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sexta-feira, 6 de setembro de 2024

Tempo seco e queimadas fazem preço do etanol cair e exportação de açúcar remunerar mais que mercado doméstico, aponta USP

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Queimadas que atingiram áreas de cana no interior de SP geraram apreensão no setor, indica Esalq em Piracicaba (SP). Cenário também elevou cotações do açúcar demerara na Bolsa de Nova York.
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Por Claudia Assencio, g1 Piracicaba e Região

Postado em 06 de setembro de 2024 às 19h05m

#.* Post. - Nº.\  11.336 *.#

Prejuízo na safra e benefício para colheita: entenda como onda de calor por impactar o cultivo da cana-de-açúcar no interior de São Paulo — Foto: Claudia Assencio/g1
Prejuízo na safra e benefício para colheita: entenda como onda de calor por impactar o cultivo da cana-de-açúcar no interior de São Paulo — Foto: Claudia Assencio/g1

O tempo seco e queimadas fizeram os preços dos etanóis hidratado e anidro caírem entre as usinas paulistas e as exportações de açúcar remunerarem mais que vendas internas em agosto, conforme aponta levantamento feito pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), do Campus Universidade de São Paulo (USP) em Piracicaba (SP).

Em agosto, considerado um dos meses de pico de colheita de cana-de-açúcar na região Centro-Sul, a média do Indicador Cepea/Esalq do etanol hidratado foi de R$ 2,5827 o litro nas semanas cheias do mês, queda de 0,78% na comparação com o período anterior.

"Os preços dos etanóis hidratado e anidro encerraram agosto enfraquecidos no segmento produtor do estado de São Paulo. Ainda que a demanda pelo biocombustível tenha seguido firme ao longo do mês, o volume produzido – e, consequentemente, a oferta no spot paulista – esteve um pouco maior", comentam os pesquisadores do Cepea para o setor.

Para o anidro, somente na modalidade spot, a média das semanas cheias de agosto recuou 1,2%, a R$ 2,9526 o litro.

🧑‍🌾Clima prejudica volume e qualidade da cana

As atenções de agentes do mercado, segundo análises do Cepea, se voltam ao volume e à qualidade da cana-de-açúcar do ciclo seguinte (2025/26), que vêm sendo prejudicados pelo clima seco.

Somado ao clima seco, as queimadas em áreas de cana em pé e/ou em fase de rebrota que dariam origem à próxima colheita também geram apreensão sobre o setor. "Algumas usinas ainda computam os prejuízos no campo", conforme levantamento do Cepea.

Açúcar cristal

As cotações do açúcar cristal branco praticados no mercado spot do estado de São Paulo encerraram agosto em alta.

"O impulso veio do clima seco em regiões produtoras e também de queimadas mais localizadas em praças paulistas, que vêm prejudicando as lavouras de cana-de-açúcar", ressalta o Cepea.

Safra de cana-de-açúcar pode perder produtividade onda de calor e falta de chuvas se prolongarem, afirma o vice-presidente da Coplacana de Piracicaba — Foto: Claudia Assencio/g1
Safra de cana-de-açúcar pode perder produtividade onda de calor e falta de chuvas se prolongarem, afirma o vice-presidente da Coplacana de Piracicaba — Foto: Claudia Assencio/g1

Cenário eleva cotação na Bolsa de Nova York

O cenário também elevou com força as cotações do açúcar demerara negociado na Bolsa de Nova York (ICE Futures).

"O valor equivalente das exportações voltou a recuperar a vantagem frente aos preços domésticos", observa estuda.

Cálculos apontam que, de 26 a 30 de agosto, enquanto a média semanal do Indicador do Açúcar Cristal Cepea/Esalq foi de R$ 131,20 a saca de 50 quilos, a das cotações do contrato nº 11 da ICE Futures (vencimento Outubro/24) foi de R$ 134,72 a saca.

Assim, as vendas externas remuneraram 2,68% a mais que o spot paulista.

Indicador Cepea/Esalq do hidratado registrou alta de 1,37% em relação à primeira semana de junho e fechou em R$ 2,3378/litro. — Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Indicador Cepea/Esalq do hidratado registrou alta de 1,37% em relação à primeira semana de junho e fechou em R$ 2,3378/litro. — Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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Duas sondas estão ajudando cientistas a entender melhor o fenômeno que impulsiona o vento solar

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Neste artigo, pesquisadores de astrofísica do Smithsonian Institution explicam as descobertas possibilitadas pela Parker Solar Probe.
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TOPO
Por Yeimy J Rivera*, Michael L Stevens*, Samuel Badman*

Postado em 06 de setembro de 2024 às 06h00m

#.* Post. - Nº.\  11.335 *.#

Ilustração mostra a Parker Solar Probe se aproximando do Sol: medições da sonda da Nasa e outra da Agência Espacial Europeia (ESA) permitiram aos cientistas identificar de onde pode estar vindo a energia que acelera e aquece o vento solar depois que ele sai do Sol. — Foto: NASA
Ilustração mostra a Parker Solar Probe se aproximando do Sol: medições da sonda da Nasa e outra da Agência Espacial Europeia (ESA) permitiram aos cientistas identificar de onde pode estar vindo a energia que acelera e aquece o vento solar depois que ele sai do Sol. — Foto: NASA

Nosso Sol emite um fluxo constante de plasma, ou gás ionizado, chamado de vento solar, que atinge todo Sistema Solar. Fora da magnetosfera protetora da Terra, o vento solar passa correndo a velocidades que chegam a mais de 500 quilômetros por segundo. Mas os cientistas ainda não conseguiram descobrir de onde vento solar obtém energia suficiente para atingir essa velocidade - até agora.

Nossa equipe de heliofísicos publicou um artigo em agosto de 2024 que aponta para uma fonte de energia que impulsiona o vento solar.

Descoberta do vento solar

O físico Eugene Parker previu a existência do vento solar em 1958. A sonda Mariner, lançada com destino a Vênus, confirmaria sua existência em 1962.

Desde a década de 1940, estudos mostraram que a coroa solar, aatmosfera do Sol, poderia se aquecer a temperaturas muito altas, de mais de 1 milhão de graus Celsius.

O trabalho de Parker sugeriu que essa temperatura extrema poderia criar uma pressão térmica externa forte o suficiente para superar a gravidade e fazer com que a camada externa da atmosfera do Sol escapasse.

À medida que os cientistas faziam medições cada vez mais detalhadas do vento solar próximo à Terra, no entanto, rapidamente surgiram lacunas na ciência do vento solar. Em particular, eles encontraram dois problemas com a parte mais rápida do vento solar.

Primeiro, o vento solar continua a se aquecer depois de deixar a coroa do Sol, sem explicação. E, mesmo com esse calor adicional, o vento mais rápido ainda não teria energia suficiente para os cientistas explicarem como ele é capaz de acelerar a velocidades tão altas quanto as registradas.

Essas duas observações significavam que alguma fonte de energia extra deveria existir além dos modelos de Parker.

Representação artística mostra a sonda Solar Orbiter, da Agência Espacial Europeia (ESA), orbitando o Sol. — Foto: Agência Espacial Europeia (ESA
Representação artística mostra a sonda Solar Orbiter, da Agência Espacial Europeia (ESA), orbitando o Sol. — Foto: Agência Espacial Europeia (ESA

Ondas Alfvén

O Sol e seu vento solar são plasmas. Os plasmas são como gases, mas todas as partículas nos plasmas têm uma carga e respondem a campos magnéticos.

Semelhante à forma como as ondas sonoras viajam pelo ar e transportam energia na Terra, os plasmas têm o que chamamos de ondas Alfvén se movendo através deles. Durante décadas, as ondas Alfvén foram consideradas como influenciadoras na dinâmica do vento solar e desempenharem um papel importante no transporte de energia no vento solar.

Os cientistas, porém, não sabiam dizer se essas ondas estavam de fato interagindo diretamente com o vento solar ou se geravam energia suficiente para alimentá-lo. Para responder a essas perguntas, eles precisariam medir o vento solar muito próximo ao Sol.

Em 2018 e 2020, a NASA e a Agência Espacial Europeia (ESA) lançaram suas respectivas novas missões para estudar o Sol: a Parker Solar Probe e a Solar Orbiter. Ambas sondas carregavam os instrumentos certos para medir as ondas Alfvén perto do Sol.

A Solar Orbiter viaja entre 1 unidade astronômica (UA) - cerca de 150 milhões de quilômetros, a distância média da órbita da Terra do Sol - e 0,3 unidade astronômica, chegando um pouco mais perto do Sol do que Mercúrio. Já a Parker Solar Probe mergulha mais fundo no interior do Sistema Solar. A sonda chega a apenas cinco diâmetros solares do Sol, entrando nas bordas externas da coroa. Cada diâmetro solar equivale a cerca de 1,4 milhão de quilômetros.

Com essas duas missões operando juntas, não apenas cientistas como nós podem investigar o vento solar próximo ao Sol, mas também podemos estudar como ele muda entre o ponto em que Parker o vê e o ponto em que o Solar Orbiter o vê.

Reversões magnéticas

Na primeira aproximação da Parker do Sol, ela observou que o vento solar próximo ao Sol era de fato abundante em ondas Alfvén.

Os cientistas usaram a Parker para medir o campo magnético do vento solar. Em alguns pontos, eles notaram que as linhas de campo - ou linhas de força magnética - oscilavam em amplitudes tão altas que invertiam brevemente a direção. Os cientistas chamaram esses fenômenos de magnetic switchbacks (reversões magnéticas). Com a Parker, eles observaram essas flutuações de plasma contendo energia em toda parte do vento solar próximo ao Sol.

Nossa equipe de pesquisa queria descobrir se essas reversões continham energia suficiente para acelerar e aquecer o vento solar à medida que ele se afastava do Sol. Também queríamos examinar como o vento solar se modificava à medida que esses comutadores cediam sua energia. Isso nos ajudaria a determinar se a energia das reversões estava sendo usada para aquecer o vento, acelerá-lo ou ambos.

Para responder a essas perguntas, identificamos uma configuração única de órbitas em que ambas as sondas cruzavam a mesma porção do vento solar, mas a distâncias diferentes do Sol.

A Parker, próxima ao Sol, observou que cerca de 10% da energia do vento solar estava armazenada nas reversões magnéticas, enquanto a Solar Orbiter mediu essa energia em menos de 1%. Essa diferença significa que, entre a Parker e a Solar Orbiter, essa energia das ondas foi transferida para outras formas de energia.

Nós fizemos algumas modelagens, da mesma forma que Eugene Parker fez. Desenvolvemos implementações modernas dos modelos originais de Parker e incorporamos a influência da energia das ondas observada a essas equações originais.

Comparando os conjuntos de dados e os modelos, pudemos ver especificamente que essa energia contribuiu tanto para a aceleração quanto para o aquecimento do vento solar. Sabíamos que ela contribuía para a aceleração porque o vento era mais rápido na Solar Orbiter do que na Parker. E sabíamos que ela contribuía para o aquecimento, pois o vento era mais quente na Solar Orbiter do que teria sido se as ondas não estivessem presentes.

Essas medições nos informaram que a energia das reversões era necessária e suficiente para explicar a evolução do vento solar à medida que ele se afasta do Sol.

Nossas medições não apenas informam os cientistas sobre a física do vento solar e como o Sol pode afetar a Terra, mas também pode ter implicações em todo o Universo.

Muitas outras estrelas têm ventos estelares que levam seu material para o espaço. A compreensão da física do vento solar de nossa estrela local também nos ajuda a entender o vento estelar em outros sistemas. Aprender sobre o vento estelar pode dar aos pesquisadores mais informações sobre a habitabilidade de exoplanetas.

Simulação da Nasa



Yeimy J. Rivera é pesquisadora em Astrofísica do Smithsonian Institution.

Michael L. Stevens é pesquisador em Astrofísica do Smithsonian Institution.

Samuel Badman é pesquisador em Astrofísica do Smithsonian Institution.

** Este texto foi publicado originalmente no site da The Conversation Brasil.

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