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quinta-feira, 31 de março de 2022

Instagram cria recurso para enviar trechos de músicas em mensagens; veja como funciona

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Rede social reconhecerá links de serviços de streaming para reproduzir faixas diretamente no aplicativo.
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Por g1

Postado em 31 de março de 2022 às 15h00m

Post.- N.\ 10.273

Instagram ganha recurso para compartilhar trechos de músicas em mensagens — Foto: Divulgação/Instagram
Instagram ganha recurso para compartilhar trechos de músicas em mensagens — Foto: Divulgação/Instagram

O Instagram anunciou um recurso que permite enviar trechos de músicas pela seção de mensagens, conhecida como Direct. A opção está sendo liberada nesta quinta-feira (31) para usuários da rede social em todo o mundo.

Com a novidade, será possível copiar o link de uma música em serviços de streaming e compartilhar um trecho de 30 segundos. O Instagram mostrará a capa do álbum em que a faixa foi lançada e um botão para as outras pessoas ouvirem no Direct.

O recurso funciona por meio de uma integração com Apple Music e Amazon Music – a rede social terá integração com o Spotify em breve.

Em comunicado sobre o recurso de música, o Instagram também oficializou outras funcionalidades que já estavam disponíveis para usuários no Brasil.

Entre elas, estão o atalho "@silencioso", que permite enviar mensagens sem notificar o destinatário – o Messenger também ganhou esse recurso – e as enquetes, em que usuários podem enviar perguntas com até quatro alternativas para outros integrantes de um grupo opinarem.

Instagram oficializou atalho de mensagens silenciosas e de enquetes em grupos — Foto: Divulgação/Instagram
Instagram oficializou atalho de mensagens silenciosas e de enquetes em grupos — Foto: Divulgação/Instagram

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O espetáculo sexual submarino mais extravagante da natureza

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Todos os anos, uma pequena cidade na Austrália vira palco de um grande evento: a desova da sépia-gigante-australiana.
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TOPO
Por BBC

Postado em 31 de março de 2022 às 12h15m

Post.- N.\ 10.272

Duas sépias-gigantes-australianas acasalando — Foto: Getty Images via BBC
Duas sépias-gigantes-australianas acasalando — Foto: Getty Images via BBC

"A primeira vez que você vai e coloca a cabeça debaixo d'água e vê centenas e centenas de sépias nesta pequena área, parece um caleidoscópio caótico", conta Tony Bramley.

Como proprietário da Whyalla Diving Services e defensor há décadas da sépia-gigante-australiana, Bramley observa há anos o acasalamento frenético e colorido das sépias, que acontece no Parque Marinho do Norte do Golfo Spencer, na Austrália do Sul.

Outrora apenas de interesse dos pescadores e mergulhadores locais — que tratavam de avisar uns aos outros que "as sépias estavam na área" —, este fenômeno marinho atrai agora turistas e pesquisadores de todo o mundo.

É um incentivo bem-vindo para a pequena cidade siderúrgica de Whyalla, na Península de Eyre, na Austrália do Sul.

As sépias — um tipo de invertebrado marinho que é parente próximo do polvo — são moluscos inteligentes capazes de mudar de cor e textura instantaneamente.

Sabe-se que conseguem escapar de labirintos e podem hipnotizar suas presas transformando seus corpos em luzes estroboscópicas, emitindo rapidamente cores pela pele para distrair e atordoar um caranguejo ou peixe desavisado.

Suas habilidades de camuflagem deixam os camaleões envergonhados e chegaram até a chamar a atenção de militares dos EUA, que pesquisaram as habilidades de mudança de cor das sépias na esperança de replicar suas técnicas para uso do exército.

Se isso não é inusitado o suficiente, seus comportamentos de acasalamento são estranhos, para dizer o mínimo.

De maio a setembro de cada ano, centenas de milhares de sépias-gigantes-australianas se reúnem nas águas próximas de Point Lowly, na parte mais ao norte do Golfo Spencer, com o único propósito de acasalar.

É quando acontece o espetáculo de sexo subaquático mais extravagante da natureza.

Farol de Point Lowly — Foto: Getty Images via BBC
Farol de Point Lowly — Foto: Getty Images via BBC

As maiores sépias do mundo são encontradas nas águas do sul da Austrália, mas apenas em Whyalla elas se reúnem em grande número para acasalar.

"O número estimado de sépias na agregação reprodutiva de 2020 foi de 247 mil, o mais alto já registrado", afirmou Bronwyn M Gillanders, uma renomada pesquisadora de sépias e chefe da escola de ciências biológicas da Universidade de Adelaide, na Austrália.

"Este número foi reportado, mas sabemos que provavelmente é subestimado."

De acordo com Gillanders, Whyalla atrai as sépias devido à sua paisagem marinha única.

A região mais ao norte do Golfo Spencer oferece muitas saliências rochosas que as fêmeas usam para colocar seus ovos.

A sépia-gigante-australiana é a maior sépia do mundo, chegando a 50 centímetros de comprimento — elas possuem oito tentáculos, além de dois mais longos para caçar, acasalar e se defender — Foto: Carl Charter
A sépia-gigante-australiana é a maior sépia do mundo, chegando a 50 centímetros de comprimento — elas possuem oito tentáculos, além de dois mais longos para caçar, acasalar e se defender — Foto: Carl Charter

Embora as sépias acasalem em outros lugares, o Golfo Spencer é o palco da maior agregação conhecida do planeta.

Não há nenhum outro lugar no mundo em que se pode observar comportamentos de acasalamento tão espetaculares e estranhos em massa, incluindo mudanças de cor e machos que se disfarçam de fêmeas.

Ninguém disse que encontrar um parceiro era fácil — e estas sépias estão solteiras/os e prontas para se misturar —, mas primeiro, precisam chegar à festa.

Bramley explica que algumas sépias foram marcadas, revelando que algumas delas viajam pelo menos 65 km do sul da cidade e outras 35 km do norte para chegar às zonas de reprodução no Golfo Spencer.

A desova em massa era um fenômeno marinho relativamente desconhecido até o início dos anos 2000 — Foto: Carl Charter
A desova em massa era um fenômeno marinho relativamente desconhecido até o início dos anos 2000 — Foto: Carl Charter

Chegando em Whyalla, é fácil observar as sépias, seja mergulhando com garrafa de oxigênio ou apenas com snorkel — os cefalópodes se encontram perto da costa, entre 2 e 6 metros.

Embora a água seja calma, não é quente.

"Você realmente precisa se vestir para a ocasião," diz Bramley rindo.

Com a temperatura do oceano em torno de 10 a 16 °C, eu vim preparada com uma roupa de mergulho grossa, capuz, luvas e botas.

Mesmo assim, o frio me pegou com força — mas uma vez que eu estava debaixo d'água, tinha um ingresso na primeira fila para o espetáculo mais incrível da cidade.

Uma vez que meus olhos se adaptaram, percebi que estava cercada por sépias — e elas não pareciam nem um pouco incomodadas em ter um ser humano assistindo a seus momentos mais íntimos.

Machos brigando por uma fêmea — Foto: Science Photo Library
Machos brigando por uma fêmea — Foto: Science Photo Library

Com um arco-íris vibrante e pulsante de roxo, laranja, turquesa e rosa — e tentáculos por toda parte —, levei algum tempo para entender o flerte cefalópode, já que as sépias possuem mais do que algumas artimanhas de sedução em seus tentáculos.

Em um ambiente em que os machos podem superar em número as fêmeas, numa proporção de 10 para 1, a disputa para transmitir os genes é acirrada.

Na maioria das espécies, o tamanho importa: machos grandes e agressivos lutam contra seus rivais para conseguir a chance de se acasalar.

Isso também é observado no caso das sépias — sabe-se que os machos grandes lutam entre si pelo domínio na presença de uma fêmea.

Para qualquer outra espécie, isso significa que os machos menores ficam de fora. Mas as sépias não são como qualquer outro animal. Elas descobriram que se você quer impressionar um crush, você precisa usar a criatividade.

"Os machos menores têm um dilema em suas mãos, porque sabem que não conseguem vencer esses machos muito maiores", explica Sarah McAnulty, bióloga especializada em lulas da Universidade de Connecticut, nos EUA.

"Eles criaram uma abordagem alternativa — se disfarçando de fêmea para evitar a batalha."

Brigar ou se disfarçar? — Foto: Getty Images via BBC
Brigar ou se disfarçar? — Foto: Getty Images via BBC

Talvez seja o comportamento de acasalamento mais fascinante de qualquer espécie — os machos menores podem desbotar sua coloração translúcida, chegando ao bordô e branco manchado de uma fêmea, antes de aconchegarem seus braços ondulantes em seus corpos.

Isso faz com que pareçam fêmeas, e como os machos corpulentos estão ocupados brigando entre si, deixando sua parceira em potencial vulnerável, os pequenos passam velozmente por eles disfarçados para obter acesso à fêmea — e, em seguida, mudam rapidamente de volta para a coloração de macho: ponto para o azarão sagaz.

Se a fêmea decidir acasalar, o espetáculo que se segue pode fazer você se perguntar se a sépia se inspirou em filmes proibidos para menores de 18 anos.

Em meio ao emaranhado de tentáculos, as sépias se conectam, e o macho deposita seu pacote de esperma na boca da fêmea, usando um braço especialmente desenvolvido para isso, conhecido como hectocótilo.

A fêmea retém então o esperma até que esteja pronta para colocar seus ovos.

O momento tão esperado — Foto: Getty Images via BBC
O momento tão esperado — Foto: Getty Images via BBC

A fêmea acasala com vários machos e pode usar uma mistura de diferentes depósitos de esperma para seus ovos.

Curiosamente, as fêmeas preferem os machos menores do que seus homólogos musculosos, de acordo com McAnulty, indicando que estão selecionando cérebros, em vez de músculos.

"Estudos mostraram, inclusive, que quando as fêmeas vão botar seus ovos, elas dão uma proporção maior de paternidade a esses machos astutos", diz ela.

"Assim, quando nos perguntamos como esses benditos cefalópodes ficaram tão inteligentes? É por que eles estão selecionando sexualmente para isso!"

Embora hoje não falte ação censurada para menores de 18 anos debaixo d'água, nem sempre foi assim.

Nas últimas décadas, a pesca excessiva na região reduziu a população local de sépias, o que incentivou os moradores a agir.

Isso levou à criação de uma zona de exclusão de pesca, em 2013, ao longo da parte norte do Golfo Spencer durante a temporada de acasalamento.

No final da década de 1990, os números de agregação estavam em seu menor nível — Bramley estima que havia apenas de 30 mil a 40 mil sépias presentes em 1999.

Em uma reviravolta do destino, o declínio da população de sépias atraiu a atenção da mídia.

Uma vez que se espalhou a notícia sobre os incríveis cefalópodes de Whyalla, a região começou lentamente a atrair mergulhadores e turistas no início dos anos 2000, ansiosos para observar o que era então um fenômeno marinho relativamente desconhecido.

Nos últimos anos, a alta temporada da sépia resultou em hotéis e restaurantes lotados, e a injeção de fundos do turismo foi um impulso bem-vindo para uma economia que depende principalmente da produção de aço.

Embora se fale em construir mais hotéis para atender ao fluxo de turistas, a temporada da sépia dura apenas de três a quatro meses — como os operadores de turismo se sustentam então durante o resto do ano?

Uma solução que a cidade espera que ajude é melhorar a infraestrutura, com um subsídio de US$ 4 milhões para o Projeto de Conservação e Turismo do Santuário das Sépias, anunciado em 2021.

Isso ajudará a cidade a gerenciar visitantes adicionais a cada temporada e a promover Whyalla como um destino de turismo de natureza com um acesso mais fácil a praias e trilhas, melhor sinalização, acréscimo de mais vegetação nativa e maior proteção dos delicados ecossistemas da região.

Embora o turismo da sépia em Whyalla esteja apenas em sua segunda década, a cidade espera que se torne uma fonte de renda viável a longo prazo.

Quanto às sépias em si, só podemos esperar que continuem com suas travessuras sexuais ostensivas, provando que a vida pode ser tão colorida e selvagem quanto você deseja.

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quarta-feira, 30 de março de 2022

Conheça o menor parque nacional do mundo

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Antes um local deserto e esquecido, a reserva ecológica paradisíaca da ilha de Moyenne é um lembrete de como eram as ilhas Seychelles antes da chegada dos turistas.
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TOPO
Por BBC

Postado em 30 de março de 2022 às 15h45

Post.- N.\ 10.271

Antes um local deserto e esquecido, a reserva ecológica paradisíaca da ilha de Moyenne é um registro de como eram as ilhas Seychelles antes da chegada dos turistas — Foto: Imagebroker/Alamy via BBC Brasil
Antes um local deserto e esquecido, a reserva ecológica paradisíaca da ilha de Moyenne é um registro de como eram as ilhas Seychelles antes da chegada dos turistas — Foto: Imagebroker/Alamy via BBC Brasil

Alguém que compra uma ilha tropical normalmente está em busca de luxo. Mas Brendon Grimshaw era diferente, assim como Moyenne, a ilha no arquipélago das Seychelles comprada por ele.

Grimshaw chegou pela primeira vez às Seychelles — um arquipélago composto por 115 ilhas no Oceano Índico, das quais apenas oito são permanentemente habitadas — em 1962, de férias.

Na época, ele trabalhava como editor para alguns dos maiores jornais do leste africano. Era uma época empolgante na África e, como parte do seu trabalho, ele mantinha boas relações com o novo e carismático líder que se tornaria presidente da Tanzânia, Julius Nyerere.

Mas Grimshaw procurava algo mais do que apenas férias. A Tanzânia havia declarado independência no ano anterior. Um ano depois, seria a vez do Quênia. E Grimshaw, que era inglês, sabia que empregos como o seu em breve passariam para os habitantes locais.

Sabendo que logo ficaria desempregado, Grimshaw procurou um novo rumo para sua vida, que o levasse para mais perto da natureza. Ele sonhava em comprar terras nas ilhas Seychelles — mas o ideal seria comprar sua própria ilha.

A ilha de Moyenne é um pontinho com 0,099 quilômetros quadrados perto da costa da maior ilha das Seychelles, Mahé — Foto: Imagebroker/Alamy via BBC Brasil
A ilha de Moyenne é um pontinho com 0,099 quilômetros quadrados perto da costa da maior ilha das Seychelles, Mahé — Foto: Imagebroker/Alamy via BBC Brasil

Nas suas primeiras semanas nas Seychelles, Grimshaw começou a imaginar se precisaria mudar de planos. Não havia muitas ilhas à venda, e os preços das poucas existentes eram extremamente altos.

No penúltimo dia das suas férias, um jovem aproximou-se dele na capital das Seychelles, Vitória, e, do nada, perguntou se Grimshaw queria comprar uma ilha. Eles viajaram juntos para Moyenne — um pontinho de 0,099 quilômetros quadrados a 4,5 km ao norte da costa da maior ilha das Seychelles, Mahé.

Grimshaw apaixonou-se imediatamente pelo silêncio e pelo emaranhado de vegetação selvagem do local. Mais tarde, ele diria que era perto o suficiente para ter fácil acesso à ilha principal do arquipélago, mas ainda ficava a um mundo de distância.

"Era totalmente diferente. Uma sensação especial", disse ele à equipe de filmagem que produziu ali um documentário em 2009. "Este é o lugar que eu estava procurando."

Faltando quatro minutos para a meia-noite do último dia das suas férias nas Seychelles, Grimshaw assinou o contrato de compra de Moyenne por 8 mil libras (cerca de R$ 57 mil). A ilha era dele. Mas comprar Moyenne acabaria sendo uma tarefa mais fácil que cuidar da ilha.

A recuperação da ilha

Exceto por uma família de pescadores que vivia por lá, Moyenne estava abandonada há décadas. Com o turismo começando a decolar nas Seychelles, parecia apenas questão de tempo até que alguém limpasse o terreno para construir ali um hotel cinco estrelas.

Houve época em que a ilha de Moyenne tinha tanta vegetação que os cocos que caíam nunca chegavam ao solo — Foto: Photostock-Israel/Alamy via BBC Brasil
Houve época em que a ilha de Moyenne tinha tanta vegetação que os cocos que caíam nunca chegavam ao solo — Foto: Photostock-Israel/Alamy via BBC Brasil

Moyenne é uma das menores ilhas internas das Seychelles. Mede apenas 400 metros de comprimento por 300 metros de largura — e seu litoral tem menos de 2 km. Seu ponto mais alto eleva-se a apenas 61 metros acima do nível do mar.

A ilha de Moyenne possui a mesma areia branca paradisíaca e os penhascos de granito característicos da costa das Seychelles, mas também abriga um paredão denso e contínuo de árvores que recobrem a ilha, formando uma pirâmide baixa acima do nível da água. É um turbilhão de verde em contraste com o céu de cobalto e o mar azul-safira, parecendo uma minúscula floresta tropical que emerge do oceano.

Apesar do diminuto tamanho de Moyenne, a restauração da beleza natural da ilha foi uma tarefa colossal. Uma combinação de intervenções humanas violentas seguidas por abandono havia deixado a ilha desordenada e ofegante em busca de ar.

Ervas daninhas sufocavam a cobertura vegetal. Dizem que a ilha tinha tanta vegetação que os cocos que caíam nunca atingiam o solo. No emaranhado de ervas, observava-se a ausência de pássaros, enquanto ratos se abrigavam na vegetação.

Para ajudar Grimshaw, havia um nativo chamado Rene Antoine Lafortune, filho de um pescador local, então com 19 anos. Os dois tornaram-se inseparáveis e juntos imaginaram como transformar a ilha, limpando o mato, plantando árvores e abrindo caminhos pela vegetação.

O trabalho era meticuloso e exaustivo, mas tornou-se a obsessão de Grimshaw pelo resto da sua vida.

Preservar para as futuras gerações

O objetivo inicial de Grimshaw era proteger a ilha de Moyenne contra o desenvolvimento excessivo.

A princípio, isso significava revelar a beleza natural da ilha e construir uma pequena casa onde ele pudesse viver o resto dos seus dias.

Mas seu sonho de longo prazo era criar um paraíso natural que sobrevivesse a ele e permanecesse protegido por muito tempo, ao longo das gerações.

"O seu sonho era deixar uma ilha preservada para as futuras gerações de habitantes das Seychelles e para o mundo", afirma Suketu Patel, que conheceu Grimshaw em 1976 e virou seu amigo pelo resto da vida.

"Ele queria uma mini-Seychelles. Queria tentar reproduzir o que eram as ilhas Seychelles antes da chegada dos turistas."

Mas nem tudo era trabalho duro. Ao aparar o excesso de vegetação no canto noroeste da ilha de Moyenne, Grimshaw encontrou dois túmulos com a inscrição: "Infelizmente desconhecidos".

Ele estava certo de que piratas de séculos atrás foram enterrados ali — uma das praias no norte da ilha é conhecida como a Baía dos Piratas.

Reza a lenda que os túmulos pertenciam a dois modestos bucaneiros que foram mortos por dois líderes famosos da pirataria, para que os espíritos dos homens mortos assombrassem a ilha e protegessem o tesouro.

Não se sabe se Grimshaw realmente acreditava nestas lendas.

"Para ele, era engraçado levantar-se de manhã e perguntar: 'O que vou fazer hoje? vamos procurar o tesouro'", relembra Patel.

Existem hoje dois locais marcados nos mapas da ilha de Moyenne com o símbolo da pirataria, onde Grimshaw e Lafortune tentaram a sorte procurando o tesouro escondido dos piratas, sem nunca encontrá-lo.

À medida que o turismo nas Seychelles crescia na década de 1980, e o arquipélago se tornava sinônimo de paraíso tropical, investidores voltaram seus olhares gananciosos para a ilha de Moyenne.

Grimshaw recebeu ofertas de até US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões) para vender a ilha, mas resistiu a todas as tentativas.

Enquanto a idade de Grimshaw avançava, ele se conscientizava cada vez mais que lhe restava pouco tempo para proteger o futuro da ilha.

Ele não tinha filhos para quem transferir a custódia de Moyenne e, quando Lafortune morreu em 2007, decidiu agir.

Com Patel e outros, ele formou um fundo permanente para proteger a ilha e, em 2009, assinou um acordo com o Ministério do Meio Ambiente das Seychelles que incluiu a ilha de Moyenne como parte do Parque Marinho de Saint-Anne, mas com status especial.

Assim nasceu o Parque Nacional da Ilha de Moyenne — o menor parque nacional do mundo.

Pode parecer fácil imaginar Grimshaw como uma figura excêntrica. Afinal, ele se mudou sozinho para o outro lado do mundo, comprou uma ilha, acreditava em piratas e passou a vida restaurando um ponto de terra aparentemente irrelevante.

Mas muitos habitantes das Seychelles ainda são gratos pelo legado que Grimshaw deixou para a nação que adotou.

"Pessoalmente, não acho que ele fosse maluco", afirma Isabelle Ravinia, da Administração dos Parques Nacionais das Seychelles.

"Ele devolveu a ilha ao país, o que foi um ato nobre. Normalmente, as pessoas tentariam vender a ilha antes de morrer para conseguir dinheiro para outra coisa. Em vez disso, ele fez algo incrível."

Grimshaw morreu em 2012. Seu corpo foi enterrado ao lado do túmulo do seu pai (que foi viver com ele na ilha) e dos dois piratas desconhecidos. Atendendo a seu pedido, o túmulo de Grimshaw tem a seguinte inscrição: "Moyenne o ensinou a abrir os olhos para a beleza à sua volta e agradecer a Deus".

Em seu testamento, ele expressou seu último desejo: "A ilha de Moyenne deve ser mantida como um local de oração, paz, tranquilidade, relaxamento e conhecimento para os cidadãos das Seychelles e para os visitantes estrangeiros de todas as nacionalidades, cores e credos."

A continuidade do trabalho de Grimshaw

A tarefa de atender ao desejo de Grimshaw agora está a cargo da Fundação Ilha de Moyenne, administrada por Patel.

Exceto por um restaurante chamado Jolly Roger, que serve pratos locais como peixe grelhado e frutos-do-mar com curry e molho crioulo vermelho, um pequeno museu dedicado à vida de Grimshaw e dois berçários para filhotes de tartarugas gigantes, Moyenne permanece preservada.

A ilha não tem porto, e chegar até lá tem uma magia toda especial. Em nenhum outro ponto das ilhas Seychelles você tem a sensação de descoberta de uma ilha deserta como ao desembarcar descalço nas águas rasas da costa de Moyenne.

Ao chegar à terra firme e dar os primeiros passos ao longo da trilha levemente inclinada em meio à floresta, as árvores se fecham atrás de você e um novo mundo se abre à sua frente.

Raios de sol coloridos se infiltram pela copa das árvores até o solo, a temperatura é mais baixa, e as 16 mil árvores da ilha — mogno, mangueiras, mamoeiros e palmeiras — plantadas por Grimshaw e Lafortune te rodeiam.

Há uma estimativa que diz que Moyenne tem mais espécies vegetais por metro quadrado que qualquer outro parque nacional do mundo.

De vez em quando, você pode ter seu caminho bloqueado por uma das cerca de 50 tartarugas-gigantes-de-aldabra que vivem livremente em Moyenne. Elas não têm pressa — e nem você deve se apressar enquanto as vê passar.

De volta às águas rasas nas praias da Baía dos Piratas, observe as tartarugas-de-pente que frequentemente visitam o local para desova.

Mesmo durante a alta temporada, dificilmente há mais de 50 visitantes na ilha ao mesmo tempo — e nunca mais de 300 ao longo de um dia.

Seis ilhas compõem o Parque Marinho de Saint-Anne, mas Moyenne é a única, além da minúscula Ilha Cachée, que não possui hotéis ou outra forma de propriedade privada.

E, graças a Grimshaw e seus amigos, Moyenne provavelmente permanecerá assim.

"Existe algo que te conquista quando você vai até lá", afirma Patel.

"Se você acha que tem um grande problema, quando você está na ilha percebe que aquilo, no fim das contas, não é um problema. Moyenne é a vida como deveria ser."

Três praias brasileiras figuram entre as dez melhores para viajar em 2022Três praias brasileiras figuram entre as dez melhores para viajar em 2022

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'País mais feliz do mundo', Finlândia está de prontidão para eventual guerra com a Rússia; veja preparativos

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A Finlândia tem planos de contingenciamento para diversas situações de calamidade; mais de 1/3 da população é reservista das Forças Armadas e 'cidades subterrâneas' estão preparadas para abrigar civis.
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Por g1

Postado em 30 de março de 2022 às 11h15m

Post.- N.\ 10.270

Imagem mostra soldados finlandeses em exercício militar em foto sem data — Foto: Ministério do Interior da Finlândia
Imagem mostra soldados finlandeses em exercício militar em foto sem data — Foto: Ministério do Interior da Finlândia

Eleito o "país mais feliz do mundo" por diversos anos seguidos, a Finlândia está preparada também para momentos extremos, como uma eventual guerra com a vizinha Rússia.

A Finlândia divide mais de 1,3 mil quilômetros de fronteira com a Rússia e vem se preparando para uma eventual guerra "desde o fim da Segunda Guerra Mundial".

Pelo menos foi o que disse ao jornal "Financial Times" (FT) a ministra finlandesa dos Assuntos Europeus, Tytti Tuppurainen:

Preparamos nossa sociedade e treinamos para situações assim desde a Segunda Guerra", disse Tuppurainen. "[Uma ameaça de guerra] Não nos pegará de surpresa".

A Finlândia tem planos de contingenciamento para diversas situações de calamidade além de ter mais de 1/3 da sua população adulta entre os reservistas das Forças Armadas.

O país construiu uma rede de túneis e verdadeiras "cidades subterrâneas" que estão preparadas para abrigar civis em meio a bombardeios.

Pista de corrida subterrânea em Helsinki em foto sem data — Foto: Jussi Hellsten/Banco de Imagens da Prefeitura de Helsinki
Pista de corrida subterrânea em Helsinki em foto sem data — Foto: Jussi Hellsten/Banco de Imagens da Prefeitura de Helsinki

Estoque de alimentos e remédios

Segundo reportagem do FT, a Finlândia consegue manter em estoque um abastecimento de pelo menos seis meses dos principais grãos e combustíveis.

Além disso, o país também obriga suas farmacêuticas a guardarem remédios e substâncias importadas equivalentes a dez meses de uso.

Abrigos e túneis

A Finlândia também está preparada para abrigar sua população civil em momentos de crise. Todos os prédios mais novos foram construídos com abrigos antibombas em seu subsolo.

Além disso, em áreas onde não há proteção suficiente, a população pode ir se abrigar em estacionamentos subterrâneos, ringues de gelo e clubes.

Até 2020, pelo menos 54 mil abrigos já haviam sido construídos. Eles são capazes de abrigar mais de 4,4 milhões de pessoas, segundo estima o Ministério do Interior.

A capital finlandesa, Helsinki, é na verdade duas: uma na superfície e outra debaixo da terra.

Passagem subterrânea em Helsinki em foto sem data — Foto: Pertti Nisonen/Prefeitura de Helsinki
Passagem subterrânea em Helsinki em foto sem data — Foto: Pertti Nisonen/Prefeitura de Helsinki

A cidade conta com uma rede com mais de 10 milhões de quilômetros quadrados de túneis em um projeto de urbanização que começou ainda na década de 1980 e segue até os dias de hoje.

São shoppings, termas, reservatórios e o metrô. Todos ambientes que podem, facilmente – em até 72 horas –, ser convertidos em abrigos antibomba, segundo o Interior.

1/3 da população é reservista

Pelo menos um terço da população finlandesa – que tem 5,5 milhões de habitantes – é registrada como reservista nas Forças Armadas do país.

Isso faz com que o país tenha uma das maiores tropas, proporcionalmente ao seu tamanho, em todo o continente europeu.

Exército da Finlândia em foto sem data — Foto: Cortesia Ministério da Defesa da Finlândia
Exército da Finlândia em foto sem data — Foto: Cortesia Ministério da Defesa da Finlândia

Rússia e Otan

A Finlândia reforçou no mês passado seu direito de ingressar na Otan, se assim desejar, apesar das ameaças da Rússia em meio à invasão da Ucrânia.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia alertou que uma adesão finlandesa à Otan – que segundo a Finlândia não está na agenda – "teria sérias repercussões militares e políticas".

As mesmas ameaças também foram feitas para a Suécia.

A Finlândia e a Suécia não são membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), mas colabora com a aliança atlântica participando inclusive de exercícios conjuntos.

Alerta: ameaças de Putin contra Finlândia e Suécia, países fazem fronteira com a RússiaAlerta: ameaças de Putin contra Finlândia e Suécia, países fazem fronteira com a Rússia

Histórico contra Moscou

Uma eventual guerra da Finlândia contra a Rússia não seria algo inédito. É que o país já enfrentou a força de Moscou entre 1939 e 1940.

Foi a chamada "Guerra do Inverno", um brutal enfrentamento entre os finlandeses com as tropas soviéticas no qual a Finlândia conseguiu conter o avanço de Moscou, mas perdeu parte do território.

Nós tivemos experiências ruins em nossa história diversas vezes. Não nos esquecemos delas nunca, estão no nosso DNA", disse o presidente finlandês, Sauli Niinisto, ao FT.

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