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domingo, 3 de agosto de 2025

ONG de Israel diz que falta coragem política para "parar genocídio em Gaza"

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Em entrevista exclusiva à CNN Brasil, diretor da organização de direitos humanos B’Tselem afirma que ações israelenses no território palestino são “a própria definição de genocídio”
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https://www.cnnbrasil.com.br/
03/08/25 às 12:41 | Atualizado 03/08/25 às 12:41
Postado em 03 de Agosto de 2.025 às 13h00m

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A organização de direitos humanos B’Tselem, uma das mais importantes e influentes de Israel, afirma que os líderes ocidentais poderiam pôr fim, se quisessem, à violência e ao genocídio contra os palestinos na Faixa de Gaza.

Em entrevista exclusiva à CNN Brasil, Shai Parnes, diretor de divulgação pública da entidade, disse que os líderes ocidentais e internacionais, assim como os tribunais mundiais, sabem o poder que têm para impedir as ações israelenses.

Não lhes faltam dicas ou ideias de como agir. O que lhes falta é coragem política e vontade moral para agir. É isso que lhes falta. Eles não querem agir, afirmou.

Segundo Parnes, a omissão da comunidade internacional se traduz, na prática, em cumplicidade. Não apenas falharam em proteger vidas humanas, como violaram seu dever de fazê-lo. E alguns países ocidentais chegaram a ajudar Israel ativamente. Esses governos são parte do cenário global e não podem alegar ignorância, declarou.

A B’Tselem, criada em 1989, é hoje o maior centro de direitos humanos de Israel dedicado à documentação e denúncia de violações cometidas contra palestinos pelas forças e o governo israelenses nos territórios ocupados.

Foi também a primeira ONG de Israel a acusar seu próprio governo degenocídio em Gaza, na semana passada.

No último dia 28, a entidade divulgou um relatório detalhado de 79 páginas em que conclui, de forma inequívoca, que as ações de Israel representam um crime de genocídio.

Segundo a B’Tselem, a análise se baseia tanto em declarações públicas de autoridades israelenses quanto nos efeitos concretos dos ataques à população palestina.

No momento em que líderes como Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro, dizem que os palestinos em Gaza são todos 'amalequitas' já temos aí um sinal claro de intenção genocida, já que todos os judeus israelenses aprenderam na escola que é uma ordem bíblica matar todos os amalequitas, incluindo mulheres, crianças e até mesmo os animais, disse Parnes.

Ele cita ainda falas do ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, que prometeu impor um bloqueio total a Gaza, e do presidente Isaac Herzog, que teria atribuído a toda a população civil palestina a responsabilidade pelos atos do Hamas em 7 de outubro.

Estamos vendo uma destruição coordenada e sistemática da sociedade palestina em Gaza — assassinatos em massa, demolição de cidades inteiras, colapso do sistema de saúde, fome generalizada, deslocamento forçado em massa e destruição do tecido educacional, social e cultural, disse o diretor da ONG. É a própria definição legal de genocídio.

O relatório da B’Tselem afirma que a realidade em Gaza não pode ser justificada como uma tentativa de desmantelar o regime do Hamas ou suas capacidades militares. O texto denuncia que Israel também tem conduzido prisões em massa, abusos contra detidos e tentativas de limpeza étnica.

A organização lembra que mais de 60 mil palestinos foram mortos desde o início da guerra, e cidades como Beit Lahia e Rafah desapareceram do mapa. Cerca de dois milhões de pessoas — metade delas menores de idade — vivem atualmente em situação de fome, diz Parnes.

Não é por serem combatentes. É por pertencerem a um grupo, resume Parnes. O genocídio é um crime contra a humanidade. Se não nos opomos agora, quem será o próximo?

Palestinos com sobras de comida em Gaza • Dawoud Abu Alkas/Reuters
Palestinos com sobras de comida em Gaza • Dawoud Abu Alkas/Reuters

Israel nega acusações

Apesar da contundência do relatório e das declarações do diretor da organização, o governo israelense rejeitou as acusações.

Em nota oficial, o porta-voz David Mencer classificou as denúncias como infundadas. Segundo ele, os militares israelenses estão atacando apenas alvos do Hamas e não civis.

Se Israel realmente quisesse destruir os palestinos, não teria facilitado a entrada de quase dois milhões de toneladas de ajuda humanitária em Gaza, disse.

Parnes reconhece que os processos legais internacionais são importantes, mas ressalta que não oferecem resposta imediata à tragédia humanitária em curso. Leva anos até que tribunais como a Corte Internacional de Justiça cheguem a um veredito. Enquanto isso, Rafah já foi varrida do mapa, lamenta.

A África do Sul ingressou com uma ação contra Israel na CIJ (Corte Internacional de Justiça), acusando formalmente o país de genocídio. O processo foi acolhido e está em curso em Haia. O Brasil declarou apoio à iniciativa sul-africana.

Na avaliação da B’Tselem, há risco de que a mesma lógica aplicada pelos israelenses em Gaza se expanda para outras regiões palestinas.

Estamos vendo práticas similares sendo adotadas na Cisjordânia — demolições, política de fogo aberto, transferência forçada de dezenas de milhares de palestinos. A única diferença, por enquanto, é a escala, que é menor, alerta Parnes.

Com uma equipe formada por judeus israelenses e palestinos da Cisjordânia, de Gaza e de dentro do próprio Estado de Israel, a B’Tselem afirma viver este momento não apenas como observadora, mas como parte da tragédia. Por isso, o nome do relatório sobre as ações israelenses é Nosso genocídio.

“Este é o nosso genocídio. Não apenas dos palestinos, que são as vítimas diretas, mas de toda a humanidade. Porque, se o genocídio é tolerado contra um grupo, pode ser repetido contra qualquer outro, expressou.

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Herança da Guerra Fria: Lituânia abriga base secreta de mísseis nucleares

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Local só foi descoberto pelos EUA em 1978 e atualmente recebe mais de 35 mil turistas por ano
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Pavlo Fedykovych, da CNN
03/08/25 às 06:00 | Atualizado 03/08/25 às 09:13
Postado em 03 de Agosto de 2.025 às 09h20m

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Museu na Lituânia
Museu na Lituânia  • Reprodução CNN Brasil

Um mar de plantas e pinheiros bálticos balança ao vento enquanto a estrada adentra a floresta. Aqui, nas profundezas tranquilas do Parque Nacional Žemaitija, no oeste da Lituânia, operadores de mísseis soviéticos esperaram em segredo, prontos para despontar ataques contra a Europa Ocidental.

Hoje, o complexo secreto conhecido como Base de Mísseis de Plokštinė é a atração mais visitada do Museu da Guerra Fria. Em 2024, 35 mil pessoas de todo o mundo vieram explorar esse mundo subterrâneo sombrio, com salas subterrâneas, passagens e um silo de mísseis que desce 30 metros sob a terra.

Várias cercas de arame farpado recebem os visitantes da instalação. Quatro cúpulas brancas surgem então à vista, contrastando com o verde da floresta — os bunkers que um dia abrigaram armas de destruição em massa.

As estruturas permanecem ali como cogumelos parasitas que não pertencem ao ambiente.

A história da base reflete a lógica da Guerra Fria e a corrida armamentista nuclear. A Lituânia Ocidental, então parte da República Socialista Soviética da Lituânia, integrante da URSS, era um local perfeito para armazenar ogivas com alvos nos países da OTAN.

De frente para a Escandinávia, do outro lado do Mar Báltico, a Lituânia foi transformada em uma zona altamente militarizada, com bases de foguetes, cidades militares e guarnições. A vizinha Letônia e a Estônia, também partes da URSS, sofreram o mesmo destino.

A floresta de Plokštinė, no meio do nada, oferecia condições ideais para a construção de um complexo secreto subterrâneo. O Lago Plateliai, com 12 km², nas proximidades, fornecia água para os sistemas de resfriamento; a população das vilas ao redor era pequena; e o solo arenoso e macio era fácil de escavar.

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A base de mísseis de Plokštinė foi concluída em 1962 após dois anos de construção, envolvendo mais de 10 mil trabalhadores de toda a União Soviética. Um projeto tão grande não passou despercebido pela população local.

As pessoas não sabiam que tipo de armas eram armazenadas ali, mas sabíamos sobre esse lugar, conta Aušra Brazdeikytė, guia do Museu da Guerra Fria.

Brazdeikytė nasceu em uma vila próxima à base e passou toda a sua vida na região. Soldados se tornaram parte da vida local, e ouvir máquinas pesadas transportando equipamentos militares era algo comum.

Trabalhávamos ao lado de soldados de diferentes repúblicas soviéticas nas fazendas coletivas, mas nunca falávamos sobre temas militares, ela lembra. Fazer as perguntas erradas podia acabar de forma trágica na União Soviética.

O complexo era fortemente vigiado, com uma cerca elétrica que se estendia por mais de 3km ao redor da base. A floresta densa tornava o acesso ainda mais difícil, e os moradores não tentavam se aproximar.

Todo esse segredo valeu a pena. A inteligência dos EUA só descobriu a base em 1978, por meio de imagens de satélite. Naquela altura, os soviéticos já haviam desativado a instalação como parte dos acordos de desarmamento de foguetes entre URSS e EUA.

Estátuas de Lênin e condecorações militares

A entrada da instalação é um buraco no chão. Por favor, limpe os pés, diz uma placa em russo sobre a porta hermeticamente selada.

A limpeza é importante em qualquer local de trabalho, especialmente se você trabalha em uma base secreta com ogivas nucleares.

Caminhar pelo labirinto subterrâneo mal iluminado causa uma sensação estranha, não apenas pelo ambiente, mas porque ele está repleto de parafernália soviética: estátuas de Lênin e Stálin, condecorações militares, cerâmicas com foice e martelo e bandeiras.

Os visitantes passam por salas interativas temáticas dedicadas a várias fases da Guerra Fria e aprendem sobre a propaganda produzida na segunda metade do conturbado século 20. Aqui e ali, manequins de silicone remetem a soldados soviéticos, criando um vale de estranheza.

As atrações mais impressionantes são os restos da tecnologia militar abandonada. O esqueleto da antiga usina elétrica parece cenário de videogame. Há também um enorme salão onde ficava o tanque com combustível para os mísseis.

Mas o destaque é o silo. Você se sentirá pequeno e tonto ao ficar na beira do buraco de 30 metros de profundidade. Embora os mísseis nunca tenham sido lançados dali, houve vítimas ao longo dos anos.

Um soldado caiu e morreu quando seu cinto de segurança quebrou durante uma inspeção de rotina, relata Brazdeikytė, com a voz ecoando na escuridão.

Outros dois soldados morreram durante um vazamento de ácido nítrico, ao tentar reabastecer o míssil, acrescenta. A escuridão se aprofunda.

A cidade fantasma ao lado

A poucos passos dos quatro silos está a cidade fantasma que nunca teve nome. Originalmente, abrigava cerca de 300 soldados e oficiais que trabalhavam na base de mísseis.

Curiosamente, após a desativação da base de Plokštinė, alguns prédios administrativos da cidade foram convertidos em acampamento de verão infantil. Chamado Žuvėdra — que significagaivota —, funcionou de 1979 a 1990. Um ponto de ônibus logo atrás do portão de entrada está pintado com um mural colorido que mostra um gnomo sobre um cogumelo segurando uma flor.

Hoje, pouco resta da cidade militar. O destaque são os antigos hangares de armazenamento. Cobertos por lama e vegetação, parecem pirâmides antigas perdidas na floresta.

O contraste entre a base nuclear abandonada e a bela região que a cerca pode ser visto como uma alegoria da Lituânia moderna.

O país superou décadas de ocupação soviética e transformou suas cicatrizes da Guerra Fria em lições históricas.

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