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quarta-feira, 13 de novembro de 2024

Trufas: por que esses fungos comestíveis, considerados 'diamantes da terra', são tão caros

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Menos de 1 kg da trufa branca de Alba, a mais valiosa do mundo, chegou a ser leiloado na Itália por cerca de R$ 600 mil. O alto custo é explicado por diversos motivos, em especial, por serem raras e difíceis de encontrar.
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Por Lara Castelo

Postado em 13 de novembro de 2024 às 07h00m

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Por que as trufas são tão caras?

Trufas são fungos comestíveis com sabor característico que costumam ser usados em pedaços ou incorporados a algum tempero, como o azeite, em pratos da alta gastronomia.

🍬​ Elas são diferentes das trufas de chocolate, que, inclusive, levam esse nome por se parecerem com o fungo. Isso porque algumas trufas têm um formato pequeno, redondo e escuro, lembrando bombons de chocolate (veja na imagem abaixo).

Só que, ao contrário das trufas de chocolate, é improvável comprar o fungo por menos de R$ 8 mil o quilo — preço da Sapucay, a 1° trufa encontrada no Brasil.

Em 2021, por exemplo, 830 gramas da trufa branca de Alba, a mais valiosa do mundo, chegou a ser leiloado na Itália por 103 mil euros (cerca de R$ 630 mil na cotação de 1 de novembro), segundo a Reuters.

💎Não por acaso elas são conhecidas como "diamantes da terra".

Algumas trufas têm formato pequeno, redondo e escuro, lembrando bombons de chocolate. — Foto: Reprodução/Tartuferia San Paolo
Algumas trufas têm formato pequeno, redondo e escuro, lembrando bombons de chocolate. — Foto: Reprodução/Tartuferia San Paolo

Mas por que as trufas são tão caras?

Porque existem poucas trufas disponíveis no mercado, o que está ligado a quatro motivos:

1. Elas exigem condições específicas para crescer

Clima temperado, solo pouco ácido e a presença de árvores como carvalho, nogueira-pecã e aveleira são algumas das suas exigências.

⏲️​ Além disso, seu crescimento é um processo demorado.

"Em média, elas levam de 5 a 6 anos desde o 'nascimento' até a colheita", explica Marcelo Sulzbacher, biólogo especializado em fungos comestíveis e um dos pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria que descobriram a 1° trufa brasileira (veja mais abaixo).

Ele ressalta que as trufas só estão disponíveis em determinados períodos do ano, que variam conforme a espécie.

2. Elas são difíceis de encontrar

Nero, cachorro da raça lagotto romagnolo, que caça trufas. — Foto: Reprodução/Instagram
Nero, cachorro da raça lagotto romagnolo, que caça trufas. — Foto: Reprodução/Instagram

Diferente dos cogumelos, como shitake, shimeji e portobello, que se desenvolvem acima da superfície, as trufas crescem "escondidas" embaixo da terra, em associação com as raízes das suas árvores preferidas.

É justamente por serem fungos subterrâneos e terem menos trocas com o ambiente que as trufas retêm mais sabor e aroma que os cogumelos, de acordo com o Carlos Claro, dono da Tartuferia San Paolo, restaurante especializado em trufas.

Mas essa característica dificulta o trabalho dos trufeiros, que caçam esses fungos pela floresta.

🐕​​ Para encontrá-las, eles precisam da ajuda de animais com olfato apurado.

Originalmente, esse papel era desempenhado por porcos; hoje, são os cachorros que cumprem essa função, em especial, os da raça lagotto romagnolo — como o Nero, mascote de Carlos, treinado para caçar esses "diamantes da terra" (confira na foto acima).

3. Elas estragam rápido

As trufas são altamente perecíveis e duram até, no máximo, 15 dias na geladeira, segundo Carlos.

"Isso faz com que o seu consumo seja ainda mais limitado e, consequentemente, caro", explica o empresário.

4. Elas não costumam crescer no Brasil

Tradicionalmente, devido às suas exigências climáticas, como o clima temperado, as trufas são encontradas em países da Europa como Itália, Espanha e França.

Apesar disso, o seu cultivo tem se espalhado por outros países. Em 2016, um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria encontrou as primeiras trufas brasileiras em uma plantação de nogueira-pecã, em Cachoeira do Sul (RS). A espécie é conhecia como Sapucay.

Mas a quantidade de trufas brasileiras ainda é muito baixa quando compara à produção europeia, o que faz com que quem queira comercializar trufas no Brasil precise importá-las do outro lado do Oceano Atlântico.

É um processo caro e arriscado, o que reflete no preço do produto no Brasil, explica Carlos, que importa cerca de 4 quilos de trufas de diferentes tipos mensalmente da Itália para o Brasil.

⌚​ Ele conta que tudo é feito com o tempo cronometrado porque qualquer atraso, seja no voo ou na liberação no aeroporto, pode comprometer as trufas e causar prejuízos.

Itália➡️​ Brasil:

🍄​ Tudo começa quando as trufas são encontradas e colhidas na Itália. No mesmo dia, os trufeiros locais já avisam o empresário, separam os documentos necessários e embarcam o produto para o Brasil.

"Um desses documentos é um laudo que comprova que as trufas foram produzidas em um local regularizado", descreve Carlos.

✈️ O voo da Itália para o Brasil dura cerca de 11 horas e, quando chegam no aeroporto, os fungos passam por uma inspeção de Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que confere se documentação está alinhada com o produto.

Além disso, Carlos tem que mostrar o comprovante de pagamento das taxas de importação exigidas à Receita Federal — que variam conforme a quantidade.

No total, contando o transporte aéreo e as taxas de importação, o gasto médio para trazer trufas da Europa para o Brasil é de R$ 6 mil, segundo o empresário.

Isso, de acordo ele, reflete em um custo médio de R$ 18 mil por quilo de trufa que é vendida no restaurante.

⚠️Mas isso não significa que para comer um prato com trufas no Brasil é necessário gastar R$ 18 mil.

Isso porque são usadas quantidades pequenas de trufas por refeição, no máximo, de 5 a 7 gramas, segundo o empresário, o que pode significar, respectivamente, R$ 90 e R$126 por prato.

O preço varia ainda conforme o tipo de trufa que é oferecido.

"Por exemplo, o prato 'ovo perfeito' (um ovo cozido com gema mole, servido com trufas laminadas) sai por cerca de R$ 70 se for com trufa de verão; se for a branca, o valor pode subir para R$ 250", descreve o empresário.

Prato "Ovo perfeito" feito com ovo cozido e fatias de trufas. — Foto: Reprodução/ Tartuferia San Paolo
Prato "Ovo perfeito" feito com ovo cozido e fatias de trufas. — Foto: Reprodução/ Tartuferia San Paolo

Apesar das dificuldades, Carlos afirma que comercializar trufas no Brasil é uma das suas paixões.

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Em ação inédita para a reduzir emissões de carbono, Brasil usa veleiro para exportar café e cacau para a Europa

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O veleiro-cargueiro Artemis opera praticamente com emissão zero de carbono. Parte da energia vem de painéis solares.
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Por Jornal Nacional

Postado em 13 de novembro de 2024 às 06h00m

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Brasil envia 1º carregmento de café em um veleiro para a Europa

O Brasil vai mandar para a Europa um carregamento de café e cacau em um meio de transporte inédito - e ecologicamente sustentável.

Cada grão do café tem um toque de cuidado. A fazenda em Mococa, no interior de São Paulo, cultiva um café totalmente orgânico, ou seja, não usa nenhum tipo de agrotóxicos.

"Hoje, quando a gente descobre uma doença, observa que tem uma doença na lavoura de café, a gente utiliza um outro microrganismo para controlar essa doença. Então é tudo uma questão de entender os princípios da natureza mesmo e estar sempre atento à ciência, às técnicas que os próprios produtores vêm desenvolvendo", diz o engenheiro agrônomo João Araújo.

A forma de cultivo abriu espaço no mercado internacional. Seiscentas toneladas desses grãos já foram ensacadas para serem exportadas e fizeram o primeiro trecho da viagem até o Porto de São Sebastião, no litoral norte de São Paulo. Pelos próximos 24 dias, elas vão cruzar o Atlântico até a França, juntamente com sacas de semente de cacau brasileiro. A novidade na viagem é que todo o café será levado por um navio que usa o vento como principal fonte de energia.

Em 2023, o Paraná recebeu um cargueiro com velas metálicas. Com elas em funcionamento, o navio consome menos combustível e emite 30% menos de carbono. O veleiro-cargueiro Artemis, que está no litoral norte de São Paulo, é menor. Mas em contrapartida, trabalha praticamente com emissão zero de carbono. Parte da energia vem de painéis solares. Só em casos extremos, quando não há vento o suficiente, a embarcação utiliza motor a combustão.

Em ação inédita para a reduzir emissões de carbono, Brasil usa veleiro para exportar café e cacau para a Europa — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução
Em ação inédita para a reduzir emissões de carbono, Brasil usa veleiro para exportar café e cacau para a Europa — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

Esse transporte feito dessa forma por um veleiro é a parte final de uma cadeia produtiva focada na sustentabilidade. Do plantio do grão no interior de São Paulo até a chegada na França, o processo carrega um compromisso maior com o meio ambiente, mas não deixa de mirar em alvos econômicos de um mercado internacional cada vez mais exigente.

"É um navio especial, diferente de tudo o que a gente já recebeu por aqui, e está totalmente alinhado com essa agenda de descarbonização dos portos, afirma Ernesto Sampaio, presidente do Porto de São Sebastião.

O transporte marítimo é responsável por quase 3% das emissões globais de gases de efeito estufa, segundo a Organização Marítima Internacional. A meta do setor é reduzir as emissões até 2050.

De janeiro a outubro de 2024, o Brasil exportou quase US$ 9 bilhões em café, um aumento de 54% em relação a 2023.

"A gente tem informação do operador portuário e do próprio exportador de café de que esta é a primeira viagem de uma sequência de cinco que poderão ocorrer até o final de 2025, diz Ernesto Sampaio.

Anne, uma empresária francesa, é uma das compradoras, e quis ver de perto todo o processo para confirmar o que, para ela, está entre os melhores cafés do mundo.


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