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segunda-feira, 11 de outubro de 2021

David Card, Joshua Angrist e Guido Imbens ganham Nobel de Economia 2021

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Pesquisadores fizeram estudos para entender os efeitos de salário mínimo, imigração e educação no mercado de trabalho.
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Por g1

Postado em 11 de outubro de 2021 às 09h05m


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David Card, Joshua Angrist e Guido Imbens ganham Nobel de Economia 2021 — Foto: UC Berkeley/Redes sociais/Stanford University
David Card, Joshua Angrist e Guido Imbens ganham Nobel de Economia 2021 — Foto: UC Berkeley/Redes sociais/Stanford University

David Card, Joshua D. Angrist e Guido W. Imbens foram premiados nesta segunda-feira (11) com o prêmio Nobel de Economia 2021.

Os pesquisadores foram premiados pelo uso de experimentos naturais (situações da vida real para calcular seus impactos no mundo) para entender as relações de causa e efeito em áreas como mercado de trabalho e educação. Essa abordagem dos economistas acabou se estendendo para outras áreas e revolucionou as pesquisas de campo pelo mundo.

Veja as principais contribuições de cada estudo premiado:

  • David Card: efeitos do salário mínimo, da migração e da educação no mercado de trabalho.
  • Joshua D. Angrist e Guido W. Imbens: uso de metodologia para entender o efeito de um ano a mais na escola para os estudantes.

De acordo com a Real Academia de Ciências da Suécia, "os economistas revolucionaram a pesquisa empírica nas ciências sociais e melhoraram significativamente a capacidade da comunidade de pesquisa de responder a perguntas de grande importância".

David Card recebeu o prêmio por suas contribuições empíricas para a economia do trabalho. Já Joshua D. Angrist e Guido W. Imbens foram laureados por suas contribuições metodológicas para a análise das relações de causa e efeito.

Os estudos de Card sobre questões centrais para a sociedade e as contribuições metodológicas de Angrist e Imbens mostraram que experimentos naturais são uma rica fonte de conhecimento. A pesquisa deles melhorou substancialmente nossa capacidade de responder às principais questões causais, o que foi de grande benefício para a sociedade, disse Peter Fredriksson, presidente do Comitê do Prêmio de Ciências Econômicas.

Os pesquisadores receberão um prêmio em dinheiro de 10 milhões de coroas suecas (US$ 1,1 milhão) - metade vai para David Card e a outra metade será dividida entre Joshua Angrist e Guido Imbens, porque a premiação é pelo estudo.

Ilustração mostra os vencedores do Prêmio Nobel de Economia de 2021: David Card, Joshua D. Angrist e Guido W. Ibens — Foto: Divuglação/Real Academia Sueca
Ilustração mostra os vencedores do Prêmio Nobel de Economia de 2021: David Card, Joshua D. Angrist e Guido W. Ibens — Foto: Divuglação/Real Academia Sueca

Os outros vencedores do prêmio Nobel deste ano foram:

David Card, vencedor do Prêmio Nobel de Economia — Foto: UC Berkeley/Divulgação
David Card, vencedor do Prêmio Nobel de Economia — Foto: UC Berkeley/Divulgação

David Card nasceu em 1956 em Guelph, no Canadá, e é professor de economia na Universidade da Califórnia, nos EUA.

Por meio de experimentos naturais na década de 90, Card analisou os efeitos do salário mínimo, da migração e da educação no mercado de trabalho. Seus estudos mostraram, por exemplo, que o aumento do salário mínimo não leva necessariamente à redução de empregos.

Outra descoberta de Card foi que os recursos das escolas são muito mais importantes para o futuro no mercado de trabalho dos alunos do que se pensava. E que a renda das pessoas que nasceram em um país pode ser melhor do que dos imigrantes que tiveram de sair de seu país para outro.

Joshua Angrist, vencedor do Prêmio Nobel de Economia — Foto: Reprodução/Twitter
Joshua Angrist, vencedor do Prêmio Nobel de Economia — Foto: Reprodução/Twitter

Joshua D. Angrist nasceu em 1960 em Columbus, Ohio, nos EUA, e é professor de economia do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), em Cambridge, nos EUA.

Guido W. Imbens nasceu em 1963 em Eindhoven, na Holanda, e é professor de economia na Universidade de Stanford, nos EUA.

Guido Imbens, vencedor do Prêmio Nobel de Economia — Foto: Stanford University/Divulgação
Guido Imbens, vencedor do Prêmio Nobel de Economia — Foto: Stanford University/Divulgação

Angrist e Imbens foram recompensados, de forma conjunta, "por suas contribuições metodológicas na análise das relações de causa e efeito".

Essa metodologia foi aplicada, por exemplo, para entender o efeito de um ano a mais na escola para os estudantes. Segundo o estudo, estender a escolaridade obrigatória em um ano para um grupo de alunos, mas não para outro, não afetará todos da mesma forma. Alguns alunos teriam continuado a estudar de qualquer maneira e, para eles, o valor da educação muitas vezes não é representativo de todo o grupo.

Eles concluíram ainda que um ano adicional de estudo aumentava em média o salário em 9%, ou que os americanos nascidos no último semestre do ano tinham melhores estudos.

Com isso, os dois pesquisadores demonstraram em meados da década de 90 como conclusões precisas sobre causa e efeito podem ser extraídas de experimentos naturais.

"Fiquei absolutamente chocado ao receber a ligação, então fiquei absolutamente empolgado ao ouvir a notícia", disse Imbens em um telefonema com repórteres em Estocolmo, acrescentando estar emocionado de compartilhar o prêmio com dois de seus bons amigos. "Josh Angrist foi meu padrinho de casamento, então ele é um bom amigo tanto pessoal quanto profissionalmente, e estou muito feliz em compartilhar o prêmio com ele e David", disse.

Vencedores mais velhos e apenas duas mulheres

Até agora, somente duas mulheres foram laureadas no prêmio. Em 2019, o prêmio foi atribuído a um trio de pesquisadores especializados no combate à pobreza, os americanos Abhijit Banerjee e Michael Kremer e a franco-americana Esther Duflo, segunda mulher distinguida na disciplina e a mais jovem laureada da história deste prêmio, na época com 46 anos.

A primeira mulher a ganhar o Nobel de Economia foi a norte-americana Ellinor Ostrom, em 2009 (veja lista dos últimos ganhadores abaixo).

Economia tem sido, até agora, o Nobel onde o perfil do futuro vencedor é o mais fácil de adivinhar: homem com mais de 55 anos de nacionalidade americana.

Nos últimos 20 anos, três quartos deles se enquadram nessa descrição. A média de idade dos vencedores também é superior a 65 anos, a maior entre os seis prêmios.

O prêmio

O prêmio de Economia, oficialmente chamado de "Prêmio do Banco da Suécia em Ciências Econômicas em memória de Alfred Nobel", foi criado em 1968 e concedido pela primeira vez em 1969.

A homenagem não fazia parte do grupo original de cinco prêmios estabelecidos pelo testamento do industrialista sueco Alfred Nobel, criador da dinamite. Os outros prêmios Nobel (Medicina, Física, Química, Literatura e Paz) foram entregues pela primeira vez em 1901.

O Nobel de Economia é o último concedido este ano. Os prêmios de Medicina, Física, Química, Literatura e Paz foram anunciados na semana passada.

Embora seja o prêmio de maior prestígio para um pesquisador em economia, o prêmio não adquiriu o mesmo status das disciplinas escolhidas por Alfred Nobel em seu testamento de fundação (Medicina, Física, Química, Paz e Literatura) - seus detratores zombam dele como um "falso Nobel" que representa economistas ortodoxos e liberais.

Últimos ganhadores do Nobel de Economia

2020: Paul R. Milgrom e Robert B. Wilson (EUA), por seus trabalhos na melhoria da teoria e invenções de novos formatos de leilões.

2019: Abhijit Banerjee, Esther Duflo e Michael Kremer (EUA), por seus seus trabalhos no combate à pobreza.

2018: William D. Nordhaus e Paul M. Romer (EUA), por seus estudos sobre economia sustentável e crescimento econômico a longo prazo.

2017: Richard Thaler (Estados Unidos), por sua pesquisa sobre as consequências dos mecanismos psicológicos e sociais nas decisões dos consumidores e dos investidores.

2016: Oliver Hart (Reino Unido/Estados Unidos) e Bengt Holmström (Finlândia), por suas contribuições à teoria dos contratos.

2015: Angus Deaton (Reino Unido/Estados Unidos) por seus estudos sobre "o consumo, a pobreza e o bem-estar".

2014: Jean Tirole (França), por sua "análise do poder do mercado e de sua regulação".

2013: Eugene Fama, Lars Peter Hansen e Robert Shiller (Estados Unidos), por seus trabalhos sobre os mercados financeiros.

2012: Lloyd Shapley e Alvin Roth (Estados Unidos), por seus trabalhos sobre a melhor maneira de adequar a oferta e a demanda em um mercado, com aplicações nas doações de órgãos e na educação.

2011: Thomas Sargent e Christopher Sims (Estados Unidos), por trabalhos que permitem entender como acontecimentos imprevistos ou políticas programadas influenciam os indicadores macroeconômicos.

2010: Peter Diamond, Dale Mortensen (Estados Unidos) e Christopher Pissarides (Chipre/Reino Unido), um trio que melhorou a análise dos mercados nos quais a oferta e a demanda têm dificuldades para se acoplar, especialmente no mercado de trabalho.

2009: Ellinor Ostrom e Oliver Williamson (Estados Unidos), por seus trabalhos separados que mostram que a empresa e as associações de usuários são às vezes mais eficazes que o mercado.

2008: Paul Krugman (Estados Unidos), por seus trabalhos sobre o comércio internacional.

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