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Em entrevista exclusiva à CNN Brasil, diretor da organização de direitos humanos B’Tselem afirma que ações israelenses no território palestino são “a própria definição de genocídio”<<<===+===.=.=.= =---____-------- ----------____---------____::____ ____= =..= = =..= =..= = =____ ____::____-----------_ ___---------- ----------____---.=.=.=.= +====>>>
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Postado em 03 de Agosto de 2.025 às 13h00m
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Em entrevista exclusiva à CNN Brasil, Shai Parnes, diretor de divulgação pública da entidade, disse que os líderes ocidentais e internacionais, assim como os tribunais mundiais, sabem o poder que têm para impedir as ações israelenses.
“Não lhes faltam dicas ou ideias de como agir. O que lhes falta é coragem política e vontade moral para agir. É isso que lhes falta. Eles não querem agir”, afirmou.
Segundo Parnes, a omissão da comunidade internacional se traduz, na prática, em cumplicidade. “Não apenas falharam em proteger vidas humanas, como violaram seu dever de fazê-lo. E alguns países ocidentais chegaram a ajudar Israel ativamente. Esses governos são parte do cenário global e não podem alegar ignorância”, declarou.
A B’Tselem, criada em 1989, é hoje o maior centro de direitos humanos de Israel dedicado à documentação e denúncia de violações cometidas contra palestinos pelas forças e o governo israelenses nos territórios ocupados.
Foi também a primeira ONG de Israel a acusar seu próprio governo de “genocídio” em Gaza, na semana passada.
No último dia 28, a entidade divulgou um relatório detalhado de 79 páginas em que conclui, de forma “inequívoca”, que as ações de Israel representam “um crime de genocídio”.
Segundo a B’Tselem, a análise se baseia tanto em declarações públicas de autoridades israelenses quanto nos efeitos concretos dos ataques à população palestina.
“No momento em que líderes como Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro, dizem que os palestinos em Gaza são todos 'amalequitas' já temos aí um sinal claro de intenção genocida, já que todos os judeus israelenses aprenderam na escola que é uma ordem bíblica matar todos os amalequitas, incluindo mulheres, crianças e até mesmo os animais”, disse Parnes.
Ele cita ainda falas do ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, que prometeu impor um bloqueio total a Gaza, e do presidente Isaac Herzog, que teria atribuído a toda a população civil palestina a responsabilidade pelos atos do Hamas em 7 de outubro.
“Estamos vendo uma destruição coordenada e sistemática da sociedade palestina em Gaza — assassinatos em massa, demolição de cidades inteiras, colapso do sistema de saúde, fome generalizada, deslocamento forçado em massa e destruição do tecido educacional, social e cultural”, disse o diretor da ONG. “É a própria definição legal de genocídio.”
O relatório da B’Tselem afirma que a realidade em Gaza “não pode ser justificada como uma tentativa de desmantelar o regime do Hamas ou suas capacidades militares”. O texto denuncia que Israel também tem conduzido prisões em massa, abusos contra detidos e tentativas de “limpeza étnica”.
A organização lembra que mais de 60 mil palestinos foram mortos desde o início da guerra, e cidades como Beit Lahia e Rafah “desapareceram do mapa”. Cerca de dois milhões de pessoas — metade delas menores de idade — vivem atualmente em situação de fome, diz Parnes.
“Não é por serem combatentes. É por pertencerem a um grupo”, resume Parnes. “O genocídio é um crime contra a humanidade. Se não nos opomos agora, quem será o próximo?”
Palestinos com sobras de comida em Gaza • Dawoud Abu Alkas/Reuters
Israel nega acusações
Apesar da contundência do relatório e das declarações do diretor da organização, o governo israelense rejeitou as acusações.
Em nota oficial, o porta-voz David Mencer classificou as denúncias como “infundadas”. Segundo ele, os militares israelenses estão atacando apenas alvos do Hamas e não civis.
“Se Israel realmente quisesse destruir os palestinos, não teria facilitado a entrada de quase dois milhões de toneladas de ajuda humanitária em Gaza”, disse.
Parnes reconhece que os processos legais internacionais são importantes, mas ressalta que não oferecem resposta imediata à tragédia humanitária em curso. “Leva anos até que tribunais como a Corte Internacional de Justiça cheguem a um veredito. Enquanto isso, Rafah já foi varrida do mapa”, lamenta.
A África do Sul ingressou com uma ação contra Israel na CIJ (Corte Internacional de Justiça), acusando formalmente o país de “genocídio”. O processo foi acolhido e está em curso em Haia. O Brasil declarou apoio à iniciativa sul-africana.
Na avaliação da B’Tselem, há risco de que a mesma lógica aplicada pelos israelenses em Gaza se expanda para outras regiões palestinas.
“Estamos vendo práticas similares sendo adotadas na Cisjordânia — demolições, política de fogo aberto, transferência forçada de dezenas de milhares de palestinos. A única diferença, por enquanto, é a escala, que é menor”, alerta Parnes.
Com uma equipe formada por judeus israelenses e palestinos da Cisjordânia, de Gaza e de dentro do próprio Estado de Israel, a B’Tselem afirma viver este momento não apenas como observadora, mas como parte da tragédia. Por isso, o nome do relatório sobre as ações israelenses é “Nosso genocídio”.
“Este é o nosso genocídio. Não apenas dos palestinos, que são as vítimas diretas, mas de toda a humanidade. Porque, se o genocídio é tolerado contra um grupo, pode ser repetido contra qualquer outro”, expressou.
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