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sexta-feira, 29 de novembro de 2019

O extraordinário fóssil do Peru que mostra como baleias de 4 patas chegaram à América do Sul

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Esqueleto encontrado em área desértica na costa sul do Peru é o primeiro fóssil bem preservado de cetáceo quadrúpede de toda a região do Pacífico.
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 Por BBC  

 Postado em 29 de novembro de 2019 às 15h00m  

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O fóssil encontrado no Peru é o único de uma baleia quadrúpede descoberta na América do Sul até o momento. — Foto: Alberto Gennari/BBCO fóssil encontrado no Peru é o único de uma baleia quadrúpede descoberta na América do Sul até o momento. — Foto: Alberto Gennari/BBC

O Museu de História Natural de Lima abriga os restos de uma rara criatura que viveu há 42 milhões de anos, quando o mundo era bem diferente do que é hoje.

O esqueleto de uma baleia anfíbia descoberto em 2011 na costa sul do Peru pelo paleontólogo Mario Urbina, do Museu de História Natural de Lima, não foi exibido ao público porque as pesquisas sobre ele ainda não foram concluídas.

A espécie foi batizada de Peregocetus pacificus, um termo que vem do latim pereger (viajante) e cetus (baleia).
"Este fóssil é o único remanescente de uma baleia quadrúpede descoberto na América do Sul até o momento", disse à BBC Mundo Rodolfo Salas-Gismondi, do Departamento de Paleontologia de Vertebrados do Museu de História Natural de Lima.
O fóssil de baleia também é "o primeiro esqueleto bem preservado de um cetáceo quadrúpede de toda a região do Pacífico", disse Olivier Lambert, pesquisador do Instituto Real Belga de Ciências Naturais que liderou os estudos e que recentemente apresentou as descobertas da equipe na reunião da Sociedade de Paleontologia de Vertebrados, na Austrália.

Pergocetus pacificus é extraordinário também por ajudar os cientistas a entender como as baleias evoluíram desde suas origens na Ásia, há mais de 50 milhões de anos.

Onde o fóssil foi encontrado e por que está tão bem preservado?
O esqueleto está bastante completo, com as duas mandíbulas, grande parte da coluna vertebral, incluindo a cauda, ​​numerosas costelas, a pelve e as pernas da frente e de trás.

O fóssil foi encontrado nas rochas de Yumaque, na área desértica em frente à praia Media Luna, na costa sul do Peru.

"Naquela época, as condições existentes eram favoráveis ​​ao enterro e subsequente fossilização dos restos esqueléticos dos animais que ali viviam, seja porque os corpos foram enterrados rapidamente ou porque a decomposição e desmembramento dos corpos ocorreu lentamente", explicou Salas-Gismondi.

"Para que esses fenômenos acontecessem, poder ter ocorrido algum fenômeno de tixotropia (fenômeno que produz areia movediça) ou talvez fossem ambientes com pouco oxigênio, o que pode ter sido essencial para atrasar a decomposição das partes moles dos cadáveres."

O paleontólogo disse que depois que os restos foram enterrados e fossilizados, e que os sedimentos que cobriam os restos se tornaram estratos ou camadas de rochas sedimentares, toda essa área subaquática teve que emergir.

Os movimentos tectônicos ligados ao nascimento dos Andes elevaram os estratos rochosos por vários metros até a superfície do deserto, que agora é um dos locais mais importantes do mundo para estudar a evolução dos ecossistemas marinhos e sua diversidade.

O que o fóssil revela sobre a evolução das baleias?
"Os fósseis mais antigos de cetáceos são da Índia e do Paquistão, não tiveram muitas adaptações ao ambiente aquático e eram relativamente pequenos, do tamanho de um cachorro", disse Lambert à BBC Mundo.

Algumas linhagens desses primeiros cetáceos se adaptaram à vida na água, mas mantiveram os membros e começaram a se dispersar.

Primeiro eles migraram para o oeste e alcançaram as costas do norte e leste da África. E de lá, atravessaram o Atlântico para chegar ao continente americano, explicou o cientista belga.
"Durante muito tempo, não tínhamos pistas sobre o caminho que seguiram, mas o fóssil do Peru indica que as baleias quadrúpedes cruzaram o Atlântico Sul da África para a América do Sul antes de migrar para o norte".
Salas-Gismondi explicou que "não se sabia que esses tipos de cetáceos arcaicos haviam chegado à costa da América do Sul".

O cientista peruano explicou que , há 42 milhões de anos, a América do Sul era um continente-ilha, sem conexões terrestres com nenhum outro continente, e a única forma de chegar a ele era através do oceano.

"É surpreendente que um cetáceo arcaico, capaz de nadar, mas ainda não completamente separado da vida em áreas terrestres e costeiras, tenha atravessado grandes distâncias no oceano".
O fóssil foi encontrado nas rochas de Yumaque, na área desértica em frente à Praia Media Luna, na costa sul do Peru. — Foto: Gentileza Olivier Lambert/BBCO fóssil foi encontrado nas rochas de Yumaque, na área desértica em frente à Praia Media Luna, na costa sul do Peru. — Foto: Gentileza Olivier Lambert/BBC

Como eram os ancestrais das baleias?
"Os cetáceos têm um ancestral totalmente terrestre, de um grupo extinto de mamíferos com pernas entre os artiodáctilos, o grupo que agora inclui hipopótamos, veados, vacas e lhamas", explicou Lambert.

A conservação das patas traseiras permitiu que os cetáceos antigos retornassem à terra para descansar e dar à luz.

Algumas baleias começaram a usar predominantemente a cauda para nadar, e as patas podem ter se tornado um obstáculo para movimentos mais eficientes, segundo o cientista.

As patas da frente gradualmente se transformaram nas barbatanas, usadas para determinar a direção do nado. "Nesse ponto, os cetáceos não podiam mais voltar à terra e precisavam dar à luz na água."

Quais outras perguntas os cientistas querem responder?
"Uma investigação completa da anatomia funcional do Peregocetus começará nos próximos meses", disse Salas-Gismondi. "Cada osso do esqueleto pós-craniano será estudado em detalhes para entender como se movia, como usava as pernas durante a natação ou, eventualmente, quando estava em terra."

"Já podemos mostrar que o Perregocetus tinha uma pelve e as patas traseiras fortes o suficiente para suportar seu próprio peso no chão. Agora queremos ir além e entender que tipo de locomoção usava — e comparar com mamíferos semiaquáticos modernos, como lontras, para testar diferentes hipóteses sobre o uso da cauda durante a natação."

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quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Confiança da indústria sobe em novembro puxada por expectativas, diz FGV

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Avanço foi expressivo no mês e 'bastante disseminado entre os setores', segundo entidade 
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 Por Valor Online  

 Postado em 28 de novembro de 2019 às 13h45m  

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O Índice de Confiança da Indústria (ICI) avançou 1,7 ponto de outubro para novembro, marcando 96,3 pontos, maior nível desde maio de 2018 (97,2 pontos). De acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV), se consideradas as médias móveis trimestrais, o indicador subiu pela primeira vez desde março ao passar de 95,3 pontos para 95,5 pontos.

A melhora na confiança foi disseminada e o ICI avançou em 15 dos 19 segmentos industriais pesquisados em novembro. A alta foi puxada pelo Índice de Expectativas, que subiu 2,9 pontos, para 96,8 pontos, o maior nível desde abril de 2019 (97,4 pontos). O Índice de Situação Atual (ISA) ficou relativamente estável (+0,4 ponto) em 95,8 pontos.
O avanço de novembro foi expressivo e bastante disseminado entre os setores industriais. Por esse ponto de vista, o resultado parece favorável, mas há que se considerar que esse movimento se respalda essencialmente na melhora das expectativas, e que a confiança ainda permanece em patamar baixo em termos históricos, afirma em nota Renata de Mello Franco, economista da FGV/Ibre.
Segundo ela, a maioria dos indicadores sem ajuste também avançaram na comparação interanual, sugerindo que o quarto trimestre de 2019 será melhor do que 2018.

O indicador que mede o otimismo dos empresários com o ambiente de negócios nos seis meses seguintes voltou a crescer, para 96,3 pontos. Neste mês, a parcela de empresas que preveem melhora aumentou de 34% para 37,1%, enquanto a proporção das que projetam piora caiu de 16,6% para 13,1%. No mesmo sentido, os indicadores de produção e emprego previstos para os próximos três meses também apresentaram melhora, com altas de 1,9 ponto e 3,3 pontos, respectivamente.

Em relação ao ISA, seus componentes apresentaram movimentos distintos. Apesar da piora no indicador de estoques (98,1 pontos para 97,2 pontos) e estabilidade do nível de demanda (95,1 pontos para 95,2 pontos), houve melhora da percepção sobre a situação atual dos negócios (de 93,4 pontos para 95,2 pontos). A parcela das empresas que a avaliam como boa caiu de 15,5% para 14,7% no mês, contudo, a proporção das que a avaliam como ruim reduziu em maior magnitude, de 25,0% para 20,5% do total.

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) recuou 0,5 ponto percentual (p.p.), para 75,3%. Em médias móveis trimestrais, houve queda do Nuci pela primeira vez após sete altas consecutivas, passando de 75,7% em outubro para 75,5% em novembro.

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quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Confiança do comércio recua em novembro, aponta FGV

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Apesar das dúvidas quanto ao ritmo das vendas nos próximos meses, expectativa para o final de ano segue positiva, sob influência da liberação de recursos do FGTS.
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 Por G1  

 Postado em 27 de novembro de 2019 às 13h40m  
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Black Friday acontece neste mês de novembro — Foto: Reprodução/RPC Black Friday acontece neste mês de novembro — Foto: Reprodução/RPC

O Índice de Confiança do Comércio caiu 0,6 ponto em novembro, ao passar de 98,4 para 97,8 pontos, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). Houve queda em 8 dos 13 segmentos.

Em médias móveis trimestrais, o índice recuou 0,3 ponto, depois de três altas consecutivas.
Segundo Rodolpho Tobler, coordenador da sondagem, o resultado mostra uma tendência a certa estabilização.

"A queda no mês foi influenciada pela redução das expectativas dos empresários do setor, sugerindo dúvidas quanto ao ritmo das vendas nos próximos meses. Já a percepção sobre a situação atual ficou estável no mês após uma alta expressiva em outubro. Apesar dos percalços, a expectativa para este final de ano segue positiva, sob influência da liberação de recursos do FGTS, mas a manutenção da tendência de recuperação ainda parece incerta, principalmente com relação à sua velocidade, avaliou.

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terça-feira, 26 de novembro de 2019

Entenda os impactos do aquecimento global se a temperatura subir até 1,5°C ou mais de 2°C

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Relatório divulgado nesta terça (26) mostra que temperaturas globais podem aumentar a até 3,2°C ainda neste século. Derretimento de geleiras, aumento do nível do mar e secas são projetados caso não haja redução nas emissões de gases estufa.
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 Por G1  

 Postado em 26 de novembro de 2019 às 19h30m  
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Aquecimento global afetará saúde das novas gerações, temperaturas da terra podem chegar a ser 3,2°C mais altas — Foto: Reuters/Yves Herman/File Photo
Aquecimento global afetará saúde das novas gerações, temperaturas da terra podem chegar a ser 3,2°C mais altas — Foto: Reuters/Yves Herman/File Photo

Cientistas alertam que o aquecimento global trará graves consequências, com impactos ambientais e sociais. Atualmente, a meta é manter o aumento das temperaturas em até 1,5°C para diminuir esses efeitos, mas as pesquisas apontam que estamos cada vez mais distantes desse objetivo. Os pesquisadores já apontam que o aumento da temperatura pode chegar a até 3,2°C até 2030.
Ainda não há projeções claras sobre o que a elevação de mais de 3ºC poderia causar no planeta. Abaixo, veja alguns dos cenários para o caso de a alta ser contida em 1,5ºC ou ultrapassar 2°C. Aumento dos níveis do mar, ondas de calor e desertificação são algumas das consequências previstas pelos cientistas nesses cenários.
Relatório da ONU mostra que metas atuais pra combater aquecimento global são insuficientes
Relatório da ONU mostra que metas atuais pra combater aquecimento global são insuficientes

Sete consequências do aquecimento global, segundo a ONU:
  1. Com o aquecimento a 2ºC, o mar do Ártico sofrerá degelo durante o verão a cada 10 anos. Essa frequência diminui para 100 anos com o aquecimento de 1,5ºC
  2. Até o final do século, o aumento do nível do mar deve ser 0,1 metro menor no cenário a 1,5ºC do que a 2ºC. O intervalo projetado para 1,5ºC é de 0,26 a 0,77 metro
  3. No melhor cenário, até 10,4 milhões de pessoas a menos serão impactadas pelo aumento do nível do mar até 2100.
  4. Em regiões continentais, ondas de calor podem ser de duas a três vezes maiores no cenário acima de 2ºC do que naquele de 1,5ºC.
  5. O número de espécies de animais e plantas que podem desaparecer é muito maior na projeção para 2ºC do que naquela de 1,5ºC.
  6. Os ciclones tropicais devem ocorrer em menor frequência, mas deve ser maior o número de ciclones com intensidade muito forte, fator acentuado no cenário de 2ºC, em relação a 1,5ºC.
  7. O aquecimento global a 2ºC deve aumentar a probabilidade de ocorrência de secas extremas, assim como falta de chuvas e riscos associados à falta de água
Aquecimento projetado por cientistas
De acordo com um relatório publicado em outubro de 2018 pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), agência ligada à ONU, o aquecimento global causado pela ação humana já pode ser observado em diversos fatores que incluem mudanças de temperaturas tanto nas superfícies terrestres quanto nos oceanos.

Também há evidências de que o aquecimento global tenha alterado a frequência e a duração das ondas de calor marinhas e o volume de chuvas, em escala global, além da acentuação das secas na região mediterrânea.

O cenário com aumento de 1,5ºC já prevê uma série de mudanças e levanta questionamentos entre os cientistas sobre a possibilidade de estabilizar ou reverter o a elevação das temperaturas.

O cenário com um aquecimento de 2ºC ou mais é ainda mais preocupante.

Oceanos e geleiras
Foto de arquivo mostra uma vista aérea de grandes icebergs flutuando enquanto o sol nasce perto de Kulusuk, na Groenlândia. A Groenlândia está derretendo mais rapidamente na última década e, neste verão, viu dois dos maiores derretimentos já registrados desde 2012.  — Foto: Felipe Dana/AP
Foto de arquivo mostra uma vista aérea de grandes icebergs flutuando enquanto o sol nasce perto de Kulusuk, na Groenlândia. A Groenlândia está derretendo mais rapidamente na última década e, neste verão, viu dois dos maiores derretimentos já registrados desde 2012. — Foto: Felipe Dana/AP

A expectativa do IPCC é de que o aumento das temperaturas nos oceanos seja maior num cenário de 2ºC do que naquele de 1,5ºC. A probabilidade de que haja mar sem gelo no Oceano Ártico durante o verão é substancialmente maior a 2ºC, em comparação com o aquecimento global de 1,5ºC, diz o relatório.
  • 1,5ºC: Com uma variação menor na temperatura, o mar do ártico deve ficar sem gelo a cada 100 anos. A diferença no nível do mar global para o fim do século 21 projetado para 1,5ºC é de 0,26 a 0,77 metro (em relação aos níveis de 1986 a 2005). Se o aumento do nível do mar for menor, até 10,4 milhões de pessoas a menos serão impactadas até 2100. Ainda que se mantenha a meta reduzida de temperatura, os impactos já são observados nos habitats marinhos, como é o caso dos recifes de coral, cientistas projetam que 90% das espécies estão condenadas.
  • Acima de 2ºC: Com este aquecimento, o mar do Ártico deve perder suas geleiras a cada 10 anos no verão. O aumento nos níveis do mar devem ser 0,1 metro maior que os previstos no cenário a 1,5ºC. Há grandes chances de o nível do mar continuar subindo depois do ano 2100, segundo o IPCC. Há evidências de que a acidificação da água nos oceanos seria maior, impactando duramente os organismos e ecossistemas marinhos – além de setores econômicos como a pesca e a aquicultura.
Superfícies terrestres
Área em que houve derretimento da camada de permafrost, na península de Yamal, Rússia — Foto: Steve Morgan/Greenpeace/Divulgação
Área em que houve derretimento da camada de permafrost, na península de Yamal, Rússia — Foto: Steve Morgan/Greenpeace/Divulgação

O IPCC prevê que as médias de temperaturas seriam mais elevadas na maioria das áreas terrestres num cenário de 2ºC do que num cenário de 1,5ºC. Em ambos os casos, as temperaturas médias seriam mais altas do que as atuais. Haveria uma redução na ocorrência de ondas de frio. Além disso, aquelas que ocorressem seriam menos frias. Esse impacto deve ser sentido especialmente nas áreas cobertas por gelo ou neve.
  • 1,5ºC: Limitar o aumento global a 1,5ºC em vez de 2ºC poderia fazer com que cerca de 420 milhões de pessoas a menos sejam expostas a ondas de calor extremo e cerca de 65 milhões de pessoas a menos seriam expostas a ondas de calor. Será registrado mais calor nas áreas de latitudes médias durante o verão (entre os trópicos e os círculos polares), onde a elevação pode chegar a 3ºC. Nas áreas de alta latitude, durante o inverno, a elevação pode alcançar 4,5ºC. A 1,5ºC, o número de espécies de animais e plantas podem desaparecer a uma tava de 6% dos insetos, 8% das plantas e 4% dos vertebrados.
  • Acima de 2ºC: Em algumas regiões o aumento pode ser de duas a três vezes maior no cenário acima de 2ºC. A 2ºC estima-se que as espécies que perderão pelo menos metade do seu espaço geográfico serão 18% dos insetos, 16% das plantas e 8% dos vertebrados. Além disso, a 2ºC são maiores os riscos de pragas, difusão de espécies invasoras e incêndios florestais.
Prevê-se que, considerando os períodos de mais calor, o aquecimento seja mais forte na América do Norte central e oriental, na Europa central e meridional, na região mediterrânea (incluindo sul da Europa, norte da África e Oriente Próximo), Ásia Ocidental e Central e África Austral.

Chuvas
Limitar o aquecimento global a 1,5ºC reduziria o risco de ter chuvas intensas em escala global. Elas seriam ainda mais acentuadas num cenário de 2ºC ou mais.

As regiões com os maiores aumentos nas chuvas intensas incluem: várias regiões de alta latitude (por exemplo, o Alasca e o Canadá, a Groenlândia, a Islândia, o Norte da Europa e da Ásia); além de regiões montanhosas (por exemplo, o platô tibetano); a Ásia Oriental (incluindo China e Japão); e leste da América do Norte.

Os ciclones tropicais devem ocorrer em menor frequência, mas deve ser maior o número de ciclones com intensidade muito forte. Esse fator também se acentua no cenário de 2ºC, em relação a 1,5ºC.

A erosão causada por chuvas também deve ser superior num cenário a 2ºC, assim como as enchentes.

Secas e desertificação
O aquecimento global a 2ºC ou mais deve aumentar a probabilidade de ocorrência de secas extremas, assim como falta de chuvas e riscos associados à falta de água, segundo o IPCC. Os riscos são um pouco menores no cenário a 1,5ºC.
O solo argiloso, típico do semiárido brasileiro, racha quando seca. — Foto: Celso Tavares/G1
O solo argiloso, típico do semiárido brasileiro, racha quando seca. — Foto: Celso Tavares/G1

A diferença entre os dois cenários é especialmente expressiva na região mediterrânea (Sul da Europa, Norte da África e o Oriente Próximo). A 2ºC as secas serão mais frequentes e mais intensas.

Ao avaliar os impactos da desertificação e da escassez de água, o IPCC apontou que 8% das terras no Brasil já sofrem alguma forma de degradação relacionada. Na Caatinga, a estimativa é de 50% da área. Cientistas alertaram também que se o desmatamento na Amazônia atingir 40% da floresta, chega-se a um ponto irreversível tanto para barrar o aquecimento global quanto para a sobrevivência do ciclo da floresta como é hoje.

Alimentos e saúde
A disponibilidade de alimentos deve ser mais restrita se o aquecimento chegar a 2ºC ou mais nas regiões do Sahel, no Sul da África, no Mediterrâneo, na Europa Central e na Amazônia, segundo o IPCC.

Qualquer elevação nas temperaturas globais terá um impacto na saúde humana. Os riscos são menores, porém, a 1,5ºC, especialmente no que diz respeito às mortes causadas pela emissão de gases estufa e nos fatores que levam à desnutrição. Ondas de calor devem favorecer a difusão de doenças como a malária e a dengue em áreas que hoje não são atingidas.

A pobreza e a migração também devem aumentar, já que comunidades que dependem da agricultura serão fortemente afetadas.

Relatórios da ONU em 2019 falaram sobre aquecimento global
O IPCC divulgou em 2019 outros dois relatórios sobre as mudanças climáticas, divididos em efeitos na terra e no mar, veja abaixo os destaques destas publicações.
  • O aumento da temperatura global é mais alto nos continentes, onde há vida humana. Em algumas dessas regiões, o aumento já atingiu de 1,4ºC a 1,5ºC
  • As emissões dos gases do efeito estufa relacionadas à agricultura, desmatamento e outros usos do solo representam 22% do que é liberado no mundo
  • No Brasil, o aquecimento pode reduzir as safras de milho em 5,5% a cada grau Celsius de aquecimento. Nos EUA, esse percentual pode chegar a 10,3%
  • Até o ano 2100, se nada for feito, o aumento do nível do mar pode alcançar até um metro de altura; isso pode acarretar a retirada de milhões de moradores de áreas costeiras e ilhas
  • Com o aquecimento da água, oceanos se tornarão mais ácidos, alterando a vida marinha; ainda que se limite o aquecimento a 1,5°C, os recifes de coral já estão quase todos condenados
  • Até o final deste século, a frequência de ondas de calor marinhas pode aumentar em 50 vezes, chegando a uma variação de 3℃ ou 4℃
O que é aquecimento global?
O que é aquecimento global?