineses, de acordo com dados do International Green Finance Institute, com sede em Pequim, divulgados pela Bloomberg.

Em 2020, o presidente chinês já havia anunciado que planejava tornar a China um país neutro em carbono até 2060. Em seu discurso na ONU na quarta-feira (22), prometeu acelerar os esforços nesse sentido.

"Isso requer um trabalho muito árduo e faremos todos os esforços para atingir esses objetivos", enfatizou.

O compromisso da China surge a poucas semanas da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), que será realizada em novembro em Glasgow e que buscará ampliar os objetivos do Acordo de Paris sobre o Clima.

As declarações de Xi foram celebradas por diferentes organizações ambientalistas, embora eles insistam na necessidade de medidas no próprio país asiático, principal poluidor do mundo. 
Reações

O anúncio da China ocorre após outras promessas semelhantes da Coreia do Sul e do Japão e depois de pressão da comunidade internacional.

A organização ambiental internacional 350.org disse, de acordo com a agência de notícias France Presse, que o anúncio de Xi foi "enorme" e que poderia significar uma "mudança radical".

Este ano já havia sinais dessa virada: a China, que costumava financiar usinas movidas a carvão em outros países por meio de sua iniciativa Nova Rota da Seda, não financiou nenhuma nos primeiros seis meses do ano. Essa foi a primeira vez que isso aconteceu, segundo a agência Bloomberg.

Helen Mountford, vice-presidente de clima e economia do World Resources Institute, chamou isso de "um ponto de inflexão histórico para acabar com o combustível fóssil, o mais sujo do mundo", de acordo com a France Presse.

"A promessa da China mostra que está sendo fechada a irrigação do financiamento público internacional para o carvão", disse ela.

Manish Bapna, presidente do grupo de defesa ambiental Conselho de Defesa de Recursos Naturais (NRDC, na sigla em inglês), disse em um comunicado que este "é um grande passo à frente na longa marcha global em direção a um mundo mais saudável, seguro e próspero".

"Ao cancelar planos de construir dezenas de usinas termelétricas a carvão, a China está tomando uma decisão forte em direção a um futuro mais limpo no exterior. Isso abre a porta para ambições climáticas mais ousadas da China e de outros países importantes, internamente e no exterior".

Dúvidas

Apesar da boa recepção da mensagem de Xi, não está claro o que acontecerá com os projetos já em andamento ou já acordados.

Xi também não se referiu às usinas a carvão do país asiático, outra grande preocupação com a saúde do planeta. O carvão é a principal fonte de energia do país há décadas e seu uso está aumentando.

Na verdade, em agosto, o governo chinês estava construindo novas usinas em mais de 60 locais em todo o país. Muitas regiões têm até mais de uma.

O enviado especial dos EUA sobre o clima, John Kerry, disse durante uma recente visita à China que construir mais usinas a carvão "representa um desafio significativo aos esforços mundiais para lidar com a crise climática".

A China argumentou que tem o direito de fazer o que os países ocidentais fizeram no passado: liberar CO2 para desenvolver sua economia e reduzir a pobreza.

Como resultado desse consumo, as emissões de carbono do gigante asiático não são apenas enormes e crescentes, mas superam as de outros países.

As emissões por pessoa no país asiático são cerca de metade das dos Estados Unidos, mas sua enorme população de 1,4 bilhão e seu crescimento econômico explosivo colocaram a China à frente de qualquer outro país.

A China se tornou o maior emissor de CO2 do mundo em 2006 e agora é responsável por mais de um quarto da produção global de gases de efeito estufa do planeta.

Os especialistas concordam que, se a China não fizer grandes reduções na liberação de poluentes no meio ambiente, o mundo não poderá vencer a luta contra as mudanças climáticas.

Outros anúncios

Enquanto isso, Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, prometeu dobrar o financiamento do país para os estados mais afetados pelas mudanças climáticas.

"Isso tornará os Estados Unidos um líder no financiamento público para o clima", disse Biden em seu primeiro discurso como presidente dos EUA na Assembleia da ONU.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que estava "animado" por "importantes" anúncios da China e dos EUA, mas que muito mais é necessário para combater as mudanças climáticas.

De acordo com um relatório da ONU sobre as mudanças climáticas divulgado em agosto, as emissões contínuas de gases do efeito estufa podem romper um importante limite de temperatura em pouco mais de uma década.

Os autores também mostram que um aumento do nível do mar de cerca de dois metros até o final deste século "não pode ser descartado".

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