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quinta-feira, 16 de junho de 2022

Cidade de 3,4 mil anos reaparece no Iraque devido à seca

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Arqueólogos alemães e curdos aproveitaram breve período em que a cidade esteve visível para realizar escavações e documentações. Pesquisa trouxe revelações surpreendentes sobre o ainda pouco conhecido Império Mitani.
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TOPO
Por Alexander Freund, Deutsche Welle

Postado em 16 de junho de 2022 às 14h35m

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Sítio arqueológico de Kemune na área seca do reservatório de Mosul  — Foto: Universidades de Freiburg e Tübingen
Sítio arqueológico de Kemune na área seca do reservatório de Mosul — Foto: Universidades de Freiburg e Tübingen

Há meses o sul do Iraque vem sofrendo com uma seca extrema. Desde dezembro de 2021, grande volume de água foi desviado da represa de Mosul, o reservatório mais importante do país, para evitar que as colheitas fossem totalmente perdidas.

Devido ao baixo nível hídrico, as ruínas de uma cidade de 3.400 anos, desaparecida há décadas, emergiram à beira do reservatório.

"Vi em imagens de satélite que o nível da água estava baixando, mas não estava claro quando a água voltaria a subir. Então tínhamos uma janela de tempo indeterminada", explica a arqueóloga alemã Ivana Puljiz, professora da Universidade de Freiburg.

Arqueólogos e trabalhadores descobrem paredes de adobe de edifícios no antigo complexo da cidade de Kemune — Foto: Universidades de Freiburg e Tübingen, KAO
Arqueólogos e trabalhadores descobrem paredes de adobe de edifícios no antigo complexo da cidade de Kemune — Foto: Universidades de Freiburg e Tübingen, KAO

Apesar das dificuldades e da urgência, os arqueólogos sabiam que o local, conhecido como Kemune, era interessante, pois já haviam estado lá.

Assim, Puljiz se reuniu com Hasan Ahmed Qasim, arqueólogo curdo, diretor da Organização de Arqueologia do Curdistão, e Peter Pfälzner, professor de Arqueologia da Universidade de Tübingen, para realizar uma escavação espontânea de resgate.

Na foto, tijolos de barro dos edifícios da Idade do Bronze aparecem encharcados pela água da albufeira, mas ainda puderam ser identificados e expostos — Foto: Universidades de Freiburg e Tübingen, KAO
Na foto, tijolos de barro dos edifícios da Idade do Bronze aparecem encharcados pela água da albufeira, mas ainda puderam ser identificados e expostos — Foto: Universidades de Freiburg e Tübingen, KAO

Eles reuniram rapidamente uma equipe de arqueólogos alemães e curdos para documentar o máximo possível do grande sítio. Desta forma, por sete semanas, entre janeiro e fevereiro, a equipe pesquisou a cidade da Idade do Bronze, antes que ela voltasse a ser completamente inundada.

Grandes edifícios

Durante uma fase de seca semelhante no Iraque em 2018, os pesquisadores haviam descoberto um palácio semelhante a uma fortaleza, localizado nas proximidades de uma pequena colina e delimitado por um grande muro.

Vista aérea das escavações de Kemune com arquitetura da Idade do Bronze parcialmente submersa no lago — Foto: Universidades de Freiburg e Tübingen, KAO
Vista aérea das escavações de Kemune com arquitetura da Idade do Bronze parcialmente submersa no lago — Foto: Universidades de Freiburg e Tübingen, KAO

Na época, a equipe de Ivana Puljiz encontrou restos de pinturas murais em tons de vermelho e azul brilhantes, considerados uma característica típica desses palácios.

O fato de os pigmentos terem sido preservados apesar das inundações foi "uma sensação arqueológica", disse Puljiz à DW, após sua visita ao local em 2022.

"É claro que tínhamos grandes esperanças", afirmou, referindo-se à nova expedição. "Com base no que encontramos em 2018, sabíamos que esse local poderia trazer descobertas interessantes. Mas não sabíamos exatamente o que encontraríamos", explicou Puljiz.

Foto mostra os grandes edifícios escavados do período Mittani sendo medidos e documentados arqueologicamente — Foto: Universidades de Freiburg e Tübingen, KAO
Foto mostra os grandes edifícios escavados do período Mittani sendo medidos e documentados arqueologicamente — Foto: Universidades de Freiburg e Tübingen, KAO

Todo o esforço não foi em vão: durante a escavação recente, os arqueólogos conseguiram descobrir outros grandes edifícios, como uma enorme fortificação com muro e torres que cercavam a cidade.

Uma cidade poderosa que dominava a área

A descoberta de um grande armazém de vários andares foi particularmente surpreendente: "Só o tamanho desse edifício mostra que ele deve ter abrigado uma enorme quantidade de mercadorias. E elas tiveram que ser produzidas e levadas para lá", disse Puljiz. Isso sugere que a cidade obtinha suprimentos de uma área circundante.

Puljiz explica que as descobertas iniciais sugerem que o extenso complexo da cidade poderia ser a antiga Zachiku, um importante centro do Império Mitani (por volta de 1.550 a 1.350 a.C.), que controlava grande parte do norte da Mesopotâmia e da Síria.

No entanto, não se sabe muito sobre Zachiku. "Há pouquíssimas menções ao nome desta cidade em outras fontes. Só agora estamos adquirindo novos conhecimentos sobre ela."

Vasos de cerâmica com mais de 100 inscrições

Um dos vasos com tabuletas cuneiformes é inspecionado antes de ser recuperado — Foto: Universidades de Freiburg e Tübingen, KAO
Um dos vasos com tabuletas cuneiformes é inspecionado antes de ser recuperado — Foto: Universidades de Freiburg e Tübingen, KAO

Segundo Ivana Puljiz, apesar de serem feitas de tijolos de adobe não queimados que estão debaixo d'água há décadas, as paredes e fundações do edifício parecem estar em condições surpreendentemente boas.

Acredita-se que um grande terremoto que atingiu a cidade por volta de 1.350 a.C. tenha ajudado a preservar essas paredes: quando o prédio foi destruído, os escombros que caíram podem ter coberto as partes inferiores das paredes, preservando-as.

Foto mostra um dos vasos de cerâmica com tabuletas cuneiformes, incluindo uma tabuleta de barro ainda em sua tampa de barro original — Foto: Universidades de Freiburg e Tübingen, KAO
Foto mostra um dos vasos de cerâmica com tabuletas cuneiformes, incluindo uma tabuleta de barro ainda em sua tampa de barro original — Foto: Universidades de Freiburg e Tübingen, KAO

Um dos achados mais fascinantes, disse a pesquisadora, foi a descoberta de cinco vasos de cerâmica contendo mais de 100 tábuas cuneiformes – uma das formas de escrita mais antigas do mundo –, como se proviessem de uma espécie de arquivo.

Recipientes de cerâmica em que as tabuletas cuneiformes foram armazenadas no canto de uma sala do período assírio médio (cerca de 1350-1100 a.C.) — Foto: Universidades de Freiburg e Tübingen, KAO
Recipientes de cerâmica em que as tabuletas cuneiformes foram armazenadas no canto de uma sala do período assírio médio (cerca de 1350-1100 a.C.) — Foto: Universidades de Freiburg e Tübingen, KAO

Algumas das tábuas de argila foram encontradas em "envelopes", também de argila. "Essas tábuas de argila sólida, não queimada, ficaram debaixo d'água por tanto tempo e sobreviveram. Esperamos que em breve possam ser lidas por um filólogo. Isso é realmente uma sensação", destacou Puljiz.

Império Mitani

As tábuas de argila foram criadas no período da Assíria Média, logo após o devastador terremoto, quando a população pode ter começado a se estabelecer novamente nas ruínas da cidade antiga.

Os textos cuneiformes poderão fornecer informações sobre o fim do período Mitani e o início do domínio assírio na região. O Império Mitani ainda é um dos menos estudados da Antiguidade.

Durante seu apogeu, em meados do segundo milênio a.C., se estendia da costa mediterrânea, através da atual Síria até o norte do Iraque.

Guerra prejudica descobertas

Acredita-se que a realeza de Mitani mantinha uma boa relação com os faraós egípcios e governantes babilônicos. Mas, por volta de 1.350 a.C., o reino foi conquistado pelos vizinhos hititas e assírios.

Os eventos que levaram à queda da cidade de Zachiku permanecem obscuros. Para saber mais sobre o Império Mitani, os pesquisadores precisariam investigar o centro do antigo império – que provavelmente estava localizado no norte da Síria, explica Puljiz.

No entanto, os muitos anos de guerra na região tornaram impossíveis tais escavações arqueológicas.

Após a conclusão do trabalho da equipe de pesquisa, a escavação será coberta em uma grande área com lonas plásticas para protegê-la da subida das águas do reservatório de Mossul — Foto: Universidades de Freiburg e Tübingen, KAO
Após a conclusão do trabalho da equipe de pesquisa, a escavação será coberta em uma grande área com lonas plásticas para protegê-la da subida das águas do reservatório de Mossul — Foto: Universidades de Freiburg e Tübingen, KAO

"Sem encontrar textos notáveis ​​no centro do império, é muito difícil ter uma ideia de como ele funcionava, o que o mantinha unido ou o que os proprietários de terras faziam. Até agora, só temos focos isolados de luz em áreas periféricas, como agora o que provavelmente é a antiga Zachiku. Mas a área central permanece no escuro", ressalta Puljiz.

Antes que a cidade em ruínas fosse novamente submersa pelo reservatório, os arqueólogos cobriram os edifícios escavados com película plástica e cascalho, na esperança de protegê-los de mais danos. Com sorte, a cidade perdida reaparecerá um dia.

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Cientista encontra fósseis de árvores com cerca de 290 milhões de anos no Paraná; veja fotos

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Cientista da UFPR descobriu o material em Ortigueira. Floresta é a terceira localizada na América do Sul - e a única com bom estado de conservação, segundo a pesquisadora.
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Por Bárbara Hammes, g1 PR — Ponta Grossa

Postado em 16 de junho de 2022 às 13h00m

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Floresta de 290 milhões de anos é descoberta no Paraná — Foto: Arquivo Pessoal/Thammy Mottin
Floresta de 290 milhões de anos é descoberta no Paraná — Foto: Arquivo Pessoal/Thammy Mottin

Uma floresta de fósseis de árvores com cerca de 290 milhões de anos foi descoberta em Ortigueira, no Norte Pioneiro do Paraná. O achado foi publicado pela pesquisadora Thammy Mottin, doutoranda da Universidade Federal do estado (UFPR).

Veja, abaixo, uma galeria de fotos da descoberta.

Ao g1, a cientista conta que o material foi encontrado por acaso durante uma pesquisa na região.

Inicialmente, a busca era por informações da glaciação registrada entre os períodos Carbonífero (359,2 milhões a 299 milhões de anos atrás) e o Permiano (299 milhões a 251 milhões de anos atrás) e a passagem para uma fase pós-glacial.

Mas, em novembro de 2018, a equipe identificou o grupo de mais de 150 licófitas, plantas quase completamente extintas, em pé, em posição de vida, perpendiculares às camadas de rocha.

Na América do Sul florestas semelhantes foram descobertas em apenas outros dois lugares: na Patagônia argentina e no Rio Grande do Sul. Em Ortigueira, a surpresa foi ainda maior para os pesquisadores por conta da boa preservação das estruturas.

Segundo Thammy Mottin, árvores nesta posição são comuns na América do Norte, mas na América do Sul sempre foram encontradas deformadas e em número muito inferior ao registrado no Paraná.

"Fiquei emocionada de verdade. Nunca imaginei descobrir algo tão grandioso e lindo. Tem importância nacional e em toda a área do hemisfério sul. Ocorrências de plantas tão antigas e tão bem preservadas, além da forma de conservação bastante incomum, são raras em todo o mundo", disse.

Conforme o estudo, as evidências geológicas mostram que a floresta ficava às margens de um rio e acabou soterrada por conta de uma inundação com a água carregada de sedimentos.

"Esse soterramento foi tão rápido na escala de tempo geológica que as árvores morreram em posição vertical. No âmbito científico, as licófitas encontradas no Paraná diferem bastante das vistas na América do Norte e Europa. Há potencial para a realização de estudos adicionais na área de Ortigueira que podem impactar em temas globais como a colonização do ambiente terrestre, evolução deste grupo de plantas e comparação com o registro do hemisfério norte atual", explicou.

A cientista explica que os indícios são de que o soterramento foi tão rápido que é como se a floresta estivesse "congelada no tempo, da exata maneira como existia, há centenas de milhões de anos".

A doutoranda reforçou a importância de preservar o achado para que essa parte da história continue sendo acessada. De acordo com ela, é necessária atuação de órgãos ambientais para a conservação do local, sob risco de interferência humana.

O Governo do Paraná informou que não foi comunicado formalmente da descoberta, mas que entrou em contato com a pesquisadora após ter conhecimento da pesquisa. O g1 tenta contato com a Prefeitura de Ortigueira sobre a descoberta.

"Eu queria enfatizar também a importância do apoio à pesquisa. Essa descoberta só foi possível graças ao investimento em pesquisa por órgãos de fomento como a CAPES e CNPq", finalizou a pesquisadora.

Além de Thammy, participaram da pesquisa e da elaboração do artigo científico o co-orientador da doutoranda, o paleobotânico da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Roberto Iannuzzi, o orientador da UFPR, Fernando Vesely, e os pesquisadores americanos Isabel Montanez, Neil Griffis Alex Lombardo.

FOTOS

Floresta de 290 milhões de anos é descoberta no Paraná — Foto: Arquivo Pessoal/Thammy Mottin
Floresta de 290 milhões de anos é descoberta no Paraná — Foto: Arquivo Pessoal/Thammy Mottin


Floresta de 290 milhões de anos é descoberta no Paraná — Foto: Arquivo Pessoal/Thammy Mottin
Floresta de 290 milhões de anos é descoberta no Paraná — Foto: Arquivo Pessoal/Thammy Mottin


Floresta de 290 milhões de anos é descoberta no Paraná — Foto: Arquivo Pessoal/Thammy Mottin
Floresta de 290 milhões de anos é descoberta no Paraná — Foto: Arquivo Pessoal/Thammy Mottin



Floresta de 290 milhões de anos é descoberta no Paraná — Foto: Arquivo Pessoal/Thammy Mottin
Floresta de 290 milhões de anos é descoberta no Paraná — Foto: Arquivo Pessoal/Thammy Mottin
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