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domingo, 16 de fevereiro de 2020

Cidades-esponja: conheça iniciativas pelo mundo para combater enchentes em centros urbanos

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Parques alagáveis, praças-piscina e telhados com jardins estão entre medidas adotadas por cidades chinesas, europeias e americanas. No Brasil, São Paulo e Belo Horizonte tiveram perdas provocadas por chuvas em 2020.
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 Por Daniel Médici e Letícia Macedo, G1  

 Postado em 16 de fevereiro de 2020 às 14h35m  

Parque dos Manguezais em Sanya, na China, um exemplo de parque alagável  — Foto: Turenscape/DivulgaçãoParque dos Manguezais em Sanya, na China, um exemplo de parque alagável — Foto: Turenscape/Divulgação
Assim como grandes cidades brasileiras, várias partes do mundo sofreram com enchentes e inundações que causaram tragédias nas últimas décadas. Para enfrentar ou evitar catástrofes, urbanistas têm rejeitado soluções tradicionais – baseadas em bocas de lobo e encanamentos – em favor de novas formas de garantir a drenagem da água: criam, assim, as chamadas cidades-esponja.
O conceito parte da ideia central de que as metrópoles modernas lidam com a água de maneira errada. Em vez de coletar a água das chuvas e jogá-la o mais rápido possível nos rios – como ocorre habitualmente –, as cidades-esponja lançam mão de uma série de recursos que asseguram espaço e tempo para que a água seja absorvida pelo solo (conheça cada um deles mais abaixo).
Essas medidas incluem a criação de:
  • parques alagáveis
  • telhados verdes
  • calçamentos permeáveis
  • praças-piscina
Cidades-esponja: veja recursos para minimizar o impacto das chuvas em metrópoles pelo mundo — Foto: Arte/G1  
Cidades-esponja: veja recursos para minimizar o impacto das chuvas em metrópoles pelo mundo — Foto: Arte/G1

Inspiração ancestral na China
Em 2012, uma enchente causou a morte de quase 80 pessoas em Pequim, muitas delas afogadas ou eletrocutadas. Casas desabaram e estradas, metrô e até o aeroporto ficaram sob as águas.

No entanto, fotos de turistas tiradas na época mostraram a Cidade Proibida, construída centenas de anos atrás, completamente seca – graças a seu antigo sistema de drenagem.

A tragédia chamou a atenção das autoridades. A China, que viveu intenso processo de urbanização nos últimos anos, passou a ser um dos países que abraçou com mais força o conceito de cidade-esponja. Em Taizhou e Jinhua, por exemplo, muros de concreto que canalizavam rios foram demolidos e substituídos por parques.
Parque alagável Yanweizhou, na cidade de Jinhua, na China — Foto: Turenscape/DivulgaçãoParque alagável Yanweizhou, na cidade de Jinhua, na China — Foto: Turenscape/Divulgação

Propostas semelhantes também têm sido adotadas em outras cidades pelo mundo, como Berlim, Copenhague e Nova York.

O arquiteto chinês Kongjian Yu explica que a proposta da cidade-esponja é preservar ecossistemas naturais, mais capazes de se recuperar das adversidades.
A sabedoria ancestral de conviver com a água é a maior inspiração para o conceito de cidade-esponja, explica o arquiteto chinês Kongjian Yu, chefe do escritório que fez alguns dos maiores projetos da área no país asiático.
"Esse conhecimento vem sendo negligenciado há muito tempo. Nós construímos as cidades modernas usando técnicas industriais, dependentes de infraestrutura feita de concreto, canos e bombas."
O arquiteto defende que construir cidades-esponja ajuda não só a enfrentar, no período das chuvas, a força da água, mas também a mantê-la fluindo pelas torneiras durante os meses mais secos do ano.
Veja, abaixo, algumas das soluções das cidades-esponja pelo mundo:

Parques alagáveis
O Rio Yongningantes da construção de um parque alagável na cidade chinesa de Taizhou... — Foto: Turenscape/DivulgaçãoO Rio Yongningantes da construção de um parque alagável na cidade chinesa de Taizhou... — Foto: Turenscape/Divulgação

...e o mesmo rio depois da criação do parque alagável, que absorve a água das cheias e é aberto à população — Foto: Turenscape/Divulgação...e o mesmo rio depois da criação do parque alagável, que absorve a água das cheias e é aberto à população — Foto: Turenscape/Divulgação

A face mais visível do conceito de cidade-esponja são os parques desenhados especialmente para serem parcialmente alagados durante alguns meses do ano. Diversos locais do tipo foram projetados e inaugurados pelo escritório de Kongjian em cidades chinesas.

Em boa parte dos casos, esses espaços tem passarelas suspensas, com livre acesso o ano todo. A parte térrea, alagável, fica intransitável no período de cheias, mas pode ser usada pelos frequentadores durante a seca.

Um parque alagável geralmente vai muito além da criação de um espaço extra para as águas. Ele também conta com uma vegetação pensada para absorver a água e fomentar a biodiversidade local.

Para o presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil em São Paulo (IAB-SP), Fernando Tulio, esses parques são uma alternativa aos piscinões, uma das soluções comumente adotadas por autoridades brasileiras.
"Piscinões são grandes espaços vazios que passam a ser um grande problema urbano, acumulam lixo, ratos, exigem manutenção, critica o arquiteto.
Os parques alagáveis são mais comuns nas margens dos rios e nas costas, como no caso de Nova York, onde foi criado o Hunters Point South Park.

Mas também são encontrados em terrenos sem cursos d’água, que concentram água da chuva, como o parque Chulalongkorn, em Bangcoc, na Tailândia, e o parque de Qunli, na própria China.
Parque alagável de Qunli, na China, criado para reter, filtrar e devolver ao solo a água da chuva — Foto: Turenscape/DivulgaçãoParque alagável de Qunli, na China, criado para reter, filtrar e devolver ao solo a água da chuva — Foto: Turenscape/Divulgação

Calçamentos permeáveis
Boa parte da água da chuva que cai sobre uma cidade fica retida sobre asfalto ou concreto. De lá, ela é drenada por meio de canos para ser levada a rios e muitas vezes se mistura com esgoto não tratado no caminho — especialmente quando a chuva é tanta, que supera a capacidade do sistema para absorvê-la.
A cidade chinesa de Lingshui, no extremo sul do país, é uma das que trocaram os tradicionais bueiros por estruturas conhecidas como bioswales. São pequenos canais de infiltração natural, com vegetação nativa, que correm paralelamente a ruas, avenidas e calçadas.

Outras opções exigem novas tecnologias. Copenhague, na Dinamarca, e cidades chinesas têm aberto novos espaços públicos usando um tipo de "concreto" permeável.
Praça Langelands, em Frederiksberg, na Dinamarca, recebeu tecnologia que funciona como uma esponja para absorver a água da chuva — Foto: Divulgação/ RockwoolPraça Langelands, em Frederiksberg, na Dinamarca, recebeu tecnologia que funciona como uma esponja para absorver a água da chuva — Foto: Divulgação/ Rockwool

A cidade dinamarquesa de Frederiksberg, perto da capital do país, sofreu com os estragos de uma chuva de 100 mm que caiu em duas horas em julho de 2011. Desde então, o município focou em desenvolver a capacidade de "amortecer" grandes volumes de água para, em seguida, dispersá-los de maneira segura.
Uma das iniciativas foi colocada em prática na praça Langelands (veja a foto acima), ponto alto mais alto de Frederiksberg e o local a partir de onde a água da chuva corre para Copenhague.

Nessa praça de 3 mil metros quadrados, foi concluída em 2019 a instalação de um material fibroso (stone wool) que funciona como uma esponja e libera a água de maneira lenta. A cada litro de água despejado, o material pode absorver até 950 ml, de acordo com o fabricante.
Concreto permeável usado na construção do Parque Yanweizhou, em Jinhua, na China — Foto: Turenscape/DivulgaçãoConcreto permeável usado na construção do Parque Yanweizhou, em Jinhua, na China — Foto: Turenscape/Divulgação

Apesar dessas iniciativas, a ideia de que a permeabilização por si só é a chave para evitar alagamentos não é unanimidade.

O arquiteto e professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) Milton Braga defende que a discussão deve privilegiar a preservação do verde nas grandes cidades, e não a permeabilização do solo.

A vegetação é que "segura" a água e dá tempo para que o solo consiga absorver todo o volume de chuva.
"Tanto a vegetação rasteira, como gramados e arbustos, quanto as árvores contribuem [para evitar alagamentos]", diz o arquiteto. "Muitas vezes, o solo já é naturalmente impermeável. O grave é a supressão dos elementos que 'seguram' a água." 
Telhados verdes
Telhado verde implantado sobre prédio da Escola de Finanças e Administração de Frankfurt — Foto: Frank Rumpenhorst/dpa/Picture-Alliance/AFP/ArquivoTelhado verde implantado sobre prédio da Escola de Finanças e Administração de Frankfurt — Foto: Frank Rumpenhorst/dpa/Picture-Alliance/AFP/Arquivo

A ideia de fazer jardins em tetos ou telhados não é nova – vem da Antiguidade, passando pela Itália renascentista. Telhados verdes existem em diversas partes do mundo, e não é difícil encontrá-los no Brasil.

A novidade é incentivar a construção desses espaços de forma ampla, para resolver problemas das cidades. Em número suficiente, a vegetação em cima dos prédios pode reter boa parte da chuva e diminuir o fluxo de água que vai parar nos bueiros e nos rios durante uma tempestade.
"Os benefícios desses jardins vão muito além de ajudar a mitigar as enchentes, diz o arquiteto e professor FAU-USP Milton Braga. "Eles ajudam a regular a temperatura dentro dos centros urbanos, a filtrar o ar, a filtrar a própria água."
Braga pondera, no entanto, que criar um jardim sobre um prédio já existente significa colocar um peso muito maior sobre a estrutura, e isso exige cuidados.
"Não é fácil fazer um jardim no topo de um prédio já existente. É impossível fazer um jardim no telhado de uma casa sem um reforço na estrutura."
Já abrir um quintal em um espaço impermeabilizado no térreo é bem mais fácil, diz o arquiteto.

A ideia, como política pública, ainda engatinha – mas algumas cidades já buscam meios de incentivar a implantação de telhados verdes em prédios privados. É o caso de Copenhague, que já em 2011 colocou a medida em seu Plano de Adaptação Climática.

Praças-piscina
Quadra da praça Benthemplein, em Roterdã, na Holanda, em um dia sem chuva  — Foto: Divulgação: Jeroen Musch, Ossip van Duivenbode, pallesh+azarfane, Jurgen Bals and De Urbanisten (Florian Boer & Eduardo Marin)Quadra da praça Benthemplein, em Roterdã, na Holanda, em um dia sem chuva — Foto: Divulgação: Jeroen Musch, Ossip van Duivenbode, pallesh+azarfane, Jurgen Bals and De Urbanisten (Florian Boer & Eduardo Marin)

Em Roterdã, na Holanda, a praça Benthemplein foi construída em 2013 adaptada para armazenar água nos dias de chuva.

O complexo, desenvolvido pelo escritório de arquitetura De Urbanisten, é composto por três bacias. Duas delas são subterrâneas e armazenam a água sempre que chove. A terceira é uma quadra de esportes abaixo do nível da rua que enche quando a chuva persiste (veja acima).
Na praça, a água da chuva é transportada até as bacias por grandes calhas de aço inoxidável. Essas calhas são projetadas para serem utilizadas por skatistas quando não está chovendo.
Quadra na Praça Benthemplein, em Roterdã, na Holanda, estava com água nesta quinta-feira (13)  — Foto: Reprodução/fotopaulmartens.netcam.nlQuadra na Praça Benthemplein, em Roterdã, na Holanda, estava com água nesta quinta-feira (13) — Foto: Reprodução/fotopaulmartens.netcam.nl

O armazenamento da água pode durar até 36 horas depois da chuva. Um sistema deixa a água fluir gradualmente, o que permite que ela volte para as reservas subterrâneas e nunca seja canalizada para o esgoto.
O equilíbrio das águas subterrâneas é especialmente importante durante os períodos de seca para manter as árvores e plantas da cidade em boas condições. A iniciativa acaba por reduzir o efeito da ilha de calor urbano. Parte a água, devidamente filtrada, é distribuída em bebedouros.
Uma câmera mostra ao vivo o movimento na praça de estudantes, frequentadores de uma igreja e visitantes de um teatro que fica na região.
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Retorno supera custo de captação e investimento volta a ser atrativo para empresas pela 1ª vez em quase 10 anos

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Economia depende cada vez mais de aportes do setor privado para crescer de forma consistente, mas alta capacidade ociosa e incertezas ainda são entraves.
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 Por Luísa Melo e Luiz Guilherme Gerbelli, G1  

 postado em 16 de fevereiro de 2020 às 13h00m  

Economia depende do setor privado para crescer — Foto: Rafael Chuí/Klabin
Economia depende do setor privado para crescer — Foto: Rafael Chuí/Klabin

Pela primeira vez em quase 10 anos o retorno dos investimentos realizados pelas empresas brasileiras superou o custo que elas têm para captar recursos.

Em outras palavras, o investimento está voltando a ser atrativo no país, ancorado na queda dos juros e do risco-país. Mas entraves como a alta capacidade ociosa e dúvidas quanto a um crescimento mais robusto da economia nos próximos anos ainda represam as decisões dos empresários.

Nos 12 meses encerrados em setembro de 2019, o retorno sobre o capital investido (ROIC) médio das companhias abertas brasileiras ficou em 11,3%, acima do custo médio ponderado de capital (WACC) para o período, de 10,5%, segundo dados levantados pelo Centro de Estudos de Mercado de Capitais da Fipe (Cemec-Fipe). De uma maneira simples, as empresas ganham mais investindo recursos do que elas pagam para captar esse dinheiro.

O movimento se repete na amostra sem a Petrobras, a Eletrobras e a Vale, empresas que pelo porte e natureza dos negócios poderiam distorcer a análise. No caso, os indicadores ficaram em 11,8% e 10,8%, respectivamente.
Investimento volta a ser atrativo — Foto: Arte/G1
Investimento volta a ser atrativo — Foto: Arte/G1

O ROIC é o resultado da divisão do lucro operacional líquido após os impostos pelo capital total investido (próprio e de terceiros). Já a WACC é calculada levando-se em conta os custos de capital interno e externo, o patrimônio líquido, a dívida total e o imposto de renda. Custo de capital é o que as empresas gastam para levantar dinheiro – abrange os pagamentos feitos a acionistas, no caso de captação no mercado, e também os custos de dívida, ou seja, juros de empréstimos.

Esse cenário favorável não era visto desde 2010. No pior momento, em 2015, o custo ficou em 14,8% e o retorno, em 5,5%, um hiato de 9,3 pontos percentuais.
"Houve uma clara melhora. A recuperação mais importante da taxa de rentabilidade aconteceu entre 2017 e 2018. Em 2019, o que mudou foi a taxa de custo de capital", observa Carlos Antonio Rocca, diretor do Cemec e responsável pelo estudo.
"Nesse período [2019], o que caiu foi o custo da dívida, influenciado basicamente pela queda da taxa de juros e pelo risco país, que também caiu fortemente", afirma Rocca.

O levantamento foi feito com dados reportados pelas companhias abertas até setembro e são os mais recentes existentes. Os balanços financeiros do quarto trimestre ainda estão sendo divulgados pelas empresas. 

As razões da mudança
Dentre os fatores que permitiram que a atratividade dos investimentos retornasse, um dos mais relevantes é a queda da taxa básica de juros, que reduziu o custo do crédito para as empresas. A Selic, que chegou a 14,25% ao ano em 2016, sofreu sucessivos cortes e estava em 5,5% em setembro do ano passado – depois disso, recuou ainda mais e hoje marca 4,25%, o menor patamar da história.
Selic — Foto: Economia G1
Selic — Foto: Economia G1

Um dado que ilustra como a queda dos juros contribuiu para a melhora da conjuntura é a comparação entre a taxa de retorno ao acionista das empresas (ROE) e a rentabilidade dos títulos públicos. Segundo cálculos do Cemec, em 2010, 76% das companhias tinham taxas de retorno superiores à rentabilidade dos títulos, mas em 2016, o percentual caiu para 37%. Nos 12 meses terminados em setembro do ano passado, a fatia cresceu para 64%.

Outro ponto importante para a redução do custo de capital foi a queda do Credit Default Swap (CDS) do Brasil, que passou de 300 pontos no fim de 2016 para a faixa dos 100 pontos nos últimos meses.

O CDS é uma espécie de seguro contra calote e, portanto, funciona como uma das principais ferramentas para medir o risco das economias. Quanto mais alto é o CDS, mais arriscado o país é considerado pelos investidores – que 'cobram' mais pelo capital investido.

"Mas além da redução da Selic e do risco país, durante a crise as empresas acabaram se reestruturando para melhorar sua rentabilidade. Nos últimos anos houve uma recuperação de margem e, com isso, um aumento da rentabilidade", avalia Marcos Piellusch, professor de finanças da Fundação Instituto de Administração (FIA/USP).

Investimento privado será motor da economia
Equipe econômica espera avanço com base no investimento privado — Foto: Marília Marques/G1
Equipe econômica espera avanço com base no investimento privado — Foto: Marília Marques/G1

A melhora do investimento privado é um passo importante para o atual estágio da economia brasileira. Com as contas do setor público no vermelho, um avanço significativo do investimento que seja capaz de permitir uma aceleração mais intensa do crescimento econômico recai, sobretudo, sobre as companhias privadas.

No terceiro trimestre do ano passado, já houve sinais de melhora do investimento. O Produto Interno Bruto (PIB) avançou 0,6% entre julho e setembro, e os investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo) cresceram 2%, puxados justamente pelo setor privado.
"A tendência tem sido o setor privado ser o motor investimento", diz Marcel Balassiano, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

Quando se olha para os números das empresas, também nota-se uma melhora do investimento nos últimos anos, ainda que ele continue baixo. Segundo o levantamento do Cemec, os aportes feitos pelas companhias abertas e pelas maiores fechadas cresceram de 3,58% do PIB em 2017 para 5,16% do PIB em 2018 (dados mais recentes para a amostra). Em 2008, o percentual chegou a 8,63% do PIB.

Em recorte apenas com as corporações abertas, o percentual salta de 2,07% em 2017 para 3,85% em 2018 e se mantém praticamente próximo disso até o 3º trimestre de 2019, em 3,75%. Em 2008, a fatia investida era de 6,85% do PIB.

Desafios do crescimento e capacidade ociosa
Embora o cenário esteja melhorando, o país ainda tem de resolver uma série de questões para garantir de vez a retomada consistente dos investimentos.

A economia brasileira ainda tem hoje uma enorme capacidade ociosa. No setor industrial, por exemplo, a utilização da capacidade instalada encerrou 2019 em 77,5%, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em dezembro de 2018, estava em 75,2%.

Um avanço mais robusto do investimento só vai ocorrer quando boa parte dessa capacidade inutilizada for preenchida.
Outra variável determinante para destravar o investimento é a perspectiva de avanço econômico nos próximos três anos, segundo análise do Cemec. Nesse quesito, a situação também voltou a ser favorável ao investimento.

A taxa média para o avanço do PIB dos três anos seguintes, calculada pelo centro de estudos a partir das projeções do boletim Focus, do Banco Central, parou de cair em dezembro. No primeiro trimestre de 2019, ela estava em 2,6%, caiu para 2,42 % e 2,36% nos dois trimestres seguintes e, no fim do ano, subiu para 2,48%.

"O mais importante para a decisão de investir não é o PIB do ano seguinte, mas a expectativa de algum crescimento no futuro", diz Rocca, do Cemec. "O empresário investe hoje para ampliar capacidade, o que só faz sentido se a demanda vai crescer. Mas se ele tem capacidade ociosa, deixa para mais adiante."

O índice de confiança dos empresários, que também tem relação direta com a decisão de aportar recursos, atingiu em dezembro o maior patamar desde 2010 e marcou 65,3 pontos, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Economistas ainda apontam que o país tem de seguir com a agenda de reformas para melhorar o ambiente de negócios e, assim, atrair mais investimentos. No ano passado, o Banco Mundial, apontou que o Brasil recuou no ranking que mede a facilidade para fazer negócios. O país passou da 109ª posição em 2018 para a 124º neste ano no levantamento 'Doing Business'.

"O investimento privado precisa das reformas estruturais. Há muito tempo tem se falado sobre isso. O lado positivo é que o país está em uma onda reformista desde a gestão Michel Temer", diz Balassiano, do Ibre/FGV.

A atual equipe econômica promete enviar ao Congresso uma série de reformas, depois que as alterações na Previdência foram aprovadas. Na lista, estão a reforma da tributária e administrativa.

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