Objetivo:
“Projetando o futuro e o desenvolvimento autossustentável da sua empresa, preparando-a para uma competitividade e lucratividade dinâmica em logística e visão de mercado, visando sempre e em primeiro lugar, a satisfação e o bem estar do consumidor-cliente."
Segmento teve alta de mais de 6% no mês com o reajuste de mensalidades de cursos regulares. Índice acumula 5,60% em 12 meses. <<<===+===.=.=.= =---____-------- ----------____---------____::____ ____= =..= = =..= =..= = =____ ____::____-----------_ ___---------- ----------____---.=.=.=.= +====>>> Por Raphael Martins, g1 Postado em 10 de março de 2023 às 13h00m #.*Post. - N.\ 10.711*.#
IPCA: mais uma vez, destaque para o grupo de Educação, em virtude dos
reajustes de preços praticados no início do ano. — Foto: Júlio César
Costa/g1
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador
considerado a inflação oficial do país, subiu 0,84% em fevereiro,
segundo dados divulgados nesta sexta-feira (10) pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado vem na sequência de um avanço de 0,53% em janeiro e foi mais brando que em fevereiro de 2022, mês que havia fechado com alta de 1,01%
Com isso, o país passa a ter uma inflação acumulada de 5,60% na janela de 12 meses.
Os dois primeiros meses de 2023 acumulam alta de 1,37% nos preços.
Neste mês, oito dos nove grupos de preços registraram alta. A exceção
foi vestuário (-0,24%), que também teve queda em janeiro (-0,27%).
Na outra ponta, o grande peso para o resultado do IPCA de fevereiro foi
o grupo de Educação, que teve alta de 6,28% no mês. Segundo o IBGE,
essa foi a taxa mais alta desde fevereiro de 2004, quando houve variação
de 6,70%.
Na composição geral, o grupo representou 0,35 ponto percentual do total do índice no mês. A alta elevada reflete os reajustes de mensalidade praticados no início do ano.
Veja o resultado dos nove grupos que compõem o IPCA:
Alimentação e bebidas: 0,16%
Habitação: 0,82%
Artigos de residência: 0,11%
Vestuário: -0,24%
Transportes: 0,37%
Saúde e cuidados pessoais: 1,26%
Despesas pessoais: 0,44%
Educação: 6,28%
Comunicação: 0,98%
Educação em forte alta
A abertura do grupo de Educação mostra que o ensino médio registrou a
alta percentual mais relevante (10,28%), mas foi acompanhado de perto
pelo ensino fundamental (10,06%), pré-escola (9,58%) e creche (7,20%). O
maior peso, contudo, vem do ensino fundamental, que trouxe impacto de
0,15 ponto percentual no índice do mês.
O IBGE ainda destaca altas relevantes no ensino superior (5,22%), em
cursos técnicos (4,11%) e pós-graduação (3,44%). Os cursos regulares,
que reúnem todas essas categorias, tiveram aumento médio de 7,58%.
“Fevereiro
é sempre muito marcado pela educação, pois os reajustes efetuados pelos
estabelecimentos de ensino na virada do ano são contabilizados nesse
mês. Normalmente, essa alta de educação fica indexada ao próprio IPCA,
ou seja, o reajuste das mensalidades é baseado na inflação do ano
anterior”, explica o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.
Produtos de higiene, energia e aluguel pesaram
O grupo Saúde e cuidados pessoais (1,26%) também teve peso importante
no resultado do IPCA de fevereiro, em especial por conta dos itens de
higiene pessoal, que tiveram alta de 2,80%. Dentro da composição do
índice, o grupo teve peso de 0,16 ponto percentual para o resultado
final.
Já o grupo Habitação, que subiu 0,82% em fevereiro, teve contribuição
importante dos preços de energia elétrica residencial (1,37%). Ainda
dentro de grupo, houve alta de 0,88% vinda do aluguel residencial. Ambos
são aumentos sazonais que costumam pesar nesta época do ano.
IPCA sobe 0,84% em fevereiro e acumula 5,60% em 12 meses
De olho nos combustíveis
O grupo Transportes ainda não foi pressionado em fevereiro pelareoneração dos impostossobre combustíveis,
que será de R$ 0,47 para a gasolina e de R$ 0,02 para o etanol. O
retorno dos impostos federais só foi anunciado no dia 28, e deve se
refletir nos preços apenas em março.
Ainda assim, a maior contribuição para a alta de Transportes (0,37%)
veio da gasolina, que subiu 1,16%. Já etanol (-1,03%), gás veicular
(-2,41%) e óleo diesel (-3,25%) tiveram quedas superiores a 1%, ressalta
o IBGE.
Outro destaque foi a redução expressiva de preços de passagens aéreas: queda de 9,38%.
Vestuário em queda
O único grupo que registrou redução de preços nesta medição do IBGE foi
Vestuário. Trata-se de um setor que acumulou sucessivas altas desde o
impacto da pandemia de Covid-19, em virtude da redução de compra causada
pelo isolamento social e por conta das quebras da cadeia logística.
“Esse
grupo vinha apresentando sucessivas altas há muito tempo. É natural,
portanto, que os preços comecem a baixar”, diz Kislanov, pesquisador do
IBGE.
Neste mês, destaque para as quedas das roupas masculinas (-0,58%) e femininas (-0,45%).
INPC tem alta de 0,77% em fevereiro
Por fim, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) — que é usado
como referência para reajustes do salário mínimo, pois calcula a
inflação para famílias com renda mais baixa — teve alta de 0,77% em
fevereiro. Em janeiro, a alta foi de 0,46%.
Assim, o INPC acumula alta de 1,23% no ano e de 5,47% nos últimos 12 meses. Em fevereiro de 2022, a taxa foi de 1%.
Peixes, caranguejos, macacos, lagartos e até abelhas já sofrem com os efeitos provocados pelas mudanças do clima. <<<===+===.=.=.= =---____-------- ----------____---------____::____ ____= =..= = =..= =..= = =____ ____::____-----------_ ___---------- ----------____---.=.=.=.= +====>>> Por Rone Carvalho, BBC 09/03/2023 08h16 Atualizado há um dia Postado em 10 de março de 2023 às 11h45m #.*Post. - N.\ 10.710*.#
— Foto: GETTY IMAGES via BBC
Asas desproporcionais, aumento de tamanho, reprodução de mais fêmeas do
que machos e dificuldade para reconhecer alimentos devido a
modificações cognitivas estão na lista de alterações sofridas por
animais devido às mudanças do clima.
Pesquisas mostram que para conseguir sobreviver ao aumento da
temperatura, à poluição de rios e aos eventos climáticos extremos, como
longos períodos de seca e de chuvas intensas, espécies estão alterando o
seu modo de vida, sua maneira de se reproduzir e até o seu tamanho.
Na lista de animais mais atingidos pelas alterações do clima, as
abelhas aparecem como um dos mais impactados. Não é à toa que cada vez
mais é difícil encontrá-las em diversos pontos do mundo em que eram
frequentes.
"Com o aumento das secas, o período de floração das plantas diminui.
Com isso, muitas abelhas não estão conseguindo néctar e pólen, que
coletam nas flores. Consequentemente estão desaparecendo", diz Michael
Hrncir, professor do Instituto de Biociências da Universidade de São
Paulo (SP).
Contudo, os impactos negativos sobre as abelhas não ocorrem apenas por
falta de alimento. Pesquisas mostram que o aumento de temperatura também
está provocando deformações nas asas de algumas espécies. "Em
decorrência do estresse causado pelas mudanças climáticas temos
comprovação que algumas abelhas nascem com uma asa maior que a outra."
Alterações cognitivas
Diferentemente dos seres humanos, que conseguem controlar a temperatura
do corpo, por serem seres endotérmicos, a temperatura das abelhas
equivale à do ambiente em que estão inseridas mais a que produzem ao
bater as asas. "Para se ter uma ideia, uma abelha bate, em média, 250
vezes as asas por segundo", apontou Michael.
Assim, se uma abelha está em um ambiente a 30 graus, ao bater as asas, o
seu músculo ativo faz sua temperatura corporal chegar a até 42 graus. O
problema é que a elevação da temperatura além de provocar um
superaquecimento também ocasiona impactos cognitivos.
O aumento da temperatura está levando a perdas cognitivas em algumas espécies de abelhas — Foto: GETTY IMAGES via BBC
"Estudos revelam que algumas espécies de abelhas estão perdendo a
capacidade de cognição, como reconhecer uma flor ou o caminho de volta
para colônia, por exemplo, por conta da elevação da temperatura",
ressaltou o pesquisador da USP.
O desaparecimento de abelhas pode provocar um efeito em cascata. Isso
porque é através do seu trabalho de polinização que muitas sementes
surgem e flores sobrevivem.
Sua capacidade de aumentar em cerca de 25% o rendimento das colheitas
-, consequentemente, dos alimentos que comemos – corre risco à medida
que mudanças drásticas no clima ocorrem.
Mais fêmeas do que machos
Quem também é impactado diretamente pelas mudanças do clima são os quelônios - tartarugas marinhas e de água doce.
Diferentemente de outros animais, elas dependem de um fator externo para que o sexo do filhote seja determinado.
É a temperatura da areia onde os ovos são colocados que vai estabelecer
se nascerá uma fêmea ou um macho. Em regra, temperaturas altas (acima
de 30 graus) produzem mais fêmeas; temperaturas mais baixas (abaixo de
29 graus) produzem mais machos.
"Entretanto, quando temos aumento da temperatura passamos a ter uma
tendência de geração apenas de filhotes do sexo feminino. Isso provoca
um desequilíbrio demográfico da espécie", afirmou Fernanda Werneck,
especialista em anfíbios e répteis do Instituto Nacional de Pesquisa da
Amazônia (Inpa).
Além disso, pela reprodução dos quelônios ser sexuada - macho transfere
os espermatozoides para dentro do corpo da fêmea. A diminuição de
indivíduos do sexo masculino provoca uma queda abrupta no número de
exemplares da espécie, antes mesmo do processo de confecção dos ninhos.
Anfíbios diminuem de tamanho
Outros animais impactados pelas mudanças do clima são os anfíbios, como
sapos, rãs e pererecas. Com o aumento da temperatura, espécies estão
mais suscetíveis às infeções do fungo quitrídio - Batrachochytrium
dendrobatidis -, responsável por declínios de diversas espécies de
anuros, no passado.
O coordenador do Laboratório de Herpetologia e Comportamento Animal da
Universidade Federal de Goiás (UFG), Rogério Pereira Bastos, aponta que a
diminuição de locais apropriados para reprodução (corpos d’água), que
estão ficando secos ou escassos, está fazendo com que algumas espécies
diminuam de tamanho.
"Como o período seco tende a ficar maior, os anfíbios terão menor
disponibilidade de presas para se alimentarem. Assim, eles chegarão à
fase adulta com tamanho menor."
O problema é que o tamanho dos anfíbios influencia na vocalização do
macho – mecanismo utilizado para atrair as fêmeas. Assim, as mudanças
climáticas também estão alterando a reprodução de algumas espécies de
anfíbios.
"Machos menores têm vocalizações mais agudas (frequências maiores) e
machos maiores têm vocalização mais grave (frequências menores). Como a
mudança climática está ocorrendo em período de tempo pequeno, será que o
sistema auditivo das fêmeas ainda conseguirá reconhecer as vocalizações
dos machos de suas espécies?", questionou o pesquisador.
Um estudo sobre a perereca Boana goiana, encontrada na Floresta
Nacional da Silvânia (GO), mostrou que, em quase duas décadas,
características do canto da espécie diminuíram à medida que a quantidade
de recursos naturais reduziu na floresta.
"Já temos modelos que preveem como será a destruição geográfica dos
anfíbios daqui a 50 anos. Nesta nova distribuição, teremos unidades de
conservação? O que se vê é que não teremos. Então, seria interessante
criar unidades de conservação nas áreas que serão mais adequadas para os
anfíbios. Assim, poderemos conservar mais espécies, criando uma rede de
proteção", defendeu Rogério.
Lagarto aumenta de tamanho
Ao mesmo tempo que existem espécies que estão diminuindo de tamanho,
por conta das mudanças do clima, outras estão aumentando. É o que revela
um estudo publicado no periódico científico Biological Journal of the
Linnean Society, que comparou amostras do lagarto sul-americano
Tropidurus torquatus, da década de 1960 com as de 2012.
Segundo a pesquisa, o aumento de aproximadamente dois graus na
temperatura nas últimas décadas, fez com que essa espécie de lagarto
atinja o tamanho adulto mínimo dois anos antes.
"Com as técnicas usadas, soubemos que, emm 1960, lagartos se tornavam
sexualmente maduros por volta dos 5 anos em locais mais urbanos, e por
volta dos 6 ou 7 anos em locais de floresta. No presente, a maturidade
acontece ao menos dois anos antes. Se assumimos expectativas de vida
similares, uma possibilidade é que o período de reprodução tenha sido
acelerado", apontou Carlos Navas, professor do Instituto de Biociências
da Universidade de São Paulo (USP).
Para chegar à conclusão, que o aumento de temperatura pode ter
influenciado no tamanho do lagarto sul-americano Tropidurus torquatus,
os cientistas tomaram por base um estudo similar feito com uma espécie
de geco - Homonota darwinii - da Patagônia argentina.
"Nele, encontramos que animais coletados em locais mais frios atingiam a maturidade sexual um ano mais tarde", apontou Navas.
Mais vulneráveis
Carla Piantoni, cientista da Universidade do Havaí, em Manoa (EUA), que
também participou da pesquisa, ressalta que o fato dos lagartos serem
animais ectotérmicos, ou seja, sua temperatura não é regulada
diretamente pelo metabolismo, como acontece nos mamíferos, os deixa
ainda mais vulneráveis ao aumento da temperatura provocado pelas
mudanças climáticas.
"Muitos lagartos são bons mantendo temperaturas corporais relativamente
estáveis, mas sempre que as condições de temperatura do ambiente
permitem. Contudo, como nem sempre é o caso, terminam sendo expostos à
variação termal. Essa variação pode ter impacto no desenvolvimento
deles, na primeira reprodução e no número de ovos", apontou.
A especialista em anfíbios e répteis, Fernanda Werneck, do Instituto
Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), que há anos tenta entender como
a seleção natural atua sobre os animais da Amazônia, cita como exemplo o
lagarto Tropidurus torquatus, popularmente conhecido como calango.
Encontrado em regiões do Cerrado e nas bordas de floresta, a espécie
não tem conseguido se adaptar ao novo clima e tem desaparecido na última
década.
Em contrapartida, o lagarto Cnemidophorus lemniscatus parece estar se
‘beneficiando’ das mudanças do clima e expandindo sua presença. Contudo,
o que parece ser benéfico a longo prazo pode ser ruim.
"Temos que entender que quando uma espécie migra para outra região para
sobreviver, em busca de alimento ou de um ambiente parecido com o que
ela vivia, essa nova espécie, normalmente, compete com espécies nativas.
Isso causa prejuízos a longo prazo", explicou Werneck.
Macacos mudam comportamento
A perda de áreas de Mata Atlântica, seja para a pecuária ou agricultura também altera o comportamento dos macacos.
Em busca de sobreviver, o macaco-prego passou a tomar água de coco para
evitar a desidratação. A constatação foi feita pelo pesquisador Hilton
Japyassú da Universidade Federal da Bahia (UFBA), em parceria com Danilo
Sabino e Esaú Marlon.
"Eles foram expulsos de áreas mais favoráveis à sua sobrevivência, e
uma simulação computacional mostra que em cinquenta anos eles estarão
restritos à Mata Atlântica do Sul da Bahia", ressaltou Hilton.
Segundo o pesquisador, atualmente, ao norte da Bahia, resiste uma
população que passou a utilizar o mangue regularmente, ao aprender a
abrir coco e beber sua água.
"Para não se expor demais, os macacos usam do coqueiral abandonado.
Além disso, constatamos que para não gastar muita energia, preferem os
coqueiros mais baixos, e escolhem o coco pelo seu tamanho, dando
preferência aos intermediários."
Oceano mais quente expulsa caranguejos
No litoral do Sudeste brasileiro, outro animal sofre processo
semelhante para se adaptar ao oceano quase um grau mais quente do que há
quarenta anos.
Tânia Márcia Costa, bióloga e professora do Instituto de Biociências da
Universidade Estadual Paulista (Unesp), conta que o caranguejo
chama-maré - Leptuca cumulanta – que até 2010, historicamente, tinha
como limite sul o Estado do Rio de Janeiro, passou a habitar o litoral
de São Paulo, onde as temperaturas são mais frias.
"O que vem acontecendo é um processo de tropicalização, com os animais
procurando regiões mais frias. O problema é que quando eles chegam em
regiões a que não estavam habituados podem comprometer todo o
ecossistema. Levando à redução ou extinção de espécies nativas da nova
área que ele passou a habitar", disse.
Diretamente relacionado com as mudanças climáticas, o aumento da
temperatura dos oceanos é causado pela emissão de gases do efeito
estufa. Em regra, o aquecimento atmosférico transmite energia térmica
para as águas, que consequentemente aumentam de temperatura.
Dessa forma, como um efeito dominó, o aquecimento provocado pelo homem,
culmina no aquecimento do oceano, que interfere diretamente na vida
aquática.
"Temos três efeitos das mudanças climáticas que estão impactando
diretamente os animais: aumento da temperatura; acidificação de oceanos e
ambientes de água doce; e os recorrentes eventos extremos, como
tempestades e secas", apontou Tânia.
Segundo a bióloga, os três efeitos interferem diretamente no organismo
das espécies marinhas. Isso porque, ao aumentar a temperatura da água, a
primeira resposta do animal com o metabolismo acelerado, normalmente, é
elevar sua alimentação.
"Ou seja, ele vai precisar comer mais. Com isso, também vai ficar mais
exposto a predação”, ressaltou a bióloga. “Sem contar que nem todos vão
aguentar uma temperatura tão alta. Muitas espécies já estão no limite da
temperatura", completou.
Aquecimento pode provocar fome
As inúmeras mudanças em pouco tempo são a grande preocupação dos
pesquisadores que estudam como as alterações climáticas estão impactando
os animais.
No caso dos peixes, que não são capazes de regular a temperatura do
corpo e são dependentes interinamente da temperatura da água para
sobreviver, um aumento de 1,5 grau já é suficiente para provocar a
extinção de muitos desses seres, que são vitais na dieta da população.
"Embora várias dessas espécies aquáticas tenham aprendido a se adaptar a
ambientes extremos ao longo de centenas de milhares de anos, elas nunca
foram submetidas a uma situação tão complicada como as que estão sendo
provocadas pelo homem", afirma Adalberto Val Luis, biólogo e pesquisador
do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
O biólogo cita o aumento da acidez da água, como um dos problemas que
mais estão comprometendo a vida de peixes nos rios da Amazônia.
"Essa poluição da água não acontece apenas pelo desmatamento e pelas
queimadas, mas também de como usamos o ambiente e descartamos
medicamentos. Um anticoncepcional, por exemplo, descartado em um rio de
maneira irregular pode impactar na reprodução de peixes e comprometer
todo um ecossistema", alertou.
Para se ter uma ideia, 90% da proteína consumida pelas 25 milhões de
pessoas que vivem na Amazônia brasileira advém dos peixes. Ou seja, as
mesmas ações humanas que comprometem os animais hoje, podem ser
responsáveis por provocar fome no futuro.
Possíveis soluções
Fernanda Werneck, do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa),
alerta que antes de uma espécie ser extinta, normalmente, ela concede
sinais: muda de habitat, tenta adaptar-se a nova temperatura ou sofre
mutações.
"Uma espécie não é extinta do dia para a noite, esse processo acontece
em capítulos. O problema é que já estamos vendo esses processos
acontecendo. Por isso, da importância de medidas como combate ao
desmatamento, preservação de áreas de conservação e incentivo à
pesquisa. Toda espécie é importante para o ecossistema e para a vida no
planeta", afirmou a pesquisadora.
Após seus mandatos, Lula e Dilma levaram consigo 551 presentes, mas devolveram esses bens após decisão do TCU. Regras sobre presentes ficaram mais claras a partir de 2016, após tribunal definir que bens devem ser patrimônio da União. <<<===+===.=.=.= =---____-------- ----------____---------____::____ ____= =..= = =..= =..= = =____ ____::____-----------_ ___---------- ----------____---.=.=.=.= +====>>> Por Nathalia Passarinho, BBC 10/03/2023 08h58 Atualizado há uma hora Postado em 10 de março de 2023 às 10h00m #.*Post. - N.\ 10.709*.#
Além de autoridades, presidentes costumam receber presentes de pessoas
comuns; na foto, Lula em 2006 na Bolívia — Foto: GettyImages
Presentes dados por governos estrangeiros já foram motivo de dor de
cabeça para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ex-presidente
Dilma Rousseff, embora em escala muito menor que a crise provocada pelasjoias de R$ 16,5 milhões, dadas pelo governo da Arábia Saudita à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Tanto Lula quanto Dilma levaram consigo 551 presentes dados por
autoridades estrangeiras entre 2003 e 2016, mas devolveram os bens para o
acervo público da União em 2019, após determinação do TCU e uma série
de auditorias realizadas para localizar os itens.
Até 2016, as únicas regras sobre o tema constavam de um decreto de 2002
que dava margem para interpretar que só presentes "entregues em
cerimônia oficial de entrega de presentes" seriam patrimônio da União.
Com isso, presidentes costumavam incorporar a seus acervos privados
bens que não tivessem sido entregues por governos estrangeiros em
cerimônias oficiais.
Mas o Tribunal de Contas da União estabeleceu, em 2016, que essa
interpretação é equivocada e viola preceitos da Constituição Federal,
como o princípio da moralidade.
Para o tribunal, todos os presentes, independentemente de serem
entregues em evento oficial, devem ficar em acervo da União em vez de
virarem patrimônio particular do presidente após o fim do mandato.
“Em que pese o decreto não detalhar que também os presentes trocados
protocolarmente, portanto sem cerimônia específica para troca de
presentes, devam igualmente integrar o patrimônio da União, sob o prisma
dos princípios da moralidade, legitimidade e razoabilidade, a melhor
aplicação ao tema é a de que quaisquer itens recebidos por trocas
oficiais sejam bens públicos, uma vez que o cidadão, na qualidade de
presidente da República, somente está recebendo tal bem em função da
natureza pública e representativa do cargo que está temporariamente
ocupando”, definiu o TCU.
Com esse entendimento, o TCU determinou que fosse realizada uma
auditoria para localizar presentes dados por autoridades estrangeiras a
governantes a partir de 2002, quando o decreto foi editado.
Uma equipe fixa da presidência (que não muda a cada governo) decide o
que deve ficar no Planalto e o que pode ir com os presidentes; presentes
dados a Lula que foram liberados estão sob cuidado do Instituto Lula,
que tem o catálogo dos itens disponível ao público — Foto: Instituto
Lula
Presentes ‘desaparecidos’
Conforme essa auditoria, Lula levou consigo 434 presentes após seus dois mandatos, enquanto Dilma ficou com 117 bens.
Por decisão do TCU, os dois devolveram esses bens, num processo que
envolveu buscas por 80 itens que pareciam ter sido “extraviados”- a
maioria obras de arte, conforme documentos dos autos acessados pela BBC News Brasil.
O tribunal chegou a cogitar abrir um novo processo contra Dilma e Lula
pedindo o ressarcimento de cerca de R$ 204 mil em presentes
“desaparecidos”.
Dos 80 itens “sumidos”, 74 foram entregues a Lula nos seus primeiros
dois mandatos e custariam R$ 199 mil, segundo avaliação feita pela
Diretoria de Documentação Histórica (DDH)/PR) da Presidência a pedido do
TCU. Outros seis estariam com Dilma e custariam cerca de R$ 4,7 mil.
“Faz-se necessária a expedição de determinação à SA/PR (Secretaria de
Administração da Presidência da República) para que instaure um único
processo de TCE em desfavor dos ex-presidentes da República Luiz Inácio
Lula da Silva e Dilma Vana Rousseff em razão dos valores calculados pelo
DDH/PR, referentes aos bens recebidos no exercício do cargo de
Presidente da República que não foram incorporados ao acervo público”,
diz acórdão de 2019 do TCU, sob relatoria do ministro Walton Alencar
Rodrigues.
Mas a Secretaria de Administração da Presidência acabou localizando
quase a totalidade desses bens, após prazo de 180 dias dado pelo TCU
para esclarecimentos.
A maioria dos presentes levados por Lula após deixar a Presidência
estava em um galpão do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São
Bernardo do Campo.
Continuaram desaparecidos apenas 11 que haviam sido entregues a ele, num valor total de R$ 11.748,40.
Lula ressarciu esse valor integralmente, segundo informou o TCU à BBC News Brasil.
Também continuaram sumidos seis presentes entregues a Dilma, no valor de R$ 4,7 mil.
“Em relação à ex-Presidente Dilma Rousseff, em que pesem as tentativas
de cobrança, não consta do processo o recolhimento do montante
indicado”, informou o TCU à BBC News Brasil.
A BBC News Brasil encaminhou
e-mail para a Secretaria de Comunicação da Presidência pedindo
manifestação sobre o caso, mas não recebeu resposta até a publicação
desta reportagem.
Dilma recebeu flores de eleitores durante a campanha de 2014 — Foto: GettyImages
Joias de Michelle Bolsonaro teriam violado decisão
Além da devolução de bens recebidos nos governos Dilma e Lula, o
processo aberto pelo TCU em 2016 resultou na fixação de regras mais
claras para o registro de bens dali em diante.
O tribunal sugeriu critérios para cadastro dos presentes e determinou
que houvesse transparência, com a divulgação na internet desses bens e
seus valores após recebimento por presidente brasileiro.
Conforme o entendimento, só podem ser considerado patrimônio pessoal
presentes “de cunho pessoal”, como medalhas personalizadas ou bens de
“consumo direto”, como bonés, camisas e perfumes.
Apesar de a decisão do TCU ter deixado clara a obrigatoriedade de
presentes irem a acervo público, o ex-presidente Jair Bolsonaro está
sendo investigado por supostamente ter tentado incorporar ao seu
patrimônio particular presentes que ultrapassam a casa dos milhões e que
deveriam ter sido registrados como patrimônio público.
Na terça (6), a Polícia Federal abriu inquérito para apurar possível
tentativa ilegal de trazer para o Brasil, sem declarar como patrimônio
da União, um conjunto de colar, brincos e relógio cravejados de
brilhantes.